Hotchkiss Mle 1914

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Hotchkiss Mle 1914
Tipo Metralhadora média
Local de origem  França
História operacional
Em serviço 1914–anos 1960
Utilizadores Ver Operadores
Guerras Segunda Guerra dos Bôeres (modelo de exportação 1898)

Levante dos Boxers[1] (Mle 1897)
Guerra Russo-Japonesa[1] (Mle 1897)
Revolução Mexicana
Primeira Guerra Mundial
Senhores da guerra da China
Guerra Civil Russa
Guerra Polaco-Soviética
Guerra do Rife
Revolta Paulista de 1924
Revolução de 1932
Segunda Guerra Ítalo-Etíope
Guerra Civil Espanhola
Segunda Guerra Sino-Japonesa
Segunda Guerra Mundial
Guerra Civil Chinesa
Primeira Guerra da Indochina
Guerra da Argélia
Guerra de Ifni

Histórico de produção
Criador A. Odkolek von Augeza
Laurence V. Benét
Henri Mercié.
Data de criação 1897 (Mle 1897)
1900 (Mle 1900)
Período de
produção
1914–1920 (Mle 1914)
Quantidade
produzida
Mais de 65.000
Variantes Mle 1897
Mle 1900
Mle 1914
Especificações
Peso 23,6 kg[2]
Comprimento 1.270 mm[2]
Comprimento 
do cano
770 mm[2]
Cartucho 8×50mmR Lebel
6,5×50mmSR Arisaka
6,5×55mm
6,5×58mm Vergueiro[3]
7×57mm Mauser[4]
7,65×53mm Mauser
7,92×57mm Mauser
11×59mmR Gras[5]
Ação Operada a gás
Cadência de tiro 450–600 tiros por minuto[2]
Velocidade de saída 724 m/s[2]
Sistema de suprimento Fita em tira de 24 ou 30 munições
Fita articulada de 250 munições

A Hotchkiss Mle 1914 é uma metralhadora com câmara para o cartucho 8mm Lebel que se tornou a metralhadora padrão do exército francês durante a segunda metade da Primeira Guerra Mundial. Foi fabricada pela empresa de armas francesa Hotchkiss et Cie, fundada na década de 1860 pelo industrial americano Benjamin B. Hotchkiss. O sistema Hotchkiss acionado por gás foi formulado pela primeira vez em 1893 por Odkolek von Ujezda e melhorado em sua forma final pelos engenheiros de armamento da Hotchkiss, o americano Laurence Benét e seu assistente francês Henri Mercié.

A Mle 1914 foi a última versão de uma série de projetos Hotchkiss quase idênticos: a Mle 1897, a Mle 1900 e a Mle 1909. A Hotchkiss Mle 1914 tornou-se a padrão da infantaria francesa no final de 1917, substituindo a não confiável St. Étienne Mle 1907. As Forças Expedicionárias Americanas na França também compraram 7.000 metralhadoras Hotchkiss Mle 1914 em 8mm Lebel e as usaram extensivamente no front em 1917 e 1918. As metralhadoras pesadas Hotchkiss, algumas sendo de tipos anteriores, também foram usadas em combate pelo Japão, Chile, México, Espanha, Bélgica, Brasil e Polônia.

A metralhadora Hotchkiss, uma arma robusta e confiável, permaneceu em serviço ativo com o exército francês até o início dos anos 1940. No final de 1918, 47.000 metralhadoras Hotchkiss já haviam sido entregues apenas ao exército francês. Incluindo todas as vendas internacionais, o total geral de todas as metralhadoras Hotchkiss vendidas pelo fabricante em vários calibres ultrapassou 100.000 unidades.

Histórico de serviço[editar | editar código-fonte]

Primeira Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Soldados do Exército dos EUA operando a metralhadora Hotchkiss Mle 1914 na França, 1918.

O principal operador da metralhadora Hotchkiss Mle 1914 foi a infantaria francesa durante a Primeira Guerra Mundial e os primeiros dias da Segunda Guerra Mundial.[3] A empresa Hotchkiss entregou 47.000 metralhadoras Mle 1914 ao exército francês entre 1914 e o final de 1918. Várias centenas foram calibradas em 11×59mmR Gras para uso contra balões inimigos, já que era o menor calibre de bala incendiária;[5] todos os outros exemplares franceses estavam em 8×50mmR Lebel. O segundo maior operador da Hotchkiss foi a Força Expedicionária Americana na França entre 1917 e 1918, com os EUA comprando e implantando 7.000 metralhadoras Hotchkiss durante a guerra.

Serviço Naval[editar | editar código-fonte]

A Hotchkiss Mle 1914 foi usada pela Marine Nationale durante o período entre guerras, principalmente na montagem gêmea Mle 1926. Foi substituída em serviço pela Hotchkiss Mle 1929 assim que ficou disponível. Durante a Segunda Guerra Mundial, algumas dessas montagens voltaram ao serviço para tentar compensar a lenta produção de armas maiores e mais capazes, juntamente com metralhadoras mais recentes de 7,5 mm, como a Darne.

