Politécnica Montreal

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Polytechnique Montréal
Lema Ut tensio sic vis (Como extensão da força)
Fundação 1873
Tipo de instituição Pública
Localização 2500, chemin de Polytechnique
Montreal, Quebec, Canadá
Presidente Pierre Lassonde
Diretor(a) Maud Cohen
Docentes 220
Graduação 4,993[1]
Pós-graduação 1,917[1]
Campus Monte Royal
Cores Red and Black         
Afiliações UACC, CBIE
Orçamento anual $CAD 145 milhões
Página oficial polymtl.ca/en

A Politécnica Montreal (anteriormente: Escola Politécnica de Montreal; em francês: École Polytechnique de Montréal; pronúncia em francês: ​[ekɔl pɔlitɛknik də mɔ̃ʁeal]) é uma faculdade de engenharia afiliada à Universidade de Montreal, localizada em Montreal, Quebec, no Canadá. A instituição oferece cursos de graduação e pós-graduação e é a melhor faculdade canadense em termos de pesquisa no campo da engenharia.[2] Seguindo a tradição, os bacharéis em engenharia (B.Eng) formados na instituição recebem um anel de ferro durante a cerimônia de denominação dos engenheiros.

História[editar | editar código-fonte]

A Escola Politécnica de Montreal, fundada em homenagem à prestigiosa Escola Politécnica de Paris, foi fundada em 1973 com o intuito de ensinar desenho técnico e outras artes técnicas. Inicialmente era sediada numa antiga residência. Mais tarde mudou-se para um amplo edifício localizado na Rua Saint-Denis. Em 1958, mudou-se para sua localização atual no campus da Universidade de Montreal. O prédio original passou por duas ampliações nos anos de 1975 e 1989. Em 2002, o departamento de engenharia elétrica e computação (mais tarde separado um do outro) começou a ocupar o 5° e o 6° andar do antigo prédio da Escola de Altos Estudos Comerciais de Montreal. Em 2003 iniciou-se a construção de três novos prédios.

Até os anos 1960 o principal objetivo da instituição era treinar novos engenheiros. Entretanto, a partir de 1959 seu foco passou a ser a pesquisa. Atualmente é a maior instituição de pesquisa em ciências aplicadas do Canadá. Em 1977 a instituição adquiriu um reator nuclear chamado SLOWPOKE-2. Em operação há 36 anos, o reator não gera energia elétrica e é usado para pesquisa, ensino, geração de nêutrons e produção de isótopos.[3] Sua licença de operação foi renovada em 1° de julho de 2013 e expira em 30 de junho de 2023.

Tiroteio[editar | editar código-fonte]

Placa lembrando as quatorze estudantes vítimas do tiroteio.

Em 6 de dezembro de 1989, um jovem de 25 anos chamado Marc Lépine entrou no prédio da Escola Politécnica de Montreal e assassinou quatorze mulheres, ferindo outras dez e quatro homens antes de cometer suicídio no local. O massacre é, ainda hoje, o maior tiroteio da história do Canadá. O evento é relembrado em todo o Canadá, sobretudo na província de Quebec, como o Dia Nacional de Memória e Combate à Violência contra a Mulher.

Campus[editar | editar código-fonte]

O campus da escola é localizado na face norte do Monte Royal. Seu prédio principal é o edifício mais alto do campus central da Universidade de Montreal. Um segundo prédio, o edifício J.-Armand-Bombardier, localiza-se ao lado do prédio principal e serve principalmente para atividades de pesquisa e centro de desenvolvimento de empresas de startup na área de tecnologia. O nome do edifício é uma homenagem a Joseph-Armand Bombardier, fundador da empresa homônima e inventor da moto de neve. O edifício Pierre-Lassonde et Claudette-Mackay-Lassonde abriga os departamentos de engenharia elétrica e engenharia da computação e de softwares e foi inaugurado em setembro de 2005. Quando de sua inauguração, este novo prédio venceu o "Prêmio de Mérito" da revista Canadian Architect, recebeu uma estrela de ouro do Conselho de Edificações Ecológicas dos EUA e uma nota de 46 na escala LEED, maior do que qualquer edificação em território canadense até então. O consumo de energia deste prédio é 60% menor do que o recomendado pelo Código Nacional de Energia do Canadá para Prédios.[4]

Organização[editar | editar código-fonte]

A Escola Politécnica é uma das três maiores faculdades de engenharia do Canadá e a maior da província de Quebec. Desde sua fundação em 1873, esta instituição educacional de língua francesa treina engenheiros e especialistas. A escola contribui para a expansão científica e econômica da província em que está localizada. Seus egressos estiveram envolvidos nas principais obras de engenharia do século XX no Quebec, tais como usinas hidrelétricas. A Escola Politécnica está na vanguarda de vários campos da engenharia, tais como aeronáutica, engenharia da computação, telecomunicações, biotecnologia, nanotecnologia, ciência ambiental e inteligência artificial.

