Pedro Alexandre: diferenças entre revisões

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Cangaço em Serra Negra
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→‎Coronéis e Cangaceiros: Batalha de Maranduba
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Em 30 de [[dezembro]] de [[1981]] o avião [[Cessna 310]], prefixo '''PP-CZO''', pertencente à [[Abaete Taxi Aéreo Ltda]]. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb - Banco do estado da Bahia]]. Os engenheiros que vistoriavam obras do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb]] no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em [[Aracaju]]. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a [[Itabaiana (Sergipe)|Serra de Itabaiana]] em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião.<blockquote>''"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se à Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde".'' '''Gazeta de Sergipe, 1981'''.</blockquote>Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião continuou rumar em direção à serra e quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que <u>não eram apenas nuvens</u> que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo. Ainda de acordo com informações do departamento de proteção ao Voo do [[Aeroporto de Santa Maria|Aeroporto Santa Maria]], o piloto do avião havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em [[Aracaju]].<ref name=":7">Santos, Robério. '''Acidente aéreo em Itabaiana mata quatro''', 11° Edição, Jornal OMNIA, Sergipe, Brasil, 2011</ref>
Em 30 de [[dezembro]] de [[1981]] o avião [[Cessna 310]], prefixo '''PP-CZO''', pertencente à [[Abaete Taxi Aéreo Ltda]]. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb - Banco do estado da Bahia]]. Os engenheiros que vistoriavam obras do [[Banco do Estado da Bahia|Baneb]] no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em [[Aracaju]]. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a [[Itabaiana (Sergipe)|Serra de Itabaiana]] em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião.<blockquote>''"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se à Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde".'' '''Gazeta de Sergipe, 1981'''.</blockquote>Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião continuou rumar em direção à serra e quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que <u>não eram apenas nuvens</u> que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo. Ainda de acordo com informações do departamento de proteção ao Voo do [[Aeroporto de Santa Maria|Aeroporto Santa Maria]], o piloto do avião havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em [[Aracaju]].<ref name=":7">Santos, Robério. '''Acidente aéreo em Itabaiana mata quatro''', 11° Edição, Jornal OMNIA, Sergipe, Brasil, 2011</ref>


