Ostra portuguesa

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Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Ostreoida
Família: Ostreidae
Género: Crassostrea
Espécie: angulata
Nome binomial
Crassostrea angulata
Lamarck, 1819

A ostra portuguesa (Crassostrea angulata), é uma espécie de ostra encontrada no sudoeste da Península Ibérica, intimamente relacionada com a ostra-do-Pacífico.

Embora identificada pela primeira vez como uma espécie nativa da Europa, estudos genéticos sugerem que a ostra portuguesa é originária da costa do Pacífico da Ásia[1] e foi introduzida na Europa por navios mercantes portugueses no século XVI. A espécie é geralmente encontrada na foz de rios e estuários costeiros, especialmente no Estuário do Tejo.[2]

gravura da ostra-portuguesa num livro em 1892

A Ilha do Rato, era, até ao início do século XX, local de criação da ostra-portuguesa, que posteriormente era exportada para os mercados ingleses e franceses. Nos anos 60 e 70 eram exportados milhares de toneladas por ano de ostra portuguesa, provenientes dos estuários do Tejo e Sado.

A partir de 1966 observam-se danos nas brânquias e malformações na concha que levou à extinção da Crassostrea angulata em 1974. O anti-vegetativo “tributil estanho”, utilizado na pintura das embarcações, é apontado como a principal causa para a elevada mortalidade da espécie em Espanha, França e Portugal.[3]

Valor Comercial[editar | editar código-fonte]

Antes da dizimação pela doença iridoviral em 1969, C. angulata era amplamente cultivada na França e em Portugal como parte da indústria de ostras comestíveis. A ostra-do-Pacífico, mais resistente à doença, foi introduzida na década de 1970 e, desde então, substituiu a C. angulata como principal espécie comercial. Atualmente, a ostra portuguesa não é cultivada comercialmente.[4]

Referências

  1. Phelps, H. L.; Page, D. S. (dezembro de 1997). «Tributyltin Biomonitoring in Portuguese Estuaries with the Portuguese Oyster (Crassostrea Angulata)». Environmental Technology (12): 1269–1276. ISSN 0959-3330. doi:10.1080/09593331808616649. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  2. Michinina, SR; Rebordinos, L (1997). «Genetic differentiation in marine and estuarine natural populations of Crassostrea angulata». Marine Ecology Progress Series: 167–174. ISSN 0171-8630. doi:10.3354/meps154167. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  3. «Ostra Portuguesa». Amar o Mar. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 
  4. Government of Canada, Fisheries and Oceans Canada (4 de dezembro de 2018). «Gill Disease of Portuguese Oyster». www.dfo-mpo.gc.ca. Consultado em 6 de fevereiro de 2021