Potências do Eixo

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Potências do Eixo
1940 – 1945
Localização de Eixo
Localização de Eixo
  Juntaram-se aos Aliados após o ataque a Pearl Harbor
  Potências do Eixo
  Países neutros
Continente Europa e Ásia
Capital Berlim-Roma-Tóquio
Governo Nazismo
Fascismo
Monarquia absoluta
Período histórico Segunda Guerra Mundial
 • 27 de setembro de 1940 Pacto Tripartite
 • 25 de novembro de 1936 Pacto Anticomintern
 • 22 de maio de 1939 Pacto de Aço
 • 2 de setembro de 1945 Dissolução oficial

As Potências do Eixo (em alemão: Achsenmächte, em italiano: Potenze dell'Asse, em japonês: 枢軸国 Sūjikukoku), também conhecidas como Aliança do Eixo, Nações do Eixo ou apenas Eixo, foram um dos beligerantes da Segunda Guerra Mundial. Seus inimigos eram as forças Aliadas.

O Eixo nasceu dos esforços diplomáticos da Alemanha, Itália, e Japão para assegurar os seus próprios interesses expansionistas específicos em meados da década de 1930. O primeiro passo foi o tratado assinado pela Alemanha e pela Itália em Outubro de 1936. Benito Mussolini declarou a 1 de Novembro de 1936 que todos os outros países europeus passariam, a partir daí, a rodar no eixo Roma-Berlim, criando assim o termo "Eixo".[1][2] O segundo passo quase simultâneo foi a assinatura, em Novembro de 1936, do Pacto Anticomintern, um tratado anticomunista entre a Alemanha e o Japão. A Itália aderiu ao Pacto em 1937 e a Hungria e Espanha aderiram em 1939. O "Eixo Roma-Berlim" tornou-se uma aliança militar em 1939 sob o chamado "Pacto de Aço", com o Pacto Tripartite de 1940 a conduzir à integração dos objetivos militares da Alemanha, Itália e Japão. Como tal, o Pacto AntiConcentração, o Pacto Tripartido, e o Pacto do Aço foram os acordos que constituíram a base principal do Eixo.[3]

O Eixo atingiu o seu auge durante a Segunda Guerra Mundial, ocupando grande parte da Europa, África, Ásia e ilhas do oceano Pacífico. A guerra terminou em 1945, com a derrota do Eixo e dissolução da aliança. Assim como no caso dos Aliados, a constituição do Eixo foi fluida durante a guerra, com nações lutando ou não lutando ao longo das batalhas.

Origens e criação[editar | editar código-fonte]

Acredita-se que o termo "eixo" tenha sido criado pelo primeiro-ministro húngaro Gyula Gömbös, que desejava formar uma aliança entre a Hungria, Alemanha e Itália. Ele foi um importante mediador para que Itália e Alemanha superassem as diferenças e fizessem uma aliança. A morte inesperada de Gömbös em 1936, durante negociações com a Alemanha em Munique, acabou com a possibilidade de uma participação inicial da Hungria em um eixo trilateral com italianos e alemães, pois o seu sucessor, Kálmán Darányi, não tinha ideais fascistas. As negociações continuaram e formou-se um eixo bilateral entre Alemanha e Itália.[4]

Propostas iniciais para uma aliança germano-italiana[editar | editar código-fonte]

Bandeiras dos signatários do Pacto Tripartite decorando a fachada da embaixada japonesa em Berlim, setembro de 1940

Benito Mussolini, chefe de governo do Reino da Itália, Duce do fascismo no período de 1922 a 1943 e Duce da República Social Italiana de 1943 a 1945, já sugeria desde a década de 1920 uma aliança estratégica entre Itália e Alemanha para opor-se à França.[5] Antes de se tornar chefe do governo da Itália, Mussolini, como membro do movimento fascista italiano, sugeriu uma aliança com a recém-derrotada Alemanha durante a Conferência de Paz de Paris em 1919. Ele acreditava que, alinhando com a Alemanha, a Itália poderia expandir sua influência na Europa.[5] No começo de 1923, como um gesto de boa vontade, a Itália entregou secretamente armas para uso do exército alemão, que tinha passado por um longo processo de desarmamento com o Tratado de Versalhes.[5]

