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1964: O Brasil entre Armas e Livros: diferenças entre revisões

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'''''1964: O Brasil entre Armas e Livros''''' é um [[documentário]] brasileiro de 2019 dirigido e produzido pela [[Brasil Paralelo]]. O filme propõe divulgar uma perspectiva diferente da [[ditadura militar brasileira]], causada através do [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de 1964]]. Idealizado inicialmente por Henrique Zingano e baseado em documentos da [[Tchecoslováquia]], teve sua pré-estreia no [[Cinemark]] em 31 de abril de 2019, mas a rede de cinemas diria mais tarde que isto foi um erro. Em geral, ''1964'' recebeu críticas negativas e foi classificado por diversas fontes como pró-ditadura, o que é negado pela produtora. Algumas fontes declararam que o filme distorce ou [[Negacionismo da ditadura militar brasileira|ameniza]] o período de ditadura, enquanto outras apontaram que o filme não é pró-ditadura, mas não é imparcial.
'''''1964: O Brasil entre Armas e Livros''''' é um [[documentário]] brasileiro de 2019 dirigido e produzido pela [[Brasil Paralelo]]. O filme propõe divulgar uma perspectiva diferente da [[ditadura militar brasileira]], causada através do [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de 1964]]. Idealizado inicialmente por Henrique Zingano e baseado em documentos da [[StB]], teve sua pré-estreia no [[Cinemark]] em 31 de maio de 2019, mas a rede de cinemas diria mais tarde que isto foi um erro. Em geral, ''1964'' recebeu críticas negativas e foi classificado por diversas fontes como pró-ditadura, o que é negado pela produtora. Algumas fontes declararam que o filme distorce ou [[Negacionismo da ditadura militar brasileira|ameniza]] o período de ditadura, enquanto outras apontaram que o filme não é pró-ditadura, mas também não é imparcial.


== Sinopse e produção ==
== Sinopse ==
''1964'' foi produzido e idealizado por Filipe Valerim, Lucas Ferrugem e Henrique Viana, fundadores da [[Brasil Paralelo]], uma empresa e produtora de [[Porto Alegre]], [[Brasil]].<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, 0:00—1:20</ref> O filme é uma produção independente, que teve apoio de conservadores e do presidente [[Jair Bolsonaro]]. Nele, aparecem pessoas como [[Olavo de Carvalho]], [[William Waack]] e [[Luiz Felipe Pondé]].<ref name="uol">{{Citar web |url=https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/04/05/o-que-diz-o-filme-1964-o-brasil-entre-armas-e-livros-que-relativiza-a-ditadura-militar.htm |titulo="1964: O Brasil Entre Armas e Livros": o que o filme que ameniza ditadura tenta mudar |acessodata=2021-07-03 |website=Entretenimento UOL}}</ref> O documentário oferece uma perspectiva diferente sobre a [[ditadura militar brasileira]], que ocorreu entre 1964 e 1985.<ref name="ac">{{Citar web |website=AdoroCinema |url=https://www.adorocinema.com/filmes/filme-273185/ |titulo=1964: O Brasil entre Armas e Livros |acessodata=2021-07-06}}</ref>
[[Imagem:Brasil Paralelo - Equipe (51260760937).png|left|thumb|260px|Equipe de profissionais da Brasil Paralelo. À frente, da esquerda para a direita, os sócios fundadores: Lucas Ferrugem (camisa preta), Filipe Valerim (casaco azul) e Henrique Viana (suéter vermelho).]]
''1964'' foi produzido e idealizado por Filipe Valerim, Lucas Ferrugem e Henrique Viana,<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, 0:00—1:00</ref> fundadores da [[Brasil Paralelo]], uma empresa e produtora de [[Porto Alegre]], [[Brasil]]. O documentário oferece uma perspectiva diferente sobre a [[ditadura militar brasileira]], que ocorreu entre 1964 e 1985. Sociólogos, historiadores e jornalistas aparecem no mesmo, debatendo sobre o assunto. O filme tem como base uma coletânea de documentos retirados do serviço de inteligência da extinta [[Tchecoslováquia]].<ref name="ac">{{Citar web |ultimo=AdoroCinema |url=https://www.adorocinema.com/filmes/filme-273185/ |titulo=1964: O Brasil entre Armas e Livros |acessodata=2021-07-06}}</ref> O filme é uma produção independente, que teve apoio de conservadores e do presidente [[Jair Bolsonaro]]. Nele, aparecem pessoas como [[Olavo de Carvalho]], [[William Waack]] e [[Luiz Felipe Pondé]].<ref name="uol">{{Citar web |url=https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/04/05/o-que-diz-o-filme-1964-o-brasil-entre-armas-e-livros-que-relativiza-a-ditadura-militar.htm |titulo="1964: O Brasil Entre Armas e Livros": o que o filme que ameniza ditadura tenta mudar |acessodata=2021-07-03 |website=Entretenimento UOL}}</ref>


