Grimpeiro

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Grimpeiro (Leptasthenura setaria) em Campos do Jordão, São Paulo, Brasil.
Grimpeiro (Leptasthenura setaria) em Campos do Jordão, São Paulo, Brasil.
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Furnariidae
Subfamília: Furnariinae
Gênero: Leptasthenura
Espécie: L. setaria
(Temminck, 1824)[2]
Distribuição geográfica

Sinónimos
Synallaxis setaria[3]

O grimpeiro é uma espécie de ave passeriforme da família Furnariidae pertencente ao gênero Leptasthenura. É nativa do centro-leste da América do Sul.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome do gênero Leptasthenura é composto pelas palavras do gregoleptos”: fino, “asthenēs”: débil, e “oura”: cola, significando “de cauda fina e débil”;[4] e o nome da espécie “setaria”, deriva do latim moderno “setarius”: com cerdas ou pelos, áspero.[5]

Mata de araucária, o hábitat da espécie.

Distribuição e hábitat[editar | editar código-fonte]

O grimpeiro se distribui no sudeste do Brasil (desde o extremo sudeste de Minas Gerais e sul do Rio de Janeiro para o sul até o norte do Rio Grande do Sul) e no nordeste da Argentina na província de Misiones.[6]

Esta espécie é considerada bastante comum em seu hábitat natural,[7] o dossel das matas de araucária entre os 750 e 1900 m de altitude.[1][8]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Ilustração de Huet y Prêtre em Nouveau recueil de planches coloriées d'oiseaux, 1838.

Mede 17 cm de comprimento. Possui uma crista proeminente com uma coroa de linhas pretas e esbranquiçadas.[7] A parte de cima é principalmente marrom-avermelhada, com uma cabeça que vai de um cinza a um enegrecido e linhas superciliares esbranquiçadas, a cauda vermelha com as penas centrais pretas; a parte de baixo vai de um marrom claro até um ocre claro, com listras pretas no peito,[9] A garganta é branca com lados enegrecidos e o crisso é pardo.[7]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Se alimenta de pequenos artrópodes, que encontra nos galhos e folhas das araucárias.[10]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Constrói um ninho com galhos secos de araucária e o protege com as folhas pontiagudas.[10]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

A espécie L. setaria foi descrita pela primeira vez pelo ornitólogo holandês Coenraad Jacob Temminck em 1824 sob o nome científico de Synallaxis setaria.[6]

Os estudos genéticos demonstram que o grimpeiro é irmão do par formado pelo rabudinho (Leptasthenura platensis) e pelo grimpeirinho (L. striolata).[11]Anteriormente, a espécie foi colocada nos géneros monotípicos Dendrophylax ou Bathmidura. Não são reconhecidas subespécies.[6]

Referências

  1. a b BirdLife International (2012). «Leptasthenura setaria». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 26 de Novembro de 2013 
  2. Temminck, C.J.; Laugier de Chartrouse, M. (1821–1838). Nouveau recueil de planches coloriées d’oiseaux, pour servir de suite et de complément aux planches enluminées de Buffon, édition in-folio et in-4° de l’Imprimerie nationale, 1770 (em francês). Vol. III. No. 241–361. París: Levrault. Synallaxis setaria, ilustración livr.52 pl.311 fig.2; Descripción original. Disponível em Biodiversitas Heritage Library 
  3. Tijeral de las Araucarias Leptasthenura setaria (Temminck, 1824) em Avibase. Consultado em 29 de maio de 2019.
  4. Jobling, J.A. (2018). Leptasthenura Key to Scientific Names in Ornithology (em inglês). Em: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 27 de maio de 2019.
  5. Jobling, J.A. (2018) setaria Key to Scientific Names in Ornithology (em inglês). Em: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 29 de maio de 2019.
  6. a b c «Araucaria Tit-spinetail (Leptasthenura setaria. Handbook of the Birds of the World – Alive (em inglês). Consultado em 29 de maio de 2019 
  7. a b c Ridgely, Robert; Tudor, Guy (2009). Field guide to the songbirds of South America: the passerines. Col: Mildred Wyatt-World series in ornithology (em inglês) 1a. ed. Austin: University of Texas Press. ISBN 978-0-292-71748-0. Leptathenura setaria, p. 288, prancha 7 (10) 
  8. Leptasthenura setaria - Coludito de los pinos - Araucaria Tit-spinetail Arquivado em 4 de março de 2016, no Wayback Machine. Aicas de Argentina.
  9. Leptasthenura setaria em Neotropical Birds Online (em inglês). Ithaca: Cornell Lab of Ornithology. Consultado em 10 de janeiro de 2019.
  10. a b Grimpeiro em WikiAves.
  11. Derryberry, E.; Claramunt, S.; Derryberry, G.; Chesser, R.T.; Cracraft, J.; Aleixo, A.; Pérez-Emám, J.; Remsem, Jr., J.V.; Brumfield, R.T. (2011). «Lineage diversification and morphological evolution in a large-scale continental radiation: the Neotropical ovenbirds and woodcreepers (Aves: Furnariidae).» (PDF). Evolution (65): 2973–2986. doi:10.1111/j.1558-5646.2011.01374.x