Pedro Alexandre: diferenças entre revisões

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== História ==
== História ==
A área onde hoje está erguida Pedro Alexandre integrava a sesmaria da [[Casa Torre de Garcia d"Ávila]] e teve seu povoamento iniciado no século XVIII por colonos [[portugueses]] que ali se estabeleceram, desenvolvendo a criação de [[gado]]. A fertilidade das terras atraiu novas famílias formando o arraial de Pedro Alexandre. Município criado com o território do distrito de Voturana (atual Pedro Alexandre) e parte do território do distrito de [[Jeremoabo]], desmembrados do município de Jeremoabo por Lei Estadual de 28/07/1962. A sede, criada distrito com a denominação de Serra Negra, em 1927, topônimo alterado para Voturana em 1943 e finalmente Pedro Alexandre, quando elevada a condição de cidade, por ocasião da criação do município.<ref name=":0" />
O município ganhou este nome em homenagem a um de seus principais personagens. Órfão, Pedro Alexandre veio tentar vida na [[Bahia]], onde teve grande participação no desenvolvimento de Serra Negra e implantou a cultura do algodão juntamente com forças políticas implantou um centro de aprimoramento e distribuição do algodão, chamado de '''Vaporzinho''', desenvolvendo a renda do produtor rural e o crescimento do município. O município já teve outros nomes: '''Lagoa da Caiçara''' e '''[[Serra Negra]]''', a mesma cordilheira que identifica a cidade, entre os estados de [[Bahia]] e [[Sergipe]].


== Geologia ==
== Geologia ==
A geologia do município é representada pelo complexo Marancó esoproterozóico, pelo grupo Macururé e granitóides cedo a tardi-tectônicos englobados nas suítes Peraluminosas [[Serra Negra]] e [[Carira]], e Calcialcalina Conceição (Neoproterozóico). pelas formações Juá, Tacaratu e [[Santa Brígida (Bahia)|Santa Brígida]] (Paleozóico), e pelas formações superficiais (Cenozóico).
A geologia do município é representada pelo complexo Marancó esoproterozóico, pelo grupo Macururé e granitóides cedo a tardi-tectônicos englobados nas suítes Peraluminosas [[Serra Negra]] e [[Carira]], e Calcialcalina Conceição (Neoproterozóico). pelas formações Juá, Tacaratu e [[Santa Brígida (Bahia)|Santa Brígida]] (Paleozóico), e pelas formações superficiais (Cenozóico).


Na porção '''centro-norte''' do município, predominam rochas [[Xisto|xistos]], [[Filito|filitos]], [[metavulcanicas]], [[metarritmitos]], [[quartzitos]], formações ferríferas, [[metarenitos]], [[metassiltitos]] e [[anfibolitos]] do '''''Complexo Marancó''''', associados a [[granitóides]] cedo a sin-orogênicos da suíte Peraluminosa [[Serra Negra]] ([[biotita]], [[Moscovita|muscovita]] e/ou granada augenortognaisses granodioríticos / monzoníticos / quartzomonzoníticos, protomiloníticos a miloníticos), e a sedimentos das formações [[Tacaratu]] ([[Arenito|arenitos]] com intercalações de conglomerados) e [[Santa Brígida (Bahia)|Santa Brígida]] (arenitos com lentes conglomeráticas e arenito com níveis de folhelhos, siltitos e dolomitos betuminoso). Ao '''sul''' afloram [[Xisto|xistos]], [[Metagrauvaca|metagrauvacas]], [[metarenitos]], metassiltitos e metarritmitos do grupo Macururé, associados a corpos plutônicos sin a tardi-orogênico da suíte Calcialcalina Conceição (anfibólio-biotita tonalito / granodiorito, com epidoto magmático e fases subordinadas de diorito egabro) e a [[Litótipo|litótipos]] da suíte peraluminosa [[Carira]] (biotita e/ou muscovita leucogranitos / granodioritos). No '''extremo oeste''', ocorrem faixas restritas de [[Conglomerado|conglomerados]] e [[grauvacas]] da formação Juá.
Na porção '''centro-norte''' do município, predominam rochas [[Xisto|xistos]], [[Filito|filitos]], [[metavulcanicas]], [[metarritmitos]], [[quartzitos]], formações ferríferas, [[metarenitos]], [[metassiltitos]] e [[anfibolitos]] do '''''Complexo Marancó''''', associados a [[granitóides]] cedo a sin-orogênicos da suíte Peraluminosa [[Serra Negra]] ([[biotita]], [[Moscovita|muscovita]] e/ou granada augenortognaisses granodioríticos / monzoníticos / quartzomonzoníticos, protomiloníticos a miloníticos), e a sedimentos das formações [[Tacaratu]] ([[Arenito|arenitos]] com intercalações de conglomerados) e [[Santa Brígida (Bahia)|Santa Brígida]] (arenitos com lentes conglomeráticas e arenito com níveis de folhelhos, siltitos e dolomitos betuminoso).
Ao '''sul''' afloram [[Xisto|xistos]], [[Metagrauvaca|metagrauvacas]], [[metarenitos]], metassiltitos e metarritmitos do grupo Macururé, associados a corpos plutônicos sin a tardi-orogênico da suíte Calcialcalina Conceição (anfibólio-biotita tonalito / granodiorito, com epidoto magmático e fases subordinadas de diorito egabro) e a [[Litótipo|litótipos]] da suíte peraluminosa [[Carira]] (biotita e/ou muscovita leucogranitos / granodioritos). No '''extremo oeste''', ocorrem faixas restritas de [[Conglomerado|conglomerados]] e [[grauvacas]] da formação Juá.


