Gambiarra evolutiva: diferenças entre revisões

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Ricardo L1ma (discussão | contribs)
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Preguiças confundem os braços com galhos.
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==== Pandas dependem de até 14 horas de alimentação por dia ====
==== Pandas dependem de até 14 horas de alimentação por dia ====
Pandas (''[[Panda-gigante|Ailuropoda melanoleuca]]'') são [[Ursidae|ursos]]. Diferente de outros ursos que se alimentam de carne, pandas são [[Herbívoro|herbívoros]] estritos especializados em comer [[bambu]] (que compõe 99% da dieta desses animais). O problema é que enquanto outros membros dessa família extraem grandes quantidades de energia do alimento (carne) os pandas podem chegar ao extremo de aproveitarem apenas cerca de 9% da energia consumida<ref name=":15">DREHMER, César; DORNELLES, José Eduardo; SILVEIRA, Tony. [http://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/prefix/4220/1/Contribui%C3%A7%C3%B5es_da_Evolu%C3%A7%C3%A3o_biologica_ebook.pdf Contribuições da evolução biológica ao pensamento humano]. Editora UFPel. Pelotas. 2018.</ref>. Para tentar contornar essa situação, os pandas se alimentam durante 10 a 14 horas, consumindo até 6% de seu peso em bambu por dia. Porém, apesar de tamanha quantidade de bambu sendo consumida, a absorção da energia continua sendo escassa, isso porque os pandas descendem de ancestrais carnívoros e, seu sistema digestório não é apropriado para o processamento de matéria vegetal e sim de carne<ref name=":15" />.
Pandas (''[[Panda-gigante|Ailuropoda melanoleuca]]'') são [[Ursidae|ursos]]. Diferente de outros ursos que se alimentam de carne, pandas são [[Herbívoro|herbívoros]] estritos especializados em comer [[bambu]] (que compõe 99% da dieta desses animais). O problema é que enquanto outros membros dessa família extraem grandes quantidades de energia do alimento (carne) os pandas podem chegar ao extremo de aproveitarem apenas cerca de 9% da energia consumida<ref name=":15">DREHMER, César; DORNELLES, José Eduardo; SILVEIRA, Tony. [http://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/prefix/4220/1/Contribui%C3%A7%C3%B5es_da_Evolu%C3%A7%C3%A3o_biologica_ebook.pdf Contribuições da evolução biológica ao pensamento humano]. Editora UFPel. Pelotas. 2018.</ref>. Para tentar contornar essa situação, os pandas se alimentam durante 10 a 14 horas, consumindo até 6% de seu peso em bambu por dia. Porém, apesar de tamanha quantidade de bambu sendo consumida, a absorção da energia continua sendo escassa, isso porque os pandas descendem de ancestrais carnívoros e, seu sistema digestório não é apropriado para o processamento de matéria vegetal e sim de carne<ref name=":15" />.

=== Atividades pouco inteligentes ===


==== Sistema de defesa da cigarra é saciar o predador ====
==== Sistema de defesa da cigarra é saciar o predador ====
Para propagar a espécie, os seres vivos desenvolvem diferentes estratégias de defesa como [[espinhos]], cascas, ferrões e etc. Porém, alguns seres vivos desenvolveram um sistema de defesa que consiste em "saciar o predador". Nesse sistema, os seres ficam inteiramente visíveis para o predador, e, em tão grande número de indivíduos que os predadores não conseguem consumir a todos. Por fim, os poucos que sobrevivem se reproduzem propagando a espécie<ref name=":10" />. A hipótese da saciedade do predador tem sido aplicada às diferentes espécies (SHIBATA et al., 2002)<ref>SHIBATA, M. et al. Synchronized annual seed production by 16 principal tree species in a temperate deciduous Forest, Japan. Ecology, v.83, n.6, p.1727-1742, 2002.</ref>. Esses padrões de defesa têm sido observados em plantas como algumas espécies [[bambu]] e em animais como as [[cigarras]]<ref name=":10" />.
Para propagar a espécie, os seres vivos desenvolvem diferentes estratégias de defesa como [[espinhos]], cascas, ferrões e etc. Porém, alguns seres vivos desenvolveram um sistema de defesa que consiste em "saciar o predador". Nesse sistema, os seres ficam inteiramente visíveis para o predador, e, em tão grande número de indivíduos que os predadores não conseguem consumir a todos. Por fim, os poucos que sobrevivem se reproduzem propagando a espécie<ref name=":10" />. A hipótese da saciedade do predador tem sido aplicada às diferentes espécies (SHIBATA et al., 2002)<ref>SHIBATA, M. et al. Synchronized annual seed production by 16 principal tree species in a temperate deciduous Forest, Japan. Ecology, v.83, n.6, p.1727-1742, 2002.</ref>. Esses padrões de defesa têm sido observados em plantas como algumas espécies [[bambu]] e em animais como as [[cigarras]]<ref name=":10" />.