== Coronéis e Cangaceiros ==
=== Coronéis e Cangaceiros ===
Segundo informações extraídas do '''''Seminário Carirí do Cangaço''''' em [[Piranhas]] - Alagoas, desde os testemunhos orais aos relatos dos historiadores, firmou-se o entendimento de que [[Lampião]] sempre gostou de bandear para o sertão sergipano. A verdade é que o Capitão se sentia bem na proximidade de amigos como o '''Coronel João Maria de Carvalho''' (da '''Serra Negra''', município baiano vizinho a Poço Redondo) e Teotônio Alves China, o China do Poço. Certamente não acoitava aos pés dos serrotes baianos por causa de Zé Rufino e seu quartel-general também na Serra Negra. Então permanecia nas terras de Poço Redondo.<ref name=":11">Rangel Alves da Costa, Poço Redondo o Verdadeiro Museu do Cangaço, Seminário Carirí Cangaço, 2015.</ref> A história da morte do cangaceiro Antônio Ferreira faz referência da presença de lampião na Serra Negra:<blockquote>Em janeiro de '''1927''', os cangaceiros Antônio Ferreira, Jurema e mais outros estavam jogando baralho na fazenda Poço do Ferro, quando um dos indivíduos tentou levantar da rede apoiando a coronha da espingarda no chão, a arma acidentalmente disparou atingindo matando o cangaceiro Antônio. <u>Lampião estava na Serra Negra</u> e quando foi avisado correu pra saber da verdadeira história. O cangaceiro Jararaca queria matar os cangaceiros que estavam no lugar, Lampião não aceitou e por isso discutiram, por fim Jararaca deixou a companhia de Lampião e seguiu outro rumo.<ref name=":11" /></blockquote>
Segundo informações extraídas do '''''Seminário Carirí do Cangaço''''' em [[Piranhas]] - Alagoas, desde os testemunhos orais aos relatos dos historiadores, firmou-se o entendimento de que [[Lampião]] sempre gostou de bandear para o sertão sergipano. A verdade é que o Capitão se sentia bem na proximidade de amigos como o '''Coronel João Maria de Carvalho''' (da '''Serra Negra''', município baiano vizinho a Poço Redondo) e Teotônio Alves China, o China do Poço. Certamente não acoitava aos pés dos serrotes baianos por causa de Zé Rufino e seu quartel-general também na Serra Negra. Então permanecia nas terras de Poço Redondo.<ref name=":11">Rangel Alves da Costa, Poço Redondo o Verdadeiro Museu do Cangaço, Seminário Carirí Cangaço, 2015.</ref> A história da morte do cangaceiro Antônio Ferreira faz referência da presença de lampião na Serra Negra:<blockquote>Em janeiro de '''1927''', os cangaceiros Antônio Ferreira, Jurema e mais outros estavam jogando baralho na fazenda Poço do Ferro, quando um dos indivíduos tentou levantar da rede apoiando a coronha da espingarda no chão, a arma acidentalmente disparou atingindo matando o cangaceiro Antônio. <u>Lampião estava na Serra Negra</u> e quando foi avisado correu pra saber da verdadeira história. O cangaceiro Jararaca queria matar os cangaceiros que estavam no lugar, Lampião não aceitou e por isso discutiram, por fim Jararaca deixou a companhia de Lampião e seguiu outro rumo.<ref name=":11" /></blockquote>
[[Ficheiro:Serra Negra - Aos ventos que virão.png|miniaturadaimagem|372x372px|Imagem do filme '''Aos ventos que virão''']]
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De sua Serra Negra, João Maria enviava ordens, dava instruções, recebia missivas de governantes. Servindo como também um conselheiro, não era raro que as decisões políticas importantes somente fossem tomadas após o seu parecer ou aval. Protegeu desde Lampião ao desvalido ex-cangaceiro Cajazeira perseguido pela polícia. Em outra ocasião, Lampião buscou refúgio e proteção na Serra Negra: Após o trágico episódio de [[Canindé de São Francisco|Canindé]], quando o cangaceiro Zé Baiano deixou os rostos de três mocinhas marcados com <u>ferro em brasa</u>, Lampião foi buscar sossego numa propriedade de suas propriedades. Diante da repercussão do fato, sabia que a polícia logo estaria no seu encalço e também que não havia lugar melhor para se acoitar senão sob os auspícios do poderoso baiano. E também porque sabia que um dos comandantes da perseguição seria justamente '''Liberato de Carvalho''', irmão de João Maria seu protetor.<ref name=":10" /> Segundo Costa (2008) relata em sua obra '''''O Sertão de Lampião''''', os perseguidos pela polícia e entidades da justiça como Leandro Maciel, não pensavam duas vezes senão correr para a proteção do coronel.
De sua Serra Negra, João Maria enviava ordens, dava instruções, recebia missivas de governantes. Servindo como também um conselheiro, não era raro que as decisões políticas importantes somente fossem tomadas após o seu parecer ou aval. Protegeu desde Lampião ao desvalido ex-cangaceiro Cajazeira perseguido pela polícia. Em outra ocasião, Lampião buscou refúgio e proteção na Serra Negra: Após o trágico episódio de [[Canindé de São Francisco|Canindé]], quando o cangaceiro Zé Baiano deixou os rostos de três mocinhas marcados com <u>ferro em brasa</u>, Lampião foi buscar sossego numa propriedade de suas propriedades. Diante da repercussão do fato, sabia que a polícia logo estaria no seu encalço e também que não havia lugar melhor para se acoitar senão sob os auspícios do poderoso baiano. E também porque sabia que um dos comandantes da perseguição seria justamente '''Liberato de Carvalho''', irmão de João Maria seu protetor.<ref name=":10" /> Segundo Costa (2008) relata em sua obra '''''O Sertão de Lampião''''', os perseguidos pela polícia e entidades da justiça como Leandro Maciel, não pensavam duas vezes senão correr para a proteção do coronel.

=== Combate de Maranduba ===
Em princípios de janeiro de '''1932''', houve uma grande batalha da '''Fazenda Maranduba''' em Pedro Alexandre, fazenda de Propiedade do Coronel João Maria. Nesta batalha, Lampião e seus cangaceiros foram vitoriosos ao derrotar uma numerosa força militar, integrada por famosos combatentes contra o cangaço. Sobrando vivos somente Auréliano de Souza Nogueira e Seu Irmão Hercilio de Souza Nogueira, no combate também morreu um terceiro irmão dos Nogueiras com Apenas 16 anos de idade. Na opinião de um destacado militar, o Tenente Manoel Neto, da [[força pernambucana]], em Maranduba “ele nunca tinha visto tanta bala como viu ali”. A intensidade do tiroteio travado entre Lampião e o seu bando e as forças militares foi de tal intensidade que um contemporâneo dos acontecimentos registrou o fato de que<ref>Souza, Jovenildo Pinheiro de. Sertão Sangrento: Luta e Resistência, Pernambuco, Nação Cultural, 2012
</ref>: <blockquote>''“uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em queaconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas”.''</blockquote>
[[Ficheiro:Liberato de Carvalho.jpg|miniaturadaimagem|343x343px|Liberato de Carvalho durante a Batalha de Maranduba]]
Tal como em outras batalhas, Lampião preparou uma emboscada com o objetivo de liquidar, de uma só vez, todo o efetivo militar. Mais uma vez, os chefes da força policial subestimaram a competência de Lampião e acreditaram que a superioridade que detinham em homens e armas seria um fator de desequilíbrio na batalha. Alguns historiadores admitem, apenas, de que, no final das contas, houve “perdas humanas tanto entre os cangaceiros como entre as forças volantes, porém com maior prejuízo para estas ...” para tentar "minimizar" a vitória obtida por Lampião depois de uma feroz batalha.


