Partenogénese: diferenças entre revisões
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# Em 2017, na [[Austrália]], um [[Tubarão-zebra|tubarão zebra]] teve três filhotes sem manter relações sexuais com um macho. A fêmea, chamada Leonie, vive em um tanque isolado dos machos, o que intrigou cientistas e levou a uma análise do caso. Ao realizar estes nos filhotes comparando DNA com o do macho do tanque mais próximo, cientistas constataram que eles tinham apenas as células da fêmea, os dados foram publicados a [[Nature]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Dudgeon|primeiro=Christine L.|ultimo2=Coulton|primeiro2=Laura|ultimo3=Bone|primeiro3=Ren|ultimo4=Ovenden|primeiro4=Jennifer R.|ultimo5=Thomas|primeiro5=Severine|data=2017-01-16|titulo=Switch from sexual to parthenogenetic reproduction in a zebra shark|jornal=Scientific Reports|volume=7|issn=2045-2322|pmid=28091617|doi=10.1038/srep40537|url=http://www.nature.com/articles/srep40537|idioma=en}}</ref> e a notícia foi divulgada no Brasil pela [http://super.abril.com.br/ciencia/sem-machos-tubarao-femea-engravida-sozinha/ Superinteressante]. |
# Em 2017, na [[Austrália]], um [[Tubarão-zebra|tubarão zebra]] teve três filhotes sem manter relações sexuais com um macho. A fêmea, chamada Leonie, vive em um tanque isolado dos machos, o que intrigou cientistas e levou a uma análise do caso. Ao realizar estes nos filhotes comparando DNA com o do macho do tanque mais próximo, cientistas constataram que eles tinham apenas as células da fêmea, os dados foram publicados a [[Nature]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Dudgeon|primeiro=Christine L.|ultimo2=Coulton|primeiro2=Laura|ultimo3=Bone|primeiro3=Ren|ultimo4=Ovenden|primeiro4=Jennifer R.|ultimo5=Thomas|primeiro5=Severine|data=2017-01-16|titulo=Switch from sexual to parthenogenetic reproduction in a zebra shark|jornal=Scientific Reports|volume=7|issn=2045-2322|pmid=28091617|doi=10.1038/srep40537|url=http://www.nature.com/articles/srep40537|idioma=en}}</ref> e a notícia foi divulgada no Brasil pela [http://super.abril.com.br/ciencia/sem-machos-tubarao-femea-engravida-sozinha/ Superinteressante]. |
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#Em 2019, uma [[Sucuri|cobra sucuri]] do Aquário de [[New England]], nos [[Estados Unidos]], deu à luz a dois filhotes saudáveis. O fato virou notícia porque os filhotes foram fruto de partenogênese, esse é apenas o segundo caso confirmado conhecido de partenogênese em uma cobra sucuri-verde. Os biólogos confirmaram por sequenciamento genético que as serpentes analisadas mostram correspondências completas em todos os locais testados<ref>{{Citar web|titulo=Cobra sucuri fêmea engravida a si mesma e tem filhotes saudáveis|url=https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/05/cobra-sucuri-femea-engravida-si-mesma-e-tem-filhotes-saudaveis.html|obra=revistagalileu.globo.com|acessodata=2019-05-27}}</ref>. A informação foi divulgada pela [[Galileu (revista)|Revista Galileu]]. |
#Em 2019, uma [[Sucuri|cobra sucuri]] do Aquário de [[New England]], nos [[Estados Unidos]], deu à luz a dois filhotes saudáveis. O fato virou notícia porque os filhotes foram fruto de partenogênese, esse é apenas o segundo caso confirmado conhecido de partenogênese em uma cobra sucuri-verde. Os biólogos confirmaram por sequenciamento genético que as serpentes analisadas mostram correspondências completas em todos os locais testados<ref>{{Citar web|titulo=Cobra sucuri fêmea engravida a si mesma e tem filhotes saudáveis|url=https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/05/cobra-sucuri-femea-engravida-si-mesma-e-tem-filhotes-saudaveis.html|obra=revistagalileu.globo.com|acessodata=2019-05-27}}</ref>. A informação foi divulgada pela [[Galileu (revista)|Revista Galileu]]. |