== Produção ==
Por volta de 2018, Henrique Zingano, que também trabalha na empresa, deu a ideia de produzir um filme sobre a [[ditadura militar brasileira]], como parte de uma série de filmes sobre a história do Brasil que estavam sendo produzidos pela mesma. Segundo Filipe, até aquele momento eles não comentariam sobre o tema pois, além de polêmico, aquele era um período de "muita polarização", com "contaminação de narrativas", sendo, portanto, um tema "espinhoso". Assim, eles rejeitaram a proposta, mas Zingano disse que trabalharia no projeto, em paralelo. Quando o mesmo mostrou o projeto para os produtores, eles aceitaram a ideia e produziram o filme.<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, [https://www.youtube.com/watch?v=-cbyRJnZExk&t=64s 1:04]—2:42</ref>
[[Imagem:Brasil Paralelo - Equipe (51260760937).png|right|thumb|260px|Equipe de profissionais da Brasil Paralelo. À frente, da esquerda para a direita, os sócios fundadores: Lucas Ferrugem (camisa preta), Filipe Valerim (casaco azul) e Henrique Viana (suéter vermelho).]]
Por volta de 2018, Henrique Zingano, que também trabalha na empresa, deu a ideia de produzir um filme sobre a [[ditadura militar brasileira]], como parte de uma série de filmes sobre a história do Brasil que estavam sendo produzidos pela mesma. Segundo Filipe, até aquele momento eles não comentariam sobre o tema pois, além de polêmico, aquele era um período de "muita polarização", com "contaminação de narrativas", sendo, portanto, um tema "espinhoso". Assim, eles rejeitaram a proposta, mas Zingano disse que trabalharia no projeto, em paralelo. Quando o mesmo mostrou o projeto para os produtores, eles aceitaram a ideia e produziram o filme. A mudança de ideia foi, em parte, devido à confiança que tinham na série.<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, [https://www.youtube.com/watch?v=-cbyRJnZExk&t=84s 1:24]—2:42</ref> O filme tem como base uma coletânea de documentos retirados do serviço de inteligência da extinta [[Tchecoslováquia]],<ref name="ac" /> a [[StB]]. A pesquisa foi feita por Mauro Kraenski.<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, [https://www.youtube.com/watch?v=-cbyRJnZExk&t=512 8:32]—8:51</ref>


