Adrião Ribeiro

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Adrião Ribeiro
Adrião Ribeiro
Adrião Ribeiro
Prefeito de Manaus
Período 1910 a 1911
Antecessor(a) Agnello Bittencourt
Sucessor(a) Jorge de Moraes
Dados pessoais
Nascimento 8 de novembro de 1868
Santo Antônio de Arassuay, Minas Gerais
Morte 14 de junho de 1929 (60 anos)
Manaus, Amazonas
Esposa Rosa Frazão Ribeiro
Partido Partido Republicano Federal
Profissão Comerciante

Adrião Ribeiro Nepomuceno (Araçuaí, 8 de novembro de 1868Manaus, 14 de junho de 1929) foi um político brasileiro.

Homônimo de seu pai e de seu avô, o mineralogista Adrian Bach Nepomucký natural da Boêmia, que chegou ao Brasil em 1817 com a Expedição Austríaca e em 1819 se estabeleceu na vila do Calhao, depois, Freguesia de Santo Antônio de Arassuay, atual Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais que teve o nome traduzido para Adrião Ribeiro Nepomuceno. Seu pai foi comerciante e juiz de paz em 1864.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em 1891 deixa Canavieiras na Bahia, cidade onde cresceu e segue para Belém do Pará onde trabalha com o amigo João Moreira Costa, dono da Casa de Pekin. Em 1893 muda-se para Manaus onde instala junto com o amigo uma casa comercial chamada Casa Pekin inaugurada em 1894 [2] e no ano seguinte assume sua direção.[3] e filiou-se ao Partido Republicano Federal de Eduardo Gonçalves Ribeiro (governador do Amazonas em 1890/1891 e 1892/1896). Era mais conhecido como Adrião Ribeiro simplesmente, ou como Coronel Adrião Ribeiro ,mas na verdade era tenente coronel da Guarda Nacional[4].

Elegeu-se pelo mesmo partido[5] a intendente na eleição de 1898.[6]

Em 1910 foi nomeado superintendente (prefeito) da cidade de Manaus[7], onde permaneceu até 1911, quando entregou o cargo ao primeiro prefeito eleito pelo voto do estado do Amazonas, o senador Jorge de Morais[8]

Em 1914, junto com Antônio Guerreiro Antony, Manoel Francisco Machado, Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt, Joaquim José da Silva Paes Sarmento, Heliodoro Balby, Francisco Ferreira Lima Bacury, desembargador José Lucas Raposo da Câmara, Secundino da Silva Salgado e Bento Ferreira Marques Brazil, fundou o Partido Liberal do Amazonas [9]

Era o prefeito de Manaus durante o bombardeio da cidade em 1910.

Foi um dos fundadores da Associação Amazonense Propagadora das Belas-Artes, da qual foi o primeiro tesoureiro,[10] depois, Academia Amazonense de Belas Artes e atual Pinacoteca do Estado do Amazonas.

Era o dono da conhecida Casa Pekin (na época, ponto de referência internacional).[11]

Casou-se em 24 de julho de 1897 com Rosa Frazão Ribeiro, natural de São Luís, no Maranhão, e teve oito filhos, dos quais José Frazão Ribeiro foi prefeito de Manaus de 1946 a 1947.

O bombardeio de Manaus[editar | editar código-fonte]

Adrião Ribeiro Nepomuceno era o Prefeito de Manaus durante o fracassado golpe dado pelo vice-Governador Antônio Gonçalves Pereira de Sá Peixoto, que destituiu Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt com uma ata falsa do Congresso do Amazonas, em 7 de outubro de 1910 e, na manhã do dia, seguinte a bordo do Comandante Freitas[12], capitânea da flotilha do Amazonas, acompanhou o bombardeio de Manaus, o prefeito Adrião Ribeiro enviou o seguinte telegrama ao Sr. Nilo Peçanha, presidente da República.

"O Município de Manaus protesta perante todas autoridades federais e a imprensa de todo o País contra o inaudito atentado perpetrado pelas forças de terra e de mar federais bombardeando uma cidade indefesa como se a população amazonense fosse cidade inimiga da Pátria.

O Coronel comandante da inspeção mandou ao governador declarar por ordem reservada do governo federal que arrasará a cidade caso não queira entregar governo ao vice-governador. assinado: Adrião Ribeiro Nepomuceno."[13]

No dia seguinte foi substituído do cargo de superintendente por Carlos Studart, porém no dia 28 do mesmo mês, por ordem do presidente Nilo Peçanha, o governo e a superintendência voltam aos seus respectivos titulares.

Durou apenas vinte dias. Todos os atos jurídicos praticados pelos golpistas no poder foram desfeitos ou tornados nulos. Os oficiais militares envolvidos receberam a ordem "...se considere preso, siga para o Rio de janeiro". Houve mortos e feridos, casas destruídas: o Palácio do Governo, o Teatro Amazonas, a Igreja dos Remédios, o Quartel General; o ginásio (hoje Colégio Estadual D. Pedro II), o Hospital da Beneficência Portuguesa, o Hospital Militar, o Mercado Adolpho Lisboa, entre outros, foram alvejados.

Referências

  1. Almanak civil e industrial de Minas Gerais 1865 – pág 286 Biblioteca Nacional Digital:Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  2. [1] Diário Oficial
  3. [2] Diário Oficial
  4. Jornal Correio do Norte, 10/01/1911, página 2 Notas Militares, Guarda Nacional, Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  5. Jornal Comercio do Amazonas, 03/12/1898, 1ª página Eleição Municipal Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  6. Jornal Comercio do Amazonas, 04/02/1899, página 2 Intendência Municipal Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  7. Jornal Correio do Norte, 12/07/1910,1ª página Titulo Adrião Ribeiro Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  8. Jornal Correio do Norte, 11/01/1911, 1ª Página, Dr. Jorge de Moraes, a sua posse. No Passo Municipal Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  9. [3] O Município
  10. Diário Oficial, 17/05/1898 página 13874, Comissão Diretora. Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 7 de fevereiro de 2014.
  11. The amazom rubber boom 1850 1890 pag 210 Stanford university press library, books.google.com.br/books?isbn=0804766746 Página visitada em 7 de fevereiro de 2014
  12. Mensagem lida perante o Congresso do Amazonas na abertura da segunda sessão ordinária da sétima legislatura pelo Exm. Sr. Col. Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt Governador do Estado em 10 de julho de 1911. Página 25 Biblioteca Nacional Digital:Página visitada em 10 de fevereiro de 2014
  13. Mensagem lida perante o Congresso do Amazonas na abertura da segunda sessão ordinária da sétima legislatura pelo Exm. Sr. Col. Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt Governador do Estado em 10 de julho de 1911. Página 27 Biblioteca Nacional Digital: Página visitada em 8 de fevereiro de 2014.

Precedido por
Agnello Bittencourt
Prefeito de Manaus
1910 / 1911
Sucedido por
Jorge de Morais