==== Preguiças confundem os próprios braços com galhos ====
As preguiças são animais [[Arborícola|arborícolas]], elas se sentam em cima de galhos, comem, dormem e até dão à luz penduradas em galhos de árvores. Os membros das preguiças são adaptados para pendurar e agarrar: suas mãos e pés especializados têm longas [[Garra|garras]] curvadas para permitir que elas se pendurem de cabeça para baixo a partir de galhos sem esforço<ref>{{Citar periódico|ultimo=Mendel|primeiro=Frank C.|data=1985-05-31|titulo=Use of Hands and Feet of Three-Toed Sloths (Bradypus variegatus) during Climbing and Terrestrial Locomotion|url=https://academic.oup.com/jmammal/article/66/2/359/909052|jornal=Journal of Mammalogy|lingua=en|volume=66|numero=2|paginas=359–366|doi=10.2307/1381249|issn=0022-2372}}</ref>. Como os braços são grandes (50% mais compridos que as pernas), ocasionalmente as preguiças o confundem com um galho, levando-os a cair das árvores.<ref>EGAN, James. '''1000 Facts about Animals'''. Vol. 2. Lulu Publishing Services. Morrisville. 2016. ISBN: 978-1-326-78508-6.</ref><ref>MARRETO, Júlia. [https://segredosdomundo.r7.com/90-curiosidades-do-mundo-que-sao-quase-inacreditaveis/ 90 curiosidades do mundo que são quase inacreditáveis]. Segredos do Mundo. Brasil. 2018.</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 13h45min de 11 de março de 2019

Gambiarra evolutiva[1] (Evolutionary kluge[2] ou simplesmente Kluge[3]) tem sido um termo utilizado nos campos da ciência evolucionista para descrever estruturas, comportamentos e órgãos imperfeitos, desajeitados, inelegantes, ineficientes, difíceis de entender ou prejudiciais que são resultantes do processo evolutivo [4][5][3][1]. O termo  tem aparecido na literatura[4][2] e se tornado familiar entre muitos dos cientistas, aparecendo até como título no livro Kluge do psicólogo Gary Marcus, da Universidade de Nova York, que usa desta analogia para descrever a mente humana[3]. Richard Brodie define kluge em seu livro "Virus of the Mind: The New Science of the Meme" como um jargão para o uso de uma peça não particularmente adequada para seu propósito, ele aborda que a evolução favorece e até mesmo valoriza a formação de gambiarras ou kluges[2].

Aparições na literatura

O Vazio da Máquina: Niilismo e outros abismos (2007)

O termo Gambiarra evolutiva aparece na obra O vazio da Máquina, livro de André Cancian, que investiga alguns dos tópicos mais incômodos trazidos à luz pelo vazio da existência. O nada, o absurdo, a solidão, o sofrimento, o suicídio, a hipocrisia são alguns dos assuntos principais abordados ao longo da obra. Em um trecho de sua obra, ele usa o termo Gambiarra como analogia para poder retratar sobre a desajeitada formação da consciência humana[1]:

[...] Mas o fato é que somos uma gambiarra evolutiva, e mesmo que essa ideia seja incômoda, ela nos permite compreender em função de que está programada essa realidade virtual chamada consciência – e as emoções que a norteiam - , e assim finalmente entendamos um pouco melhor por que somos tão contraditórios e tão complicadamente incoerentes[1].

