João Cândido Brazil

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João Cândido Brazil
João Cândido Brazil
Provavelmente no século XIX
Nascimento 08 de março de 1848
Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil
Morte 21 de março de 1906 (58 anos)
Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil
Progenitores Mãe: Luíza Angélica Ribeiro
Pai: Joaquim Ribeiro Brazil
Cônjuge Thereza Gonçalves da Silva
Serviço militar
País Império do Brasil, Estados Unidos do Brasil
Anos de serviço 1865–1906
Patente Contra-Almirante
Conflitos Guerra do Paraguai

João Cândido Brazil (Angra dos Reis, 8 de março de 1848 - Angra dos Reis, 21 de janeiro de 1906) foi um Contra-Almirante e engenheiro naval brasileiro. É conhecido por ter planejado dezenas de embarcações para a Marinha do Brasil. Assumiu diversas pastas na armada, com destaque a diretoria do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro onde sob sua supervisão, construiu 26 navios de guerra, incluindo o maior já construído no país, o cruzador Tamandaré. Foi uma das vítimas fatais da explosão do encouraçado Aquidabã no dia 21 de janeiro de 1906.

Biografia[editar | editar código-fonte]

João Cândido Brazil nasceu em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, em 8 de março de 1848, filho de Joaquim Ribeiro Brazil e Luíza Angélica Ribeiro. Em 23 de fevereiro de 1863, Brazil iniciou seus estudos na Escola Naval. Posteriormente, foi promovido à Guarda-Marinha em 29 de novembro de 1865, em meio à Guerra do Paraguai. A bordo do encouraçado Barroso, participou de diversas batalhas da guerra, incluindo os combates contra as fortificações de Curupaiti, Humaitá, Timbó, Novo Estabelecimento e Tebicuarí, período em que foi promovido duas vezes. Após a guerra, já como Primeiro-Tenente, Brazil demonstrou habilidades na construção naval, obtendo o primeiro lugar em provas cujo resultado permitiu o ingresso em um curso de construção naval na Europa. Assim, partiu para o continente em 15 de junho de 1871, onde aperfeiçoou-se em alguns dos melhores estaleiros daquela época, a saber Armstrong, na Inglaterra, e Forges et Chantiers de la Mediterranée, na França. De volta ao Brasil em 1874, assumiu várias pastas na marinha, como o de Diretor das Construções Navais do Arsenal de Marinha de Pernambuco e Diretor das Construções Navais do Arsenal de Marinha de Ladário em 1875. No ano seguinte, casou-se com a pernambucana Thereza Gonçalves da Silva com quem teve cinco filhos.[1]

Em 15 de dezembro de 1876, assumiu interinamente a diretoria do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro no lugar do engenheiro naval Napoleão João Baptista Level. Level teve relevante participação nas melhorias das instalações do arsenal, que transformaram-no em um dos estaleiros mais avançados do país, responsável pelas principais construções navais daquela época. Brazil, assumiu de forma definitiva a diretoria do arsenal em 1881. Durante sua diretoria, Brazil desenvolveu planos de 26 navios construídos no arsenal, destacando-se o cruzador Tamandaré, o maior navio de guerra construído no país, com 4 500 toneladas de deslocamento, título que perdura até a atualidade. Além disso, também foram construídas as primeiras embarcações inteiramente de ferro no Brasil. Tinha a particularidade de desenhar seus projetos utilizando unicamente os próprios punhos, sem os materiais de praxe. Após a proclamação da república em 1889, foi transferido para o Quadro Extraordinário de Oficiais, quadro destinado a abrigar oficiais especialistas. Em 20 de janeiro de 1891, foi promovido a Capitão de Mar e Guerra. Posteriormente, foi enviado para Europa e Estados Unidos para se especializar no estudo da construção de submarinos. Nesse meio tempo, em 21 de outubro de 1892, recebeu a patente de Contra-Almirante graduado. Retornou ou Brasil em 1894, assumindo o cargo de Diretor das Oficinas de Construção Naval de Marinha do Rio de Janeiro.[1][2]

Brazil retornou à Europa em 1896 para fiscalizar a construção dos cruzadores Barroso, Almirante Abreu e Amazonas, dos encouraçados Deodoro e Floriano e dos cruzadores-torpedeiros Tupy, Tymbira e Tamoyo, embarcações cujas especificações havia projetado. O engenheiro voltou ao país em 1899. Quatro anos depois exerceu sua última função na armada a de Inspetor Geral de Engenharia Naval. Faleceu no dia 21 de janeiro de 1906 a bordo do encouraçado Aquidabã, quando este estava atracado na Baía de Jacuecanga, em Angra dos Reis, e sofreu uma violenta explosão. Além dele, outros 111 da tripulação também perderam a vida. No dia 8 de julho de 2003, João Cândido Brazil foi nomeado Patrono do Corpo de Engenheiros da Marinha.[1]

Referências