Partenogénese: diferenças entre revisões

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A partenogênese ocorre naturalmente em [[plantae|planta]]s agamospérmicas, [[invertebrado]]s (e.g. [[pulga de água|pulgas de água]], [[Afídio|afídeos]], [[abelha]]s) e alguns [[vertebrado]]s (e.g. [[Sauria|lagarto]]s<ref>Recentemente foi documentado, pela primeira vez, um caso de partenogênese em uma fêmea de [[dragão-de-komodo]], no [[Zoológico de Chester]], no [[Reino Unido]]. Ver notícia no [http://www.guardian.co.uk/christmas2006/story/0,,1976351,00.html?gusrc=rss&feed=1 Guardian Unlimited] de 20 de dezembro de 2006 e na [http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/12/061221_dragao_nasce_pu.shtml BBCBrasil.com] de 21 de dezembro de 2006.</ref>, [[salamandra]]s, [[peixe]]s<ref>"Cientistas confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões após testes de DNA em um exemplar da espécie Carcharhinus limbatus, nascido em um aquário da Virgínia, nos Estados Unidos, informa a agência AP. Em um artigo publicado na revista cientifíca The Journal of Fish Biology, as análises comprovaram que o animal nasceu sem fecundação do óvulo, ou seja, se desenvolveu sem o material genético do pai." {{citar web | titulo=Confirmado novo caso de nascimento virgem em tubarões| url=http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3248194-EI8145,00.html| acessodata=[[11 de Outubro]] de [[2008]]}}</ref>, e até mesmo [[peru (ave)|peru]]s). Os organismos que se reproduzem por este método estão geralmente associados a ambientes isolados como [[ilhas]] oceânicas. Na maioria dos casos, no entanto, a partenogénese é apenas uma possibilidade eventual, sendo a reprodução com contribuição gênica paterna a mais comum. Esta alternância pode surgir por pressão ambiental.
A partenogênese ocorre naturalmente em [[plantae|planta]]s agamospérmicas, [[invertebrado]]s (e.g. [[pulga de água|pulgas de água]], [[Afídio|afídeos]], [[abelha]]s) e alguns [[vertebrado]]s (e.g. [[Sauria|lagarto]]s<ref>Recentemente foi documentado, pela primeira vez, um caso de partenogênese em uma fêmea de [[dragão-de-komodo]], no [[Zoológico de Chester]], no [[Reino Unido]]. Ver notícia no [http://www.guardian.co.uk/christmas2006/story/0,,1976351,00.html?gusrc=rss&feed=1 Guardian Unlimited] de 20 de dezembro de 2006 e na [http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/12/061221_dragao_nasce_pu.shtml BBCBrasil.com] de 21 de dezembro de 2006.</ref>, [[salamandra]]s, [[peixe]]s<ref>"Cientistas confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões após testes de DNA em um exemplar da espécie Carcharhinus limbatus, nascido em um aquário da Virgínia, nos Estados Unidos, informa a agência AP. Em um artigo publicado na revista cientifíca The Journal of Fish Biology, as análises comprovaram que o animal nasceu sem fecundação do óvulo, ou seja, se desenvolveu sem o material genético do pai." {{citar web | titulo=Confirmado novo caso de nascimento virgem em tubarões| url=http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3248194-EI8145,00.html| acessodata=[[11 de Outubro]] de [[2008]]}}</ref>, e até mesmo [[peru (ave)|peru]]s). Os organismos que se reproduzem por este método estão geralmente associados a ambientes isolados como [[ilhas]] oceânicas. Na maioria dos casos, no entanto, a partenogénese é apenas uma possibilidade eventual, sendo a reprodução com contribuição gênica paterna a mais comum. Esta alternância pode surgir por pressão ambiental.