The Accidental Mind: How Brain Evolution Has Given Us Love, Memory, Dreams, and God (2007)

Gambiarra evolutiva aparece também no livro The Accidental Mind do neurocientista David Linden, onde o mesmo discute como os defensores do design inteligente interpretaram mal a anatomia do cérebro. Linden contesta a suposição generalizada de que o cérebro é um modelo de design - e em seu lugar nos dá uma explicação convincente de como a evolução acidental do cérebro resultou em nada menos do que a humanidade na espécie Homo sapiens. A obra mostra como o cérebro não é uma máquina de resolução de problemas otimizada e de propósito geral, mas sim uma aglomeração estranha de soluções ad hoc que foram empilhadas por milhões de anos de história evolutiva[5]. Em um trecho Linden aborda:

As coisas que possuímos mais alto em nossa experiência humana (amor, memória, sonhos e uma predisposição para o pensamento religioso) resultam de uma aglomeração particular de soluções ad hoc que foram acumuladas através de milhões de anos de história da evolução.  Não é que tenhamos pensamentos e sentimentos fundamentalmente humanos, apesar do design gambiarra do cérebro moldado pelas reviravoltas da história evolutiva. Pelo contrário, nós os temos precisamente por causa dessa história[5]

Kluge: The Haphazard Construction of the Human Mind (2008)

O livro do psicólogo de pesquisa Gary Marcus, Kluge [3], compara os kluges evolucionários com os de engenharia, como limpadores de para-brisas com vácuo - quando você acelerou ou dirigiu para cima, "seus limpadores abrandaram, completamente". O livro é dedicado a mostrar como as faculdades mentais humanas mais caras -consciência e raciocínio lógico- foram construídas pela evolução aproveitando estruturas cerebrais primitivas, e que na falta de algo melhor serve ao humano, mas o preço pago pela gambiarra cerebral é que ela frequentemente entra em "curto-circuito"[4]. Em um trecho da obra Marcus dá um outro exemplo de gambiarra evolutiva que também ocorre no humano:

Outro exemplo bem conhecido de uma gambiarra evolutiva vem a partir de um detalhe bastante íntimo da anatomia masculina. A tubulação que funciona desde o testículo até a uretra (o canal deferente) é muito mais necessário: ele corre de volta para a frente, dá voltas ao redor, e faz um grau de 180 graus olta para o pênis. Um designer parsimonioso interessado em conservar materiais (ou na eficiência de entrega) teria o testículo diretamente para o pênis com apenas um curto comprimento de tubulação; só porque a biologia baseia-se no que veio antes, é um sistema criado tão aleatoriamente[3].

Virus of the Mind: The New Science of the Meme (2009)

Richard Brodie levanta em seu livro Virus of the Mind, a definição de gambiarra evolutiva como um jargão para o uso de uma peça inadequada particularmente para seu propósito, ele aborda que a evolução favorece e valoriza a formação dos mesmos, e justifica o termo apresentando o olho humano como exemplo de uma gambiarra evolutiva formada por um conjunto de outras gambiarras:

Exemplo clássico de uma gambiarra evolutiva é o olho humano. Os nervos que conectam as células sensíveis à luz ao cérebro realmente saem pela frente da retina, em vez da parte de trás - a "fiação" se projeta no campo de visão do olho. É difícil imaginar um engenheiro, muito menos Deus, projetando algo dessa maneira. Mas a evolução tomou que teve que trabalhar e com gambiarra por gambiarra, construiu um olho[2].