== Lançamento ==
== Lançamento ==
''1964'' foi anunciado pela Brasil Paralelo em fevereiro de 2019<ref name="piaui">{{Citar web |url=https://piaui.folha.uol.com.br/materia/direita-na-tela/ |titulo=A direita na tela |acessodata=2021-07-03 |website=revista piauí}}</ref> e teve sua pré-estreia em 31 de abril, no aniversário de 55 anos do [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de 1964]], na rede de cinemas [[Cinemark]]. Foi exibido em [[Belo Horizonte]], [[Curitiba]], [[São Paulo]], [[Recife]] e [[Brasília]]. No entanto, pouco após a exibição, a rede informou que o filme foi exibido por "um erro de procedimento em função do desconhecimento prévio do tema", e que ficou sabendo que as salas haviam sido alugadas para sua exibição apenas um dia antes; tarde demais para cancelar o evento. Em nota, eles afirmaram que "não se envolve com questões político-partidárias".<ref name="folha">{{Citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/04/filme-pro-golpe-militar-foi-exibido-por-erro-informa-cinemark.shtml |titulo=Filme pró-golpe militar foi exibido por erro, informa Cinemark |data=2019-04-02 |acessodata=2021-07-03 |website=Folha de S.Paulo}}</ref><ref name="exame">{{Citar web |url=https://exame.com/casual/cinemark-diz-que-exibicao-de-filme-pro-ditadura-militar-foi-um-erro/ |titulo=Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro |data=2019-04-03 |acessodata=2021-07-03 |website=Exame}}</ref><ref name="estadao">{{Citar web |url=https://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,cinemark-diz-que-exibicao-de-filme-pro-ditadura-militar-foi-um-erro,70002776944 |titulo=Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro |acessodata=2021-07-03 |website=Estadão}}</ref><ref name="nota">{{Citar web |url=https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/04/02/interna-brasil,746968/cinemark-emite-nota-de-esclarecimento-apos-exibicao-de-filme-sobre-196.shtml |titulo=Cinemark emite nota de esclarecimento após exibição de filme sobre 1964 |data=2019-04-02 |acessodata=2021-07-03 |website=Correio Braziliense}}</ref> Nas redes sociais, haviam aqueles que criticaram a exibição, mas também aqueles que criticaram que uma sessão no [[Rio de Janeiro]] foi cancelada, alegadamente por motivos técnicos,<ref name="folha" /> como [[Eduardo Bolsonaro]].<ref name="folha" /><ref name="p360">{{Citar web |url=https://www.poder360.com.br/governo/cinemark-veta-filme-pro-golpe-de-64-e-e-atacada-por-eduardo-bolsonaro/ |titulo=Rede Cinemark veta filme pró-golpe de 64 e é atacada por Eduardo Bolsonaro |data=2019-04-02 |acessodata=2021-07-05 |website=[[Poder360]]}}</ref>
''1964'' foi anunciado pela Brasil Paralelo em fevereiro de 2019<ref name="piaui">{{Citar web |ultimo=Escorel |primeiro=Eduardo |autorlink=Eduardo Escorel |url=https://piaui.folha.uol.com.br/materia/direita-na-tela/ |titulo=A direita na tela |acessodata=2021-07-03 |website=Piauí}}</ref> e teve sua pré-estreia em 31 de maio, no aniversário de 55 anos do [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de 1964]], na rede de cinemas [[Cinemark]]. Foi exibido em [[Belo Horizonte]], [[Curitiba]], [[São Paulo]], [[Recife]] e [[Brasília]]. No entanto, pouco após a exibição, a rede informou que o filme foi exibido por "um erro de procedimento em função do desconhecimento prévio do tema", e que ficou sabendo que as salas haviam sido alugadas para sua exibição apenas um dia antes; tarde demais para cancelar o evento. Em nota, eles afirmaram que "não se envolve com questões político-partidárias".<ref name="folha">{{Citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/04/filme-pro-golpe-militar-foi-exibido-por-erro-informa-cinemark.shtml |titulo=Filme pró-golpe militar foi exibido por erro, informa Cinemark |data=2019-04-02 |acessodata=2021-07-03 |website=Folha de S.Paulo}}</ref><ref name="exame">{{Citar web |url=https://exame.com/casual/cinemark-diz-que-exibicao-de-filme-pro-ditadura-militar-foi-um-erro/ |titulo=Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro |data=2019-04-03 |acessodata=2021-07-03 |website=Exame}}</ref><ref name="estadao">{{Citar web |url=https://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,cinemark-diz-que-exibicao-de-filme-pro-ditadura-militar-foi-um-erro,70002776944 |titulo=Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro |acessodata=2021-07-03 |website=Estadão}}</ref><ref name="nota">{{Citar web |url=https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/04/02/interna-brasil,746968/cinemark-emite-nota-de-esclarecimento-apos-exibicao-de-filme-sobre-196.shtml |titulo=Cinemark emite nota de esclarecimento após exibição de filme sobre 1964 |data=2019-04-02 |acessodata=2021-07-03 |website=Correio Braziliense}}</ref> Nas redes sociais, haviam aqueles que criticaram a exibição, mas também aqueles que criticaram que uma sessão no [[Rio de Janeiro]] foi cancelada, alegadamente por motivos técnicos,<ref name="folha" /> como [[Eduardo Bolsonaro]].<ref name="folha" /><ref name="p360">{{Citar web |url=https://www.poder360.com.br/governo/cinemark-veta-filme-pro-golpe-de-64-e-e-atacada-por-eduardo-bolsonaro/ |titulo=Rede Cinemark veta filme pró-golpe de 64 e é atacada por Eduardo Bolsonaro |data=2019-04-02 |acessodata=2021-07-05 |website=[[Poder360]]}}</ref>