== Em abelhas ==
== Tipos de Paternogênese ==
De acordo com o sexo dos organismos gerados, a partenogênese pode ser de três tipos:
Na sociedade das abelhas ocorre um fato curioso: tanto os óvulos fecundados como os não fecundados podem originar novos indivíduos.
* '''Partenogênese arrenótoca''': origina apenas machos como [[abelhas]] (zangões)
* '''Partenogênese telítoca''': origina apenas fêmeas, por exemplo, [[Afídio|afídeos]] (pulgões).
* '''Partenogênese deuterótoca''': origina machos e fêmeas como [[Afídio|afídeos]] (pulgões).


== Exemplos ==
As rainhas e as operárias resultam do desenvolvimento de óvulos fecundados, sendo, portanto, diploides. A diferenciação entre elas é estabelecida pelo tipo de alimento fornecido às formas larvais:

=== Em abelhas ===
Na sociedade das abelhas ocorre um fato curioso: tanto os óvulos fecundados como os não fecundados podem originar novos indivíduos. As rainhas e as operárias resultam do desenvolvimento de óvulos fecundados, sendo, portanto, diploides. A diferenciação entre elas é estabelecida pelo tipo de alimento fornecido às formas larvais:


* As larvas que originam operárias são nutridas com [[mel]] e [[pólen]].
* As larvas que originam operárias são nutridas com [[mel]] e [[pólen]].
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* As larvas que originam rainhas recebem [[geleia real]] como alimento.
* As larvas que originam rainhas recebem [[geleia real]] como alimento.


Os [[zangão|zangões]], cujas larvas são nutridas com pólen e mel, são haploides, uma vez que resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados. Os zangões, originando-se de óvulos não fecundados, herdam todos os genes que possuem da “mãe”(Rainha), uma vez que não têm “pai”.
Os [[zangão|zangões]], cujas larvas são nutridas com pólen e mel, são haploides, uma vez que resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados. Os zangões, originando-se de óvulos não fecundados, herdam todos os genes que possuem da “mãe”(Rain[[geleia real|c]]<nowiki/>ha), uma vez que não têm “pai”.

=== Outros casos ===
# Em 2006, cientistas documentaram, pela primeira vez, um caso de partenogênese em uma fêmea de [[dragão-de-komodo]], no [[Zoológico de Chester]], no [[Reino Unido]]. Um artigo foi publicado na revista [[Revista Nature|Nature]] abordando<ref name=":0">{{Citar periódico|ultimo=Watts|primeiro=Phillip C.|ultimo2=Buley|primeiro2=Kevin R.|ultimo3=Sanderson|primeiro3=Stephanie|ultimo4=Boardman|primeiro4=Wayne|ultimo5=Ciofi|primeiro5=Claudio|ultimo6=Gibson|primeiro6=Richard|data=2006-12-21|titulo=Parthenogenesis in Komodo dragons|jornal=Nature|volume=444|numero=7122|paginas=1021–1022|issn=0028-0836|doi=10.1038/4441021a|url=http://www.nature.com/nature/journal/v444/n7122/abs/4441021a.html|idioma=en}}</ref>. A notícia foi divulgada no [http://www.guardian.co.uk/christmas2006/story/0,,1976351,00.html?gusrc=rss&feed=1 Guardian Unlimited] em dezembro de 2006 e na [http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/12/061221_dragao_nasce_pu.shtml BBCBrasil.com] em dezembro de 2006<ref name=":0" />.
# Em 2008, cientistas confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões após testes de DNA em um exemplar da espécie Carcharhinus limbatus, nascido em um aquário da Virgínia, nos [[Estados Unidos]], informa a agência AP. Em um artigo publicado na revista cientifíca The Journal of Fish Biology<ref name=":1">{{Citar periódico|ultimo=Chapman|primeiro=D. D.|ultimo2=Firchau|primeiro2=B.|ultimo3=Shivji|primeiro3=M. S.|data=2008-10-01|titulo=Parthenogenesis in a large-bodied requiem shark, the blacktip Carcharhinus limbatus|jornal=Journal of Fish Biology|volume=73|numero=6|paginas=1473–1477|issn=1095-8649|doi=10.1111/j.1095-8649.2008.02018.x|url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1095-8649.2008.02018.x/abstract|idioma=en}}</ref>, as análises comprovaram que o animal nasceu sem fecundação do óvulo, ou seja, se desenvolveu sem o material genético do pai<ref name=":1" />.
# Em 2017, Um [[Tubarão-zebra|tubarão zebra]] teve três filhotes sem manter relações sexuais com um macho na [[Austrália]]. A fêmea, chamada Leonie, vive em um tanque isolado dos machos, o que intrigou cientistas e levou a uma análise do caso. Ao realizar estes nos filhotes comparando DNA com o do macho do tanque mais próximo, cientistas constataram que eles tinham apenas as células da fêmea, os dados foram publicados a [[Nature]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Dudgeon|primeiro=Christine L.|ultimo2=Coulton|primeiro2=Laura|ultimo3=Bone|primeiro3=Ren|ultimo4=Ovenden|primeiro4=Jennifer R.|ultimo5=Thomas|primeiro5=Severine|data=2017-01-16|titulo=Switch from sexual to parthenogenetic reproduction in a zebra shark|jornal=Scientific Reports|volume=7|issn=2045-2322|pmid=28091617|doi=10.1038/srep40537|url=http://www.nature.com/articles/srep40537|idioma=en}}</ref> e a notícia foi divulgada no Brasil pela [http://super.abril.com.br/ciencia/sem-machos-tubarao-femea-engravida-sozinha/ Superinteressante].


