Arrabi-mor

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Arrabi-mor, também denominado arrabiado-mor (arabiado-mor), ou simplesmente rabi-mor, era o representante máximo da sociedade judaica[1] e era de nomeação régia[2].

Exercia assim influência junto ao rei e com isso conseguia proteção, favores e privilégios ao seu povo[3].

Este funcionário superior era um cortesãoda estrita confiança dos monarcas, geralmente seu [[físico, [[rendeiro ou gestor das [[finanças do reino, quer nas funções de almoxarife mor do reino ou de tesoureiro mor do reino”, com uma ampla gama de atribuiçõesErro de citação: Elemento de fecho </ref> em falta para o elemento <ref>.

O rabi-menor também era um juiz das causas cíveis e criminais que envolviam esse grupo. Os julgamentos eram realizados, segundo a lei mosaica, prescrita nas palavras sagradas do Pentateuco, nos estudos rabínicos e mediante o juramento dos judeus na sinagoga sobre a Torá, na presença da autoridade civil de ambas as partes e junto a um representante da Coroa. As partes podiam apelar para o Arrabi-mor, ou para o ouvidor da comarca. E nos casos em que as partes não quisessem apelar ao Arrabimor, podiam recorrer à suprema instância, para que fosse feita a justiça do reino[4].

O arrabi-mor usava essa fórmula: N. N. Arrabi-moor por meu Senhor El Rei das Comunas dos Judeus de Portugal e do Algarve a quantos esta Carta virem ou ouvirem[5].

Em carta emitida a 23 de julho de 1468, o rei D. Afonso V de Portugal, a pedido de seu sobrinho, D. Fernando, conde de Guimarães, e invocando dissensões internas, extingue esse mesmo arrabiado-mor, fragmentando algumas das suas competências noutros cargos então criados[6].

Arrabis-mores em Portugal

Alguns judeus tiveram destaque econômico e acabaram se tornando arrabi-mor do reino português, pois além de receberem proteção régia, ainda participavam do Concelho e representavam seus companheiros de fé junto ao rei[7].

Estes foram alguns dos arrabis-mor de maior destaque no Reino de Portugal[8]:

Referências

  1. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág. 85
  2. ̟Corte Enpereal, por Maria Celeste Sousa da Silva, Dissertação de Mestrado de Filosofia Medieval, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2005, pág. 25
  3. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág.
  4. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág. 85
  5. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág. 87
  6. Judeus e muçulmanos no espaço urbano: inclusões, exclusões e interações, por Maria Filomena Lopes de Barros, Inclusão e exclusão na europa urbana medieval, IEM – Instituto de Estudos Medievais, Lisboa, 2019, pág. 94
  7. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág. 86
  8. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág. 86
  9. Entre o desterro dos judeus e o fechamento dos portos portugueses no reinado de D. Manuel I (1495 - 1521): Os caminhos trilhados pelos cristãos-novos após o édito., por Cleusa Teixeira de Sousa, Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018., pág. 93