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No Paiz das Amazonas: diferenças entre revisões

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== Sinopse ==
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== Recepção e legado ==
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A estreia ocorreu em 1 de dezembro de 1922.<ref name="base"/> Em 1923, foi exibido em sessão especial para o então presidente [[Arthur Bernardes]]. Lá, é premiado pelo júri da Exposição do Centenário com medalha de ouro. O documentário se tornou popular várias capitais brasileiras, especialmente no [[Rio de Janeiro]], onde ficou em cartaz por cinco meses. Na imprensa, diversos elogiaram a qualidade do filme, com tom de patriotismo e demonstrando orgulho da Amazônia. Segundo o [[Itaú Cultural]], um comentário anônimo publicado no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".<ref name="ic" />
A estreia ocorreu em 1 de dezembro de 1922.<ref name="base"/> Em 1923, foi exibido em sessão especial para o então presidente [[Artur Bernardes]]. Lá, é premiado pelo júri da Exposição do Centenário com medalha de ouro,<ref name="ic" /><ref name="dic" /> o único a realizar tal feito.<ref name="dic">{{citar livro |título=Dicionário de filmes brasileiros |autor=Antônio Leão da Silva Neto |url=https://books.google.com.br/books/about/Dicion%C3%A1rio_de_filmes_brasileiros.html?id=P5kYAQAAIAAJ&redir_esc=y |ano=2002 |página=570 |isbn=9788590059523}}</ref> O documentário se tornou popular várias capitais brasileiras, especialmente no [[Rio de Janeiro]], onde ficou em cartaz por cinco meses. Na imprensa, diversos elogiaram a qualidade do filme, com tom de patriotismo e demonstrando orgulho da Amazônia. Segundo o [[Itaú Cultural]], um comentário anônimo publicado no jornal ''[[O Estado de S. Paulo]]'', em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".<ref name="ic" />


Em 15 de março de 2017, a [[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]] elegeu ''No Paiz das Amazonas'' como o 71.º [[Lista dos 100 melhores documentários brasileiros segundo a ABRACCINE|melhor documentário brasileiro de todos os tempos]], sendo o mais antigo contido na lista.<ref>{{Citar web |url=https://abraccine.org/2017/03/15/abraccine-elege-cabra-marcado-para-morrer-como-o-melhor-documentario-do-cinema-nacional/ |titulo=ABRACCINE elege "Cabra Marcado para Morrer" como o melhor documentário do cinema nacional |data=2017-03-15 |acessodata=2021-06-12 |website=[[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]]}}. A fonte afirma que o trabalho mais antigo contido é ''São Paulo: A Symphonia da Metropole'', de 1929, mas isto é um erro, já que ''No Paiz dos Amazonas'' é de 1923. Na verdade, ''São Paulo'' é o segundo trabalho mais antigo contido.</ref>
''[[O Cineasta da Selva]]'' (1997), filme de [[Aurélio Michiles]] sobre a vida de Silvino Santos, mostra cenas do filme.<ref name="dic" /> Por iniciativa da Prefeitura de Manaus, uma versão restaurada foi lançada em 22 de outubro de 2014.<ref>{{Citar web |url=https://www.acritica.com/channels/entretenimento/news/classico-do-cinema-amazonense-versao-restaurada-de-no-paiz-das-amazonas-e-lancada-em-manaus |titulo=Clássico do cinema amazonense, versão restaurada de 'No Paiz das Amazonas' é lançada em Manaus |acessodata=2021-06-20 |website=A Crítica |lingua=en}}</ref> Em 15 de março de 2017, a [[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]] elegeu ''No Paiz das Amazonas'' como o 71.º [[Lista dos 100 melhores documentários brasileiros segundo a ABRACCINE|melhor documentário brasileiro de todos os tempos]], sendo o mais antigo contido na lista.<ref>{{Citar web |url=https://abraccine.org/2017/03/15/abraccine-elege-cabra-marcado-para-morrer-como-o-melhor-documentario-do-cinema-nacional/ |titulo=ABRACCINE elege "Cabra Marcado para Morrer" como o melhor documentário do cinema nacional |data=2017-03-15 |acessodata=2021-06-12 |website=[[Associação Brasileira de Críticos de Cinema]]}}. A fonte afirma que o trabalho mais antigo contido é ''São Paulo: A Symphonia da Metropole'', de 1929, mas isto é um erro, já que ''No Paiz dos Amazonas'' é de 1923. Na verdade, ''São Paulo'' é o segundo trabalho mais antigo contido.</ref>


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[[Categoria:Filmes mudos do Brasil]]
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Revisão das 22h01min de 20 de junho de 2021

No Paiz das Amazonas
 Brasil
1922 •  p&b •  127 min 
Gênero documentário
Direção Silvino Santos
Produção executiva Joaquim Gonçalves Araújo
Distribuição J.G. Araújo Produções Cinematográficas[1]
Lançamento 5 de dezembro de 1922
Idioma português

No Paiz das Amazonas[a][b] é um documentário mudo brasileiro de 1922, dirigido por Silvino Santos e produzido por Joaquim Gonçalves Araújo. O filme mostra aspectos da região Norte do Brasil em blocos temáticos. Araújo contratou Santos para fazer um documentário sobre o desenvolvimento econômico da região, e também tinha a intenção de divulgar seus negócios. Lançado em 5 de dezembro de 1922, o filme teve recepção positiva em diversas capitais e recebeu a medalha de ouro da Exposição Internacional do Centenário da Independência. A Associação Brasileira de Críticos de Cinema elegeu o filme em 2017 como um dos cem melhores documentários brasileiros de todos os tempos.