== Fotos ==
== Fotos ==

Revisão das 15h45min de 25 de dezembro de 2016

Pedro Alexandre
  Município do Brasil  
Ficheiro:Pedro Alexandre 2016.jpg
Símbolos
Bandeira de Pedro Alexandre
Bandeira
Brasão de armas de Pedro Alexandre
Brasão de armas
Hino
Lema Unidos pela vida com liberdade
Gentílico pedro-alexandrino
Localização
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Pedro Alexandre está localizado em: Brasil
Pedro Alexandre
Localização de Pedro Alexandre no Brasil
Mapa
Mapa de Pedro Alexandre
Coordenadas 10° 0' 50" S 37° 53' 38" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Coronel João Sá, Santa Brígida e Jeremoabo em território baiano. Poço Redondo, Carira, Nossa Senhora da Glória, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Canindé de São Francisco em território sergipano
Distância até a capital 355 km
História
Fundação 28 de julho de 1962
Administração
Prefeito(a) Pedro Gomes Filho (PSD, 2017 – 2020)
Características geográficas
Área total [1] 1 110,078 km²
População total (IBGE/2013[2]) 20 245 hab.
Densidade 18,2 hab./km²
Clima semi-árido
Altitude 356 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [3]) 0,513 baixo
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 40 642,131 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 2 303,58

Pedro Alexandre ou Serra Negra é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 10º00'49" sul e a uma longitude 37º53'39" oeste, estando a uma altitude de 356 metros. Sua população estimada em 2010 era de 20.245 habitantes. Possui uma área de 1146,32 km².

História

Do Brasil Colônia até a Emancipação (1549-1962)

Tomé de Sousa, primeiro governador geral do Brasil, sendo nomeado, no dia 1 de junho, trouxe consigo seu filho Garcia D’Ávila que chegou à Bahia em 29 de março de 1549. D'Ávila recebeu, em 15 de junho, seu primeiro pagamento - duas vacas, por 4$ -, assim começando sua longa jornada de sucesso. Trabalhou com esforço austero e inexcedível energia durante a construção de Salvador e instalou-se inicialmente em Itapagipe, depois em Itapoã, vindo a se tornar o primeiro bandeirante do Norte. Garcia d'Ávila nunca se identificou como filho de Tomé de Sousa porque a lei portuguesa proibia que capitães-mores e governadores doassem sesmarias a seus familiares. Sobre D'Ávila, o Padre Manuel da Nóbrega escreveu: "parecendo-me ainda estar Tomé de Sousa nesta terra". D'Ávila era um nome comum na família de Tomé de Sousa que por sua vez era filho de João de Sousa, abade de Rates, e descendente de Martim Afonso Chichorro e do rei Afonso III de Portugal.[5]

Tomé de Sousa doou a Garcia d'Ávila catorze léguas de terras de sesmaria que lhe haviam sido outorgadas pelo rei Dom Sebastião. Estas terras iam de Itapoã até o Rio Real e Tatuapara, pequeno porto cinquenta metros sobre o nível do mar. Foi lá que D’Ávila, após ter vencido as tribos indígenas existentes ao norte de Salvador, ergueu sua Casa da Torre em 1550. Em 1557, já era o homem mais poderoso da Bahia. No século XVI, D'Ávila recebeu do Rei João III uma sesmaria de 60 léguas quadradas, abrangendo as terras onde hoje se localiza o município de Jeremoabo. Em conflito com os missionários, que se opunham à escravidão dos índios, D'Ávila incendiou a povoação original, reconstruindo-a depois por intervenção do Papa e do governo colonial.[6]

Em 1688 foi expedida a patente de Sebastião Dias, primeiro Capitão–Mor da aldeia Muongorus de Jeremoabo. Dez anos depois, Jeremoabo foi elevada à categoria de julgado. Em 1778, o Governo Geral do Brasil criou a freguesia de São João Batista de Jeremoabo, cuja paróquia passou a ser dirigida pelo padre Januário de Souza Ferreira. Segundo documentos da época, havia na sede 32 casas construídas e uma população de 252 habitantes. Em consequência de sua grande extensão territorial, várias povoações (em geral antigas aldeias indígenas) desmembraram-se da Jeremoabo original, vindo a se constituir em outras freguesias e mais tarde em municípios. Jeremoabo tornou-se vila por decreto de 25 de Outubro de 1831, ganhando condição de cidade em 6 de Julho de 1925.[6]

