Fome russa de 1921

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Vítimas da fome em Buzuluk, Região do Volga, ao lado de Saratov

A fome russa de 1921, também conhecido como fome Povolzhye, que começou no início da primavera daquele ano, e durou até 1922, foi uma grande fome que ocorreu na Rússia. A fome, que matou um número estimado de 5 milhões de seres humanos, afetando principalmente a região do Volga-Ural.[1][2][3][4]

A fome resultou do efeito conjugado da interrupção da produção agrícola, que já havia começado durante a Primeira Guerra Mundial, quando o Regime Czarista, mesmo com a população russa em condições precárias, irresponsavelmente resolveu manter-se na guerra e continuou com os distúrbios da Revolução Russa de 1917 e a Guerra Civil Russa. Uma das secas intermitentes da Rússia, que aconteceu em 1921, agravou a situação ao nível da catástrofe nacional. A fome era tão severa que era duvidoso que os grãos de sementes seriam plantados em vez de comidos. Os camponeses, muitas vezes tiveram que recorrer a ervas alimentares, alimentos substitutos e até ao canibalismo tentando guardar sementes para o plantio no outono.

As causas da fome[editar | editar código-fonte]

Os principais motivos foram:[5]

  • As consequências devastadoras da Primeira Guerra Mundial, & Guerra Civil Russa
  • Seca severa de 1921: cerca de 22% de todas as safras morreram por causa da seca; em algumas áreas
  • A política do comunismo de guerra

Antes da fome, todos os lados durante a Guerra Civil Russa (os bolcheviques, os brancos, os anarquistas, as nacionalidades separatistas) se abasteciam apreendendo alimentos daqueles que os cultivavam, dando-os aos seus exércitos e simpatizantes, e negando-o aos seus inimigos. O governo bolchevique havia requisitado suprimentos do campesinato, em troca, comprometia-se em garantir, mesmo em tempos de guerra, acesso à moradia, transporte, educação e saúde gratuitos, além das outras politicas sociais instauradas após a Revolução de Outubro[6]. Os camponeses ricos (kulaks) retinham seus grãos excedentes para vender no mercado negro, e se empenharam em tentar destruir a produção agrícola coletiva, promoveram ações de boicote e sabotagem à produção de alimentos e cometiam assassinatos contra camponeses apoiadores da revolução .[7][8] [9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. World's worst natural disasters since 1900
  2. Hoover Institution - Hoover Digest - Food as a Weapon
  3. «The German Colonies on the Volga River - Famine Years». Consultado em 5 de setembro de 2010. Arquivado do original em 28 de fevereiro de 2009 
  4. Adamets, Sergueï (2003). Guerre civile et famine en Russie. [S.l.]: Institut d'études slaves 
  5. Revolução e guerra civil na Rússia: 1917-1923. Enciclopédia em 4 volumes. (2008) T. 1, S. 446, p. 560
  6. Prieb, Sérgio (2019). DO SOCIALISMO DA URSS AO CAPITALISMO DA RÚSSIA - OS EFEITOS SOCIAIS DAS REFORMAS CAPITALISTAS. Curitiba: CRV. p. 37. ISBN 978-85-444-3421-5 
  7. Carr, EH, 1966, The Bolshevik Revolution 1917–1923, Part 2, p. 233.
  8. Chase, WJ, 1987, Workers, Society and the Soviet State: Labour and Life in Moscow 1918–1929 pp. 26–27.
  9. Prieb, Sérgio (2019). DO SOCIALISMO DA URSS AO CAPITALISMO DA RÚSSIA - OS EFEITOS SOCIAIS DAS REFORMAS CAPITALISTAS. Curitiba: CRV. pp. 36–38. ISBN 978-85-444-3421-5