Depósitos colúvio-eluviais recentes, constituídos por sedimentos areno-argilosos, conglomeráticos, inconsolidados, são observados a sul do território. Solos dos tipos [[luvissolo]], [[neossolo]] e [[planossolo]] solódico distrófico sustentam a vegetação nativa caracterizada por [[caatinga]] arbórea densa e aberta sem palmeiras, contato caatinga - floresta estacional e caatinga arbórea aberta com palmeiras.
Depósitos colúvio-eluviais recentes, constituídos por sedimentos areno-argilosos, conglomeráticos, inconsolidados, são observados a sul do território. Solos dos tipos [[luvissolo]], [[neossolo]] e [[planossolo]] solódico distrófico sustentam a vegetação nativa caracterizada por [[caatinga]] arbórea densa e aberta sem palmeiras, contato caatinga - floresta estacional e caatinga arbórea aberta com palmeiras.
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O município possui terras que evidentemente foram habitadas por espécies primitivas que sucederam a era dos [[Dinossauros|dinossauros.]] Há evidências regionais da presença fóssil de [[Eremotherium|Eremotherium laurillardi]], uma espécie semelhante as atuais [[Folivora|preguiças]]. O [[Toxodon platensis]] semelhante ao atual [[Hippopotamidae|hipopótamo]], os [[Cuvieronius humboldtii]], [[stegomastodon platensis]] e os [[stegomastodon waringi]], estes semelhantes ao atual [[elefante]]. Sendo que, o [[stegomastodon waringi]] foi o domínio primitivo que predominou habitando nas terras do município.<ref>A Ocorrência de Fósseis da Megafauna do Pleistoceno Final em Coronel João Sá, Bahia, Brasil. Guarulhos (São Paulo): UnG - Universidade Guarulhos, Geociências (r), v. 6, n.1. DANTAS, Mário André Trindade; ZUCON, Maria Helena. 2007.</ref>
O município possui terras que evidentemente foram habitadas por espécies primitivas que sucederam a era dos [[Dinossauros|dinossauros.]] Há evidências regionais da presença fóssil de [[Eremotherium|Eremotherium laurillardi]], uma espécie semelhante as atuais [[Folivora|preguiças]]. O [[Toxodon platensis]] semelhante ao atual [[Hippopotamidae|hipopótamo]], os [[Cuvieronius humboldtii]], [[stegomastodon platensis]] e os [[stegomastodon waringi]], estes semelhantes ao atual [[elefante]]. Sendo que, o [[stegomastodon waringi]] foi o domínio primitivo que predominou habitando nas terras do município.<ref>A Ocorrência de Fósseis da Megafauna do Pleistoceno Final em Coronel João Sá, Bahia, Brasil. Guarulhos (São Paulo): UnG - Universidade Guarulhos, Geociências (r), v. 6, n.1. DANTAS, Mário André Trindade; ZUCON, Maria Helena. 2007.</ref>
[[Ficheiro:Registro Fóssil em Rocha.jpg|alt=Possivel gravura da pegada de um canídeo|thumb|366x366px|<ref>F<strong>ACEBOOK</strong>. '''''Pedro Alexandre -Bahia'''''. Disponıvel em: <nowiki>https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks</nowiki>. Acesso em: Janeiro de 2016.</ref>Registro fóssil em rocha sedimentar]]
[[Ficheiro:Registro Fóssil em Rocha.jpg|alt=Possivel gravura da pegada de um canídeo|thumb|366x366px|<ref name=":0">F<strong>ACEBOOK</strong>. '''''Pedro Alexandre -Bahia'''''. Disponıvel em: <nowiki>https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks</nowiki>. Acesso em: Janeiro de 2016.</ref>Registro fóssil em rocha sedimentar]]
Em 2014, foi encontrando um [[Fóssil|registro fóssil]] de uma espécie pertencente ao grupo dos [[canídeos]] gravado em uma [[rocha sedimentar]]. A rocha aparenta ser resultado de um processo de [[litificação]], onde a [[argila]] se transforma em rocha quando desidratada e submetido à compactação (normalmente pela pressão de camadas superiores).<ref>FACEBOOK. ''Pedro Alexandre - Bahia.'' Disponıvel em: <nowiki>https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks</nowiki>. Acesso em: Janeiro de 2016.</ref>
Em 2014, foi encontrando um [[Fóssil|registro fóssil]] de uma espécie pertencente ao grupo dos [[canídeos]] gravado em uma [[rocha sedimentar]]. A rocha aparenta ser resultado de um processo de [[litificação]], onde a [[argila]] se transforma em rocha quando desidratada e submetido à compactação (normalmente pela pressão de camadas superiores).<ref>FACEBOOK. ''Pedro Alexandre - Bahia.'' Disponıvel em: <nowiki>https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks</nowiki>. Acesso em: Janeiro de 2016.</ref>


