Conjunto de Templos de Khajuraho

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Conjunto de Templos de Khajuraho 
Conjunto de Templos de Khajuraho

Critérios (i) (iii)
Referência 246 en fr es
País Índia
Coordenadas Khajuraho, Índia
Histórico de inscrição
Inscrição 1986

Nome usado na lista do Património Mundial

Khajuraho (hindi: खजुराहो, Khajurāho) é uma pequena cidade no estado de Madhya Pradesh, a cerca de 620 km a sudoeste de Deli, capital da Índia. Segundo o censo de 2001, a população era de 7665 habitantes. O termo Khajuraho poderá derivar da palavra Hindi khajur que significa Tamareira.

História[editar | editar código-fonte]

Khajuraho é hoje um dos mais populares destinos turísticos na Índia, provavelmente pela presença do maior grupo de templos Hindus medievais, famosos pelas suas esculturas eróticas, onde serviu de capital religiosa à dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, que controlou esta parte da Índia entre o século X e o século XII os quais seriam seguidores do culto tântrico.

O conjunto de templos foi construído ao longo de cem anos, desde o ano 950 até ao ano 1050, dotado de uma área central protegida por uma muralha com oito portões, cada um dos quais com duas palmeiras de ouro. Na época áurea da cidade, contavam-se mais de 80 templos Hindus, dos quais apenas 22 se encontram em estado razoável de conservação, espalhados numa área de cerca de 21 km².

São um exemplo da ligação entre a religião e o erotismo, sendo excelentes demonstrações dos estilos arquitectónicos da Índia que ganharam popularidade devido à representação lascíva de alguns aspectos da forma de vida tradicional durante a época medieval naquela região. Viriam a ser redescobertos somente durante o século XX, tendo sofrido bastante com o crescimento das selvas circundantes que causaram prejuízos a alguns dos monumentos. O declínio económico e financeiro dos Chandelas Rajputs é tido como a razão principal para o abandono do local como centro de culto e vida social, sendo por isso a principal causa da deterioração provocada pela acção dos elementos da natureza aos monumentos.

O conjunto de monumentos foi classificado pela UNESCO como Património Mundial.

Arquitectura[editar | editar código-fonte]

Pormenor arquitectónico de um dos templos.

Os templos de Khajuraho, construídos através de superestruturas em espiral, enquadram-se no estilo Shikhara dos templos do norte da Índia e por vezes à planta ou esquema Panchayatana.

Alguns templos são dedicados ao panteão Jain sendo os restantes dedicados a divindades Hindus - destacando a Trindade Brahma, Vishnu e Shiva, e a várias outras formas Devas. Os templos Panchayatana eram dotados de quatro salas de culto nos quatro cantos e uma sala principal no centro]l do pódio que consistia a sua base. Os templos eram agrupados em três divisões geográficas: oriental, ocidental e sul.

Arranjos paisagisticos[editar | editar código-fonte]

Jardim circundante aos templos.

Os templos de Khajuraho encontram-se agora numa vasta área de paisagem bastante cuidada através de campos verdejantes, embora em 1947, quando se deu a independência da Índia por parte da Grã-Bretanha ali existisse uma paisagem dominada por selvas e grande profusão de arbustos.

Actualmente, a estação arqueológica tem características semelhantes às de um parque público inglês, com relvados, roseiras e árvores de jardim, o que é apreciado por alguns dos turistas, mas que, na opinião de alguns críticos, não tem qualquer tipo de relação com a paisagem histórica existente na altura em que os templos foram construídos.

O desenvolvimento da arqueologia paisagísta como uma disciplina académica levanta questões no que respeita à paisagem da arqueologia de Khajuraho e a relação original entre o complexo de templos e a área envolvente. Não existem registos sobre como terá sido a paisagem original mas sabe-se que uma vasta comunidade de sacerdotes usaram o complexo de templos e que os jardins indianos no século X eram predominantemente jardins de árvores. Não havia relvados ou culturas de plantas erbáceas ou flores.

Esculturas eróticas[editar | editar código-fonte]

Escultura num templo de Khajuraho.

A dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, era seguidora do culto tântrico, segundo algumas opiniões, muitas vezes mal interpretado, que crê na gratificação dos desejos terrenos como um passo adiante para atingir a libertação total (e posteriormente o Nirvana).

Pensa-se que os segmentos filosóficos do tantrismo, como é o exemplo do "Mahanirvana Tantra"[1] tenham sido completamente esquecidos após o abandono do local como forma de culto, o que pode explicar o porquê de os grupos tântricos terem desaparecido.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «MaHa Nirvana Tantra (português)». Scribd. Consultado em 27 de março de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]