Em setembro de 1923, Mussolini propôs ao chanceler alemão Gustav Stresemann uma "política em comum", buscando apoio militar alemão contra uma potencial intervenção militar francesa na disputa diplomática que a Itália possuía com a Iugoslávia pelo Fiume. Mussolini via na Alemanha nacionalista um aliado essencial para uma guerra contra a França, sustentando-se no iminente desejo de vingança dos alemães perante os franceses.[5]

Benito Mussolini discursando em 1932
O Duce italiano Benito Mussolini e o Führer alemão Adolf Hitler

Desde a década de 1920, a Itália considerava o ano de 1935 uma data crucial para uma guerra contra os franceses, pois era nesse ano que as obrigações da Alemanha com o Tratado de Versalhes estavam programadas para expirar.[6]

No começo da década de 1930, o Ministro das Relações Exteriores italiano, Dino Grandi, frisou a importância e "peso decisivo" que a Itália poderia dar nas relações entre Alemanha e França. Ele reconheceu que a Itália não era uma grande potência, mas afirmou que tinha influência suficiente para alterar a situação política na Europa se decidisse ficar ao lado de qualquer um dos dois países.[7] No entanto, Grandi ressaltou que evitaria se tornar "escravo da regra de três" de modo a defender seus interesses, argumentando que, embora existissem tensões substanciais com a França, isso não significava que a Itália precisasse incondicionalmente comprometer-se em uma aliança com a Alemanha, assim como não precisaria necessariamente unir-se com a França se um dia viesse a ter alguma tensão com a Alemanha.[8] Essa tentativa de Grandi em manter um equilíbrio diplomático entre França e Alemanha foi desafiada pela pressão dos franceses em 1932, quando a França iniciou uma aliança com a Inglaterra e os Estados Unidos para se precaver de um possível ataque revanchista da Alemanha.[9] Grandi respondeu que a Itália estaria disposta a oferecer apoio à França contra a Alemanha, mas para isso os franceses teriam que ceder seu mandato sobre Camarões e permitir que a Itália tivesse mão livre na Etiópia. A França recusou as propostas da Itália por considerá-las inaceitáveis e por não acreditar que o risco alemão fosse imediato.[9]

Disputa sobre a Áustria[editar | editar código-fonte]

Engelbert Dollfuss, chanceler da Áustria (1932–1934)
Gyula Gömbös, primeiro-ministro da Hungria (1932–1936)

Em 1932, Gyula Gömbös e seu partido subiram ao poder da Hungria e imediatamente procuraram aliança com a Itália.[9] Gömbös queria acabar com a Hungria pós-Tratado de Trianon, mas sabia que sozinho não poderia enfrentar a Pequena Entente.[9] Mussolini ficou entusiasmado com a oferta húngara e até ajudou Gömbös nas tentativas de convencer o primeiro-ministro da Áustria, Engelbert Dollfuss, a assinar um acordo econômico tripartite com Itália e Hungria. Em 10 de novembro de 1932, durante um encontro entre Gömbös e Mussolini em Roma, foi levantada a questão de como ficaria a soberania da Áustria diante da inevitável subida ao poder do Partido Nazi na Alemanha. Mussolini estava preocupado com as ambições nazistas para a Áustria e garantiu que, pelo menos a curto prazo, comprometer-se-ia em manter a Áustria como um Estado soberano. Mussolini temia que após dominar a Áustria, a Alemanha tomasse o Tirol Meridional, uma província ao norte da Itália cuja população era majoritariamente falante da língua alemã. Gömbös respondeu que uma anexação da Áustria pela Alemanha era inevitável e que era mais vantajoso ter uma Alemanha amigável no passo do Brennero do que uma Alemanha hostil entrando pelo Adriático.