''1964'' estreou no [[YouTube]] em 2 de abril. Em 8 de abril, houve uma sessão na [[Assembleia Legislativa de São Paulo]]. Vinte dias depois, o filme contava com 5,6 milhões de visualizações na plataforma supracitada.<ref name="piaui" /> Eduardo Bolsonaro divulgou um local de exibição gratuita do filme, que ocorreu em 7 de novembro no [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]]. Sem necessidade de alvará, houveram manifestantes que tentaram proibir a transmissão.<ref name="m">{{Citar web |url=https://www.metropoles.com/colunas-blogs/janela-indiscreta/filme-da-ditadura-apoiado-por-eduardo-bolsonaro-nao-requer-alvara |titulo=Filme da ditadura apoiado por Eduardo Bolsonaro não requer alvará |data=2019-11-07 |acessodata=2021-07-06 |website=Metrópoles}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.metropoles.com/colunas-blogs/janela-indiscreta/veja-fotos-da-exibicao-do-filme-sobre-1964-convocada-por-eduardo |titulo=Veja fotos da exibição do filme sobre 1964 convocada por Eduardo |data=2019-11-08 |acessodata=2021-07-06 |website=Metrópoles}}</ref> O fotógrafo Sebastião Salgado declarou que uma de suas fotos foi utilizada sem sua autorização no filme. Um advogado da Brasil Paralelo respondeu: "[A empresa] tem enorme respeito com a questão relacionada aos direitos autorais – até porque também sofre muito com isso".<ref name="foto">{{Citar web |url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/cinema/noticia/2019/05/filme-1964-o-brasil-entre-armas-e-livros-faz-uso-indevido-de-foto-de-sebastiao-salgado-cjve9wpfm01jn01llz4rpbt1m.html |titulo=Filme "1964 - O Brasil entre Armas e Livros" faz uso indevido de foto de Sebastião Salgado |data=2019-05-07 |acessodata=2021-07-03 |website=GZH}}</ref>
''1964'' estreou no [[YouTube]] em 2 de abril. Em 8 de abril, houve uma sessão na [[Assembleia Legislativa de São Paulo]]. Vinte dias depois, o filme contava com 5,6 milhões de visualizações na plataforma supracitada.<ref name="piaui" /> Eduardo Bolsonaro divulgou um local de exibição gratuita do filme, que ocorreu em 7 de novembro no [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]]. Sem necessidade de alvará, houveram manifestantes que tentaram proibir a transmissão.<ref name="m">{{Citar web |url=https://www.metropoles.com/colunas-blogs/janela-indiscreta/filme-da-ditadura-apoiado-por-eduardo-bolsonaro-nao-requer-alvara |titulo=Filme da ditadura apoiado por Eduardo Bolsonaro não requer alvará |data=2019-11-07 |acessodata=2021-07-06 |website=Metrópoles}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.metropoles.com/colunas-blogs/janela-indiscreta/veja-fotos-da-exibicao-do-filme-sobre-1964-convocada-por-eduardo |titulo=Veja fotos da exibição do filme sobre 1964 convocada por Eduardo |data=2019-11-08 |acessodata=2021-07-06 |website=Metrópoles}}</ref> O fotógrafo Sebastião Salgado declarou que uma de suas fotos foi utilizada sem sua autorização no filme. Um advogado da Brasil Paralelo respondeu: "[A empresa] tem enorme respeito com a questão relacionada aos direitos autorais – até porque também sofre muito com isso".<ref name="foto">{{Citar web |url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/cinema/noticia/2019/05/filme-1964-o-brasil-entre-armas-e-livros-faz-uso-indevido-de-foto-de-sebastiao-salgado-cjve9wpfm01jn01llz4rpbt1m.html |titulo=Filme "1964 - O Brasil entre Armas e Livros" faz uso indevido de foto de Sebastião Salgado |data=2019-05-07 |acessodata=2021-07-03 |website=GZH}}</ref>
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|ava2=1/10<ref name="cp">{{Citar web |url=https://www.cineplayers.com/criticas/1964-o-brasil-entre-armas-e-livros |titulo=Crítica de 1964: O Brasil Entre Armas e Livros (2019) |data=2021-02-12 |acessodata=2021-07-03 |website=Cineplayers}}</ref>
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Em geral, ''1964'' foi criticado por diversas fontes devido à sua versão da ditadura militar,<ref name="uol" /><ref name="cp" /> com quase todas afirmando que o mesmo é pró-ditadura.<ref name="folha" /><ref name="exame" /><ref name="estadao" /><ref name="p360" /><ref name="m" /><ref name="oglobo">{{Citar web |url=https://oglobo.globo.com/brasil/entrevistados-em-filme-pro-ditadura-reconhecem-que-houve-golpe-em-64-23569366 |titulo=Entrevistados em filme pró-ditadura reconhecem que houve golpe em 64 |data=2019-04-03 |acessodata=2021-07-03 |website=[[O Globo]]}}</ref> Alguns historiadores consideraram-o um exemplo de [[Negacionismo da ditadura militar brasileira|negacionismo]] e distorção da história da ditadura militar.<ref>{{citar periódico |url=https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/9680 |título=O Paralelismo do Absurdo: 1964 – O Brasil entre Armas e Livros e seus Desserviços Históricos e Sociais |data=2019 |acessodata= |periódico=Revista Expedições: Teoria da História e Historiografia |número=2 |último=Borges |primeiro=Ítalo Nelli |páginas=152–166 |issn=2179-6386 |ref=harv |volume=10}}</ref><ref>{{Citar conferência |ultimo=Buzalaf |primeiro=Márcia Neme |url=http://www.uel.br/eventos/eneimagem/2019/wp-content/uploads/2019/08/7.-CINEMA-E-AUDIOVISUAL.pdf |título=A construção estereotipada do comunista na produção 1964 – o Brasil entre armas e livros |data=2019 |publicado=Universidade Estadual de Londrina |editor-sobrenome1=Pelegrinelli |editor-nome1=André Luiz Marcondes |local=Londrina |paginas=34-42 |ref=harv |editor-sobrenome2=Molina |editor-nome2=Ana Heloisa |editor-sobrenome3=Silva |editor-nome3=Gustavo do Nascimento |titulolivro=Anais do VII Encontro Nacional de Estudos da Imagem [e do] IV Encontro Internacional de Estudos da Imagem}}</ref><ref>{{Citar vídeo |último=Villaça |primeiro=Pablo |autorlink=Pablo Villaça |url=https://www.youtube.com/watch?v=T8GRqNZDogc |titulo=1964: Brasil - Entre Armas e Livros - Comentários |data=2019-04-05 |acessadoem=16-05-2020 |ref=harv |via=Youtube}}</ref> Em sua crítica ao ''Cineplayers'', Ted Rafael Araujo Nogueira deu uma nota de 1/10 e começou sua análise descrevendo o filme como: "Documentário revisionista que busca impor uma narrativa histórica própria que deslegitime a vasta bibliografia sobre o tema, considerada como marxismo cultural por esta turma da nova direita. A galera do Brasil Paralelo."<ref name="cp" /> O ''UOL'' declarou que o filme "ameniza" a ditadura e listou cinco pontos polêmicos ou falsos do filme: "Havia [[Ameaça comunista no Brasil|ameaça comunista]] em 1964", "Militares não queriam assumir o Brasil", "Relativização da repressão e tortura", "[[Censura no Brasil|Censura]] era tímida" e "[[Diretas Já]] não foi movimento orgânico".<ref name="uol" /> No entanto, João Victor Barros, ao ''[[Cinema com Rapadura]]'', deu uma nota de 8/10 e disse que o filme "se equilibra em uma linha tênue, e é visível que tende para um lado. Lado esse que precisa consertar seus erros e ser visto de outro modo, afinal, somos todos passíveis de erro."<ref name="ccr" />
Em geral, ''1964'' foi criticado por diversas fontes devido à sua versão da ditadura militar,<ref name="uol" /><ref name="cp" /> com quase todas afirmando que o mesmo é pró-ditadura.<ref name="folha" /><ref name="exame" /><ref name="estadao" /><ref name="p360" /><ref name="m" /><ref name="oglobo">{{Citar web |url=https://oglobo.globo.com/brasil/entrevistados-em-filme-pro-ditadura-reconhecem-que-houve-golpe-em-64-23569366 |titulo=Entrevistados em filme pró-ditadura reconhecem que houve golpe em 64 |data=2019-04-03 |acessodata=2021-07-03 |website=[[O Globo]]}}</ref> Alguns historiadores consideraram-o um exemplo de [[Negacionismo da ditadura militar brasileira|negacionismo]] e distorção da história da ditadura militar.<ref>{{citar periódico |url=https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/9680 |título=O Paralelismo do Absurdo: 1964 – O Brasil entre Armas e Livros e seus Desserviços Históricos e Sociais |data=2019 |acessodata= |periódico=Revista Expedições: Teoria da História e Historiografia |número=2 |último=Borges |primeiro=Ítalo Nelli |páginas=152–166 |issn=2179-6386 |ref=harv |volume=10}}</ref><ref>{{Citar conferência |ultimo=Buzalaf |primeiro=Márcia Neme |url=http://www.uel.br/eventos/eneimagem/2019/wp-content/uploads/2019/08/7.-CINEMA-E-AUDIOVISUAL.pdf |título=A construção estereotipada do comunista na produção 1964 – o Brasil entre armas e livros |data=2019 |publicado=Universidade Estadual de Londrina |editor-sobrenome1=Pelegrinelli |editor-nome1=André Luiz Marcondes |local=Londrina |paginas=34-42 |ref=harv |editor-sobrenome2=Molina |editor-nome2=Ana Heloisa |editor-sobrenome3=Silva |editor-nome3=Gustavo do Nascimento |titulolivro=Anais do VII Encontro Nacional de Estudos da Imagem [e do] IV Encontro Internacional de Estudos da Imagem}}</ref><ref>{{Citar vídeo |último=Villaça |primeiro=Pablo |autorlink=Pablo Villaça |url=https://www.youtube.com/watch?v=T8GRqNZDogc |titulo=1964: Brasil - Entre Armas e Livros - Comentários |data=2019-04-05 |acessadoem=16-05-2020 |ref=harv |via=Youtube}}</ref> Em sua crítica ao ''Cineplayers'', Ted Rafael Araujo Nogueira deu uma nota de 1/10 e começou sua análise descrevendo o filme como: "Documentário revisionista que busca impor uma narrativa histórica própria que deslegitime a vasta bibliografia sobre o tema, considerada como marxismo cultural por esta turma da nova direita. A galera do Brasil Paralelo."<ref name="cp" /> [[Eduardo Escorel]] fez uma crítica similar à ''Piauí'', dizendo que ''1964'' "desconsidera cinco décadas de historiografia, brasileira e estrangeira, por julgá-la parcial e omissa", e alegou que o mesmo é "uma peça de propaganda política com pretensões didáticas".<ref name="piaui" /> O ''UOL'' declarou que o filme "ameniza" a ditadura e listou cinco pontos polêmicos ou falsos do filme: "Havia [[Ameaça comunista no Brasil|ameaça comunista]] em 1964", "Militares não queriam assumir o Brasil", "Relativização da repressão e tortura", "[[Censura no Brasil|Censura]] era tímida" e "[[Diretas Já]] não foi movimento orgânico".<ref name="uol" />


A Brasil Paralelo negou que o filme é uma propaganda da ditadura militar. Lucas Ferrugem declarou que ''1964'' conta com uma "extensa lista de críticas" à mesma, e descreve o evento daquele ano como golpe. Segundo o mesmo, houve apenas uma tentativa de equilibrar opiniões, para "buscar a verdade".<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, [https://www.youtube.com/watch?v=-cbyRJnZExk&t=318s 5:18]—5:52</ref> O jornalista e conservador [[Rodrigo Constantino]] declarou: "O documentário faz críticas de ambos os lados. E os entrevistados repetem ostensivamente que 1964 foi um golpe – como, aliás, não poderia deixar de ser. Minha impressão é que há uma nítida tentativa de imparcialidade, que, por óbvio, não é absoluta".<ref name="gzt">{{Citar web |ultimo=Constantino |primeiro=Rodrigo |autorlink=Rodrigo Constantino |url=https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/minha-visao-sobre-o-documentario-1964-brasil-entre-armas-e-livros/ |titulo=Minha visão sobre o documentário "1964 – Brasil entre armas e livros" |acessodata=2021-07-03 |website=Gazeta do Povo}}</ref> O historiador e professor de literatura comparada [[João Cezar de Castro Rocha]] afirmou em sua coluna na revista ''[[Veja]]'' que "o documentário não apoia a ditadura e condena explicitamente a tortura", embora também afirme que a premissa do filme "favorece a explicação de processos complexos por meio de teorias conspiratórias" e dá "amparo à política beligerante de Jair Bolsonaro".<ref>{{Citar web |url=https://veja.abril.com.br/brasil/retorica-de-guerra/ |titulo=Retórica de guerra |acessodata=2021-07-03 |website=Veja}}</ref>
A Brasil Paralelo negou que o filme é uma propaganda da ditadura militar. Lucas Ferrugem declarou que ''1964'' conta com uma "extensa lista de críticas" à mesma, e descreve o evento daquele ano como golpe. Segundo o mesmo, houve apenas uma tentativa de equilibrar opiniões, para "buscar a verdade", com o intuito de "tirar o panfleto político" e a "carga ideológica".<ref>{{harvnb|The Noite|2019}}, [https://www.youtube.com/watch?v=-cbyRJnZExk&t=318s 5:18]—5:52</ref> O jornalista conservador [[Rodrigo Constantino]] declarou: "O documentário faz críticas de ambos os lados. E os entrevistados repetem ostensivamente que 1964 foi um golpe – como, aliás, não poderia deixar de ser. Minha impressão é que há uma nítida tentativa de imparcialidade, que, por óbvio, não é absoluta".<ref name="gzt">{{Citar web |ultimo=Constantino |primeiro=Rodrigo |autorlink=Rodrigo Constantino |url=https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/artigos/minha-visao-sobre-o-documentario-1964-brasil-entre-armas-e-livros/ |titulo=Minha visão sobre o documentário "1964 – Brasil entre armas e livros" |acessodata=2021-07-03 |website=Gazeta do Povo}}</ref> João Victor Barros, ao ''[[Cinema com Rapadura]]'', deu uma nota de 8/10 e disse que o filme "se equilibra em uma linha tênue, e é visível que tende para um lado. Lado esse que precisa consertar seus erros e ser visto de outro modo, afinal, somos todos passíveis de erro."<ref name="ccr" /> O historiador e professor de literatura comparada [[João Cezar de Castro Rocha]] afirmou em sua coluna na revista ''[[Veja]]'' que "o documentário não apoia a ditadura e condena explicitamente a tortura", embora também afirme que a premissa do filme "favorece a explicação de processos complexos por meio de teorias conspiratórias" e dá "amparo à política beligerante de Jair Bolsonaro".<ref>{{Citar web |url=https://veja.abril.com.br/brasil/retorica-de-guerra/ |titulo=Retórica de guerra |acessodata=2021-07-03 |website=Veja}}</ref>