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#Em 2019, cientistas do [[Smithsonian Institution|instituto Smithsonian]], nos [[Estados Unidos]], registraram a reprodução assexuada de um [[dragão-d'água-chinês]] (''Physignathus cocincinus'') pela primeira vez. De acordo com os especialistas do instituto, o animal chegou em 2006. Desde então a fêmea nunca entrou em contato com machos da espécie: quando ela começou a produzir ovos em 2009 (apesar de estarem mortos, foi observada a formação de filhotes dentro dos ovos). Então, no fim de 2018, o fenômeno ocorreu novamente e desta vez gerou lagartinhos saudáveis<ref>{{Citar web|titulo=Fêmea de espécie de lagarto consegue gerar filhotes sem a presença de macho|url=https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/06/femea-de-especie-de-lagarto-consegue-gerar-filhotes-sem-ajuda-de-macho.html|obra=revistagalileu.globo.com|acessodata=2019-06-10}}</ref>. A notícia foi publicada no Brasil pela [[Galileu (revista)|Revista Galileu]]. |
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== Ver também == |
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* [[Cissiparidade]] |
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* [[Eva mitocondrial]] |
* [[Eva mitocondrial]] |
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== Referências Bibliográficas == |
== Referências Bibliográficas == |
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[http://forum.brasilescola.com/index.php?showtopic=31118 Fórum Brasil Escola]{{Ligação inativa|1=data=maio de 2019 }} |
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* Princípios Integrados de Zoologia - Hickman, Roberts e Larson. |
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[[Categoria:Reprodução]] |
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Revisão das 10h02min de 10 de junho de 2019
Partenogénese (português europeu) ou partenogênese (português brasileiro) (do grego παρθενος, "virgem", + γενεσις, "nascimento"; uma alusão à deusa grega Atena, cujo templo era denominado Partenon) refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização. São fêmeas que procriam sem precisar de machos que as fecundem.
Atualmente, a biologia evolutiva prefere utilizar o termo telitoquia, por considerá-lo menos abrangente que o termo partenogênese.
A partenogênese ocorre naturalmente em plantas agamospérmicas, invertebrados (e.g. pulgas de água, afídeos, abelhas) e alguns vertebrados (e.g. lagartos, salamandras, peixes). Os organismos que se reproduzem por este método estão geralmente associados a ambientes isolados como ilhas oceânicas. Na maioria dos casos, no entanto, a partenogénese é apenas uma possibilidade eventual, sendo a reprodução com contribuição gênica paterna a mais comum. Esta alternância pode surgir por pressão ambiental.
Tipos de Partenogênese
De acordo com o sexo dos organismos gerados, a partenogênese pode ser de três tipos:
- Partenogênese arrenótoca: origina apenas machos como abelhas (zangões)
- Partenogênese telítoca: origina apenas fêmeas, por exemplo, afídeos (pulgões).
- Partenogênese deuterótoca: origina machos e fêmeas como afídeos (pulgões).
Partenogênese em Invertebrados
Em abelhas
Na sociedade das abelhas ocorre um fato curioso: tanto os óvulos fecundados como os não fecundados podem originar novos indivíduos. As rainhas e as operárias resultam do desenvolvimento de óvulos fecundados, sendo, portanto, diploides. A diferenciação entre elas é estabelecida pelo tipo de alimento fornecido às formas larvais:
- As larvas que originam rainhas recebem geleia real como alimento.
Os zangões, cujas larvas são nutridas com pólen e mel, são haploides, uma vez que resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados. Os zangões, originando-se de óvulos não fecundados, herdam todos os genes que possuem da “mãe”(Rainha), uma vez que não têm “pai”.
Partenogênese em Vertebrados
- Em 1984 já havia sido documentada a biologia reprodutiva de lagartos de manchas amarelas, desde então, tem sido objeto de grande interesse científico e pesquisa. Ao contrário da maioria das espécies de lagartos, os lagartos de manchas amarelas são vivíparos. De particular interesse para os pesquisadores é que algumas populações de fêmeas se reproduzem por partenogênese[1].
- Em 2006, cientistas documentaram, pela primeira vez, um caso de partenogênese em uma fêmea de dragão-de-komodo, no Zoológico de Chester, no Reino Unido. Um artigo foi publicado na revista Nature abordando[2] a partogênese nestes répteis. A notícia foi divulgada no Guardian Unlimited em dezembro de 2006 e na BBCBrasil.com em dezembro de 2006[2].