== Ver também ==
== Ver também ==
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* [[Eva mitocondrial]]
* [[Eva mitocondrial]]


== Referências Bibliográficas ==
{{referências|Notas}}

== Referências ==
[http://forum.brasilescola.com/index.php?showtopic=31118 Fórum Brasil Escola]
[http://forum.brasilescola.com/index.php?showtopic=31118 Fórum Brasil Escola]
* Princípios Integrados de Zoologia - Hickman, Roberts e Larson.
* Princípios Integrados de Zoologia - Hickman, Roberts e Larson.

Revisão das 11h45min de 26 de janeiro de 2017

O dragão-de-komodo é um animal capaz de reprodução por partenogénese, descoberta em 2007.

Partenogénese (português europeu) ou partenogênese (português brasileiro) (do grego παρθενος, "virgem", + γενεσις, "nascimento"; uma alusão à deusa grega Atena, cujo templo era denominado Partenon) refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização. São fêmeas que procriam sem precisar de machos que as fecundem.

Atualmente, a biologia evolutiva prefere utilizar o termo telitoquia, por considerá-lo menos abrangente que o termo partenogênese.

A partenogênese ocorre naturalmente em plantas agamospérmicas, invertebrados (e.g. pulgas de água, afídeos, abelhas) e alguns vertebrados (e.g. lagartos[1], salamandras, peixes[2], e até mesmo perus). Os organismos que se reproduzem por este método estão geralmente associados a ambientes isolados como ilhas oceânicas. Na maioria dos casos, no entanto, a partenogénese é apenas uma possibilidade eventual, sendo a reprodução com contribuição gênica paterna a mais comum. Esta alternância pode surgir por pressão ambiental.

Tipos de Paternogênese

De acordo com o sexo dos organismos gerados, a partenogênese pode ser de três tipos:

  • Partenogênese arrenótoca: origina apenas machos como abelhas (zangões)
  • Partenogênese telítoca: origina apenas fêmeas, por exemplo, afídeos (pulgões).
  • Partenogênese deuterótoca: origina machos e fêmeas como afídeos (pulgões).