Inside Jokes: Using Humor to Reverse-Engineer the Mind (2011)

Matthew Hurley, Daniel Dennett e Reginald Adams oferecem uma perspectiva evolutiva e cognitiva no livro. A obra propõe que o humor evoluiu a partir de um problema computacional que surgiu quando os antepassados humanos há muito tempo estavam decorados com pensamento aberto. Eles salientam que a seleção natural não pode simplesmente ordenar o cérebro a encontrar e corrigir todos os problemas e a inteligência rápida nos seres humanos é o resultado de uma série de gambiarras evolutivas empilhadas uma sobre a outra - onde um dos quais é o traço de humor[6].

Exemplos de Gambiarras evolutivas

Órgãos situados no lugar errado

Caracóis defecam sobre a própria cabeça

Uma característica particular dos caracóis é que durante sua formação, a concha calcária sofre uma distorção helicoidal, girando para abrigar seu corpo e permitir que a cabeça possa ser puxada para dentro do manto de proteção[7], evidentemente para se proteger de predadores. Acontece que, conforme gira durante sua fase larval, seu trato digestivo juntamente com o resto do visceral também são submetidos a torção, torção em torno de 180 graus, de modo que o ânus do animal finda localizado acima da própria cabeça[8][7].

A bolsa do coala abre-se para baixo

A coala é marsupial arborícola noturno, com até 85 cm de comprimento, que passa seus dias agarrado a troncos de árvores e que possui o marsúpio que se abre para baixo, em vez de para cima, como a dos cangurus. A razão isso é um legado da história. Os coalas descendem de um ancestral parecido com o vombate[9]. Segundo Williams (2006), os coalas evoluíram de marsupiais escavadores como o vombate, que escavavam ninhos subterrâneos, a bolsa de seus ancestrais abrem-se para trás como resultado de proteção dos filhotes durante a escavação[10]. A medida que os atuais coalas evoluíram, essa característica manteve-se como estrutura vestigial.

Nervo laríngeo da girafa gasta 4,5 metros

O nervo laríngeo da girafa é um nervo craniano que parte diretamente do seu cérebro, onde um de seus ramos parte de cada lado do pescoço e se dirige à laringe. Uma parte chega à laringe diretamente, mas outra parte chega a ela por um caminho bem longo, ele se dirige para “baixo”, para dentro do tórax, caminha até o coração, dá a volta em uma de suas artérias e volta para cima, até atingir a laringe. O nervo laríngeo é um exemplo bizarro, pois como a aorta da girafa se encontra no tórax, e o tórax encontra-se muito distante do crânio, o nervo laríngeo “caminha” 4,5 metros em uma girafa adulta, quatro metros e meio, para chegar a uma posição a centímetros da origem do nervo[9].

Causam prejuízos aos próprios indivíduos

Gatos possuem espinhos no pênis

Gatos têm um pênis cercado de dezenas de espinhos rígidos (as espículas) que de acordo com um estudo publicado na revista The Anatomical Record, estão associados com o estímulo da ovulação: Provocam sangramento por ocasião do coito, isto estimula o aumento da secreção do hormônio LH que leva a ovulação na gata. Essas espículas além provocarem esse sangramento, provocam dor por machucarem intensamente as paredes da vagina da fêmea que necessita desse estímulo dessa para poder ovular. A perda de espinhos também leva à estimulação reduzida do pênis do gato durante a intromissão promovendo a diminuição da excitação sexual. Assim, para que haja sucesso na reprodução, são necessários os espinhos tanto para o macho quanto para a fêmea[11].

