No Paiz das Amazonas: diferenças entre revisões
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'''''No Paiz das Amazonas'''''{{efn|Atualmente, a grafia correta seria '''''No País das Amazonas'''''.}}{{efn|Lançado como '''''Terra das Amazonas''''' em [[Maceió]].<ref name="dic" /><ref name="base">{{Citar web |url=http://bases.cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=ID=002377&format=detailed.pft |titulo=Filmografia - No Paiz das Amazonas |acessodata=2021-06-20 |website=bases.cinemateca.gov.br}}</ref>}} é um [[documentário]] [[filme mudo|mudo]] brasileiro de 1922, dirigido por [[Silvino Santos]] e produzido por [[Joaquim Gonçalves Araújo]]. O filme mostra aspectos da [[região Norte do Brasil]] em blocos temáticos. Araújo contratou Santos para fazer um documentário sobre o desenvolvimento econômico da região, e também tinha a intenção de divulgar seus negócios. Lançado em 5 de dezembro de 1922, o filme teve recepção positiva em diversas capitais e recebeu a medalha de ouro da [[Exposição Internacional do Centenário da Independência]]. A [[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]] elegeu o filme em 2017 como um dos [[Lista dos 100 melhores documentários brasileiros segundo a ABRACCINE|cem melhores documentários brasileiros de todos os tempos]]. |
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A estreia ocorreu em 1 de dezembro de 1922.<ref name="base"/> Em 1923, foi exibido em sessão especial para o então presidente [[Artur Bernardes]]. Lá, é premiado pelo júri da Exposição do Centenário com medalha de ouro,<ref name="ic" /><ref name="dic" /> o único a realizar tal feito.<ref name="dic">{{citar livro |título=Dicionário de filmes brasileiros |autor=Antônio Leão da Silva Neto |url=https://books.google.com.br/books/about/Dicion%C3%A1rio_de_filmes_brasileiros.html?id=P5kYAQAAIAAJ&redir_esc=y |ano=2002 |página=570 |isbn=9788590059523}}</ref> O documentário se tornou popular várias capitais brasileiras, especialmente no [[Rio de Janeiro]], onde ficou em cartaz por cinco meses. Na imprensa, diversos elogiaram a qualidade do filme, com tom de patriotismo e demonstrando orgulho da Amazônia. Segundo o [[Itaú Cultural]], um comentário anônimo publicado no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".<ref name="ic" /> |
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Revisão das 22h01min de 20 de junho de 2021
No Paiz das Amazonas | |
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Brasil 1922 • p&b • 127 min | |
Gênero | documentário |
Direção | Silvino Santos |
Produção executiva | Joaquim Gonçalves Araújo |
Distribuição | J.G. Araújo Produções Cinematográficas[1] |
Lançamento | 5 de dezembro de 1922 |
Idioma | português |
No Paiz das Amazonas[a][b] é um documentário mudo brasileiro de 1922, dirigido por Silvino Santos e produzido por Joaquim Gonçalves Araújo. O filme mostra aspectos da região Norte do Brasil em blocos temáticos. Araújo contratou Santos para fazer um documentário sobre o desenvolvimento econômico da região, e também tinha a intenção de divulgar seus negócios. Lançado em 5 de dezembro de 1922, o filme teve recepção positiva em diversas capitais e recebeu a medalha de ouro da Exposição Internacional do Centenário da Independência. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema elegeu o filme em 2017 como um dos cem melhores documentários brasileiros de todos os tempos.
Sinopse
No Paiz das Amazonas conta com blocos temáticos dedicados à borracha, à pesca, às castanhas, às madeiras e ao gado, com detalhes do processo de extração e cultivo desses produtos. É dividido em dez partes, a maioria delas dedicada às mercadorias comercializadas na região da bacia amazônica e aos meios de produção empregados para prepará-las para venda.[3] O filme começa mostrando aspectos da cidade de Manaus, depois exibindo os "grandes lagos" do Amazonas. Outras regiões exibidas são Porto Velho, até a divisa com a Bolívia, e Rio Branco. O filme finaliza mostrando novamente Manaus, numa embarcação à vapor.[2]
Antecedentes e produção
O imigrante português Silvino Santos chegou ao Brasil em 1899, aos 13 anos. Foi um dos primeiros cineastas a filmar a região amazônica, ao lado do major Luiz Thomaz Reis (1878-1940). Após atuar como cinegrafista e fotógrafo, Santos conheceu o comendador Joaquim Gonçalves Araújo em 1920, que trabalhava com borracha. Araújo contrata-o para fazer um documentário sobre o desenvolvimento econômico no norte do Brasil, tornando-se produtor executivo, com a expectativa de promover seus negócios com a exibição do filme na Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro entre 1922 e 1923. Ele também financia o filme. As filmagens se concentraram nos estados de Amazonas, Acre e Rondônia apresentando "um inventário da natureza, da cultura e da economia do norte brasileiro." Os intertítulos são escritos pelo filho de Araújo, Agesilau, que, apesar de não assumir a função, aparece nos créditos como diretor.[3]
Recepção e legado
A estreia ocorreu em 1 de dezembro de 1922.[2] Em 1923, foi exibido em sessão especial para o então presidente Artur Bernardes. Lá, é premiado pelo júri da Exposição do Centenário com medalha de ouro,[3][1] o único a realizar tal feito.[1] O documentário se tornou popular várias capitais brasileiras, especialmente no Rio de Janeiro, onde ficou em cartaz por cinco meses. Na imprensa, diversos elogiaram a qualidade do filme, com tom de patriotismo e demonstrando orgulho da Amazônia. Segundo o Itaú Cultural, um comentário anônimo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".[3]
O Cineasta da Selva (1997), filme de Aurélio Michiles sobre a vida de Silvino Santos, mostra cenas do filme.[1] Por iniciativa da Prefeitura de Manaus, uma versão restaurada foi lançada em 22 de outubro de 2014.[4] Em 15 de março de 2017, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema elegeu No Paiz das Amazonas como o 71.º melhor documentário brasileiro de todos os tempos, sendo o mais antigo contido na lista.[5]
Notas
Referências
- ↑ a b c d e Antônio Leão da Silva Neto (2002). Dicionário de filmes brasileiros. [S.l.: s.n.] p. 570. ISBN 9788590059523
- ↑ a b c «Filmografia - No Paiz das Amazonas». bases.cinemateca.gov.br. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ a b c d «No Paiz das Amazonas». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «Clássico do cinema amazonense, versão restaurada de 'No Paiz das Amazonas' é lançada em Manaus». A Crítica (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2021
- ↑ «ABRACCINE elege "Cabra Marcado para Morrer" como o melhor documentário do cinema nacional». Associação Brasileira de Críticos de Cinema. 15 de março de 2017. Consultado em 12 de junho de 2021. A fonte afirma que o trabalho mais antigo contido é São Paulo: A Symphonia da Metropole, de 1929, mas isto é um erro, já que No Paiz dos Amazonas é de 1923. Na verdade, São Paulo é o segundo trabalho mais antigo contido.