A área onde hoje está erguida Pedro Alexandre teve seu povoamento iniciado no século XVIII por colonos portugueses que ali se estabeleceram, desenvolvendo a criação de gado (ainda Sesmaria). Inicialmente, a criação de gado desenvolveu-se no litoral e nas áreas de agricultura da cana. Mas, em 1701, o próprio governo português, muito interessado no desenvolvimento da agroindústria da cana-de-açúcar, pois esta lhe fornecia bons lucros, adotou uma medida para tentar resolver a situação. Proibiu a criação de gado nas áreas de agricultura de cana no litoral. A expansão da criação de gado para o interior do Nordeste foi responsável pelo povoamento do mesmo, funcionando como um excelente instrumento de expansão e colonização do interior do Brasil. A fertilidade das terras atraiu novas famílias formando o arraial de Lagoa da Caiçara, um vilarejo que pertencia à comarca de Jeremoabo. Em meados de 1872, chegou nessas terras no então vilarejo, atual Rua Velha o então Pedro Alexandre de Carvalho, nascido no dia 25 de abril de 1865 e era natural de Entre Montes, um povoado de Piranhas. Pedro Alexandre chegou neste arrarial com aproximadamente 7 anos de idade junto ao seu pai adotivo (o velho Alexandre) que possuía o intuito de desmatar algumas áreas para fazer o plantio de algodão, produto esse introduzido para mudar o setor econômico da região. A sede, criada no distrito ganhou a denominação de Serra Negra em 1927, topônimo alterado para Voturuna em 1943.[7]

Pedro Alexandre casou-se com Guilhermina Maria da Conceição e teve 14 filhos. Entre eles, vale destacar: João Maria de Carvalho (Coronel) e Liberato Matos de Carvalho (Coronel Liberato). Ao lado dos coronéis João Gonçalves de Sá (da atual cidade Coronel João Sá) que ministrava a região de Jeremoabo e o respeitado Coronel Petro, João Maria de Carvalho se impôs com maestria, domínio e autoridade não só na região de Serra Negra como em outras localidades além fronteiras. Ora, senhor de muitas terras na Bahia e também no sertão sergipano, sem falar na influência política que mantinha em ambos os lados. Muitos perseguidos chegavam naquela região pedindo ajuda para sobreviver, proteção política ou por medo das perseguições das autoridades, da polícia ou de inimigos comuns. Esse fato deu à cidade a fama de "Terra de Coronéis".

Costa (2008), relata em sua obra O Sertão de Lampião, relata que os perseguidos por Leandro Maciel não pensavam duas vezes senão correr para a proteção do coronel baiano João Maria. E afirma:

“Ali (na Serra Negra), naquela ocasião, estavam homiziados os homens mais valentes do PSD de Sergipe: Zeca da Barra, Tonho Pequeno, Pititó, Josafá e os ‘Ceará’, destemidos políticos de Ribeirópolis e da Cruz do Cavalcanti. Todos eles escorraçados do vizinho Estado pela polícia e jagunços da UDN de Leandro Maciel”.

O município de Pedro Alexandre recebeu este nome quando elevado à condição de cidade. Criado com o território do distrito de Voturuna (onde situa-se a sede da atual Pedro Alexandre) e parte do território do distrito de Jeremoabo, o mesmo foi desmembrado do município de Jeremoabo pela Lei Estadual de 28 de julho de 1962. O sr. Heraldo de Carvalho que era filho de João Maria de Carvalho e seu sobrinho Sr. Evaldo de Carvalho, ambos foram políticos e prefeitos do município em várias gestões.[8]

Da Emancipação até a Atualidade (1962-2016)

Prefeitos

  • Evaldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1963 a 31 de dezembro de 1966.
  • Heraldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1967 a 31 de dezembro de 1970.
  • João Nascimento de Carvalho (João de Oiô) de 1° de janeiro de 1971 até meados finais de 1972.[9]
  • Evaldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1973 a 31 de dezembro de 1976.
  • Heraldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1977 a 31 de dezembro de 1982 (5 anos).
  • Evaldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1983 a 31 de dezembro de 1988 (5 anos).
  • Heraldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992.[10]
  • Evaldo de Carvalho de 1° de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996.[10]
  • Petrônio Pereira Gomes de 1° de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000.[11]
  • Petrônio Pereira Gomes de 1° de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004.[12]
  • Salorylton de Oliveira (Salon) de 1° de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008.[13]
  • Faustino José de Lima assumiu de 18° de julho de 2006 a meados de novembro (Durante a Operação Fox).[14][15]
  • Pedro Gomes Filho de 1° de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012.[16]
  • Salorylton de Oliveira (Salon) de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016.[17]
  • Pedro Gomes Filho exercerá a partir de 1° de janeiro de 2017 até 31 de dezembro de 2020.[18]

