TCDD

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TCDD
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 2,3,7,8-Tetrachlorooxanthrene
Outros nomes Tetradioxin; Tetrachlorodibenzodioxin; Tetrachlorodibenzo-p-dioxin
Identificadores
Abreviação TCDD; TCDBD
Número CAS
PubChem 15625
SMILES
Propriedades
Fórmula molecular C12H4Cl4O2
Massa molar 321.97 g/mol
Aparência Sólido cristalino de incolor a branco
Densidade 1,8 g cm−3
Ponto de fusão

305 °C, 578 K, 581 °F

log P 6,8
Pressão de vapor 1,5 × 10−9 mm Hg
Compostos relacionados
Compostos relacionados Oxantreno (dibenzo-p-dioxina)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

A 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina,[1] também conhecida como TCDD ou (popularmente) como dioxina de Seveso. Dioxina é um sólido cristalino incolor para branco, não possui cheiro quando puro, possui um ponto de fusão de 305 graus Celsius e um ponto de ebulição de 500 graus Celsius (com decomposição), é um agente que envenena o sangue causando Cloracne, é um subproduto do 2,4,5-T, é um agente cancerígeno, é um composto bastante persistente em ambientes fechados e abertos podendo ficar no local por meses, é insolúvel em água e na maioria dos solventes orgânicos é levemente solúvel, TCDD não tende a reagir em contato com a água.

Usos, efeitos biológicos e características[editar | editar código-fonte]

É considerada um poluente organoclorado altamente tóxico. A TCDD é apenas produzida para pesquisas laboratoriais, contudo pode ser gerada na produção de pesticidas, no branqueamento do papel, cloração, fundição do cobre, etc. Além disso, pode ainda ser gerada em incêndios, incinerações, fumaça do tabaco ou vulcões.Indivíduos que vivam ou trabalhem perto de fontes de emissão de dioxinas e outros grupos de risco devem adoptar medidas preventivas, em especial as grávidas, visto que este composto pode passar através da placenta, acumular-se no leite materno e provocar danos no feto, principalmente no sistema nervoso, afectando seu desenvolvimento mental e físico. Devido às características físico-químicas da TCDD, dentre os alimentos mais associados à sua contaminação, destacam-se a carne de vaca, o leite e seus derivados, carne de porco e os peixes de maiores dimensões.

TCDD e Cana-de-Açúcar[editar | editar código-fonte]

Para a reposição de potássio nas áreas de cultivo de cana-de-açúcar costuma ser utilizado fontes de potássio que contém altas concentrações de cloro, como é o caso do cloreto de potássio (KCl). Consequentemente, a cana-de-açúcar acaba absorvendo altas concentrações dessa substância [2].

Tendo em vista que durante o processo de cogeração de energia há a queima do bagaço da cana-de-açúcar e que esse bagaço tem a presença de cloro em sua composição, verifica-se a formação de dioxinas durante essa queima, dentre elas, a 2,3,7,8-TCDD[2].

Para remoção de gases e poluentes, as usinas de cana-de-açúcar costumam utilizar lavadores de gases por via úmida, como o do tipo Venturi. Além disso, outros sistemas de tratamento normalmente utilizados por essas usinas são filtro de mangas [3] e precipitador eletrostático [2].

O lavador de gases tipo Venturi tem uma baixa eficiência na remoção de 2,3,7,8-TCDD, tendo em vista que esse sistema consegue remover apenas 45%. A baixa eficiência verificada deve-se a esse sistema de tratamento ser por via úmida e as dioxinas terem como característica a baixa solubilidade em água [3] [4]. A eficiência de remoção de 2,3,7,8-TCDD no filtro de mangas fica em torno de 8% [3] [4]. Já no caso do precipitador eletrostático houve um aumento considerável da concentração de dioxinas após passar por esse tratamento, sendo que dentre as dioxinas que tiveram esse aumento, tem-se 2,3,7,8-TCDD [2].


Casos de envenenamento[editar | editar código-fonte]

  • Em 10 de julho de 1976 uma explosão em uma fábrica de Icmesa em Seveso, Itália, lançou 1,3 quilogramas de 2,3,7,8-Tetraclorodibenzodioxina no ar.[5]
    Ver artigo principal: Acidente de Seveso


Referências

  1. etal (1988). «Physical-chemical properties of chlorinated dibenzo-p-dioxins». Environ Sci Technol. 22 (6): 651–658. Bibcode:1988EnST...22..651S. doi:10.1021/es00171a006 
  2. a b c d Yive, N. S .C. K., Tiroumalechetty, M (2008). «Dioxin levels in fly ash coming from the combustion of bagasse». Journal of Hazardous Materials. 155: 179-182 
  3. a b c Lee W. S., Chang–Chien G. P., Chen S. J., Wang L. C., Lee W.J., Wang Y. H (2004). «Removal of polychlorinated dibenzo–p–dioxins and dibenzofurans in flue gases by Venturi scrubber and bag filter». Aerosol and Air Quality Research. 4: 27–37 
  4. a b Kim, S. C., Jeon, S. H., Jung, I. R., Kim, K. H., Kwon, M. H., Kim, J. H., Yi, J. H., Kim, S. J., You, J. C., and Jung, D. H (2001). «Removal Efficiencies of PCDDs/PCDFs by Air Pollution Control Devices in Municipal Solid Waste Incinerators». Chemosphere. 43: 773-776 
  5. P. Mocarelli; et al. (1991). «Serum concentrations of 2,3,7,8- tetrachlorodibenzo-p-dioxin and test results from selected residents of Seveso, Italy». J. Toxicol. Environ. Health. 32 (4): 357–366. PMID 1826746. doi:10.1080/15287399109531490 


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