Atheneu Norte-Riograndense

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Colégio Atheneu Norte-Riograndense
Informação
Localização Natal, Rio Grande do Norte,
Tipo de instituição Escola pública
Fundação 1834 (190 anos)
Cores Verde e Branco
Afiliações Rio Grande do Norte
Número de estudantes 3 000

O Colégio Estadual do Atheneu Norte-Riograndense é uma tradicional escola do Rio Grande do Norte, localizada na sua capital, Natal.[1]

Foi fundado em 3 de fevereiro de 1834, pelo então presidente da província, Basílio Quaresma Torreão, que também foi o seu primeiro diretor-geral. Ele escolheu o nome da escola, a versão portuguesa de Athénaion. Como explicou Luís da Câmara Cascudo, "no Ateneu de Atenas os poetas liam os poemas e os historiadores o relato das jornais pelas terras estranhas e misteriosas"

É a segunda mais antiga instituição escolar brasileira, atrás do Ginásio Pernambucano, fundado em 1825.[2]

O nome[editar | editar código-fonte]

A palavra "ateneu" (na grafia arcaica atheneu) tem origem no latim athenaeum, que por sua vez deriva do grego clássico ᾿Αϑήναιον, que significa «templo de Atenas», em referência à deusa da sabedoria na mitologia grega. Por extensão de sentido, a palavra "ateneu" passou a significar "templo da sabedoria" ou "templo do conhecimento".[3]

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

Basílio Quaresma Torreão tinha como objetivo reunir em um único prédio,l as disciplinas da chamada "cadeira da Humanidade", as cinco "aulas maiores" (Filosofia, Retórica, Geometria, Francês e Latim), antes autônomas com sedes independentes. Essas disciplinas foram as primeiras a serem lecionadas no Atheneu.

Na sua fase inicial, o Atheneu não teve grande importância devido ao reduzido número de alunos formados pela instituição e suas fracassadas tentativas de transformação num centro melhor de formação de professores. Foi apenas na República que sua importância na formação cultural e política dos natalenses aumentou.[4][5]

Sedes[editar | editar código-fonte]

O colégio Atheneu tem sua sede na rua Campos Sales, em Petrópolis, mas possuiu ao longo de sua história três sedes. A primeira delas foi no Quartel Militar da cidade, que encontrava-se desocupado, de 1834 a 1859. Na entrada achava-se a frase "De guerreiros assento fui outrora, hoje d'aquilo que Minerva adora". A segunda sede situava-se na rua Junqueira Ayres, de 1859 a 1954, no antigo prédio da Secretaria de Financas do município. Finalmente, a sede atual passou a funcionar a partir de 11 de março de 1954.

Sua constituição foi aprovada em dezembro de 1833, com sua instalação e funcionamento em 3 de Fevereiro de 1834, tendo na vice-direção de Antonio Xavier Garcia de Almeida. Porém, o dia 1 de março foi consagrado como o “Dia Histórico do Atheneu’’, por ter sido a data de inauguração do seu prédio próprio.

Seu edifício é tombado como Patrimônio Histórico do município de Natal.[6]

Pioneirismo[editar | editar código-fonte]

O Colégio Atheneu tem uma história de pioneirismo. Até 1902 o seu corpo discente era formado somente por alunos do sexo masculino, mas já em janeiro de 1903 ocorreram as primeiras matrículas de mulheres, que foram aprovadas nos exames de Humanidades: Sidrônia de Carvalho, Maria Arminda Caldas, Edilbertina Figueira e Albertina Avelino. A pioneira mulher a administrar o Atheneu foi a Professora Olindina Lima Gomes da Costa, que o dirigiu de 1955 a 1961.

Estudantes ilustres[editar | editar código-fonte]

No Atheneu estudaram pessoas que tiveram destaque nacional, como Câmara Cascudo, Ferreira Itajubá, Geraldo Melo, Amaro Barreto, Diógenes da Cunha Lima, Juvenal Lamartine. Pedro Velho, Café Filho, Aluízio Alves, Garibaldi Alves Filho, Wilma de Faria, Henrique Eduardo Alves, Newton Navarro e Emmanuel Bezerra dos Santos.[7]

Na cultura popular[editar | editar código-fonte]

A obra literária Cabra das Rocas, do escritor potiguar Homero Homem, conta a história de um jovem pobre, morador do bairro Rocas, que luta para vencer as dificuldades financeiras e o preconceito para ingressar no Colégio Atheneu.[8]

Referências

  1. «História do Atheneu RN - Grêmio Estudantil do Atheneu LCCP». sites.google.com. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  2. Redação (7 de março de 2022). «Conheça a história do Colégio Atheneu de Natal, a segunda escola mais antiga do Brasil ⋆ Pense! Numa Notícia». Pense! Numa Notícia. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  3. «atenèo in Vocabolario - Treccani». www.treccani.it (em italiano). Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  4. «13 curiosidades sobre o colégio Atheneu de Natal, a segunda escola mais antiga do Brasil». Curiozzzo - Super curiosidades do Rio Grande do Norte. 19 de abril de 2016. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  5. «Atheneu revisitado nos 180 anos - 01/02/2014 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  6. «Natal – Atheneu | ipatrimônio». Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  7. Redação (7 de março de 2022). «Conheça a história do Colégio Atheneu de Natal, a segunda escola mais antiga do Brasil ⋆ Pense! Numa Notícia». Pense! Numa Notícia. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  8. Santiago, Luiz (20 de março de 2020). «Crítica | Cabra das Rocas, de Homero Homem». Plano Crítico. Consultado em 30 de janeiro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ARAÚJO, M. M., MEDEIROS, C. M. L. A educação do homem culto: O norte-rio-grandense. Juvenal Lamartine de Faria [1874 – 1956. Mneme, Rio Grande do Norte, v.05, n. 10, p. 313-319, (abr./jun. de 2004).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]