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[[File:Registro Fóssil em Rocha.jpg|thumb|Registro fóssil encontrado no município de Pedro Alexandre]]
[[File:Registro Fóssil em Rocha.jpg|thumb|Registro fóssil encontrado no município de Pedro Alexandre]]
</gallery>Serra Negra é uma pequena cordilheira que atravessa a fronteira dos estados brasileiros de Sergipe e Bahia formando o ''Complexo da Serra Negra''. No Complexo da Serra Negra, localiza-se a Serra da Guia caracterizada como um importante e pequeno relicto de brejo de altitude, um pico situado no território que pertence ao município de Poço Redondo, sendo o ponto mais alto do estado de Sergipe.
</gallery>[[Serra Negra]] é uma pequena cordilheira que atravessa a fronteira dos estados brasileiros de [[Sergipe]] e [[Bahia]] formando o ''Complexo da Serra Negra''. No Complexo da Serra Negra, localiza-se a '''Serra da Guia''' caracterizada como um importante e pequeno relicto de brejo de altitude, um pico situado no território que pertence ao município de [[Poço Redondo]], sendo o ponto mais alto do estado de Sergipe.

A área da Serra Negra possui 750 metros de altura, 24 km de extensão e engloba aproximadamente 5000 ha onde predomina a vegetação do [[Caatinga|bioma Caatinga]] dividindo espaço com o [[Mata Atlântica|bioma Mata Atlântica]] que esta preservado no topo da Serra. O topo da Serra da Guia apresenta um pequeno remanescente denso, com cerca de 20 ha de área.


