NAM Atlântico

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NAM Atlântico

O Atlântico em operação pela Marinha do Brasil
 Reino Unido
Nome HMS Ocean
Operador Marinha Real Britânica
Fabricante Vickers Shipbuilding and Engineering
Data de encomenda 11 de maio de 1993
Batimento de quilha 30 de maio de 1994
Lançamento 11 de outubro de 1995
Comissionamento 30 de setembro de 1998
Descomissionamento 27 de março de 2018
Porto de registro HMNB Devonport, Plymouth
Número de registro L12
Indicativo de chamada GCOU
Estado Vendido para o Brasil
Emblema do navio
 Brasil
Nome NAM Atlântico (A140)
Operador Marinha do Brasil
Homônimo Oceano Atlântico
Aquisição 19 de fevereiro de 2018
Comissionamento 29 de junho de 2018
Porto de registro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro
Indicativo visual A140
Estado Em serviço
Características gerais
Tipo de navio Navio de assalto anfíbio
porta-helicópteros
Deslocamento 21 500 t
Maquinário 2 motores de 12 cilindros
Comprimento 203,4 m
Boca 35 m
Calado 6,5 m
Velocidade 18 nós (33 km/h)
Autonomia 13 000 km
Armamento 4 canhões DS30M de 30 mm
3 Phalanx CIWS (1998–2018)
4 M134 Miniguns
8 metralhadoras FN MAG
Sensores Radar Artisan Tipo 997
Radar de Navegação Tipo 1008
2 Radares de Voo Tipo 1007
Aeronaves 18 helicópteros
Equipamentos especializados 40 veículos
Tripulação 1295

NAM Atlântico (A-140), designado "Navio-Aeródromo multipropósito", é um navio de assalto anfíbio, do tipo porta-helicópteros, pertencente à Marinha do Brasil.[1][2]

Originalmente chamado HMS Ocean, foi construído pelo estaleiro Vickers Shipbuilding and Engineering e serviu por vinte anos na Marinha Real do Reino Unido,[3] sendo vendido pelo governo britânico à marinha brasileira em fevereiro de 2018, com sua reentrada em serviço ativo em junho do mesmo ano. Foi projetado para operações navais anfíbias, com ênfase em desembarque de tropas, principalmente os Royal Marines, e apoio com helicópteros de ataque e transporte. É a atual capitânea da esquadra brasileira.[4]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Reino Unido[editar | editar código-fonte]

O então HMS Ocean, em 2011, durante a Operação Ellamy.

O HMS Ocean, como foi batizado originalmente, foi construído em meados dos anos 90 pela Kvaerner Govan e completado pela VSEL, em Barrow-in-Furness. Foi comissionado em setembro de 1998, operando a partir do porto de HMNB Devonport, em Plymouth.[5]

No seu histórico de serviço, consta ações humanitárias em Kosovo e na América Central. No ano 2000, participou da Operação Palliser, a intervenção britânica na Guerra Civil de Serra Leoa. Logo em seguida foi para o Oriente Médio, no grupo de combate do HMS Illustrious e serviu na Guerra do Iraque (Operação Telic). Em 2009, foi deslocado para a Ásia, sendo que no ano seguinte prestou ajuda humanitária durante as erupções do Eyjafjallajökull. Em 2011, por sua vez, participou da Operação Unified Protector, durante a intervenção militar na Guerra Civil Líbia, retornando para a Inglaterra em 2012, quando passou por reformas e posteriormente participou de exercícios navais com nações aliadas.[5][6]

O comando da marinha britânica tinha anunciado a aposentadoria do navio para 2018, sem um substituto imediato.[7] Em 27 de março desse ano, foi retirado formalmente do serviço ativo pelos britânicos.[8]

Brasil[editar | editar código-fonte]

PHM Atlântico na entrada da Baía de Guanabara.

Em 2017, o Brasil anunciou intenções de comprar a embarcação. O Reino Unido colocou o preço do navio em £ 80,3 milhões de libras (ou US$ 105,8 milhões de dólares), oferta que o governo brasileiro chamou de "conveniente".[9] No mesmo mês a Turquia também havia demostrado interesse.[10]

Em dezembro de 2017, o Ministério da Defesa do Brasil entrou em negociações formais para comprar o HMS Ocean por R$ 350 milhões de reais, com o intuito de substituir o aposentado NAe São Paulo (A-12).[11] Ainda em dezembro, o governo brasileiro acertou oficialmente a compra da embarcação por £84 milhões de libras (ou R$ 359,5 milhões). Em 2018, o HMS Ocean foi descomissionado da Marinha Real no mês de março e comissionado na Marinha do Brasil em junho.[12][13][14][8]

Após muito se especular o nome, a Marinha do Brasil decidiu chamar o navio de porta-helicópteros multipropósito (PHM) Atlântico, conforme publicação no Diário Oficial da União.[1] Em 12 de novembro de 2020, foi reclassificado como "Navio-Aeródromo Multipropósito" para refletir sua capacidade de operar com aeronaves remotamente pilotadas.[15]

Em fevereiro de 2023, após chuvas torrenciais causarem uma tragédia humanitária em cidades do litoral do estado de São Paulo, o NAM Atlântico foi deslocado pela Marinha do Brasil para prestar apoio aos esforços de resgate da população, funcionando como ponto de apoio para aeronaves e hospital de campanha[16].

Em agosto do mesmo ano, o navio levou tropas e serviu de apoio durante a realização da Cúpula da Amazônia, em Belém (Pará). Após a reunião dos chefes de estado, o NAM foi aberto a visitação pública, sendo a primeira oportunidade da população local prestigiar o navio.[17]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Diario Oficial da União». Pesquisa.in.gov.br. 1 de junho de 2018. Consultado em 3 de junho de 2018 
  2. admin (19 de fevereiro de 2019). «Navio-Aeródromo Multipropósito». Marinha do Brasil. Consultado em 22 de fevereiro de 2023 
  3. «HMS Ocean to assume Fleet Flagship role». Royal Navy. 27 de maio de 2015 
  4. «Navio-Aeródromo Multipropósito». Marinha do Brasil. Consultado em 22 de fevereiro de 2023. Cópia arquivada em 8 de dezembro de 2022 
  5. a b «HMS Ocean (L12) Amphibious Assault Vessel / Landing Helicopter Platform». Militaryfactory.com. Consultado em 7 de dezembro de 2017 
  6. «Britain 'sells Royal Navy's flagship HMS Ocean to Brazil for £84million' even though new aircraft carrier HMS Queen Elizabeth won't be fully operational until 2020». DailyMail.co.uk. Consultado em 18 de março de 2018 
  7. «Royal Navy's Helicopter Assault Carrier Ocean To Be Decommissioned». Defense News. 27 de novembro de 2015 
  8. a b «The Queen visits Plymouth for HMS Ocean's decommissioning ceremony». Plymouthherald.co.uk. Consultado em 27 de março de 2018 
  9. "Proposed sale price of HMS Ocean to Brazil revealed". Página acessada em 6 de dezembro de 2017.
  10. «Turkey emerges as potential buyer of UK helicopter carrier HMS Ocean». Naval Today. 15 de novembro de 2017. Consultado em 18 de novembro de 2017. Arquivado do original em 18 de novembro de 2017 
  11. «Marinha brasileira decide comprar navio de ataque por R$ 350 mi». Exame.com.br. Consultado em 6 de dezembro de 2017 
  12. «Brazil hopes to buy, commission UK's HMS Ocean by June 2018». Hanes.com. Consultado em 23 de dezembro de 2017. Arquivado do original em 13 de dezembro de 2017 
  13. «O Ocean é do Brasil! MB conclui a compra do porta-helicópteros por 84 milhões de libras e dá à Força um novo capitânia». Naval.com.br. Consultado em 23 de dezembro de 2017 
  14. «Corveta Classe Tamandaré e HMS Ocean para a Marinha do Brasil. (Corvette Class Tamandaré and HMS Ocean for the Brazilian Navy.)». marinha.mil.br. 24 de dezembro de 2017. Consultado em 13 de fevereiro de 2018 
  15. Alexandre Galante (26 de novembro de 2020). «Porta-Helicópteros Atlântico agora é Navio-Aeródromo Multipropósito». Poder Naval - A informação naval comentada e discutida. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  16. Nossa (22 de fevereiro de 2023). «Marinha envia o maior navio da frota para atuar no litoral de SP». UOL. Consultado em 22 de fevereiro de 2023 
  17. Online, DOL-Diário (3 de agosto de 2023). «Porta-aviões "Atlântico" atraca pela 1ª vez em Belém». DOL - Diário Online. Consultado em 9 de agosto de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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