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Darwinofobia: diferenças entre revisões

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===== Carta de T. H. Huxley (1880) =====
===== Carta de T. H. Huxley (1880) =====
A primeira aparição ocorre na [https://mathcs.clarku.edu/huxley/letters/80.html ''Carta de T. H. Huxley''] de 03 de Fevereiro de 1880 para Darwin<ref name=":1" />, fazendo menção as criticas de Butler ao naturalista. Huxley aborda<ref>{{Citar web|url=https://mathcs.clarku.edu/huxley/letters/80.html|titulo=T. H. Huxley: Letters and Diary 1880|acessodata=2017-12-20|obra=mathcs.clarku.edu}}</ref>:{{cita|"Meu caro Darwin, li a carta de Butler e a carta de litchfield, ontem à noite, dormi sobre eles [...] Estou espantado com o Butler, que pensei ser um cavalheiro, embora o seu último livro me tenha apresentado para ser extremamente tolo. O mivart mordeu-o e deu-lhe '''darwinofobia'''? É uma doença horrível e eu mataria qualquer um [...]." - '''T. H. Huxley, 1880'''.}}
A primeira aparição ocorre na [https://mathcs.clarku.edu/huxley/letters/80.html ''Carta''] de ''[[Thomas Henry Huxley]]'' em 03 de Fevereiro de 1880 para Darwin<ref name=":1" />, fazendo menção as criticas de Butler ao naturalista. Em um trecho da carta, Huxley deixa claro que leu uma carta de Butler e que teria se espantado com a repulsa à Darwin, como se fosse uma fobia a qual denominou de darwinofobia. Trecho<ref>{{Citar web|url=https://mathcs.clarku.edu/huxley/letters/80.html|titulo=T. H. Huxley: Letters and Diary 1880|data=|acessodata=2017-12-20|obra=|publicado=Mathcs.clarku.edu|ultimo=HUXLEY|primeiro=Thomas Henry}}</ref>:{{cita|'' "Meu caro Darwin, li a carta de Butler e a carta de litchfield, ontem à noite, dormi sobre eles [...] Estou espantado com o Butler, que pensei ser um cavalheiro, embora o seu último livro me tenha apresentado para ser extremamente tolo. O mivart mordeu-o e deu-lhe '''darwinofobia'''? É uma doença horrível e eu mataria qualquer uma filho de uma cadela [...]." '' (Huxley, 1880).}}


===== Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley (1989) =====
===== Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley (1989) =====
No livro [https://books.google.com.br/books?id=TqWuCwAAQBAJ&pg=PA12&lpg=PA12&dq=Darwinophobia&source=bl&ots=NbRaGXYONW&sig=gm7Ctzbwyc0Rvfhm5ZO7-NbrKEk&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj2-8XAvp3YAhVJf5AKHdYHDrQQ6AEIXzAL#v=onepage&q=Darwinophobia&f=false ''Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley''] de Keynes e Harrison que comemora o centenário de Julian Huxle e com isso eles citam um marco de T. H. Huxley (postulador da [[Evolução molecular|Teoria da Evolução Molecular]]) teria inventado o termo darwinofobia. Keynes e Harrison explicam<ref name=":1" />:{{cita|"Como exemplo do fracasso das características adquiridas, a herança do fato, que os judeus praticaram a circuncisão por cem gerações ou menos sem efeito herdado, então THH sussurrou ao vizinho: "Há uma divindade que forma nossos fins, grosseiros, como nós vamos" [...] Em uma carta à Darwin, T. H. H. inventa uma doença ''' darwinofobia''' e diz: É uma doença horrível e eu mataria qualquer filho de um [esboço de membro visivelmente fêmea da espécie canina] [...]" - ''' Keynes e Harrison, 1989.'''}}
No livro [https://books.google.com.br/books?id=TqWuCwAAQBAJ&pg=PA12&lpg=PA12&dq=Darwinophobia&source=bl&ots=NbRaGXYONW&sig=gm7Ctzbwyc0Rvfhm5ZO7-NbrKEk&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj2-8XAvp3YAhVJf5AKHdYHDrQQ6AEIXzAL#v=onepage&q=Darwinophobia&f=false ''Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley''] de Keynes e Harrison é comemorado o centenário de [[Julian Huxley]], e com isso, eles citam um marco de [[Thomas Henry Huxley]] (postulador da [[Evolução molecular|Teoria da Evolução Molecular]]) onde o mesmo teria inventado o termo darwinofobia. Keynes e Harrison explicam<ref name=":1" />:{{cita|'' "Como exemplo do fracasso das características adquiridas, a herança do fato, que os judeus praticaram a circuncisão por cem gerações ou menos sem efeito herdado, então THH sussurrou ao vizinho: Há uma divindade que forma nossos fins, grosseiros, como nós vamos [...] T. H. H. inventa uma doença ''' darwinofobia''' e diz: É uma doença horrível e eu mataria qualquer filho de uma [esboço de membro visivelmente fêmea da espécie canina] [...]".'' (Keynes e Harrison, 1989, p.12).}}