Morcegos possuem espinhos no pênis

Pelo menos 12 espécies de morcegos têm genitais espinhosos. Esses "espinhos" variam em tamanho, podendo atingir até 1cm no pênis dos morcegos da espécie Lasiurus cinereus[12]. Com base no que se sabe sobre outras espécies com pênis farpado, é possível formular diversas explicações. Para esses morcegos, há a possibilidade de que eles tenham evoluído o pênis farpado para danificar os órgãos genitais da fêmea, impedindo que ela acasale com outros machos[12]. Outra hipótese sugere que tais espinhos sejam ferramentas para remoção de espermatozoides de outros machos, já que essas espécies podem armazenar os espermatozoides[13]. Outra explicação pouco aceita é a de que os espinhos penianos possibilitem morcegos machos e fêmeas permaneçam acoplados - semelhante ao velcro - para poderem se acasalar no ar[12].

Palmas Opuntia littoralis perfuram seus próprios cladódios

As palmas Opuntia littoralis geralmente crescem em aglomerados densos que se espalham por vários metros de largura e até um metro e meio de altura. Os galhos são constituídos por cladódios planos ovais com até 22 centímetros de comprimento[14]. Cada cladódio está coberto de aglomerados de espinhos amarelados de 2 a 4 centímetros de comprimento[14]. Conforme a planta cresce, os galhos engrossam e os espinhos vão penetrando nos galhos vizinhos, perfurando a planta, o que enfraquece o tronco do cacto[15].

Causam a morte dos próprios indivíduos

O ferrão das abelhas fica preso à vítima

O sistema de defesa das abelhas com ferrão ativo, torna sua defesa um ato suicida[16]. Quando a abelha ferroa, o ferrão se desloca do abdômen, e, na maioria das vezes parte dos órgãos internos da abelha ficam na vítima e a abelha morre em seguida[16]. Isto acontece devido as estriações do ferrão que acabam fixando o ferrão no tecido picado[17]. A resposta evolutiva é que aparelho inoculador de veneno (ferrão) das abelhas e de outros indivíduos dessa ordem zoológica, foi derivado de um ovopositor modificado, o qual possui glândulas veneníferas anexas[18].

Tartarugas não conseguem se desvirar

O casco dos testudines (tartaruga, cágado e jabuti) possui um formato geométrico que complica a vida destes animais, muita das vezes, se virados de costas para baixo, não conseguem se desvirar sozinhos[19] o que acarreta sofrimento, pois devido ao seu grande peso corporal e ausência de esqueleto interno, as vísceras, órgãos e músculos se descolam para baixo comprimindo o pulmão do animal causando asfixia, que muitas vezes leva esses indivíduos à óbito[19], chegando a esse resultado lamentável lentamente, depois de cerca de 20 dias virado.

Muitos besouros não conseguem se desvirar

Alguns besouros, como o besouro saltador, conseguem saltar e se desvirar, pois entre o tórax e o abdômen possuem uma junta flexível que o permite encurvar o corpo, "engatilhando-o" para impulsionar um salto para cima. Porém, alguns grupos de besouros possuem um formato geométrico que complica a vida destes animais: se virados de costas para baixo, não conseguem se desvirar sozinhos[20]. Nessa posição, os besouros ficam imóveis se tornando presas fáceis para pássaros e sapos e, no último caso, chegam ao resultado lamentável do óbito por fome.[20]

Dentes do Babirusa perfuram próprio crânio

Os dentes caninos da mandíbula do babirusa macho crescem por sobre a face, e os caninos superiores emergem na vertical dos alvéolos do maxilar e penetram pela pele do nariz, então saem em curva para cima e na frente da face[21] [22]. Os dentes caninos crescem curvados e em direção à cabeça, onde acabam, muitas vezes, perfurando o crânio do animal e atingindo o cérebro[23][24]. A função atual destes dentes é desconhecida. Eles são bastante frágeis, facilmente se quebram e são raramente usados em combate[25]. Estudos subsequentes do comportamento, da fragilidade estrutural do dente canino superior e a relativa superficialidade destes, mostraram que os dentes caninos do macho adulto nunca foram usados diretamente em lutas. [22]