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Revisão das 17h50min de 7 de julho de 2021

1964: O Brasil entre Armas e Livros
1964: O Brasil entre Armas e Livros
 Brasil
2019 •  cor •  127 min 
Gênero documentário
Companhia(s) produtora(s) Brasil Paralelo
Distribuição Brasil Paralelo
Lançamento 31 de maio de 2019
Idioma português

1964: O Brasil entre Armas e Livros é um documentário brasileiro de 2019 dirigido e produzido pela Brasil Paralelo. O filme propõe divulgar uma perspectiva diferente da ditadura militar brasileira, causada através do golpe de 1964. Idealizado inicialmente por Henrique Zingano e baseado em documentos da StB, teve sua pré-estreia no Cinemark em 31 de maio de 2019, mas a rede de cinemas diria mais tarde que isto foi um erro. Em geral, 1964 recebeu críticas negativas e foi classificado por diversas fontes como pró-ditadura, o que é negado pela produtora. Algumas fontes declararam que o filme distorce ou ameniza o período de ditadura, enquanto outras apontaram que o filme não é pró-ditadura, mas também não é imparcial.

Sinopse

1964 foi produzido e idealizado por Filipe Valerim, Lucas Ferrugem e Henrique Viana, fundadores da Brasil Paralelo, uma empresa e produtora de Porto Alegre, Brasil.[1] O filme é uma produção independente, que teve apoio de conservadores e do presidente Jair Bolsonaro. Nele, aparecem pessoas como Olavo de Carvalho, William Waack e Luiz Felipe Pondé.[2] O documentário oferece uma perspectiva diferente sobre a ditadura militar brasileira, que ocorreu entre 1964 e 1985.[3]

Produção

Equipe de profissionais da Brasil Paralelo. À frente, da esquerda para a direita, os sócios fundadores: Lucas Ferrugem (camisa preta), Filipe Valerim (casaco azul) e Henrique Viana (suéter vermelho).

Por volta de 2018, Henrique Zingano, que também trabalha na empresa, deu a ideia de produzir um filme sobre a ditadura militar brasileira, como parte de uma série de filmes sobre a história do Brasil que estavam sendo produzidos pela mesma. Segundo Filipe, até aquele momento eles não comentariam sobre o tema pois, além de polêmico, aquele era um período de "muita polarização", com "contaminação de narrativas", sendo, portanto, um tema "espinhoso". Assim, eles rejeitaram a proposta, mas Zingano disse que trabalharia no projeto, em paralelo. Quando o mesmo mostrou o projeto para os produtores, eles aceitaram a ideia e produziram o filme. A mudança de ideia foi, em parte, devido à confiança que tinham na série.[4] O filme tem como base uma coletânea de documentos retirados do serviço de inteligência da extinta Tchecoslováquia,[3] a StB. A pesquisa foi feita por Mauro Kraenski.[5]

Lançamento

1964 foi anunciado pela Brasil Paralelo em fevereiro de 2019[6] e teve sua pré-estreia em 31 de maio, no aniversário de 55 anos do golpe de 1964, na rede de cinemas Cinemark. Foi exibido em Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Recife e Brasília. No entanto, pouco após a exibição, a rede informou que o filme foi exibido por "um erro de procedimento em função do desconhecimento prévio do tema", e que ficou sabendo que as salas haviam sido alugadas para sua exibição apenas um dia antes; tarde demais para cancelar o evento. Em nota, eles afirmaram que "não se envolve com questões político-partidárias".[7][8][9][10] Nas redes sociais, haviam aqueles que criticaram a exibição, mas também aqueles que criticaram que uma sessão no Rio de Janeiro foi cancelada, alegadamente por motivos técnicos,[7] como Eduardo Bolsonaro.[7][11]

1964 estreou no YouTube em 2 de abril. Em 8 de abril, houve uma sessão na Assembleia Legislativa de São Paulo. Vinte dias depois, o filme contava com 5,6 milhões de visualizações na plataforma supracitada.[6] Eduardo Bolsonaro divulgou um local de exibição gratuita do filme, que ocorreu em 7 de novembro no Distrito Federal. Sem necessidade de alvará, houveram manifestantes que tentaram proibir a transmissão.[12][13] O fotógrafo Sebastião Salgado declarou que uma de suas fotos foi utilizada sem sua autorização no filme. Um advogado da Brasil Paralelo respondeu: "[A empresa] tem enorme respeito com a questão relacionada aos direitos autorais – até porque também sofre muito com isso".[14]

Recepção e análise da crítica

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Cinema com Rapadura 8/10[15]
Cineplayers 1/10[16]

Em geral, 1964 foi criticado por diversas fontes devido à sua versão da ditadura militar,[2][16] com quase todas afirmando que o mesmo é pró-ditadura.[7][8][9][11][12][17] Alguns historiadores consideraram-o um exemplo de negacionismo e distorção da história da ditadura militar.[18][19][20] Em sua crítica ao Cineplayers, Ted Rafael Araujo Nogueira deu uma nota de 1/10 e começou sua análise descrevendo o filme como: "Documentário revisionista que busca impor uma narrativa histórica própria que deslegitime a vasta bibliografia sobre o tema, considerada como marxismo cultural por esta turma da nova direita. A galera do Brasil Paralelo."[16] Eduardo Escorel fez uma crítica similar à Piauí, dizendo que 1964 "desconsidera cinco décadas de historiografia, brasileira e estrangeira, por julgá-la parcial e omissa", e alegou que o mesmo é "uma peça de propaganda política com pretensões didáticas".[6] O UOL declarou que o filme "ameniza" a ditadura e listou cinco pontos polêmicos ou falsos do filme: "Havia ameaça comunista em 1964", "Militares não queriam assumir o Brasil", "Relativização da repressão e tortura", "Censura era tímida" e "Diretas Já não foi movimento orgânico".[2]

