Disputa de fronteira sino-indiana

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Área disputada ao longo do sopé meridional da Cordilheira do Himalaia, destacada em vermelho.
Mapa explicativo da disputa em Aksai Chin.
Mapa explicativo da disputa na Caxemira.

A Disputa de fronteira sino-indiana é uma questão de soberania sobre duas grandes e várias áreas separadas menores de territórios que são disputados entre China e Índia. A oeste, Aksai Chin, é reivindicado pela Índia como parte do estado de Jammu e Caxemira e na região de Ladakh, mas é controlada e administrada como parte da região autônoma chinesa de Xinjiang. É um território com extrema altitude e praticamente desabitado atravessado pela estrada de Xinjiang-Tibete. O outro grande território em disputa, a mais oriental, fica ao sul da Linha McMahon. Antigamente, era referido como Agência de Fronteira do Nordeste, e agora é chamado de Arunachal Pradesh. A Linha McMahon fazia parte do Acordo de Simla entre a Índia britânica e o Tibete assinado em 1914, um acordo rejeitado pela China.[1]

Os chineses reivindicavam o território ao longo do sopé meridional da Cordilheira do Himalaia, que denominavam como Tibete do Sul, alegando que o Império Chinês exercia soberania sobre a região desde a época das conquistas mongóis do Século XIII até os tempos da Dinastia Qing, por meio de representantes do Imperador da China em Lhasa. A China não reconhecia a validade do acordo rubricado, mas não assinado pelo representante chinês[2], Lu Hsing-chi, durante um época em que a China vivia os tempos turbulentos após a queda da Dinastia Qing, alegando que o acordo fora maculado pela presença de delegados tibetanos que não estavam autorizados ao exercício da soberania, e, portanto, se recusava a reconhecer soberania da Índia sobre o território situado ao sul da Linha McMahon.

O Império Britânico reivindicava a soberania sobre a região de Aksai Chin em seus mapas oficiais, embora não existam indícios da presença britânica no território que é quase inacessível a partir da China. A dificuldade de acesso também dificultava o exercício da soberania indiana sobre a região, razão pela qual a Índia demorou alguns meses para perceber que, em 1955, a China estava construindo uma estrada na região que atualmente liga Xinjiang ao Tibete.

Após a Revolta no Tibete em 1959, que resultou na fuga do Dalai Lama para a Índia, Zhou Enlai propôs reconhecer a soberania indiana sobre os territórios situados ao sul da Linha McMahon em troca do reconhecimento da Índia da soberania chinesa sobre Aksai Chin. Jawaharlal Nehru, rejeitou a proposta chinesa com base no entendimento de que a Índia independente não poderia fazer concessões em relação aos territórios herdados da Índia Britânica[3].

Em 1962 a Guerra sino-indiana foi travada em ambas as áreas. Um acordo para resolver a disputa foi concluído em 1996, incluindo "medidas de confiança" e um acordo mútuo, a Linha de Controlo Real. Em 2006, o embaixador da China para a Índia alegou que todo a área de Arunachal Pradesh é território chinês[4] no meio de um fortalecimento militar.[5] Na época, ambos os países afirmaram incursões, tanto quanto um quilômetro no extremo norte de Sikkim.[6] Em 2009, a Índia anunciou que iria enviar forças militares adicionais ao longo da fronteira.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «The China-India Border War» (em inglês). Marine Corps Command and Staff College. Consultado em 11 de agosto de 2014 
  2. Na prática diplomática, a rubrica indica o fim das negociações, mas é necessária a assinatura para que o documento entre em vigor (cf. KISSINGER, Henry. Sobre a China, p. 191)
  3. KISSINGER, Henry. Sobre a China, pp. 190-192.
  4. «Arunachal Pradesh is our territory: Chinese envoy» (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2014 
  5. «India to deploy 36,000 extra troops on Chinese border» (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2014 
  6. «China toys with India's border» (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2014 
  7. «The China-India Border Brawl» (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2014