Exemplos

Em abelhas

Na sociedade das abelhas ocorre um fato curioso: tanto os óvulos fecundados como os não fecundados podem originar novos indivíduos. As rainhas e as operárias resultam do desenvolvimento de óvulos fecundados, sendo, portanto, diploides. A diferenciação entre elas é estabelecida pelo tipo de alimento fornecido às formas larvais:

  • As larvas que originam operárias são nutridas com mel e pólen.
  • As larvas que originam rainhas recebem geleia real como alimento.

Os zangões, cujas larvas são nutridas com pólen e mel, são haploides, uma vez que resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados. Os zangões, originando-se de óvulos não fecundados, herdam todos os genes que possuem da “mãe”(Raincha), uma vez que não têm “pai”.

Outros casos

  1. Em 2006, cientistas documentaram, pela primeira vez, um caso de partenogênese em uma fêmea de dragão-de-komodo, no Zoológico de Chester, no Reino Unido. Um artigo foi publicado na revista Nature abordando[3]. A notícia foi divulgada no Guardian Unlimited em dezembro de 2006 e na BBCBrasil.com em dezembro de 2006[3].
  2. Em 2008, cientistas confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões após testes de DNA em um exemplar da espécie Carcharhinus limbatus, nascido em um aquário da Virgínia, nos Estados Unidos, informa a agência AP. Em um artigo publicado na revista cientifíca The Journal of Fish Biology[4], as análises comprovaram que o animal nasceu sem fecundação do óvulo, ou seja, se desenvolveu sem o material genético do pai[4].
  3. Em 2017, Um tubarão zebra teve três filhotes sem manter relações sexuais com um macho na Austrália. A fêmea, chamada Leonie, vive em um tanque isolado dos machos, o que intrigou cientistas e levou a uma análise do caso. Ao realizar estes nos filhotes comparando DNA com o do macho do tanque mais próximo, cientistas constataram que eles tinham apenas as células da fêmea, os dados foram publicados a Nature[5] e a notícia foi divulgada no Brasil pela Superinteressante.

Ver também

Referências Bibliográficas

Fórum Brasil Escola

  • Princípios Integrados de Zoologia - Hickman, Roberts e Larson.
  1. Recentemente foi documentado, pela primeira vez, um caso de partenogênese em uma fêmea de dragão-de-komodo, no Zoológico de Chester, no Reino Unido. Ver notícia no Guardian Unlimited de 20 de dezembro de 2006 e na BBCBrasil.com de 21 de dezembro de 2006.
  2. "Cientistas confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões após testes de DNA em um exemplar da espécie Carcharhinus limbatus, nascido em um aquário da Virgínia, nos Estados Unidos, informa a agência AP. Em um artigo publicado na revista cientifíca The Journal of Fish Biology, as análises comprovaram que o animal nasceu sem fecundação do óvulo, ou seja, se desenvolveu sem o material genético do pai." «Confirmado novo caso de nascimento virgem em tubarões». Consultado em 11 de Outubro de 2008 
  3. a b Watts, Phillip C.; Buley, Kevin R.; Sanderson, Stephanie; Boardman, Wayne; Ciofi, Claudio; Gibson, Richard (21 de dezembro de 2006). «Parthenogenesis in Komodo dragons». Nature (em inglês). 444 (7122): 1021–1022. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/4441021a 
  4. a b Chapman, D. D.; Firchau, B.; Shivji, M. S. (1 de outubro de 2008). «Parthenogenesis in a large-bodied requiem shark, the blacktip Carcharhinus limbatus». Journal of Fish Biology (em inglês). 73 (6): 1473–1477. ISSN 1095-8649. doi:10.1111/j.1095-8649.2008.02018.x 
  5. Dudgeon, Christine L.; Coulton, Laura; Bone, Ren; Ovenden, Jennifer R.; Thomas, Severine (16 de janeiro de 2017). «Switch from sexual to parthenogenetic reproduction in a zebra shark». Scientific Reports (em inglês). 7. ISSN 2045-2322. PMID 28091617. doi:10.1038/srep40537