Galhada do alce irlandês acarretou sua extinção

A galhada de muitos animais possui entre uma de suas funções fundamentais, um "símbolo visual de posição de domínio". Com 41 kg de chifre que possuía 3,65 metros de ponta a ponta, o Megaloceros (Alce irlandês) rearranjou seus chifres de forma que pudessem ser exibidas por completo quando o animal olhasse pra frente, pois manobrar os chifres como os animais modernos fazem não seria viável. Contudo, embora estivesse bem adaptado às campinas abertas e relvadas, com poucos bosques da época, aparentemente o Megaloceros não se adaptou de forma suficientemente rápida à tundra subártica ou ao denso florestamento ocorrido depois do último recuo da camada de gelo, sendo incapaz de fugir dos predadores pela densa floresta, provavelmente o animal foi vítima do seu sucesso evolutivo anterior. [26]

Tubarões que não podem parar de nadar

Existem espécies de tubarões que não podem parar de nadar (como o tubarão-branco e o tubarão-baleia), isso porque eles possuem o que se chama de ventilação forçada obrigatória, ou seja, recebem oxigênio para sobreviver apenas se o seu movimento for permanente. Acontece que, os tubarões não possuem o opérculo e, dessa forma, precisam estar em constante movimento para que a água possa passar pela sua boca, atravessar a faringe e chegar às brânquias, ocorrendo as trocas gasosas da respiração branquial. Desse modo, se os tubarões pararem de nadar, o fluxo de água é interrompido e o sangue não receberia oxigênio, matando o animal asfixiado. [27]

Cetáceos podem se afogar

Tal como todos os mamíferos, os cetáceos respiram ar por pulmões, isso implica no fato em que os animais desse grupo necessitam subir até a superfície para respirar. Apesar de seu sistema respiratório permite-lhes suportar muito tempo sem respirar (o cachalote, por exemplo, pode ficar três horas submerso sem respirar). Como todos os mamíferos, os cetáceos também dormem, mas não podem ficar completamente inconscientes para poderem respirar. Acontece que se não subirem para realizar as trocas gasosas da respiração, o sangue não recebe oxigênio, resultando na sua morte por asfixia.

Seres vivos sem partes ou órgãos

Mariposas A. luna não possuem boca para se alimentar

As mariposas-da-lua adultas (Actias luna) não possuem boca e vivem apenas cerca de sete dias[28]. Essas mariposas não se alimentam em sua fase adulta, porém, uma única fêmea pode produzir várias centenas de ovos durante os sete dias antes de morrer de fome[29][30]. Para resistir tal tempo se alimentação, as mariposas usam das reservas que acumularam enquanto eram lagartas[28]. Muitas não conseguem se reproduzir antes de morrerem de fome.

Ácaros Demodex não possuem ânus para defecar

Ácaros do gênero Demodex como o D. folliculorum são adaptados para viverem dentro dos folículos capilares e, portanto, são finos e semelhante a um verme, com pernas curtas[31]. Todo o ciclo de vida da espécie D.  folliculorum leva de 14 a 16 dias, sendo sete dias para a larva se desenvolver em um adulto maduro[32], com dois estágios de ninfas intervenientes[33], e 4 a 6 dias de vida na fase adulta[34]. Apesar de D.  folliculorum possuírem um intestino rudimentar, eles não possuem ânus[35]. Sem o ânus, esses ácaros não defecam e acabam acumulando escórias dentro do seu corpo até explodirem.

Plantas que colocam frutos sem sementes

Alguns grupos de plantas possuem frutos partenocárpicos. Por definição, frutos partenocárpicos são aqueles onde os rudimentos seminais não se transformam em sementes ou quando formam sementes, estas são estéreis[36]. Espécies brasileiras como a Lophogyne lacunosa são partenocárpicas: a L. lacunosa apresenta um fruto com 3,03 mm (± 0,43) X 1,5 mm (± 0,23) e seis costelas, porém, desprovido de sementes[37]. Além do gênero Lophogyne, frutos partenocárpicos ocorrem também nos gêneros Mourera e Podostemum.[37]

