Terapeutas: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Expressão problemática Possível conteúdo ofensivo Editor Visual
Skyshifter (discussão | contribs)
Etiquetas: FastButtons Inserção de predefinição obsoleta
 
Linha 1: Linha 1:
{{para|a profissão|Terapeuta}}
{{Sem-fontes|data=março de 2017}}
{{Mais notas|data=julho de 2021}}
Os '''Terapeutas''' ({{langx|la|''Therapeutae''}}; palavra que significa, segundo Filão, "curandeiros" e, para o [[Pseudo-Dionísio, o Areopagita|Pseudo-Dionísio]], "servidores") e as '''Terapeutridas''' ({{langx|la|''Therapeutridae''}}; as seguidoras da Ordem) constituíam uma [[Ordem religiosa|Ordem]] [[cenobitismo|cenobítica]] do [[Cristianismo primitivo]], que se conhece actualmente através dos escritos do escritor [[judeu]] [[Helenismo|helenizado]] [[Filão de Alexandria]] que dela teve conhecimento pessoal no [[Lago Mareotis]], perto de [[Alexandria]], e que a caracteriza como vocacionada para a vida [[contemplação|contemplativa]], em contraste com a vida activa dos [[Essênios|Essénios]]. Dedicavam-se a práticas [[ascese|ascéticas]], à [[oração]], [[meditação]] e leitura das escrituras, em regime de [[clausura]], vivendo em celas individuais, onde passavam seis dias da semana, saindo apenas para as reuniões culturais de sábado. Comiam somente ao cair da noite e alguns ficavam de três a seis dias sem ingerir qualquer alimento.
Os '''Terapeutas''' ({{langx|la|''Therapeutae''}}; palavra que significa, segundo Filão, "curandeiros" e, para o [[Pseudo-Dionísio, o Areopagita|Pseudo-Dionísio]], "servidores") e as '''Terapeutridas''' ({{langx|la|''Therapeutridae''}}; as seguidoras da Ordem) constituíam uma [[Ordem religiosa|Ordem]] [[cenobitismo|cenobítica]] do [[Cristianismo primitivo]], que se conhece actualmente através dos escritos do escritor [[judeu]] [[Helenismo|helenizado]] [[Filão de Alexandria]]<ref name=JE>{{cite web |last1=Toy |first1=Crawford Howell |last2=Siegfried |first2=Carl |last3=Lauterbach |first3=Jacob Zallel |url=http://www.jewishencyclopedia.com/view.jsp?artid=281&letter=P |title=PHILO JUDÆUS }}</ref> que dela teve conhecimento pessoal no [[Lago Mareotis]], perto de [[Alexandria]], e que a caracteriza como vocacionada para a vida [[contemplação|contemplativa]], em contraste com a vida activa dos [[Essênios|Essénios]]. Dedicavam-se a práticas [[ascese|ascéticas]], à [[oração]], [[meditação]] e leitura das escrituras, em regime de [[clausura]], vivendo em celas individuais, onde passavam seis dias da semana, saindo apenas para as reuniões culturais de sábado. Comiam somente ao cair da noite e alguns ficavam de três a seis dias sem ingerir qualquer alimento.


Ao contrário dos [[Essênios]], admitiam mulheres como membros regulares, que, como os homens, levavam uma vida de total castidade. O centro da liturgia era celebrado aos sábados, descrito por [[Filão de Alexandria]] da seguinte forma: depois da oração inicial, vestidos de túnicas brancas, instalavam-se à mesa, homens à direita, mulheres à esquerda, deitados sobre grosseiros leitos recobertos de simples esteiras. O chefe da comunidade, em meio a um silêncio total, fazia então o comentário de uma passagem das Escrituras, segundo o método alegórico. O presidente levantava-se e entoava um hino, sendo o refrão repetido em coro pelo resto do grupo. Servida por noviços, seguia-se a refeição, que constava de pão, 'alimento puríssimo', água e sal. Terminada a refeição, iniciava-se a 'vigília santa'. Homens e mulheres dividiam-se em dois grupos das mesas e punham-se a cantar, ora em uníssono, ora alternadamente, acompanhando os hinos com palmas e batidas de pés, recordando a passagens pelo Mar Morto. Passavam assim toda a anoite, até a oração da alvorada, que recitavam de mãos voltadas para o sol nascente. Em seguida, cada um se recolhia à sua cela.
Ao contrário dos [[Essênios]], admitiam mulheres como membros regulares, que, como os homens, levavam uma vida de total castidade. O centro da liturgia era celebrado aos sábados, descrito por [[Filão de Alexandria]] da seguinte forma: depois da oração inicial, vestidos de túnicas brancas, instalavam-se à mesa, homens à direita, mulheres à esquerda, deitados sobre grosseiros leitos recobertos de simples esteiras. O chefe da comunidade, em meio a um silêncio total, fazia então o comentário de uma passagem das Escrituras, segundo o método alegórico. O presidente levantava-se e entoava um hino, sendo o refrão repetido em coro pelo resto do grupo. Servida por noviços, seguia-se a refeição, que constava de pão, 'alimento puríssimo', água e sal. Terminada a refeição, iniciava-se a 'vigília santa'. Homens e mulheres dividiam-se em dois grupos das mesas e punham-se a cantar, ora em uníssono, ora alternadamente, acompanhando os hinos com palmas e batidas de pés, recordando a passagens pelo Mar Morto. Passavam assim toda noite, até a oração da alvorada, que recitavam de mãos voltadas para o sol nascente. Em seguida, cada um se recolhia à sua cela.

