Espúrio Náucio Rutilo (cônsul em 411 a.C.)

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 Nota: Para o cônsul em 476 e 458 a.C., veja Caio Náucio Rutilo. Para outros significados, veja Espúrio Náucio Rutilo.
Espúrio Náucio Rutilo
Cônsul da República Romana
Consulado 419 a.C. (trib.)
416 a.C. (trib.)
411 a.C.
404 a.C. (trib.)

Espúrio Náucio Rutilo (em latim: Spurius Nautius Rutilus) ou Caio Náucio Rutilo (em latim: Gaius Nautius Rutilus)[a] foi um político da gente Náucia nos primeiros anos da República Romana eleito cônsul em 411 a.C. com Marco Papírio Atratino. Foi também eleito tribuno consular por três vezes, em 419, 416 e 404 a.C.. Era neto de Espúrio Náucio Rutilo, cônsul em 488 a.C., e Espúrio Náucio Rutilo, tribuno consular em 424 a.C., era provavelmente seu irmão.[2]

Primeiro tribunato (419 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 419 a.C., Espúrio Náucio foi eleito tribuno consular com Agripa Menênio Lanato e Públio Lucrécio Tricipitino.[3] Possivelmente também Caio Servílio Áxila.[4]

Em Roma, uma perigosa revolta de escravos foi evitada graças a dois delatores, recompensados com 10 000 asses cada um.[5]

Mas Júpiter estragou estes planos malignos e, graças à delação de dois participantes do complô, os culpados foram presos e punidos. Os informantes foram recompensados com 10 000 asses pagos pelo erário estatal — uma soma atualmente considerada uma verdadeira fortuna — e lhes foi conferida a liberdade.
Lívio

 "Ab Urbe Condita libri" IV, 4, 45[5]

Na política externa, Lívio relata apenas a habitual movimentação hostil dos équos e o estranho comportamento da cidade de Labico.[5]

Mas, como a delegação enviada a Labico retornou com respostas ambíguas, das quais se intuía que não estavam se preparando para a guerra, mas também que a paz não duraria muito, os romanos encarregaram aos tuscolanos a tarefa de garantir que Labico não se tornaria uma nova ameaça de guerra.
Lívio

 "Ab Urbe Condita libri" IV, 4, 45[5]

Segundo tribunato (416 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 416 a.C., foi eleito novamente, desta vez com Quinto Fábio Vibulano Ambusto, Aulo Semprônio Atratino e Marco Papírio Mugilano.[6]

O ano, como o anterior, foi caracterizado por relatos de tranquilidade no cenário externo e de tensões crescentes no interno, principalmente por causa da questão agrária defendida pelos tribunos da plebe.

Consulado (411 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Espúrio Náucio foi eleito cônsul em 411 a.C. com Marco Papírio Atratino,[7] num ano que Roma sofria com uma epidemia (e a fome resultante) iniciada no ano anterior, que os cônsules tentaram remediar importando cereais da Sicília e das cidades etruscas do vale do Tibre.

Terceiro tribunato (404 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Foi eleito uma última vez, a quarta, em 404 a.C., com Cneu Cornélio Cosso, Mânio Sérgio Fidenato, Cesão Fábio Ambusto, Públio Cornélio Maluginense e Caio Valério Potito Voluso.[8]

Roma, enquanto continuava o cerco a Veios iniciado no anterior, voltou suas atenções aos volscos, que foram derrotados numa batalha campal entre Ferentino e Ecetra. Os romanos conseguiram conquistar a cidade volsca de Artena, graças principalmente à traição de um escravo, que indicou aos soldados uma passagem que levava diretamente à fortaleza e a partir da qual puderam atacar os defensores.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Quinto Fábio Vibulano II

com Caio Fúrio Pácilo

Espúrio Náucio Rutilo
411 a.C.

com Marco Papírio Atratino

Sucedido por:
Mânio Emílio Mamercino

com Caio Valério Potito Voluso

Tribuno consular da República Romana
Precedido por:
Lúcio Quíncio Cincinato

com Marco Mânlio Vulsão
com Lúcio Fúrio Medulino
com Aulo Semprônio Atratino

Agripa Menênio Lanato
419 a.C.

com Espúrio Náucio Rutilo
com Públio Lucrécio Tricipitino
com Caio Servílio Áxila I?

Sucedido por:
Lúcio Sérgio Fidenato III

com Marco Papírio Mugilano
com Caio Servílio Áxila I (II)?

Precedido por:
Agripa Menênio Lanato

com Caio Servílio Áxila II (III)?
com Públio Lucrécio Tricipitino
com Espúrio Vetúrio Crasso Cicurino

Quinto Fábio Vibulano Ambusto
416 a.C.

com Aulo Semprônio Atratino III
com Espúrio Náucio Rutilo II
com Marco Papírio Mugilano II

Sucedido por:
Públio Cornélio Cosso

com Numério Fábio Vibulano
com Caio Valério Potito Voluso
com Quinto Quíncio Cincinato

Precedido por:
Tito Quíncio Capitolino Barbato

com Aulo Mânlio Vulsão Capitolino
com Quinto Quíncio Cincinato II
com Lúcio Fúrio Medulino II
com Caio Júlio Julo II
com Mânio Emílio Mamercino

Espúrio Náucio Rutilo III
404 a.C.

com Cneu Cornélio Cosso
com Mânio Sérgio Fidenato
com Cesão Fábio Ambusto
com Públio Cornélio Maluginense
com Caio Valério Potito Voluso III

Sucedido por:
Mânio Emílio Mamercino II

com Marco Quintílio Varo
com Lúcio Valério Potito III
com Lúcio Júlio Julo
com Ápio Cláudio Crasso Inregilense Sabino
com Marco Fúrio Fuso


Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Lívio e Cassiodoro lhe atribuem o praenomen "Gaius" para o ano de seu consulado (411 a.C.), ao contrário de Diodoro Sículo, que o chama de "Espúrio".[1]

Referências

  1. Broughton 1951, p. 77.
  2. Broughton 1951, p. 68.
  3. Lívio, "Ab Urbe Condita libri" IV, 4, 44.
  4. Broughton 1951, p. 72-70.
  5. a b c d Lívio, "Ab Urbe Condita libri" IV,4, 45.
  6. Lívio, "Ab Urbe Condita libri" IV, 4, 48.
  7. Lívio, "Ab Urbe Condita libri" IV, 2, 52
  8. a b Lívio|"Ab Urbe Condita libri" IV, 4, 61.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • T. Robert S., Broughton (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas