Cyanocorax cristatellus

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Macho
Macho
Fêmea
Fêmea
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Corvidae
Género: Cyanocorax
Espécie: C. cristatellus
Nome binomial
Cyanocorax cristatellus
(Temminck, 1823)
Distribuição geográfica
Distribuição da gralha-de-topete
Distribuição da gralha-de-topete

A gralha-do-campo ou gralha-de-topete (Cyanocorax cristatellus) é uma ave passeriforme da família Corvidae. Identificada por Temminck em 1823.

Conhecida também como gralha-do-peito-branco, espanta-boiada (Goiás), cancão-da-chapada (Maranhão), pega (Piauí) e gralha-do-cerrado.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Seu nome científico significa: do (grego) kyanos = azul intenso, azul escuro; e korax = corvo; e do (latim) cristatella, cristatellus, cristatus = com crista, emplumada, com pluma na cabeça. ⇒ Corvo azul com crista ou corvo azul com pluma na cabeça.

Evolução[editar | editar código-fonte]

Como parâmetro de coevolução de espécies, as gralhas utilizam as formigas na higiene da plumagem, esfregando os insetos vivos nas asas para gozar o efeito do ácido fórmico, atividade que é tratada como "formicar-se".

Distribuição e Habitat[editar | editar código-fonte]

A espécie é nativa dos cerrados e da caatinga. No Brasil, ocorre na Região Centro-oeste e nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Também é encontrada na Bolívia e no Paraguai. Além de ser encontrada também nos trechos bem ralos e ensolarados, interrompidos por campos.

São arbícolas. Vivem em cerrado aberto, em regiões de transição entre áreas campestres e áreas mais densamente arborizadas.

Costumam viver em bandos de 5 a 12 indivíduos, em lugares ermos são mansos e fáceis de serem observados. Seus gestos são múltiplos. A demonstração mais comum é um inclinar do corpo para a frente e para baixo, acompanhado por um longo esticar do pescoço alternadamente para a esquerda e para a direita, e um levantar rítmico da cauda. Voam bem, locomovem-se às vezes no alto, acima das árvores, em percurso levemente ondulado.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Possui plumagem das asas e do dorso azul-escura, cabeça e pescoço negros e partes inferiores brancas. . A íris é vermelha.

Alcança até 35 cm de comprimento e 178g. Possui plumagem nas longas asas. Apresenta uma notável crista (topete) frontal prolongado, separado do píleo (alto da cabeça). Manto violeta-azul escuro no dorso, a barriga e os dois terços apicais da curta cauda são brancos .

As vivacidade das gralhas vem do fato dos corvídeos serem dotados do índice cerebral mais alto na classe Aves, após os psitacídeos (14,60 e 14,95 respectivamente).

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Foi registrado que o animal pode exibir o comportamento de “martelar” troncos para provocar pontos de ruptura em cascas de árvores, permitindo que a ave as remova e se alimente de insetos sob a casca.

A gralha-do-campo é uma das nossas gralhas mais barulhentas. Voz: forte "grä", "grä", "grä-grä-grä", às vezes 8 a 10 vezes repetidos.[1]

Locomove-se facilmente entre os galhos fechados de uma árvore, dando pulos e fazendo voos curtos.

Os bandos costumam ter um território e normalmente percorrem um mesmo trajeto todos os dias, tornando previsíveis seus horários de visita a certos locais em alguns casos. São encontradas em vários locais, mas raramente descem ao solo. Passam a maior parte do tempo em árvores altas, até mesmo de espécies introduzidas como o eucalipto e pinheiros.

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Dieta[editar | editar código-fonte]

Onívora, sua ampla dieta inclui frutos (40%), insetos (47%), sementes e bagas (12%), pequenos répteis (1%), ovos de outras espécies de pássaros e de aves domésticas como a galinha. Por essa última preferência, é muito combatida e rechaçada. Eventualmente se alimenta em comedouros com sementes e quirera de milho, a utilização como alimento de larvas de vespas de papel (marimbondos). Para fugir do ataque dos insetos, a gralha fica na parte de cima de uma folha de bananeira ou palmeira e faz um furo para alcançar as larvas, que ficam no ninho, na parte de baixo da folha. Caçam em qualquer altura.

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Nidifica sobre árvores do cerrado. O ninho é feito de gravetos em meia tigela. Põe de três a quatro ovos, tem um campo azul-claro e numerosas manchas pardas espaças pela superfície. A incubação varia de 16 a 18 dias. A reprodução é dada de forma cooperativa. Várias fêmeas podem botar seus ovos em um mesmo ninhos e quase todos os indivíduos ajudam na proteção e alimentação dos filhotes.

O imaturo é reconhecível ainda com 6 meses pelo topete curto.

Predadores[editar | editar código-fonte]

Alguns gaviões do Cerrado.

Conservação[editar | editar código-fonte]

Não globalmente ameaçado (menor preocupação).

Referências

  1. Cyanocorax cristatellus IUCN, acessado em 28 de abril de 2010

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ave/gralhatop.html, acessado em 26 de junho de 2018.

http://www.wikiaves.com.br/gralha-do-campo,, acessado em 26 de junho de 2018.

http://passarinhando.com.br/index.php/component/k2/item/764-gralha-do-campo-cyanocorax-cristatellus,, acessado em 26 de junho de 2018.

https://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=85FA78931B89C915,, acessado em 26 de junho de 2018.

http://www.photoaves.com/gralha-do-campo,, acessado em 26 de junho de 2018.

https://www.hbw.com/species/curl-crested-jay-cyanocorax-cristatellus#Taxonomy,, acessado em 26 de junho de 2018.