A Brasil Paralelo negou que o filme é uma propaganda da ditadura militar. Lucas Ferrugem declarou que 1964 conta com uma "extensa lista de críticas" à mesma, e descreve o evento daquele ano como golpe. Segundo o mesmo, houve apenas uma tentativa de equilibrar opiniões, para "buscar a verdade", com o intuito de "tirar o panfleto político" e a "carga ideológica".[21] O jornalista conservador Rodrigo Constantino declarou: "O documentário faz críticas de ambos os lados. E os entrevistados repetem ostensivamente que 1964 foi um golpe – como, aliás, não poderia deixar de ser. Minha impressão é que há uma nítida tentativa de imparcialidade, que, por óbvio, não é absoluta".[22] João Victor Barros, ao Cinema com Rapadura, deu uma nota de 8/10 e disse que o filme "se equilibra em uma linha tênue, e é visível que tende para um lado. Lado esse que precisa consertar seus erros e ser visto de outro modo, afinal, somos todos passíveis de erro."[15] O historiador e professor de literatura comparada João Cezar de Castro Rocha afirmou em sua coluna na revista Veja que "o documentário não apoia a ditadura e condena explicitamente a tortura", embora também afirme que a premissa do filme "favorece a explicação de processos complexos por meio de teorias conspiratórias" e dá "amparo à política beligerante de Jair Bolsonaro".[23]

Referências

  1. The Noite 2019, 0:00—1:20
  2. a b c «"1964: O Brasil Entre Armas e Livros": o que o filme que ameniza ditadura tenta mudar». Entretenimento UOL. Consultado em 3 de julho de 2021 
  3. a b «1964: O Brasil entre Armas e Livros». AdoroCinema. Consultado em 6 de julho de 2021 
  4. The Noite 2019, 1:24—2:42
  5. The Noite 2019, 8:32—8:51
  6. a b c Escorel, Eduardo. «A direita na tela». Piauí. Consultado em 3 de julho de 2021 
  7. a b c d «Filme pró-golpe militar foi exibido por erro, informa Cinemark». Folha de S.Paulo. 2 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021 
  8. a b «Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro». Exame. 3 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021 
  9. a b «Cinemark diz que exibição de filme pró-ditadura militar foi um erro». Estadão. Consultado em 3 de julho de 2021 
  10. «Cinemark emite nota de esclarecimento após exibição de filme sobre 1964». Correio Braziliense. 2 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021 
  11. a b «Rede Cinemark veta filme pró-golpe de 64 e é atacada por Eduardo Bolsonaro». Poder360. 2 de abril de 2019. Consultado em 5 de julho de 2021 
  12. a b «Filme da ditadura apoiado por Eduardo Bolsonaro não requer alvará». Metrópoles. 7 de novembro de 2019. Consultado em 6 de julho de 2021 
  13. «Veja fotos da exibição do filme sobre 1964 convocada por Eduardo». Metrópoles. 8 de novembro de 2019. Consultado em 6 de julho de 2021 
  14. «Filme "1964 - O Brasil entre Armas e Livros" faz uso indevido de foto de Sebastião Salgado». GZH. 7 de maio de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021 
  15. a b «Crítica | 1964 - O Brasil entre Armas e Livros (YouTube, 2019): o que é a verdade?». Cinema com Rapadura. 10 de abril de 2019. Consultado em 5 de julho de 2021 
  16. a b c «Crítica de 1964: O Brasil Entre Armas e Livros (2019)». Cineplayers. 12 de fevereiro de 2021. Consultado em 3 de julho de 2021 
  17. «Entrevistados em filme pró-ditadura reconhecem que houve golpe em 64». O Globo. 3 de abril de 2019. Consultado em 3 de julho de 2021 
  18. Borges, Ítalo Nelli (2019). «O Paralelismo do Absurdo: 1964 – O Brasil entre Armas e Livros e seus Desserviços Históricos e Sociais». Revista Expedições: Teoria da História e Historiografia. 10 (2): 152–166. ISSN 2179-6386 
  19. Buzalaf, Márcia Neme (2019). «A construção estereotipada do comunista na produção 1964 – o Brasil entre armas e livros» (PDF). In: Pelegrinelli, André Luiz Marcondes; Molina, Ana Heloisa; Silva, Gustavo do Nascimento. Anais do VII Encontro Nacional de Estudos da Imagem [e do] IV Encontro Internacional de Estudos da Imagem. Londrina: Universidade Estadual de Londrina. pp. 34–42 
  20. Villaça, Pablo (5 de abril de 2019). 1964: Brasil - Entre Armas e Livros - Comentários. Consultado em 16 de maio de 2020 – via Youtube 
  21. The Noite 2019, 5:18—5:52
  22. Constantino, Rodrigo. «Minha visão sobre o documentário "1964 – Brasil entre armas e livros"». Gazeta do Povo. Consultado em 3 de julho de 2021 
  23. «Retórica de guerra». Veja. Consultado em 3 de julho de 2021 

Bibliografia

Leitura adicional

Ligações externas