A área da Serra Negra possui 750 metros de altura, 24 km de extensão e engloba aproximadamente 5000 ha onde predomina a vegetação do bioma Caatinga dividindo espaço com o bioma Mata Atlântica que esta preservado no topo da Serra. O topo da Serra da Guia apresenta um pequeno remanescente denso, com cerca de 20 ha de área. A formação arbórea constitui um dossel fechado por árvores cujo porte médio aproxima-se de 15 m, não faltando, entretanto, elementos emergentes de maior porte. A fisionomia típica de floresta úmida é reforçada pela presença de inúmeras orquidáceas e bromeliáceas epífitas, além de lianas, liquens, fungos basidiomicetos, briófitas e pteridófitas. A Serra Negra concentra a maior variedade de orquídeas do estado de Sergipe. No Complexo da Serra Negra nasce o rio Sergipe com uma extensão de 210 km, atravessando Sergipe no sentido oeste/leste até desaguar no Oceano Atlântico.<ref>Souza, Marcelo Cardoso. ''As aves de oito localidades do estado de Sergipe.'' ISSN 1981-8874. Sergipe. Brasil. Acesso em: Janeiro de 2016.</ref>
A formação arbórea constitui um dossel fechado por árvores cujo porte médio aproxima-se de 15 m, não faltando, entretanto, elementos emergentes de maior porte. A fisionomia típica de floresta úmida é reforçada pela presença de inúmeras [[Orquídea|orquidáceas]] e [[Bromeliaceae|bromeliáceas epífitas]], além de [[Liana|lianas]], [[Líquen|liquens]], [[Basidiomycota|fungos basidiomicetos]], [[briófitas]] e [[Pteridophyta|pteridófitas]]. A Serra Negra concentra a maior variedade de orquídeas do estado de Sergipe. No Complexo da Serra Negra nasce o [[rio Sergipe]] com uma extensão de 210 km, atravessando [[Sergipe]] no sentido oeste/leste até desaguar no [[Oceano Atlântico]].<ref>Souza, Marcelo Cardoso. ''As aves de oito localidades do estado de Sergipe.'' ISSN 1981-8874. Sergipe. Brasil. Acesso em: Janeiro de 2016.</ref>


== Hidrografia ==
== Hidrografia ==
O município é cortado por riachos, que apresentam nascente ao pé da serra, e desaguam em rios como o [[Rio Vaza-Barris|vaza-barris]]. São os principais rios de Pedro Alexandre: o '''rio do peixe''', o '''rio do sal''', e o '''rio da areia''', que são os afluentes, e riachos principais da localidade. Baseado no relevo, que é formados por montanhas e baixas, com fácil drenajem e escoamento das águas da chuva, o município apresenta 37 represas de auto-porte, porém de águas salobras, mas que no entanto, no tempo da seca, servem para o consumo do gado e para pesca.
O município é cortado por riachos, que apresentam nascente ao pé da serra, e desaguam em rios como o [[Rio Vaza-Barris|vaza-barris]]. Os rio do peixe, rio do sal, rio da areia, rio da agaratuba e o rio das caraibeiras são os [[Afluente|afluentes]] principais da localidade. Baseado no relevo, que é formados por montanhas e baixas, com fácil drenajem e escoamento das águas da chuva, o município apresenta 37 [[Barragem|represas]] de auto-porte, porém de [[Água salobra|águas salobras]], mas que no entanto, no tempo da seca, servem para o consumo do gado e para pesca.


== Impacto cultural ==
== Impacto cultural ==
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# A [[Serra Negra]] possui um enorme trecho de [[Mata Atlântica]] preservado em meio à [[caatinga]] no [[semi-árido]] brasileiro.
# A [[Serra Negra]] possui um enorme trecho de [[Mata Atlântica]] preservado em meio à [[caatinga]] no [[semi-árido]] brasileiro.
# O [[Rio Sergipe]] nasce na [[Serra Negra]], no povoado Ponta da Serra, precisamente nas fazendas Sombrio e Santa Maria.
# O [[Rio Sergipe]] nasce na [[Serra Negra]], no povoado Ponta da Serra, precisamente nas fazendas Sombrio e Santa Maria.
# [[Serra Negra]] segundo o biólogo '''Marcelo Cardoso''', concentra a maior quantidade de [[Orquídea|orquídeas]] do [[Sergipe|Estado de Sergipe]]
# [[Serra Negra]] segundo o biólogo '''Marcelo Cardoso''', concentra a maior quantidade de [[Orquídea|orquídeas]] do [[Sergipe|Estado de Sergipe.]]
# A região onde Pedro Alexandre esta erguida integrava a sesmaria da [[Casa Torre de Garcia d"Ávila]].