Relações familiares macabras

Ovelhas e cabras rejeitam seus filhotes

O parto prolongado pode levar o animal à exaustão e ter efeitos adversos sobre, raramente a mãe bandona a sua cria, porém em casos de parto múltiplo ou primíparas a atenção é dispensada em uma única cria e, passado o período crítico de reconhecimento, a cabra rejeita os outros filhotes[38]. No caso da ovelha, se ela permitir que o cordeiro consuma o colostro revela que ela o reconheceu e o aceitou como seu, rejeitando qualquer outro filhote que tente mamar[39]. Dados de mamíferos sugerem que, quando o recurso alimentar é severamente restrito, tornando fêmeas lactantes incapazes de manter seu peso vivo, as mães são mais propensas a rejeitar e abandonar seus filhotes[40].

Micromalthus debilis: o besouro que devora a mãe viva

Alguns insetos desenvolveram métodos macabros de propagar a espécie, assim como o que acontece em besouros Micromalthus debilis. As fêmeas desta espécie, que são parternogênicas, geram suas larvas fêmeas descendentes de forma normal. Porém, o Micromalthus debilis o desenvolveu um sistema praticamente idêntico aos cecidomiídeos, com uma variação macabra. As fêmeas paternogênicas produzem um único descendente macho, e essa larva se prende à cutícula da mãe durante cerca de quatro ou cinco dias, em seguida insere a cabeça pela abertura genital dela e a devora. [26]

O percevejo de instinto estuprador e homossexual

O Xylocaris maculipennis ou Cimex lectularius, desenvolveu um hábito reprodutivo curioso conhecido como “estupro perfurante homossexual”. Aparentemente, em algumas variedades deste inseto o macho fecha a fêmea com um tipo de "rolha" após fertilizá-la para evitar que os outros machos a fertilizem também. Então, certos percevejos adaptaram-se a esse problema perfurando a fêmea durante a relação de modo a evitar o caminho normal e contornar a rolha. Outros, desenvolveram algo ainda mais drástico: O macho perfura e insemina os outros machos à força de modo que, os seus genes sejam "carregados" para as fêmeas quando o macho estuprado acasalar com elas.[41]

Cuco: o pássaro que mata os irmãos adotivos

O cuco é capaz de parasitismo social. Isso quer dizer que as fêmeas depositam seus ovos nos ninhos de outras aves, onde serão criados por pais de outras espécies. Criar um filhote de cuco no seu próprio ninho representa um grande prejuízo aos cucos pais, uma vez que o filhote de cuco ao nascer, ele instintivamente mata seus irmãos de criação lançando todos os ovos antes que eles possam eclodir o ovo (ovos do pássaro hospedeiro requerem 15 dias de incubação e o do cuco apenas 12 dias) e competir por alimento[9][42][43].

Filhote de Tubarão-touro devora os irmãos ainda dentro do útero

Filhotes de tubarão-touro ou tubarão-cinza (Carcharias taurus) devoram seus próprios irmãos em uma disputa pelo "direito de nascer". Acontece que tubarões-touro chegam a 2,5 metros e dão à luz a filhotes de 1 metro. Com isso, pelo tamanho do filhote, a mãe dá a luz apenas a no máximo dois filhotes por gestação, o que faz com que os mesmos disputem pela vida. Desde 1980, autópsias revelaram embriões dentro do estômago de filhotes. Hoje, é sabido que o canibalismo no útero acontece desde os 5 meses de gestação, onde, até 12 fetos podem começar a "jornada", lutando pela sobrevivência até que só sobre o maior e, possivelmente, algum outro tubarão.[44]

Problemas com a alimentação

Coelhos necessitam comer suas fezes

Os coelhos têm de comer algumas das suas próprias fezes, a fim de digerir completamente as suas refeições[45]. Acontece que os coelhos tiveram que se adaptar para digerir a celulose. Eles têm um apêndice alargado e ceco que contêm bactérias de digestão de celulose. Contudo, açúcares e outros nutrientes não são absorvidos completamente no intestino e vão para as fezes produzidas. Parte das fezes que os coelhos produzem são ingeridas para passar através de seu sistema digestivo duas vezes e com isso absorver todo o nutriente necessário[45]. As fezes que os coelhos produzem durante o dia são secas, duras e não são consumidas.