Acontecimentos principais

  • 1962 Pedro Alexandre foi titulada cidade através da Lei Estadual de 28 de julho de 1962.[7]
  • 1963 Evaldo de Carvalho é eleito primeiro prefeito de Pedro Alexandre.
  • 1981 Acidente aéreo mata 4 tripulantes que faziam vistorias do Baneb no município.[19]
  • 1984 Falece Cangaceiro Tempestade que militou o grupo do Cangaceiro Moreno.[20]
  • 1996 Petrônio Gomes se elege prefeito após 33 anos de gestão do grupo Carvalho.[11]
  • 1996 Falece o Coronel Liberato Matos de Carvalho aos 93 anos.
  • 1999 Falece o ex-prefeito Sr. Heraldo de Carvalho em 28/07/1999.[10]
  • 2000 Petrônio Gomes é reeleito sendo o prefeito mais votado do Brasil em termo proporcional.[21]
  • 2009 Falece o ex-prefeito Sr. Evaldo de Carvalho em 19/09/2009.[22]
  • 2010 Morrem 2 vereadores em exercício: Sr. José Adilson Santos Melo em 21/05/2010 e Sr. Valgone Costa Bezerra em 27/09/2010.[23]
  • 2011 Vereador em exercício Adairton Nunes de Jesus (Baiúca) e carona conhecido como Roberval são assassinados à tiros na BR 235. Em 07/12/2011.[24]
  • 2012 Petrônio Gomes / Pedro Gomes perde eleição após Petrônio se eleger duas vezes e eleger dois prefeitos.[17]
  • 2014 Falece o ex-prefeito Sr. João Nascimento de Carvalho em 01/12/2014.[9]
  • 2016 Ex-prefeito Petrônio Gomes é assassinado à tiros em feira livre em 30/07/2016.[25]

Geologia

A geologia do município é representada pelo complexo Marancó esoproterozóico, pelo grupo Macururé e granitóides cedo a tardi-tectônicos englobados nas suítes Peraluminosas Serra Negra e Carira, e Calcialcalina Conceição (Neoproterozóico). pelas formações Juá, Tacaratu e Santa Brígida (Paleozóico), e pelas formações superficiais (Cenozóico).

Na porção centro-norte do município, predominam rochas xistos, filitos, metavulcanicas, metarritmitos, quartzitos, formações ferríferas, metarenitos, metassiltitos e anfibolitos do Complexo Marancó, associados a granitóides cedo a sin-orogênicos da suíte Peraluminosa Serra Negra (biotita, muscovita e/ou granada augenortognaisses granodioríticos / monzoníticos / quartzomonzoníticos, protomiloníticos a miloníticos), e a sedimentos das formações Tacaratu (arenitos com intercalações de conglomerados) e Santa Brígida (arenitos com lentes conglomeráticas e arenito com níveis de folhelhos, siltitos e dolomitos betuminoso).

Ao sul afloram xistos, metagrauvacas, metarenitos, metassiltitos e metarritmitos do grupo Macururé, associados a corpos plutônicos sin a tardi-orogênico da suíte Calcialcalina Conceição (anfibólio-biotita tonalito / granodiorito, com epidoto magmático e fases subordinadas de diorito egabro) e a litótipos da suíte peraluminosa Carira (biotita e/ou muscovita leucogranitos / granodioritos). No extremo oeste, ocorrem faixas restritas de conglomerados e grauvacas da formação Juá. Depósitos colúvio-eluviais recentes, constituídos por sedimentos areno-argilosos, conglomeráticos, inconsolidados, são observados a sul do território. Solos dos tipos luvissolo, neossolo e planossolo solódico distrófico sustentam a vegetação nativa caracterizada por caatinga arbórea densa e aberta sem palmeiras, contato caatinga - floresta estacional e caatinga arbórea aberta com palmeiras.