===== Quell’attacco di Darwinfobia (2005) =====
===== Quell’attacco di Darwinfobia (2005) =====
Em publicação na FLC CGIL o termo é apresentado por U. Curi em crítica ao governo "infectado por uma doença estúpida, um ataque de darwinfobia". Curi cita que<ref>{{Citar web|url=http://www.flcgil.it/rassegna-stampa/nazionale/vari-kataweb-quell-attacco-di-darwinfobia.flc|titulo=vari kataweb-Quell'attacco di Darwinfobia|acessodata=2017-12-22|obra=www.flcgil.it|lingua=it}}</ref>:{{cita|"É difícil imaginar quais podem ter sido os motivos que levaram à exclusão da teoria de Darwin de ensinar na escola secundária. Para explicar este ataque '''darwinfobia''', há restos, então, que contar com algumas especulações, mais ou menos lúdicas. O primeiro é que Moratti e seus colegas do governo ficaram aterrorizados por ter descoberto que Marx queria dedicar "A Capital" a Darwin [...]" - '''Curi, 2005.'''}}
Em uma publicação na [http://www.flcgil.it/rassegna-stampa/nazionale/vari-kataweb-quell-attacco-di-darwinfobia.flc FLC CGIL] de U. Curi, o termo é apresentado em crítica ao governo de Moratti, que estaria então "infectado pela doença da darwinfobia" <ref>{{Citar web|url=http://www.flcgil.it/rassegna-stampa/nazionale/vari-kataweb-quell-attacco-di-darwinfobia.flc|titulo=Quell'attacco di Darwinfobia|data=|acessodata=|obra=|publicado=Stampa FLC CGIL. Itália. 2005.|ultimo=CURI|primeiro=U.|lingua=}}</ref>:{{cita|'' "É difícil imaginar quais podem ter sido os motivos que levaram à exclusão da teoria de Darwin de ensinar na escola secundária. Para explicar este ataque '''darwinfobia''', há restos, então, que contar com algumas especulações, mais ou menos lúdicas. O primeiro é que Moratti e seus colegas do governo ficaram aterrorizados por ter descoberto que Marx queria dedicar "A Capital" a Darwin [...]." '' (Curi, 2005).}}