A Escola Politécnica oferece doze programas de graduação, administrados por sete departamentos. São eles:

Pesquisa[editar | editar código-fonte]

A Escola Politécnica é conhecida por seu investimento em pesquisa, que representou mais de 40% de seu orçamento entre os anos de 2008-2009 (60,5 milhões de dólares). Dentre as quinze faculdades que mais investem em pesquisa no país – conhecidas coletivamente como U15 – a Escola Politécnica lidera em muitos aspectos: número de cátedras em pesquisa, total de bolsas de pesquisa e total de bolsas de pesquisa em parceria com a indústria. Além disso, é a quinta faculdade que mais publica artigos científicos no campo da tecnologia. Suas quarenta unidades de pesquisas recebem mais de 20% de todas as verbas e contratos para pesquisa em ciências aplicadas concedidas às universidades de Quebec.

Alunos e professores[editar | editar código-fonte]

Prédio principal, École Polytechnique de Montréal.

Em 2007 a instituição tinha 3 929 alunos de graduação e 1 615 alunos de pós-graduação.[5] No semestre do inverno de 2003 havia 5 713 alunos (3 997 de graduação e 1 716 de pós-graduação), sendo 1 198 mulheres e 4 515 homens. A comunidade acadêmica inclui ainda 220 professores e 150 pesquisadores. Cerca de 600 diplomas, 200 mestrados e 50 doutorados são entregues todos os anos.[6]

Ex-alunos notáveis da instituição incluem:

Vida acadêmica[editar | editar código-fonte]

Refeitório da Escola Politécnica de Montreal.

A faculdade é conhecida por sua vibrante vida estudantil, o que inclui o grupo de teatro Poly-Théâtre e o foto-clube (em francês) Poly-Photo. Há também outros grupos: Allo-Poly (humor), Poly-TV, Polyrad, etc. O jornal estudantil Le Polyscope foi fundado em 1967. É publicado semanalmente durante o ano letivo quebequense. É conhecido ao redor do campus da Universidade de Montreal por seu humor irreverente, suas palavras-cruzadas, sua seção de entretenimento e sua política de publicar tudo aquilo que os leitores pedem.

A Escola Politécnica também possui 15 sociedades extracurriculares. Essas organizações estudantis estimulam a produção de diversos projetos tecnológicos, tais como:

  • Archimède, submarino;
  • Avion Cargo, avião de carga controlado remotamente;
  • Canoe de béton, canoa feita de concreto;
  • Esteban, carro movido a energia solar;
  • Formule Électrique, carro elétrico de corrida;
  • Mini-Baja, buggy de dunas;
  • Polybroue, produção de cerveja;
  • Poly Games, desenvolvimento de videogames;
  • Polyproject, equipamentos eletrônicos de alta tecnologia;
  • Pont d'acier, ponte de aço de pequena escala;
  • Oronos, foguete de pequena escala;
  • PolyOrbite, satélite de pequena escala.

A Escola Politécnica é famosa em Montreal por sua festa de praia, organizada por uma delegação de estudantes conhecida como Poly-Party. O evento ocorre uma vez a cada dois anos durante o inverno (geralmente em janeiro). Os alunos constroem uma "praia artificial" completa no refeitório, que cobrem com areia e onde montam uma piscina.

No final do ano uma delegação de alunos conhecida como Poly-World viaja para algum outro país para experimentar as diferenças na prática da engenharia. Esta atividade extracurricular ajuda os alunos participantes a aprender sobre uma outra cultura, além de inserir-lhes nas práticas do mercado global da engenharia, oferecendo-lhes um diferencial competitivo no mercado de trabalho.

Referências[editar | editar código-fonte]

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

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