Pandas dependem de até 14 horas de alimentação por dia

Pandas (Ailuropoda melanoleuca) são ursos. Diferente de outros ursos que se alimentam de carne, pandas são herbívoros estritos especializados em comer bambu (que compõe 99% da dieta desses animais). O problema é que enquanto outros membros dessa família extraem grandes quantidades de energia do alimento (carne) os pandas podem chegar ao extremo de aproveitarem apenas cerca de 9% da energia consumida[46]. Para tentar contornar essa situação, os pandas se alimentam durante 10 a 14 horas, consumindo até 6% de seu peso em bambu por dia. Porém, apesar de tamanha quantidade de bambu sendo consumida, a absorção da energia continua sendo escassa, isso porque os pandas descendem de ancestrais carnívoros e, seu sistema digestório não é apropriado para o processamento de matéria vegetal e sim de carne[46].

Atividades pouco inteligentes

Sistema de defesa da cigarra é saciar o predador

Para propagar a espécie, os seres vivos desenvolvem diferentes estratégias de defesa como espinhos, cascas, ferrões e etc. Porém, alguns seres vivos desenvolveram um sistema de defesa que consiste em "saciar o predador". Nesse sistema, os seres ficam inteiramente visíveis para o predador, e, em tão grande número de indivíduos que os predadores não conseguem consumir a todos. Por fim, os poucos que sobrevivem se reproduzem propagando a espécie[26]. A hipótese da saciedade do predador tem sido aplicada às diferentes espécies (SHIBATA et al., 2002)[47]. Esses padrões de defesa têm sido observados em plantas como algumas espécies bambu e em animais como as cigarras[26].

Preguiças confundem os próprios braços com galhos

As preguiças são animais arborícolas, elas se sentam em cima de galhos, comem, dormem e até dão à luz penduradas em galhos de árvores. Os membros das preguiças são adaptados para pendurar e agarrar: suas mãos e pés especializados têm longas garras curvadas para permitir que elas se pendurem de cabeça para baixo a partir de galhos sem esforço[48]. Como os braços são grandes (50% mais compridos que as pernas), ocasionalmente as preguiças o confundem com um galho, levando-os a cair das árvores.[49][50]

Ver também

Referências

  1. a b c d Cancian, André (1 de janeiro de 2007). O Vazio da Máquina: Niilismo e outros abismos (em inglês). [S.l.]: André Cancian. ISBN 9788590555827 
  2. a b c d Brodie, Richard (15 de maio de 2009). Virus of the Mind: The New Science of the Meme (em inglês). [S.l.]: Hay House, Inc. ISBN 9781401926007 
  3. a b c d e Marcus, Gary (2008). Kluge: The Haphazard Construction of the Human Mind. Houghton Mifflin Co. pp. 4–5. ISBN 0-618-87964-1.
  4. a b c «Folha de S.Paulo - Falha de conexão - 07/12/2008». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 25 de abril de 2017 
  5. a b c Linden, David J. (2007). The Accidental Mind: How Brain Evolution Has Given Us Love, Memory, Dreams, and God. Belknap Press. pp. 245–246. ISBN 0-674-02478-8.
  6. Hurley, Matthew M.; Dennett, Daniel C.; Adams, Reginald B. (4 de março de 2011). Inside Jokes: Using Humor to Reverse-Engineer the Mind (em inglês). [S.l.]: MIT Press. ISBN 9780262294812 
  7. a b CHAPMAN, Jenny. Biodiversity: the Abundance of Life. Cambrige. Cambridge University Press 1997. ISBN: 0521577942. (1997).
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