Registros fósseis

Há a ocorrência de fósseis em cacimbas nos municípios de Monte Alegre de Sergipe, Poço Redondo e em regiões que circundam o Complexo da Serra Negra. Fósseis de mamíferos gigantes como preguiças e tatus gigantes, mastodontes, toxodontes, lhamas gigantes e o tigre-de-dentes-de-sabre são espécies encontradas no interior do município de Poço redondo, graças à pesquisa paleontológica do bolsista de Desenvolvimento Científico Regional CNPq/Fapitec, Mário Dantas, do Laboratório de Paleontologia, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

A descoberta desses fósseis ocorre na época da seca, quando a população que mora próximo aos tanques - antigas lagoas, também chamadas de cacimbas, pia de pedra, cavam para retirar o sedimento para poder guardar mais água na época da chuva. Geralmente não são encontrados os esqueletos completos e articulados. Nos últimos anos os pesquisadores tem se esforçado em realizar datações de alguns dos fósseis encontrados nessa região. Já foram realizadas dezoito datações, em fragmentos de ossos e dentes, e os resultados encontrados até o momento indicam a ocorrência desta fauna entre 11 à 50 mil anos.[26] O município possui terras que evidentemente foram habitadas por espécies primitivas que sucederam a era dos dinossauros. Há evidências regionais da presença fóssil de Eremotherium laurillardi, uma espécie semelhante as atuais preguiças. O Toxodon platensis semelhante ao atual hipopótamo, os Cuvieronius humboldtii, stegomastodon platensis e os stegomastodon waringi, estes semelhantes ao atual elefante. Sendo que, o stegomastodon waringi foi o domínio primitivo que predominou habitando nas terras do município.[27]

Possível gravura da pegada de um canídeo
[28] Registro fóssil em rocha sedimentar

Em 2014, foi encontrando um registro fóssil de uma espécie pertencente ao grupo dos canídeos gravado em uma rocha sedimentar. A rocha aparenta ser resultado de um processo de litificação, onde a argila se transforma em rocha quando desidratada e submetido à compactação (normalmente pela pressão de camadas superiores).[29]

Serra Negra

Serra Negra é uma pequena cordilheira que atravessa a fronteira dos estados brasileiros de Sergipe e Bahia formando o Complexo da Serra Negra. No Complexo da Serra Negra, localiza-se a Serra da Guia caracterizada como um importante e pequeno relicto de brejo de altitude, um pico situado no território que pertence ao município de Poço Redondo, sendo o ponto mais alto do estado de Sergipe.

A área da Serra Negra possui 750 metros de altura, 24 km de extensão e engloba aproximadamente 5000 ha onde predomina a vegetação do bioma Caatinga dividindo espaço com o bioma Mata Atlântica que esta preservado no topo da Serra. O topo da Serra da Guia apresenta um pequeno remanescente denso, com cerca de 20 ha de área.A formação arbórea constitui um dossel fechado por árvores cujo porte médio aproxima-se de 15 m, não faltando, entretanto, elementos emergentes de maior porte. A fisionomia típica de floresta úmida é reforçada pela presença de inúmeras orquidáceas e bromeliáceas epífitas, além de lianas, liquens, fungos basidiomicetos, briófitas e pteridófitas. A Serra Negra concentra a maior variedade de orquídeas do estado de Sergipe. No Complexo da Serra Negra nasce o rio Sergipe com uma extensão de 210 km, atravessando Sergipe no sentido oeste/leste até desaguar no Oceano Atlântico.[30]

Hidrografia

O município é cortado por riachos, que apresentam nascente ao pé da serra, e desaguam em rios como o vaza-barris. Os rio do peixe, rio do sal, rio da areia, rio da agaratuba e o rio das caraibeiras são os afluentes principais da localidade. Baseado no relevo, que é formados por montanhas e baixas, com fácil drenajem e escoamento das águas da chuva, o município apresenta 37 represas de auto-porte, porém de águas salobras, mas que no entanto, no tempo da seca, servem para o consumo do gado e para pesca.

Impacto cultural

Personagens ligados ao município

O município conta com personagens populares de reconhecimento em nível estadual e nacional. Entre eles:

Ligações externas

  1. Na Serra Negra encontra-se um pico no município de Poço Redondo que é o ponto mais alto do Estado de Sergipe.
  2. O rio das caraibeiras (Povoado Deserto) é um dos principais e maiores afluentes que desaguam no rio Vaza-Barris.
  3. Pedro Alexandre até 2007 foi o município de maior índice de analfabetismo do Brasil seguido de Coronel João Sá.
  4. A Serra Negra possui um enorme trecho de Mata Atlântica preservado em meio à caatinga no semi-árido brasileiro.
  5. O Rio Sergipe nasce na Serra Negra, no povoado Ponta da Serra, precisamente nas fazendas Sombrio e Santa Maria.
  6. Serra Negra segundo o biólogo Marcelo Cardoso, concentra a maior quantidade de orquídeas do Estado de Sergipe[31]
  7. A região onde Pedro Alexandre esta erguida integrava a sesmaria da Casa Torre de Garcia d"Ávila.
  8. Pâmela Gomes eleita pelo PR do município de Pedro Alexandre em 2016, é a vereadora mais jovem do Brasil, com apenas 19 anos[32].
  9. Petrônio Gomes em 2000, foi reeleito com 87,3% dos votos, sendo o prefeito mais votado do Brasil em termo proporcional.[21]

Acidente aéreo de 1981

Em 30 de dezembro de 1981 o avião Cessna 310, prefixo PP-CZO, pertencente à Abaete Taxi Aéreo Ltda. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do Baneb - Banco do estado da Bahia. Os engenheiros que vistoriavam obras do Baneb no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em Aracaju. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a Serra de Itabaiana em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião.