Versão japonesa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Type 3 (metralhadora)

Durante o Levante dos Boxers, as forças japonesas adquiriram uma Mle 1897 francesa. O Japão adquiriu uma licença e começou a produzir metralhadoras Hotchkiss Mle 1897 no calibre 6,5x50mm Arisaka. Durante a Guerra Russo-Japonesa, cada divisão japonesa tinha 24 metralhadoras Hotchkiss. Sendo mais leves que as Maxim, as Hotchkiss tiveram um bom desempenho.[1] A produção evoluiu para se tornar a metralhadora pesada Type 3 em 1914. A metralhadora pesada Type 92, uma Type 3 ampliada com câmara de 7,7 mm, também foi baseada no projeto Hotchkiss.

Uso no Brasil[editar | editar código-fonte]

O Brasil utilizava a Hotchkiss M1914, que participou ativamente na Revolta Paulista de 1924 e na Revolução Constitucionalista de 1932. Os combatentes paulistas, quando a ouviam disparar, a apelidavam de "pica-pau" devido ao ruído característico de sua baixa cadência de tiro.[6] A M1914 foi também utilizada pela Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.

Operadores[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Ivanov, Alexei; Jowett, Philip (25 de julho de 2004). The Russo-Japanese War 1904–05. Col: Men-at-Arms 414 (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing. p. 10. ISBN 9781841767086 
  2. a b c d e f «Mitrailleuses Hotchkiss». Encyclopédie des armes : Les forces armées du monde (em francês). IX. Atlas. 1986. pp. 1922–1923 
  3. a b Guillou, Luc (janeiro de 2011). «La mitrailleuse francaise Hotchkiss Modèle 1914 | Deuxième partie : Du modèle 1900 au modèle 1914». La Gazette des Armes (em inglês) (427). pp. 26–30 
  4. «Metralhadora Hotchkiss». http://www.mikrus.com.br/~classe35 
  5. a b Smith 1969, p. 132.
  6. «Metralhadoras e Submetralhadoras na I e II Grandes Guerras». Armas On-Line. 16 de dezembro de 2015 
  7. Windrow, Martin (1997). The Algerian War, 1954-62. Col: Men-at Arms 312 (em inglês). London: Osprey Publishing. p. 47. ISBN 978-1-85532-658-3 
  8. Ferguson, Jonathan. «Hotchkiss Modèle 1914 machine gun». collections.royalarmouries.org (em inglês) 
  9. a b c Legendre, Jean-François (janeiro de 2011). «Les bandes d'alimentation pour mitrailleuses francaises Hotchkiss». La Gazette des Armes (em francês) (427). pp. 32–37 
  10. a b c d Guillou, Luc (dezembro de 2010). «La mitrailleuse francaise Hotchkiss Modèle 1914 | Première partie : la génèse : 1895–1900». La Gazette des Armes (em francês) (426). pp. 32–37 
  11. Jowett, Philip (20 de novembro de 2013). China's Wars: Rousing the Dragon 1894–1949. Col: General Military (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing. p. 129. ISBN 9781782004073 
  12. «Aiming Machine Gun» (em inglês). Hulton Archive. 29 de agosto de 1935 – via Getty Images 
  13. Athanassiou, Phoebus (30 de novembro de 2017). Armies of the Greek-Italian War 1940–41. Col: Men-at-Arms 514 (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing. p. 19. ISBN 9781472819178 
  14. Nicolle, David (25 de março de 2003). The Italian Army of World War I. Col: Men-at-Arms 387 (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing. p. 33. ISBN 9781841763989 
  15. McCollum, Ian (20 de abril de 2013). «Vintage Saturday: Parade Gear». Forgotten Weapons (em inglês) 
  16. Montes, Julio A. (maio de 2000). «Infantry Weapons of the Salvadoran Forces». Small Arms Review (em inglês). 3 (8) 
  17. «Machine Guns, part 2» (em inglês). 4 de novembro de 2017 
  18. a b c d e Gander, Terry (2000). Allied Infantry Weapons of World War Two (em inglês). [S.l.]: The Crowood Press. p. 120. ISBN 9781861263544 
  19. Jowett, Philip S. (2010). Rays of the rising sun : armed forces of Japan's Asian allies, 1931-45 (em inglês). 1, China & Manchukuo. [S.l.]: Helion. p. 15. ISBN 9781906033781 
  20. Jowett, Philip (28 de junho de 2018). Latin American Wars 1900–1941: "Banana Wars," Border Wars & Revolutions. Col: Men-at-Arms 519 (em inglês). [S.l.]: Osprey Publishing. p. 14. ISBN 9781472826282 
  21. Smith 1969, p. 525.
  22. Smith 1969, p. 535.
  23. Пулемёты // Гражданская война и военная интервенция в СССР. Энциклопедия / редколл., гл. ред. С. С. Хромов. — 2-е изд. — М., «Советская энциклопедия», 1987. стр.490–491
  24. «Kulspruta m/1900». digitaltmuseum.se (em inglês). 11 de agosto de 2014 
  25. Legendre, Jean-François (fevereiro de 2011). «Les bandes d'alimentation pour mitrailleuses francaises Hotchkiss». La Gazette des Armes (em francês) (428). pp. 32–34 
  26. «Indochine 1945–1954: Le Viet-Minh». Militaria (em francês) (180). Histoire & Collections. Julho de 2000. p. 16 
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