===== Darwin Tra Scienza (2010) =====
===== Darwin Tra Scienza (2010) =====
No livro ''[https://books.google.com.br/books?id=I3v98XLVWzAC&pg=PA111&dq=darwinfobia&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwi7387N8JjYAhXLl5AKHeRFANQQ6AEIKjAA#v=onepage&q=darwinfobia&f=false Darwin tra scienza]'' de Francesco Stoppa e Roberto Veraldi, o termo é apresentado em referência a rejeição dos [[Ciências sociais|cientistas sociais]] as ideias de Darwin <ref name=":2" />:{{cita|"Entre os motivos que são usados para explicar a '''darwinfobia''' dos cientistas sociais, eu acho que é fundamental a preocupação mais ou menos nobre com a naturalização dos fenômenos sociais, com o efeito de ocultar responsabilidades sociais e declarar inelimináveis - em nome de uma naturalidade presumida - feridas sociais sedimentadas, e definitivamente até não mesmo o infame "presunção de homo sapiens", que se sente superior à natureza, que não quer ser confundido com os outros animais, e muito menos ter parentes entre macacos" - '''Stoppa e Veraldi, 2010, p.111.'''}}
No livro ''[https://books.google.com.br/books?id=I3v98XLVWzAC&pg=PA111&dq=darwinfobia&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwi7387N8JjYAhXLl5AKHeRFANQQ6AEIKjAA#v=onepage&q=darwinfobia&f=false Darwin tra scienza]'' de Francesco Stoppa e Roberto Veraldi, o termo é apresentado em referência a rejeição dos [[Ciências sociais|cientistas sociais]] as ideias de Darwin <ref name=":2" />:{{cita|'' "Entre os motivos que são usados para explicar a '''darwinfobia''' dos cientistas sociais, eu acho que é fundamental a preocupação mais ou menos nobre com a naturalização dos fenômenos sociais, com o efeito de ocultar responsabilidades sociais e declarar inelimináveis - em nome de uma naturalidade presumida - feridas sociais sedimentadas, e definitivamente até não mesmo o infame "presunção de homo sapiens", que se sente superior à natureza, que não quer ser confundido com os outros animais, e muito menos ter parentes entre macacos." '' (Estoppa e Veraldi, 2010, p.111).}}


== Referências Bibliográficas: ==
== Referências Bibliográficas: ==

Revisão das 14h16min de 22 de dezembro de 2017

Darwinofobia ou Darwinfobia[1] (do inglês: Darwinophobia) é uma aversão ao naturalista Charles Darwin ou ao Darwinismo [2]. O termo aparece em diversas obras literárias sempre fazendo referência a algum tipo de crítica ou repulsa à Darwin e aos conceitos darwinianos[2][3][4][5][6][7]. No livro Darwin tra scienza o termo é aplicado para definir a rejeição dos cientistas sociais às ideias de Darwin[5]. O registro mais antigo da aparição da palavra na literatura data de 1880 em uma carta enviada por Huxley à Darwin[3].

Em realidade, o darwinofóbico tem um claro sentimento de repugnância em relação aos conceitos relacionados às ideias de transmutação de espécies, seleção natural ou da evolução, incluindo algumas ideias sem conexão com o trabalho de Charles Darwin. Durante a história, movimentos darwinofóbicos tentaram proibir o ensino da evolução[3] nas escolas e nas universidades através de ações judiciais.

Aparições na Literatura

Carta de T. H. Huxley (1880)

A primeira aparição ocorre na Carta de Thomas Henry Huxley em 03 de Fevereiro de 1880 para Darwin[3], fazendo menção as criticas de Butler ao naturalista. Em um trecho da carta, Huxley deixa claro que leu uma carta de Butler e que teria se espantado com a repulsa à Darwin, como se fosse uma fobia a qual denominou de darwinofobia. Trecho[8]:

"Meu caro Darwin, li a carta de Butler e a carta de litchfield, ontem à noite, dormi sobre eles [...] Estou espantado com o Butler, que pensei ser um cavalheiro, embora o seu último livro me tenha apresentado para ser extremamente tolo. O mivart mordeu-o e deu-lhe darwinofobia? É uma doença horrível e eu mataria qualquer uma filho de uma cadela [...]." (Huxley, 1880).
Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley (1989)