=== Acidente aéreo de 1981 ===
=== Acidente aéreo de 1981 ===
Em 30 de [[dezembro]] de [[1981]] o avião [[Cessna 310]], prefixo '''PP-CZO''', pertencente à [[Abaete Taxi Aéreo Ltda]]. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb - Banco do estado da Bahia]]. Os engenheiros que vistoriavam obras do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb]] no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em [[Aracaju]]. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a [[Itabaiana (Sergipe)|Serra de Itabaiana]] em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião.<blockquote>''"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se a Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde".'' Gazeta de Sergipe, 1981.</blockquote>Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião continuou rumar em direção à serra e quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que não eram apenas nuvens que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo. Ainda de acordo com informações do departamento de proteção ao Vôo do [[Aeroporto de Santa Maria|Aeroporto Santa Maria]], o piloto do avião havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em Aracaju. <ref>Santos, Robério. '''Acidente aéreo em Itabaiana mata quatro''', 11° Edição, Jornal OMNIA, Sergipe, Brasil, 2011</ref>
Em 30 de [[dezembro]] de [[1981]] o avião [[Cessna 310]], prefixo '''PP-CZO''', pertencente à [[Abaete Taxi Aéreo Ltda]]. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb - Banco do estado da Bahia]]. Os engenheiros que vistoriavam obras do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb]] no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em [[Aracaju]]. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a [[Itabaiana (Sergipe)|Serra de Itabaiana]] em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião.<blockquote>''"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se a Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde".'' Gazeta de Sergipe, 1981.</blockquote>Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião continuou rumar em direção à serra e quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que <u>não eram apenas nuvens</u> que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo. Ainda de acordo com informações do departamento de proteção ao Vôo do [[Aeroporto de Santa Maria|Aeroporto Santa Maria]], o piloto do avião havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em [[Aracaju]]. <ref>Santos, Robério. '''Acidente aéreo em Itabaiana mata quatro''', 11° Edição, Jornal OMNIA, Sergipe, Brasil, 2011</ref>


== Povoados ==
== Povoados ==

Revisão das 23h45min de 26 de janeiro de 2016

Pedro Alexandre
  Município do Brasil  
Ficheiro:Pedro Alexandre 2016.jpg
Símbolos
Bandeira de Pedro Alexandre
Bandeira
Brasão de armas de Pedro Alexandre
Brasão de armas
Hino
Lema Paz e desenvolvimento
Gentílico pedro-alexandrino
Localização
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Pedro Alexandre está localizado em: Brasil
Pedro Alexandre
Localização de Pedro Alexandre no Brasil
Mapa
Mapa de Pedro Alexandre
Coordenadas 10° 0' 50" S 37° 53' 38" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Coronel João Sá, Santa Brígida e Jeremoabo em território baiano. Poço Redondo, Carira, Nossa Senhora da Glória, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Canindé de São Francisco em território sergipano
Distância até a capital 355 km
História
Fundação 28 de julho de 1962
Administração
Prefeito(a) Salorylton de Oliveira (PP, 2009 – 2012)
Características geográficas
Área total [1] 1 110,078 km²
População total (IBGE/2013[2]) 20 245 hab.
Densidade 18,2 hab./km²
Clima semi-árido
Altitude 356 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [3]) 0,513 baixo
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 40 642,131 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 2 303,58

Pedro Alexandre ou Serra Negra é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 10º00'49" sul e a uma longitude 37º53'39" oeste, estando a uma altitude de 356 metros. Sua população estimada em 2010 era de 20.245 habitantes. Possui uma área de 1146,32 km².

História

A área onde hoje está erguida Pedro Alexandre integrava a sesmaria da Casa Torre de Garcia d"Ávila e teve seu povoamento iniciado no século XVIII por colonos portugueses que ali se estabeleceram, desenvolvendo a criação de gado. A fertilidade das terras atraiu novas famílias formando o arraial de Pedro Alexandre. Município criado com o território do distrito de Voturana (atual Pedro Alexandre) e parte do território do distrito de Jeremoabo, desmembrados do município de Jeremoabo por Lei Estadual de 28/07/1962. A sede, criada distrito com a denominação de Serra Negra, em 1927, topônimo alterado para Voturana em 1943 e finalmente Pedro Alexandre, quando elevada a condição de cidade, por ocasião da criação do município.[5]

Geologia

A geologia do município é representada pelo complexo Marancó esoproterozóico, pelo grupo Macururé e granitóides cedo a tardi-tectônicos englobados nas suítes Peraluminosas Serra Negra e Carira, e Calcialcalina Conceição (Neoproterozóico). pelas formações Juá, Tacaratu e Santa Brígida (Paleozóico), e pelas formações superficiais (Cenozóico).

