Giuseppe Zappi

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José Zappi
Giuseppe Zappi
Nascimento 26/10/1875
Ímola, Emília-Romanha
Morte 1950
São Paulo, SP
Filho(a)(s) Mário Zappi
Ocupação Ceramista
Principais trabalhos Fundador da Ind. de Louças Zappi

Giuseppe "José" Zappi (Ímola, 26 de outubro de 1875São Paulo, 1950) foi um empresário italiano radicado no Brasil.

Conceituado ceramista, representou seu país em diversos congressos sobre cerâmica e porcelana. Em 1913 migrou para São Paulo, Brasil, onde permaneceu até o fim de sua vida; difundindo seus conhecimentos e fomentando o desenvolvimento da indústria de louça branca no país.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Romeo Ranzini, um italiano que migrou para o Brasil no ano de 1888, quando tinha 4 anos de idade, tornou-se químico e empreiteiro da construção civil. Em 1912, planejando instalar em São Paulo uma grande indústria para produção de louça branca, e constatando que no país só havia especialistas em cerâmica vermelha, viajou para a Itália com o objetivo de adquirir conhecimentos no ramo, comprar o maquinário necessário e contratar mão-de-obra especializada. José Zappi foi um dos ceramistas contratados por Romeo Ranzini, por intermédio do consulado brasileiro em Milão, e chegou ao Brasil em 1913.[2]

Com um contrato de três anos, assumiu a chefia dos operários da Fábrica de Louças Santa Catharina; indústria que Romeo Ranzini, e mais cinco sócios, acabara de fundar no distrito da Lapa, em São Paulo.[2]

1ª peça de louça industrializada no Brasil

Em um prato que marca a inauguração da Fábrica Santa Catarina, e que simboliza a primeira peça de louça de pó de pedra industrializada no Brasil, constam as assinaturas de Romeo Ranzini, o sócio fundador; a de José Zappi, chefe dos operários; e a do mestre pintor Giovanni Miniati. José Zappi trabalhou nesta empresa até 1916, e foi um dos principais responsáveis pelo seu desenvolvimento técnico.[3]

A partir de 1916, quando terminou seu contrato, José Zappi passou a colaborar com outros empreendedores na fundação de outras empresas pelo interior de São Paulo. Em 1918 adquiriu um terreno na Vila Prudente e ali fundou, com recursos próprios, sua fábrica; a Indústria de Louças Zappi, que teve um início modesto, produzindo azulejos e louça sanitária.[2]

A Vila Prudente era um reduto da comunidade italiana, criada pelos irmãos Falchi; três italianos que tinham por objetivo instalar no local a fábrica de chocolates da família, atrair outras empresas para a região e vender lotes de terreno para os operários construírem suas residências. Quando José Zappi chegou ao bairro os irmãos Falchi já haviam se mudado, mas o objetivo tinha sido alcançado. Várias indústrias já estavam instaladas no bairro, que contava com energia elétrica, linha de bonde e uma sociedade, de moradores e trabalhadores, unida e bem organizada.[4]

José Zappi logo se integrou à comunidade vilaprudentina, tornando-se pessoa participativa, respeitada e muito benquista. Por volta de 1937 uma parte do terreno de sua empresa foi doada, e outra parte vendida em condições facilitadas, perfazendo um total de 5000 m², ao Círculo Operário de Vila Prudente[nota 1]; uma instituição criada pelos trabalhadores do bairro. No terreno foram instaladas a sede da instituição e um colégio.[4]

José Zappi morreu em 1950 e, na época, ele já estava desligado da empresa. Em 1954 a prefeitura de São Paulo decide homenageá-lo dando à rua onde estava instalada sua indústria o nome Rua José Zappi.[4]

Notas

  1. O Círculo Operário é o atual Círculo dos Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente e foi fundado em 1940, tendo como objetivo fornecer assistência médica, cultural e social aos trabalhadores das indústrias da Vila Prudente.

Referências

  1. Mário Ronco Filho (2010). «O Bairro de Vila Prudente On Line» (PDF). Revistas Históricas. Consultado em 6 de janeiro de 2020 
  2. a b c Pereira, José H. M. (2007). «As fábricas paulistas de louça doméstica» (PDF). FAUUSP. Consultado em 26 de dezembro de 2019 
  3. Rafael de Abreu e Souza (2010). «Louça branca para a paulicéia» (PDF). Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Consultado em 27 de dezembro de 2019 
  4. a b c Newton Zadra (2010). Vila Prudente, do bonde a burro ao metrô. [S.l.: s.n.] pp. 70/72