Sinopse

No Paiz das Amazonas conta com blocos temáticos dedicados à borracha, à pesca, às castanhas, às madeiras e ao gado, com detalhes do processo de extração e cultivo desses produtos. É dividido em dez partes, a maioria delas dedicada às mercadorias comercializadas na região da bacia amazônica e aos meios de produção empregados para prepará-las para venda.[3] O filme começa mostrando aspectos da cidade de Manaus, depois exibindo os "grandes lagos" do Amazonas. Outras regiões exibidas são Porto Velho, até a divisa com a Bolívia, e Rio Branco. O filme finaliza mostrando novamente Manaus, numa embarcação à vapor.[2]

Antecedentes e produção

O imigrante português Silvino Santos chegou ao Brasil em 1899, aos 13 anos. Foi um dos primeiros cineastas a filmar a região amazônica, ao lado do major Luiz Thomaz Reis (1878-1940). Após atuar como cinegrafista e fotógrafo, Santos conheceu o comendador Joaquim Gonçalves Araújo em 1920, que trabalhava com borracha. Araújo contrata-o para fazer um documentário sobre o desenvolvimento econômico no norte do Brasil, tornando-se produtor executivo, com a expectativa de promover seus negócios com a exibição do filme na Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro entre 1922 e 1923. Ele também financia o filme. As filmagens se concentraram nos estados de Amazonas, Acre e Rondônia apresentando "um inventário da natureza, da cultura e da economia do norte brasileiro." Os intertítulos são escritos pelo filho de Araújo, Agesilau, que, apesar de não assumir a função, aparece nos créditos como diretor.[3]

Recepção e legado

A estreia ocorreu em 1 de dezembro de 1922.[2] Em 1923, foi exibido em sessão especial para o então presidente Artur Bernardes. Lá, é premiado pelo júri da Exposição do Centenário com medalha de ouro,[3][1] o único a realizar tal feito.[1] O documentário se tornou popular várias capitais brasileiras, especialmente no Rio de Janeiro, onde ficou em cartaz por cinco meses. Na imprensa, diversos elogiaram a qualidade do filme, com tom de patriotismo e demonstrando orgulho da Amazônia. Segundo o Itaú Cultural, um comentário anônimo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 5 de agosto de 1923, sintetiza a recepção do filme: "Viva o Brasil! O prazer é completo: nenhum só drama idiota de amor, nem uma farsa sensaborosa, nada, enfim, desses episódios imbecis que constituem a trama ordinária dos filmes cinematográficos [...] Vão ver a fita. Quem tem gosto e ama o Brasil sairá do espetáculo com a alma satisfeita e o coração dilatado".[3]

O Cineasta da Selva (1997), filme de Aurélio Michiles sobre a vida de Silvino Santos, mostra cenas do filme.[1] Por iniciativa da Prefeitura de Manaus, uma versão restaurada foi lançada em 22 de outubro de 2014.[4] Em 15 de março de 2017, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema elegeu No Paiz das Amazonas como o 71.º melhor documentário brasileiro de todos os tempos, sendo o mais antigo contido na lista.[5]

Notas

  1. Atualmente, a grafia correta seria No País das Amazonas.
  2. Lançado como Terra das Amazonas em Maceió.[1][2]

Referências

  1. a b c d e Antônio Leão da Silva Neto (2002). Dicionário de filmes brasileiros. [S.l.: s.n.] p. 570. ISBN 9788590059523 
  2. a b c «Filmografia - No Paiz das Amazonas». bases.cinemateca.gov.br. Consultado em 20 de junho de 2021 
  3. a b c d «No Paiz das Amazonas». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de junho de 2021 
  4. «Clássico do cinema amazonense, versão restaurada de 'No Paiz das Amazonas' é lançada em Manaus». A Crítica (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2021 
  5. «ABRACCINE elege "Cabra Marcado para Morrer" como o melhor documentário do cinema nacional». Associação Brasileira de Críticos de Cinema. 15 de março de 2017. Consultado em 12 de junho de 2021 . A fonte afirma que o trabalho mais antigo contido é São Paulo: A Symphonia da Metropole, de 1929, mas isto é um erro, já que No Paiz dos Amazonas é de 1923. Na verdade, São Paulo é o segundo trabalho mais antigo contido.