Na porção centro-norte do município, predominam rochas xistos, filitos, metavulcanicas, metarritmitos, quartzitos, formações ferríferas, metarenitos, metassiltitos e anfibolitos do Complexo Marancó, associados a granitóides cedo a sin-orogênicos da suíte Peraluminosa Serra Negra (biotita, muscovita e/ou granada augenortognaisses granodioríticos / monzoníticos / quartzomonzoníticos, protomiloníticos a miloníticos), e a sedimentos das formações Tacaratu (arenitos com intercalações de conglomerados) e Santa Brígida (arenitos com lentes conglomeráticas e arenito com níveis de folhelhos, siltitos e dolomitos betuminoso).

Ao sul afloram xistos, metagrauvacas, metarenitos, metassiltitos e metarritmitos do grupo Macururé, associados a corpos plutônicos sin a tardi-orogênico da suíte Calcialcalina Conceição (anfibólio-biotita tonalito / granodiorito, com epidoto magmático e fases subordinadas de diorito egabro) e a litótipos da suíte peraluminosa Carira (biotita e/ou muscovita leucogranitos / granodioritos). No extremo oeste, ocorrem faixas restritas de conglomerados e grauvacas da formação Juá.

Depósitos colúvio-eluviais recentes, constituídos por sedimentos areno-argilosos, conglomeráticos, inconsolidados, são observados a sul do território. Solos dos tipos luvissolo, neossolo e planossolo solódico distrófico sustentam a vegetação nativa caracterizada por caatinga arbórea densa e aberta sem palmeiras, contato caatinga - floresta estacional e caatinga arbórea aberta com palmeiras.

Registros fósseis

Há a ocorrência de fósseis em cacimbas nos municípios de Monte Alegre de Sergipe, Poço Redondo e em regiões que circundam o Complexo da Serra Negra. Fósseis de mamíferos gigantes como preguiças e tatus gigantes, mastodontes, toxodontes, lhamas gigantes e o tigre-de-dentes-de-sabre. São espécies encontradas no interior do município de Poço redondo, graças à pesquisa paleontológica do bolsista de Desenvolvimento Científico Regional CNPq/Fapitec, Mário Dantas, do Laboratório de Paleontologia, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

A descoberta desses fósseis ocorre na época da seca, quando a população que mora próximo aos tanques - antigas lagoas, também chamadas de cacimbas, pia de pedra, cavam para retirar o sedimento para poder guardar mais água na época da chuva. Geralmente não são encontrados os esqueletos completos e articulados. Nos últimos anos os pesquisadores tem se esforçado em realizar datações de alguns dos fósseis encontrados nessa região. Já foram realizadas dezoito datações, em fragmentos de ossos e dentes, e os resultados encontrados até o momento indicam a ocorrência desta fauna entre 11 à 50 mil anos. [6]

O município possui terras que evidentemente foram habitadas por espécies primitivas que sucederam a era dos dinossauros. Há evidências regionais da presença fóssil de Eremotherium laurillardi, uma espécie semelhante as atuais preguiças. O Toxodon platensis semelhante ao atual hipopótamo, os Cuvieronius humboldtii, stegomastodon platensis e os stegomastodon waringi, estes semelhantes ao atual elefante. Sendo que, o stegomastodon waringi foi o domínio primitivo que predominou habitando nas terras do município.[7]

Possivel gravura da pegada de um canídeo
[5]Registro fóssil em rocha sedimentar

Em 2014, foi encontrando um registro fóssil de uma espécie pertencente ao grupo dos canídeos gravado em uma rocha sedimentar. A rocha aparenta ser resultado de um processo de litificação, onde a argila se transforma em rocha quando desidratada e submetido à compactação (normalmente pela pressão de camadas superiores).[8]

Serra Negra

Serra Negra é uma pequena cordilheira que atravessa a fronteira dos estados brasileiros de Sergipe e Bahia formando o Complexo da Serra Negra. No Complexo da Serra Negra, localiza-se a Serra da Guia caracterizada como um importante e pequeno relicto de brejo de altitude, um pico situado no território que pertence ao município de Poço Redondo, sendo o ponto mais alto do estado de Sergipe.

A área da Serra Negra possui 750 metros de altura, 24 km de extensão e engloba aproximadamente 5000 ha onde predomina a vegetação do bioma Caatinga dividindo espaço com o bioma Mata Atlântica que esta preservado no topo da Serra. O topo da Serra da Guia apresenta um pequeno remanescente denso, com cerca de 20 ha de área.