- Em 2007, cientistas confirmaram que tubarões-martelo poderiam se reproduzir sem ter relações sexuais. A evidência vem de um tubarão no jardim Zoológico de Henry Doorly em Nebraska que deu à luz um filhote em 2001 apesar de não ter tido nenhum contato com um macho. Testes genéticos realizados provam conclusivamente que o animal jovem não possuía DNA paterno, os dados foram publicados no periódico Biology Letters[3] e a notícia foi divulgada na BBC News.
- Em 2008, cientistas confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões após testes de DNA em um tubarão-galha-preta, nascido em um aquário da Virgínia, nos Estados Unidos, informa a agência AP. Em um artigo publicado na revista cientifíca The Journal of Fish Biology[4], as análises comprovaram que o animal nasceu sem fecundação do óvulo, ou seja, se desenvolveu sem o material genético do pai[4].
- Em 2017, na Austrália, um tubarão zebra teve três filhotes sem manter relações sexuais com um macho. A fêmea, chamada Leonie, vive em um tanque isolado dos machos, o que intrigou cientistas e levou a uma análise do caso. Ao realizar estes nos filhotes comparando DNA com o do macho do tanque mais próximo, cientistas constataram que eles tinham apenas as células da fêmea, os dados foram publicados a Nature[5] e a notícia foi divulgada no Brasil pela Superinteressante.
- Em 2019, uma cobra sucuri do Aquário de New England, nos Estados Unidos, deu à luz a dois filhotes saudáveis. O fato virou notícia porque os filhotes foram fruto de partenogênese, esse é apenas o segundo caso confirmado conhecido de partenogênese em uma cobra sucuri-verde. Os biólogos confirmaram por sequenciamento genético que as serpentes analisadas mostram correspondências completas em todos os locais testados[6]. A informação foi divulgada pela Revista Galileu.
- Em 2019, cientistas do instituto Smithsonian, nos Estados Unidos, registraram a reprodução assexuada de um dragão-d'água-chinês (Physignathus cocincinus) pela primeira vez. De acordo com os especialistas do instituto, o animal chegou em 2006. Desde então a fêmea nunca entrou em contato com machos da espécie: quando ela começou a produzir ovos em 2009 (apesar de estarem mortos, foi observada a formação de filhotes dentro dos ovos). Então, no fim de 2018, o fenômeno ocorreu novamente e desta vez gerou lagartinhos saudáveis[7]. A notícia foi publicada no Brasil pela Revista Galileu.
Referências Bibliográficas
- ↑ Holmback, Erik (1 de janeiro de 1984). «Parthenogenesis in the Central American night lizard at San Antonio Zoo». International Zoo Yearbook (em inglês). 23 (1): 157–158. ISSN 1748-1090. doi:10.1111/j.1748-1090.1984.tb03023.x
- ↑ a b Watts, Phillip C.; Buley, Kevin R.; Sanderson, Stephanie; Boardman, Wayne; Ciofi, Claudio; Gibson, Richard (21 de dezembro de 2006). «Parthenogenesis in Komodo dragons». Nature (em inglês). 444 (7122): 1021–1022. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/4441021a
- ↑ Chapman, Demian D.; Shivji, Mahmood S.; Louis, Ed; Sommer, Julie; Fletcher, Hugh; Prodöhl, Paulo A. (22 de agosto de 2007). «Virgin birth in a hammerhead shark». Biology Letters (em inglês). 3 (4): 425–427. ISSN 1744-9561. PMID 17519185. doi:10.1098/rsbl.2007.0189
- ↑ a b Chapman, D. D.; Firchau, B.; Shivji, M. S. (1 de outubro de 2008). «Parthenogenesis in a large-bodied requiem shark, the blacktip Carcharhinus limbatus». Journal of Fish Biology (em inglês). 73 (6): 1473–1477. ISSN 1095-8649. doi:10.1111/j.1095-8649.2008.02018.x
- ↑ Dudgeon, Christine L.; Coulton, Laura; Bone, Ren; Ovenden, Jennifer R.; Thomas, Severine (16 de janeiro de 2017). «Switch from sexual to parthenogenetic reproduction in a zebra shark». Scientific Reports (em inglês). 7. ISSN 2045-2322. PMID 28091617. doi:10.1038/srep40537
- ↑ «Cobra sucuri fêmea engravida a si mesma e tem filhotes saudáveis». revistagalileu.globo.com. Consultado em 27 de maio de 2019
- ↑ «Fêmea de espécie de lagarto consegue gerar filhotes sem a presença de macho». revistagalileu.globo.com. Consultado em 10 de junho de 2019