Antifascismo no Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Antifa (Brasil))
Antifascismo no Brasil
Antifascismo no Brasil
Símbolo da organização fundada em 25 de junho de 1933 na cidade de São Paulo para combater o fascismo
Tipo Frente ampla de partidos e organizações democráticas, progressistas e de esquerda
Fundação 25 de junho de 1933
Propósito Combater o fascismo

O antifascismo é um movimento descentralizado que surgiu no Brasil durante o período entreguerras (1918-1939), a partir dos imigrantes italianos[1] e alemães[2] que se manifestavam contra os regimes que estavam instalados em seus países de origem, o Fascismo de Benito Mussolini na Itália e o Nazismo de Adolf Hitler na Alemanha. Um dos principais grupos que compunham o movimento Antifa da época era o Movimento dos Alemães Livres, extinto no ano de 1943.[3]

Na década de 1930, o antifascismo se fortaleceu com a Frente Única Antifascista (FUA), em oposição ao movimento da Ação Integralista Brasileira (AIB). A FUA foi fundada em 1933 e extinta em 1934, quando trocaram a então Frente Única por uma Frente Popular, tomando uma postura mais reformista contra as forças conservadoras, processo que culminou na formação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) em 1935, que mais tarde resultou no grupo armado contra a Ditadura Militar no Brasil Ação Libertadora Nacional (ALN).

Em 2018, o movimento antifa brasileiro ressurgiu após a ida do candidato do PSL Jair Bolsonaro[4] ao segundo turno da eleição presidencial contra o candidato do PT Fernando Haddad.[5] Várias organizações políticas de esquerda organizaram manifestações em todas as capitais brasileiras e em outras cidades importantes, no ato conhecido como "Ele Não". Desde então o grupo vem se posicionado contra decisões do presidente Jair Bolsonaro, de seus filhos e de aliados políticos. Em 2019, o movimento Antifa se posicionou contra as comemorações do golpe de 64,[6] também se posicionando contra os discursos eugenistas, machistas, populistas e homofóbicos. Em 2020, um deputado do PSL propôs um projeto de lei criminalizando o movimento, tipificando-o como terrorista.[7] Forças de segurança apoiarem o antifascismo em alguma medida, sobretudo no nordeste e em especial pelo grupo autodenominado Policiais Antifascistas (ou Policiais Antifascismo).[8][9] Um dossiê entre 700 a mil pessoas, pretensamente "antifas", no funcionalismo público, foi elaborado pelo deputado Estadual Douglas Garcia[10] provocando o pronunciamento dos deputados do Partido dos Trabalhadores, Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), integrantes do Foro de São Paulo, do que chamaram de "inquisição do Governo Bolsonaro contra os servidores antifascistas".[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires - 0 ANTIFASCISMO ITALIANO NO BRASIL: COMPARAÇÕES INTERNACIONAlS E VIVÉNCIAS TRANSNACIONAIS Joiío Fábio Bertonha, 2004. Acessado em 06/03/2018.
  2. Simpósio Nacional de História - RESISTÊNCIA ANTI-NAZISTA NO BRASIL: O MOVIMENTO DOS ALEMÃES LIVRES EM SÃO PAULO NO CONTEXTO DA II GUERRA MUNDIAL Wanilton Dudek, Julho de 2015. Acessado em 06/03/2018.
  3. Exílio e literatura: escritores de fala alemã durante a época do nazismo. Autora: Izabela Maria Furtado Kestler. EdUSP, 2003, pág. 171 ISBN 9788531407321 Adicionado em 06/04/2018.
  4. Repressão impede manifestações democráticas em 32 universidades
  5. Superesportes; Superesportes (23 de outubro de 2018). «Máfia Azul e outras 68 torcidas organizadas entregam manifesto em apoio a Haddad». Superesportes. Consultado em 6 de novembro de 2019 
  6. Gol contra: ditadura militar impôs derrota ao Brasil (por Torcidas Antifas Unidas)
  7. «Deputado do PSL quer tipificar grupos antifascistas como terroristas em lei». noticias.uol.com.br. Consultado em 9 de junho de 2020 
  8. «Congresso de Policiais Antifascismo acontecerá pela primeira vez em Pernambuco». Rede NINJA. Consultado em 11 de junho de 2020 
  9. Veiga, Edison (24 de novembro de 2022). «O que defendem os "policiais antifascistas" – DW – 24/11/2022». dw.com. Consultado em 16 de agosto de 2023 
  10. «Listados em dossiê antifascista atribuído a deputado bolsonarista recorrem à polícia e à Justiça». GaúchaZH. 4 de junho de 2020. Consultado em 25 de julho de 2020 
  11. «Partidos de Oposição repudiam inquisição do governo Bolsonaro contra servidores antifascistas». Partido dos Trabalhadores. Consultado em 26 de outubro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SENA JR., Carlos Zacarias F. de. Os impasses da estratégia: os comunistas, o antifascismo e a revolução burguesa no Brasil, 1936-1948 (Os impasses da estratégia: os comunistas e os dilemas da União Nacional na revolução (im)possível [1]