"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se à Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde". Gazeta de Sergipe, 1981.

Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião continuou rumar em direção à serra e quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que não eram apenas nuvens que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo. Ainda de acordo com informações do departamento de proteção ao Voo do Aeroporto Santa Maria, o piloto do avião havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em Aracaju.[19]

Coronéis e Cangaceiros

Segundo informações extraídas do Seminário Carirí do Cangaço em Piranhas - Alagoas, desde os testemunhos orais aos relatos dos historiadores, firmou-se o entendimento de que Lampião sempre gostou de bandear para o sertão sergipano. A verdade é que o Capitão se sentia bem na proximidade de amigos como o Coronel João Maria de Carvalho (da Serra Negra, município baiano vizinho a Poço Redondo) e Teotônio Alves China, o China do Poço. Certamente não acoitava aos pés dos serrotes baianos por causa de Zé Rufino e seu quartel-general também na Serra Negra. Então permanecia nas terras de Poço Redondo.[33] A história da morte do cangaceiro Antônio Ferreira faz referência da presença de lampião na Serra Negra:

Em janeiro de 1927, os cangaceiros Antônio Ferreira, Jurema e mais outros estavam jogando baralho na fazenda Poço do Ferro, quando um dos indivíduos tentou levantar da rede apoiando a coronha da espingarda no chão, a arma acidentalmente disparou atingindo matando o cangaceiro Antônio. Lampião estava na Serra Negra e quando foi avisado correu pra saber da verdadeira história. O cangaceiro Jararaca queria matar os cangaceiros que estavam no lugar, Lampião não aceitou e por isso discutiram, por fim Jararaca deixou a companhia de Lampião e seguiu outro rumo.[33]

Ficheiro:Serra Negra - Aos ventos que virão.png
Imagem do filme Aos ventos que virão

O filme Aos ventos que virão do diretor Hermano Penna, baseado na história de José Francisco do Nascimento, ou ainda cangaceiro Cajazeira no bando de Lampião, um moço de Poço Redondo. A partir da grandiosidade da história, o filme propôs refletir sobre as aspirações, perseguições e injustiças envoltas na pessoa do ex-cangaceiro Zé de Julião/Cajazeira, após a chacina da Gruta de Angico e o seu futuro entrecortado por extremas situações. Em sua história real, o cangaceiro se viu por várias encurralado pela justiça. Quando a ordem de prisão foi prontamente expedida. A polícia procurava-o por todo canto, mas ele manteia-se escondido no município baiano de Serra Negra e sob a proteção do poderoso coronel João Maria. Contudo, tempos depois foi cercado pela polícia sergipana e preso.[34]

De sua Serra Negra, João Maria enviava ordens, dava instruções, recebia missivas de governantes. Servindo como também um conselheiro, não era raro que as decisões políticas importantes somente fossem tomadas após o seu parecer ou aval. Protegeu desde Lampião ao desvalido ex-cangaceiro Cajazeira perseguido pela polícia. Em outra ocasião, Lampião buscou refúgio e proteção na Serra Negra: Após o trágico episódio de Canindé, quando o cangaceiro Zé Baiano deixou os rostos de três mocinhas marcados com ferro em brasa, Lampião foi buscar sossego numa propriedade de suas propriedades. Diante da repercussão do fato, sabia que a polícia logo estaria no seu encalço e também que não havia lugar melhor para se acoitar senão sob os auspícios do poderoso baiano. E também porque sabia que um dos comandantes da perseguição seria justamente Liberato de Carvalho, irmão de João Maria seu protetor.[8] Segundo Costa (2008) relata em sua obra O Sertão de Lampião, os perseguidos pela polícia e entidades da justiça como Leandro Maciel, não pensavam duas vezes senão correr para a proteção do coronel.