A formação arbórea constitui um dossel fechado por árvores cujo porte médio aproxima-se de 15 m, não faltando, entretanto, elementos emergentes de maior porte. A fisionomia típica de floresta úmida é reforçada pela presença de inúmeras orquidáceas e bromeliáceas epífitas, além de lianas, liquens, fungos basidiomicetos, briófitas e pteridófitas. A Serra Negra concentra a maior variedade de orquídeas do estado de Sergipe. No Complexo da Serra Negra nasce o rio Sergipe com uma extensão de 210 km, atravessando Sergipe no sentido oeste/leste até desaguar no Oceano Atlântico.[9]

Hidrografia

O município é cortado por riachos, que apresentam nascente ao pé da serra, e desaguam em rios como o vaza-barris. Os rio do peixe, rio do sal, rio da areia, rio da agaratuba e o rio das caraibeiras são os afluentes principais da localidade. Baseado no relevo, que é formados por montanhas e baixas, com fácil drenajem e escoamento das águas da chuva, o município apresenta 37 represas de auto-porte, porém de águas salobras, mas que no entanto, no tempo da seca, servem para o consumo do gado e para pesca.

Impacto cultural

Personagens ligados ao município

O município conta com personagens populares de reconhecimento em nível estadual e nacional. Entre eles:

Ligações externas

  1. Na Serra Negra encontra-se um pico no município de Poço Redondo que é o ponto mais alto do Estado de Sergipe.
  2. O rio das caraibeiras (Povoado Deserto) é um dos principais e maiores afluentes que desaguam no rio Vaza-Barris.
  3. Pedro Alexandre até 2007 foi o município de maior índice de analfabetismo do Brasil seguido de Coronel João Sá.
  4. A Serra Negra possui um enorme trecho de Mata Atlântica preservado em meio à caatinga no semi-árido brasileiro.
  5. O Rio Sergipe nasce na Serra Negra, no povoado Ponta da Serra, precisamente nas fazendas Sombrio e Santa Maria.
  6. Serra Negra segundo o biólogo Marcelo Cardoso, concentra a maior quantidade de orquídeas do Estado de Sergipe.
  7. A região onde Pedro Alexandre esta erguida integrava a sesmaria da Casa Torre de Garcia d"Ávila.

Acidente aéreo de 1981

Em 30 de dezembro de 1981 o avião Cessna 310, prefixo PP-CZO, pertencente à Abaete Taxi Aéreo Ltda. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do Baneb - Banco do estado da Bahia. Os engenheiros que vistoriavam obras do Baneb no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em Aracaju. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a Serra de Itabaiana em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião.

"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se a Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde". Gazeta de Sergipe, 1981.

Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião continuou rumar em direção à serra e quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que não eram apenas nuvens que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo. Ainda de acordo com informações do departamento de proteção ao Vôo do Aeroporto Santa Maria, o piloto do avião havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em Aracaju. [11]

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Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2013. Consultado em 11 de setembro de 2013 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 16 de outubro de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  5. a b FACEBOOK. Pedro Alexandre -Bahia. Disponıvel em: https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks. Acesso em: Janeiro de 2016.
  6. Fósseis encontrados no sertão. Correio Sergipe D'el Rey. 3º Edição. Page 77. SkyscraperCity. 2013. Visitado em 10 de Janeiro de 2016.
  7. A Ocorrência de Fósseis da Megafauna do Pleistoceno Final em Coronel João Sá, Bahia, Brasil. Guarulhos (São Paulo): UnG - Universidade Guarulhos, Geociências (r), v. 6, n.1. DANTAS, Mário André Trindade; ZUCON, Maria Helena. 2007.
  8. FACEBOOK. Pedro Alexandre - Bahia. Disponıvel em: https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks. Acesso em: Janeiro de 2016.
  9. Souza, Marcelo Cardoso. As aves de oito localidades do estado de Sergipe. ISSN 1981-8874. Sergipe. Brasil. Acesso em: Janeiro de 2016.
  10. Portal do cangaço de Serrinha. Cangaceiro Tempestade. Disponıvel em: portaldocangaco.blogspot.com.br/2011/01/cangaceiro-tempestade-militante-do_29.html. Acesso em: Janeiro de 2016.
  11. Santos, Robério. Acidente aéreo em Itabaiana mata quatro, 11° Edição, Jornal OMNIA, Sergipe, Brasil, 2011

Predefinição:Mesorregião do Nordeste Baiano

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