Maria das Dores Cabeçadas

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Maria das Dores Cabeçadas
Maria das Dores Cabeçadas
9.ª Primeira-dama de Portugal
Período 31 de maio de 1926
até 17 de junho de 1926
Antecessor(a) Elzira Dantas Machado
Sucessor(a) Henriqueta Gomes da Costa
Dados pessoais
Nome completo Maria das Dores Formosinho Vieira
Nascimento 6 de janeiro de 1878
Silves, Portugal
Morte 22 de dezembro de 1949 (71 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade portuguesa
Cônjuge José Mendes Cabeçadas

Maria das Dores Formosinho Vieira Cabeçadas (Silves, 6 de janeiro de 1878Lisboa, 22 de dezembro de 1949), foi a esposa do 9.º Presidente da República Portuguesa José Mendes Cabeçadas, e por inerência Primeira-dama de Portugal de 31 de maio de 1926 a 17 de junho do mesmo ano.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Maria das Dores Formosinho Vieira nasceu na cidade de Silves, no seio de uma família de classe média, que acabaria por se fixar em Lisboa nos finais do século XIX. Era filha do proprietário José Francisco Vieira, natural de São Bartolomeu de Messines e de sua esposa, Maria das Dores Formosinho, natural de Lagos.[1][2][3]

Na capital, Maria das Dores prossegue os estudos no Colégio de São José. Porém a morte prematura do pai e as consequentes dificuldades financeiras levam-na a trabalhar como professora de Lavores, no Liceu D. Maria Pia.[1]

A 23 de março de 1911 contrai matrimónio, na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, com José Mendes Cabeçadas, também ele algarvio, natural de Loulé. O esposo, por esta altura Capitão-tenente, tinha desempenhado um papel de destaque na Implantação da República a 5 de outubro de 1910, então Segundo-tenente e comandante durante a revolução do cruzador Adamastor. Maria das Dores acompanhará o marido em todas as vicissitudes e num profundo afeto, como se refere na obra As Primeiras-Damas do Museu da Presidência da República.[1][2][4]

Do enlace nascerão quatro filhas, Maria José, em 1912, Maria Dolores, em 1913, Maria da Graça, em 1915 e Raquel Vieira Cabeçadas, em 1919. A última virá a falecer precocemente vítima de tuberculose, aos 16 anos de idade.[1][2]

Maria das Dores Cabeçadas vive com alguma preocupação a breve passagem do marido pela Presidência da Republica (por um período de apenas 17 dias) na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926. A oposição à ditadura que caracterizou a atividade de Mendes Cabeçadas a partir de então (e as represálias que a família sofre em consequência disso) são encaradas por ela com o ânimo possível, visitando o marido diariamente na prisão, aquando do seu encarceramento. Maria das Dores não chegou a ocupar o Palácio de Belém mas é até hoje a única silvense (natural da freguesia de Silves) que desempenhou o cargo de Primeira-Dama.[1][2]

A saúde da antiga Primeira-Dama virá a deteriorar-se, tendo Maria das Dores Formosinho Vieira Cabeçadas falecido aos 71 anos de idade, a 22 de dezembro de 1949, no quarto andar esquerdo do número 237 da Avenida Almirante Reis, na freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa, vítima de uma hemorragia cerebral. Encontra-se sepultada em jazigo de família, no Cemitério do Alto de São João.[1][2][5]

Referências

  1. a b c d e f g «MEMÓRIAS: Recordar a Silvense Primeira-Dama: Maria das Dores Cabeçadas». Terra Ruiva: Jornal do concelho de Silves. 20 de abril de 2020 
  2. a b c d e f «MPR - José Mendes Cabeçadas Júnior». www.museu.presidencia.pt. Museu da Presidência da República 
  3. «Livro de registo de baptismos da Paróquia de Silves (1878)». digitarq.adfar.arquivos.pt. Arquivo Distrital de Faro. p. 55 verso, assento 163 
  4. «Livro de registo de casamentos da Paróquia de Santa Isabel (1911)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 11, assento 37 
  5. «Livro de registo de óbitos da 2.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (24-09-1949 a 30-12-1949)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 791 verso, assento 1579