Combate de Maranduba

Em princípios de janeiro de 1932, houve uma grande batalha da Fazenda Maranduba em Pedro Alexandre, fazenda de Propiedade do Coronel João Maria. Nesta batalha, Lampião e seus cangaceiros foram vitoriosos ao derrotar uma numerosa força militar, integrada por famosos combatentes contra o cangaço. Sobrando vivos somente Auréliano de Souza Nogueira e Seu Irmão Hercilio de Souza Nogueira, no combate também morreu um terceiro irmão dos Nogueiras com Apenas 16 anos de idade. Na opinião de um destacado militar, o Tenente Manoel Neto, da força pernambucana, em Maranduba “ele nunca tinha visto tanta bala como viu ali”. A intensidade do tiroteio travado entre Lampião e o seu bando e as forças militares foi de tal intensidade que um contemporâneo dos acontecimentos registrou o fato de que[35]:

“uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em queaconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas”.

Ficheiro:Liberato de Carvalho.jpg
Liberato de Carvalho durante a Batalha de Maranduba

Tal como em outras batalhas, Lampião preparou uma emboscada com o objetivo de liquidar, de uma só vez, todo o efetivo militar. Mais uma vez, os chefes da força policial subestimaram a competência de Lampião e acreditaram que a superioridade que detinham em homens e armas seria um fator de desequilíbrio na batalha. Alguns historiadores admitem, apenas, de que, no final das contas, houve “perdas humanas tanto entre os cangaceiros como entre as forças volantes, porém com maior prejuízo para estas ...” para tentar "minimizar" a vitória obtida por Lampião depois de uma feroz batalha.

Fotos

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2013. Consultado em 11 de setembro de 2013 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 16 de outubro de 2013 
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  12. «Resultado da eleição 2000». www.tse.jus.br. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
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  14. «Prefeito acusado de desviar recursos do Fundef :: pauloafonso.com». pauloafonso.com. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
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  20. a b Portal do cangaço de Serrinha. Cangaceiro Tempestade. Disponıvel em: portaldocangaco.blogspot.com.br/2011/01/cangaceiro-tempestade-militante-do_29.html. Acesso em: Janeiro de 2016.
  21. a b «Pedro Alexandre-BA: Ex-prefeito Petrônio Gomes, comemora aniversário e é recebido com festa.». www.carlinosouza.com.br. Consultado em 7 de dezembro de 2016 
  22. Já, Bahia. «DEPUTADO LAMENTA MORTE EX-PREFEITO PEDRO ALEXANDRE, EDVALDO CARVALHO». Bahia Já 
  23. «Mais um vereador do município de Pedro Alexandre morre de forma trágica». BOB CHARLES - Notícias de Paulo Afonso e região. Consultado em 14 de dezembro de 2016 
  24. «Mais um vereador é assassinado em Pedro Alexandre  : Jeremoabo Agora». jeremoaboagora.com.br. Consultado em 14 de dezembro de 2016 
  25. «Ex-prefeito de Pedro Alexandre é morto a tiros em feira livre». Itnet - O Portal do Dia a Dia. 30 de julho de 2016 
  26. Fósseis encontrados no sertão. Correio Sergipe D'el Rey. 3º Edição. Page 77. SkyscraperCity. 2013. Visitado em 10 de Janeiro de 2016.
  27. A Ocorrência de Fósseis da Megafauna do Pleistoceno Final em Coronel João Sá, Bahia, Brasil. Guarulhos (São Paulo): UnG - Universidade Guarulhos, Geociências (r), v. 6, n.1. DANTAS, Mário André Trindade; ZUCON, Maria Helena. 2007.
  28. Cidades Histórico Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Disponível em: http://cod.ibge.gov.br/1SYK. Acesso em: Janeiro de 2016.
  29. FACEBOOK. Pedro Alexandre - Bahia. Disponıvel em: https://www.facebook.com/Pedro-Alexandre-Ba-1420447878215379/?ref=bookmarks. Acesso em: Janeiro de 2016.
  30. Souza, Marcelo Cardoso. As aves de oito localidades do estado de Sergipe. ISSN 1981-8874. Sergipe. Brasil. Acesso em: Janeiro de 2016.
  31. «Rio Sergipe». Wikipédia, a enciclopédia livre. 3 de dezembro de 2015 
  32. «Jeremoabo.com - Pedro Alexandre: Pâmela Gomes é a vereadora eleita mais jovem do País». www.jeremoabo.com.br. Consultado em 7 de dezembro de 2016 
  33. a b Rangel Alves da Costa, Poço Redondo o Verdadeiro Museu do Cangaço, Seminário Carirí Cangaço, 2015.
  34. «O filme e o fato (O Verdadeiro Zé de Julião) - Jornal do Dia». www.jornaldodiase.com.br. Consultado em 25 de dezembro de 2016 
  35. Souza, Jovenildo Pinheiro de. Sertão Sangrento: Luta e Resistência, Pernambuco, Nação Cultural, 2012

Predefinição:Mesorregião do Nordeste Baiano

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