{{Referências}}

== Leitura adicional ==
{{refbegin}}
* Simon, Marcel, ''Jewish Sects at the Time of Jesus'' (Filadélfia: Fortress Press, 1967; 1980).
* Елизарова, М. М. ''Община терапевтов (Из истории ессейского общественно-религиозного движения 1 в. н.э.)''. М., 1972.
* Taylor, Joan E. ''Jewish Women Philosophers of First-Century Alexandria: Philo's "Therapeutae" Reconsidered'' (Oxford: Oxford University Press, 2003).
* Celia Deutsch, "The Therapeutae, Text Work, Ritual, and Mystical Experience," em ''Paradise Now: Essays on Early Jewish and Christian Mysticism''. Ed. by April D. Deconick (Leiden, Brill, 2006), 287–312.
* Ullrich R. Kleinhempel, ''[https://www.academia.edu/39841429/Traces_of_Buddhist_Presence_in_Alexandria_Philo_and_the_Therapeutae_ Traces of buddhist presence in Alexandria; Philo and the "Therapeutae"]''. ALITER, 2019, pp.&nbsp;3–31.
{{refend}}


{{esboço-religião}}
{{esboço-religião}}

Edição atual tal como às 22h58min de 23 de julho de 2021

 Nota: Para a profissão, veja Terapeuta.

Os Terapeutas (em latim: Therapeutae; palavra que significa, segundo Filão, "curandeiros" e, para o Pseudo-Dionísio, "servidores") e as Terapeutridas (em latim: Therapeutridae; as seguidoras da Ordem) constituíam uma Ordem cenobítica do Cristianismo primitivo, que se conhece actualmente através dos escritos do escritor judeu helenizado Filão de Alexandria[1] que dela teve conhecimento pessoal no Lago Mareotis, perto de Alexandria, e que a caracteriza como vocacionada para a vida contemplativa, em contraste com a vida activa dos Essénios. Dedicavam-se a práticas ascéticas, à oração, meditação e leitura das escrituras, em regime de clausura, vivendo em celas individuais, onde passavam seis dias da semana, saindo apenas para as reuniões culturais de sábado. Comiam somente ao cair da noite e alguns ficavam de três a seis dias sem ingerir qualquer alimento.

Ao contrário dos Essênios, admitiam mulheres como membros regulares, que, como os homens, levavam uma vida de total castidade. O centro da liturgia era celebrado aos sábados, descrito por Filão de Alexandria da seguinte forma: depois da oração inicial, vestidos de túnicas brancas, instalavam-se à mesa, homens à direita, mulheres à esquerda, deitados sobre grosseiros leitos recobertos de simples esteiras. O chefe da comunidade, em meio a um silêncio total, fazia então o comentário de uma passagem das Escrituras, segundo o método alegórico. O presidente levantava-se e entoava um hino, sendo o refrão repetido em coro pelo resto do grupo. Servida por noviços, seguia-se a refeição, que constava de pão, 'alimento puríssimo', água e sal. Terminada a refeição, iniciava-se a 'vigília santa'. Homens e mulheres dividiam-se em dois grupos das mesas e punham-se a cantar, ora em uníssono, ora alternadamente, acompanhando os hinos com palmas e batidas de pés, recordando a passagens pelo Mar Morto. Passavam assim toda noite, até a oração da alvorada, que recitavam de mãos voltadas para o sol nascente. Em seguida, cada um se recolhia à sua cela.

Referências

  1. Toy, Crawford Howell; Siegfried, Carl; Lauterbach, Jacob Zallel. «PHILO JUDÆUS» 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Simon, Marcel, Jewish Sects at the Time of Jesus (Filadélfia: Fortress Press, 1967; 1980).
  • Елизарова, М. М. Община терапевтов (Из истории ессейского общественно-религиозного движения 1 в. н.э.). М., 1972.
  • Taylor, Joan E. Jewish Women Philosophers of First-Century Alexandria: Philo's "Therapeutae" Reconsidered (Oxford: Oxford University Press, 2003).
  • Celia Deutsch, "The Therapeutae, Text Work, Ritual, and Mystical Experience," em Paradise Now: Essays on Early Jewish and Christian Mysticism. Ed. by April D. Deconick (Leiden, Brill, 2006), 287–312.
  • Ullrich R. Kleinhempel, Traces of buddhist presence in Alexandria; Philo and the "Therapeutae". ALITER, 2019, pp. 3–31.
Ícone de esboço Este artigo sobre religião é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.