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Abella (médica)

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Abella
Nascimento 1380
Salerno
Morte Desconhecido
Cidadania Reino de Nápoles
Alma mater
Ocupação médica, professora universitária, escritora
Empregador(a) Escola Médica Salernitana
Obras destacadas On Black Bile, On the Nature of the Seminal Fluid
Desenho da Escola Salernitana

Abella, também conhecida como Abella de Salerno ou Abella de Castellomata, foi uma médica que exerceu medicina em meados do século XVI, tendo estudado e ensinado na Escola de Medicina de Salerno. Crê-se que nasceu por volta de 1380, mas as datas exactas do seu nascimento e morte são incertas.[1][2][3][4][5]

Prática da Medicina

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Abella deu aulas sobre práticas médicas convencionais, bílis, a saúde e a natureza da mulher na escola Salerno. Tal como Rebecca de Guarna, especializou-se em embriologia.[6][7][8][9]

Para além de ter escrito sobre feridas e a febre, publicou dois tratados, o De atrabile e o De natura seminis humani que não chegaram aos dias de hoje.[10][11][7][12][4]

Abella é uma as quatro mulheres mencionadas no estudo realizado no século XIX por Salvatore de Renzi sobre a Escola de Medicina de Salerno, sendo as outras três: Rebecca Guarna, Mercuriade e Costanza Calenda. Todas elas praticavam medicina, davam conferências sobre medicina e escreveram tratados. Estas qualidades colocaram-na no grupo que ficou conhecido como Mulieres Salernitanae (Mulheres de Salerno). [13][10]

Mulheres de Salerno - Mulieres Salernitanae

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A Escola de Medicina de Salerno foi a primeira universidade a permitir a entrada de mulheres, tendo-se formado um grupo que ficou conhecido como Mulieres Salernitanae, ou seja, Mulheres de Salerno. Faziam parte dele Abella, Trotula de Salerno, Mercuriade, Rebecca Guarna, Maria Incarnata e Costanza Calenda.[14][15][16][13][17]

As Mulheres de Salerno não só praticavam medicina como também a ensinavam na escola e escreviam tratados. O trabalho deste grupo rompia com a forma de como as mulheres eram vistas e os papéis que se esperava que desempenhassem naquela época e são por isso consideradas um motivo de orgulho de Salerno medieval e um símbolo de benevolência.[9]

Família Castellomata

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A família Castellomata era uma família extremamente influente em Salerno e crê-se que Abella fazia parte dela. A grande influência da ajudou a fortalecer laços vitais entre a corte papal e a Escola de Medicina de Salerno.[18] Um dos membros mais importantes desta família foi Giovanni de Castellomata, que possuía o título de medicus papae, ou seja, era médico do papa que na altura era Inocêncio III. A relação entre ele e Abella não é clara.[19]

  1. «9780415920384: The Biographical Dictionary of Women in Science: Pioneering Lives From Ancient Times to the Mid-20th Century - AbeBooks - Ogilvie, Marilyn; Harvey, Joy: 0415920388». www.abebooks.com (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2020 
  2. «Notable women scientists : Proffitt, Pamela, 1966- : Free Download, Borrow, and Streaming». Internet Archive (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2020 
  3. PeoplePill. «Abella: 14th century Roman physician (born: 1400 - died: n/a)». PeoplePill (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2020 
  4. a b Stevenson, Jane (2005). Women Latin Poets: Language, Gender, and Authority, from Antiquity to the Eighteenth Century (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press 
  5. Ogilvie, Marilyn Bailey; Harvey, Joy Dorothy (2000). The Biographical Dictionary of Women in Science: A-K (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  6. Herbermann, Charles George (1912). The Catholic Encyclopedia: An International Work of Reference on the Constitution, Doctrine, Discipline, and History of the Catholic Church. Nueva York:Robert Appleton Company.
  7. a b «Cool Chicks from History». Cool Chicks from History (em inglês). Consultado em 18 de julho de 2020 
  8. Salernitanum, Regimen sanitatis (1967). The Regimen of Health of the Medical School of Salerno (em inglês). [S.l.]: Vantage Press 
  9. a b Chicago, Judy (8 de julho de 2014). The Dinner Party: Restoring Women to History (em inglês). [S.l.]: The Monacelli Press, LLC 
  10. a b Green, Monica (1989). «Women's Medical Practice and Health Care in Medieval Europe». Signs. 14 (2): 434–473. ISSN 0097-9740 
  11. Walsh, James J. (5 de abril de 2018). Old-Time Makers of Medicince (em inglês). [S.l.]: BoD – Books on Demand 
  12. «Brooklyn Museum: Abella of Salerno». www.brooklynmuseum.org. Consultado em 18 de julho de 2020 
  13. a b «La scuola medica salernitana e le mulieres salernitanae». www.salernoturistica.it. Consultado em 18 de julho de 2020 
  14. Monica, Matteo Della; Mauri, Roberto; Scarano, Francesca; Lonardo, Fortunato; Scarano, Gioacchino (2013). «The Salernitan school of medicine: Women, men, and children. A syndromological review of the oldest medical school in the western world». American Journal of Medical Genetics Part A (em inglês). 161 (4): 809–816. ISSN 1552-4833. doi:10.1002/ajmg.a.35742 
  15. Banerjee, D. D. (2003). History of Medicine (em inglês). [S.l.]: B. Jain Publishers 
  16. «Trótula y las matronas de Salerno | Gomeres» (em espanhol). Consultado em 18 de julho de 2020 
  17. «Mercedes Arriaga: "Trotula de Salerno fue una de las primeras médicas en pensar de forma holística" | Protagonista». Mujeres con ciencia (em espanhol). 3 de outubro de 2018. Consultado em 18 de julho de 2020 
  18. Paravicini-Bagliani, Agostino (2000). The Pope’s Body. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 9780226034379
  19. William, Steven J (2003). The Secret of Secrets: The Scholarly Career of a Pseudo-Aristotelian Text in the Latin Middle Ages. Ann Arbor: University of Michigan Press. ISBN 9780472113088