Cercal do Alentejo

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Portugal Portugal Cercal 
  Freguesia  
Cercal
Cercal
Cercal
Símbolos
Brasão de armas de Cercal
Brasão de armas
Gentílico Cercalense
Localização
Cercal está localizado em: Portugal Continental
Cercal
Localização de Cercal em Portugal
Coordenadas 37° 48' N 8° 40' O
Região Alentejo
Sub-região Alentejo Litoral
Distrito Setúbal
Município Santiago do Cacém
Código 150903
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 136,40 km²
População total (2021) 2 954 hab.
Densidade 21,7 hab./km²
Código postal 7555
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Conceição

Cercal do Alentejo é uma vila portuguesa sede da Freguesia de Cercal[1] do município de Santiago do Cacém, freguesia com 136,40 km² de área[2] e 2954 habitantes (censo de 2021)[3], tendo, por isso, uma densidade populacional de 21,7 hab./km².

A sede de freguesia, a povoação de Cercal do Alentejo foi elevada à categoria de vila em 16 de agosto de 1991,[4] tendo a sua designação sido então alterada de Cercal para Cercal do Alentejo.

Foi sede de concelho entre 1836 e 1855. Este era constituído pelas freguesias de Cercal, Colos e Vila Nova de Milfontes. Tinha, em 1849, 3255 habitantes.

Está situada a menos de 15 km de várias praias do litoral alentejano e possui um clima temperado, o que lhe permite ter uma das mais diversificadas faunas e floras de todo o sudoeste alentejano.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Nota: No censo de 1864 pertencia ao concelho de Odemira, distrito de Beja, tendo passado para o de Santiago do Cacém por decreto de 21 de setembro de 1875. No censo de 1940 figura Cercal do Alentejo.

A população registada nos censos foi:[3]

População da freguesia de Cercal[5]
AnoPop.±%
1864 2 145—    
1878 2 211+3.1%
1890 2 446+10.6%
1900 2 763+13.0%
1911 3 194+15.6%
1920 3 885+21.6%
1930 5 180+33.3%
1940 6 430+24.1%
1950 9 048+40.7%
1960 6 487−28.3%
1970 5 334−17.8%
1981 4 866−8.8%
1991 4 177−14.2%
2001 3 882−7.1%
2011 3 362−13.4%
2021 2 954−12.1%
Distribuição da População por Grupos Etários[6]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 451 478 1962 991
2011 342 284 1741 995
2021 323 194 1459 978

Economia[editar | editar código-fonte]

Atividade mineira[editar | editar código-fonte]

No século XIX deu-se um desenvolvimento da exploração mineira, nomeadamente na década de 1870, com a descoberta de novos minérios, como barita, manganés e manganite. A maior exploração nesta zona foi, no entanto, de ferro, existindo cinco minas deste tipo de extracção: Cerro da Fonte, Santa de Cima, Toca do Mocho, Serra da Mina, Serra das Tulhas e Serra de Rosalgar. Todavia, estas minas findaram a sua atividade em 2000.

Cercal do Alentejo apresentava reservas indispensáveis de minerais ferrosos, úteis a diversas indústrias metalúrgicas e metalomecânicas.

De acordo com análises efetuadas, os jazigos desta zona mineira poderão ter sido formados a partir de soluções superficiais descendentes. Geralmente, tanto o manganés como a barita diminuem em profundidade. Por vezes notavam-se misturas do minério ferro manganífero com quartzo, barita ou xistos.

A mina do Cercal na Serra do Cercal, onde se obtinha ferro e manganés, terminou após um período de atividade de cerca de quarenta anos, devido ao desmantelamento do alto forno siderúrgico do Seixal, considerada a única unidade consumidora dos minérios. Nesta mina explorava-se esporadicamente barita como subproduto.

A barita é comummente encontrada como ganga em depósitos de minérios metálicos de origem epitermal ou mesotermal (depósitos produzidos por processos químicos de concentração. Em corpos rochosos, a concentração é efetuada pela introdução de espécies externas à rocha – alteração epigenética – por ascensão de águas quentes de origem magmática. Depósitos epitermais – deposição e concentração a profundidade ligeira, temperatura de 50 a 200 °C, pressão moderada; depósitos mesotermais - deposição e concentração a profundidade intermédia, temperatura de 200 a 300 °C, pressão elevada.)

A separação das gangas pode usualmente ser feita de uma forma fácil, mas nos casos em que o minério aparece associado com as gangas, a separação tem de ser mais cuidada e obrigará a uma fragmentação de grau bastante elevado. A ganga é quase completamente formada pela barita, sendo um produto vendável e aparentemente de fácil colocação no mercado interno. Na Serra das Tulhas, situada no maciço montanhoso da Serra do Cercal, há registos de um filão mineralizado com hematites e limonites manganíferas, onde se notava também ganga quartzosa e abundante barita.

Fisicamente, o minério da mina da Serra das Tulhas era semelhante ao das concessões da Serra da Mina e da Toca do Mocho – era maciço, não muito compacto e de dureza média. Por vezes aparecia duro e esponjoso, mas nas regiões onde o teor em manganés se elevava bastante, tornava-se um pouco terroso.

Sob o ponto de vista químico, pode-se afirmar que o minério era francamente bom. A sílica poucas vezes ultrapassava os 5%, sendo que a alumina também não apresentava teores elevados. Quanto ao ferro, o teor era normalmente de 50% e o manganés tinha teores que iam desde 6% a 13%, o que valorizava muito o minério.

Localidades da freguesia[editar | editar código-fonte]

  • Aldeia do Cano
  • Cercal do Alentejo
  • Casas Novas
  • Catifarras
  • Charnequinha
  • Silveiras
  • Portelinha
  • Sonega
  • Boavista
  • Boavista dos Curralões
  • Foros da Pouca Farinha
  • Geralda / Castanheirinha
  • Nascedios
  • Portela do Salgadinho
  • Quinta da Boavista
  • Quinta do Lago
  • Retiro do Pontão
  • Tanganheira
  • Teimosas
  • Toca do Mocho
  • Vale Manhãs

Património Arquitetónico[editar | editar código-fonte]

Património Arquitetónico referido no SIPA:[7]

  • Casa da Herdade do Reguenguinho
  • Chafariz da Rua de Aldegalega
  • Ermida de Nossa Senhora da Bica / Capela da Bica Santa
  • Igreja Paroquial do Cercal / Nossa Senhora da Conceição
  • Monte em Charnequinhas
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Referências

  1. Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro, Reorganização administrativa do território das freguesias
  2. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  3. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  4. Diário da República n.º 187/1991, Série I-A de 1991-08-16
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  7. SIPA
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