No livro Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley de Keynes e Harrison é comemorado o centenário de Julian Huxley, e com isso, eles citam um marco de Thomas Henry Huxley (postulador da Teoria da Evolução Molecular) onde o mesmo teria inventado o termo darwinofobia. Keynes e Harrison explicam[3]:

"Como exemplo do fracasso das características adquiridas, a herança do fato, que os judeus praticaram a circuncisão por cem gerações ou menos sem efeito herdado, então THH sussurrou ao vizinho: Há uma divindade que forma nossos fins, grosseiros, como nós vamos [...] T. H. H. inventa uma doença darwinofobia e diz: É uma doença horrível e eu mataria qualquer filho de uma [esboço de membro visivelmente fêmea da espécie canina] [...]". (Keynes e Harrison, 1989, p.12).
Quell’attacco di Darwinfobia (2005)

Em uma publicação na FLC CGIL de U. Curi, o termo é apresentado em crítica ao governo de Moratti, que estaria então "infectado pela doença da darwinfobia" [9]:

"É difícil imaginar quais podem ter sido os motivos que levaram à exclusão da teoria de Darwin de ensinar na escola secundária. Para explicar este ataque darwinfobia, há restos, então, que contar com algumas especulações, mais ou menos lúdicas. O primeiro é que Moratti e seus colegas do governo ficaram aterrorizados por ter descoberto que Marx queria dedicar "A Capital" a Darwin [...]." (Curi, 2005).
Darwin Tra Scienza (2010)

No livro Darwin tra scienza de Francesco Stoppa e Roberto Veraldi, o termo é apresentado em referência a rejeição dos cientistas sociais as ideias de Darwin [5]:

"Entre os motivos que são usados para explicar a darwinfobia dos cientistas sociais, eu acho que é fundamental a preocupação mais ou menos nobre com a naturalização dos fenômenos sociais, com o efeito de ocultar responsabilidades sociais e declarar inelimináveis - em nome de uma naturalidade presumida - feridas sociais sedimentadas, e definitivamente até não mesmo o infame "presunção de homo sapiens", que se sente superior à natureza, que não quer ser confundido com os outros animais, e muito menos ter parentes entre macacos." (Estoppa e Veraldi, 2010, p.111).

Referências Bibliográficas:

  1. Olson, Everett C. (1968). Davitaschvili, L., ed. «Dialectics in Evolutionary Studies». Evolution. 22 (2): 426–436. doi:10.2307/2406542 
  2. a b CLARK, Ronald W. The Survival of Charles Darwin: A Biogrpahy of a Man and an Idea. Avon Books. New York. 1986. ISBN-10:0380699915
  3. a b c d e KEYNES, W. Milo; HARRISON, ‎G.A. Evolutionary Studies: A Centenary Celebration of the Life of Julian Huxley. Palgrave Macmillan. London. 1989. ISBN-10:1349099600
  4. KELLY, Andrew; et. al. ‎Darwin: For the Love of Science. 5° Eedition. Bristol Cultural Development Partnership. Bristol. 2009. ISBN-10:0955074223
  5. a b c STOPPA, Francesco.; VERALDI, ‎Roberto. Darwin tra scienza. Edizioni Universitarie Romane. Roma. 2010. ISBN:9788860221568
  6. DYSON, George B. Darwin Among The Machines: The Evolution Of Global Intelligence. 2 edition. Basic Books. New York. 2012. ISBN-10:0465046975
  7. BARRETT, Paul H. The Works of Charles Darwin: Vol 29: Erasmus Darwin (1879) / The Autobiography of Charles Darwin. Routledge. Abingdon. 2016. ISBN-10:1851964096
  8. HUXLEY, Thomas Henry. «T. H. Huxley: Letters and Diary 1880». Mathcs.clarku.edu. Consultado em 20 de dezembro de 2017 
  9. CURI, U. «Quell'attacco di Darwinfobia». Stampa FLC CGIL. Itália. 2005.