Em 1933, Adolf Hitler e o Partido Nazi chegaram ao poder na Alemanha. O primeiro contato diplomático de Hitler foi com a Hungria, com Gömbös sugerindo para "os dois países cooperarem na política externa e econômica".[10]

Hitler como líder nazista já defendia uma aliança entre Alemanha e Itália desde a década de 1920.[11] Pouco depois de ser nomeado chanceler, Hitler enviou uma mensagem pessoal para Mussolini declarando "admiração e respeito" e dizendo que esperava uma relação de amizade e até mesmo uma aliança entre Alemanha e Itália.[12] Hitler estava ciente de que a Itália estava preocupada com a possibilidade de reivindicações alemãs no Tirol Meridional e fez questão de afirmar para Mussolini que não estava interessado na região.

Porém, o italiano não confiou nas intenções de Hitler em relação ao Anschluss (anexação da Áustria), nem acreditou que ele não fosse reivindicar o Tirol do Sul. Mussolini fez questão de informar a Hitler que estava satisfeito com o governo antimarxista de Dollfuss na Áustria e advertiu que era inflexivelmente contra o Anschluss.[13] Hitler respondeu com desprezo a Mussolini e disse que pretendia "lançar Dollfuss no mar". Com essa discordância persistente em relação a Áustria, as relações entre Hitler e Mussolini tornam-se mais distantes.[13]

Hitler tentou quebrar o impasse com a Itália em relação a Áustria enviando Hermann Göring para negociar com Mussolini em 1933, para tentar convencê-lo a pressionar a Áustria a nomear nazistas ao governo. Göring afirmou que a dominação nazista da Áustria era inevitável e que a Itália deveria aceitar isso, reforçando também a promessa de que em nome dos tratados de paz, Hitler não iria invadir o Tirol Meridional.[14] Imediatamente após a visita de Göring, Dollfuss foi para a Itália para tentar combater qualquer progresso diplomático alemão. Dollfuss afirmou que seu governo estava sendo bem-sucedido em livrar-se do marxismo e que o apoio nazista não precisava ser aumentado. Pelo contrário, seria diminuído.

Em 1934, Hitler e Mussolini encontram-se pessoalmente pela primeira vez em Veneza.[15] A reunião não ocorreu de forma amigável, pois enquanto Hitler exigia que a Itália pressionasse Dollfuss a nomear nazistas austríacos em seu gabinete, Mussolini recusava terminantemente a exigência.[15] Em resposta, Hitler prometeu aceitar a independência da Áustria pelo menos naquele momento, pois a Alemanha passava por tensões internas (que ainda naquele ano culminaria no episódio da Noite das Facas Longas) e não poderia se dar ao luxo de provocar a Itália.[15]

Em 25 de junho de 1934, várias semanas após o encontro em Veneza, os nazistas austríacos assassinaram Dollfuss.[16] Mussolini ficou indignado com o ocorrido e atribuiu a Hitler a culpa, colocando-o como um traidor por não cumprir a sua palavra de que respeitaria a independência da Áustria.[17] A resposta de Mussolini ao assassinato foi violenta e imediata: rapidamente ele providenciou que diversas divisões do exército e esquadrões aéreos rumassem para o passo do Brennero e alertou que qualquer ação alemã contra a Áustria resultaria em uma guerra entre Alemanha e Itália.[18] Hitler respondeu negando a responsabilidade pelo assassinato e afirmou que iria dissolver todos os laços entre o Partido Nazista Alemão e seu correspondente austríaco, jogando exclusivamente neles a culpa pela tensão política.[19]

Mesmo com a declaração de Hitler, a Itália abandonou as relações diplomáticas com a Alemanha e alinhou-se à França em um acordo para proteger a independência da Áustria e barrar a intransigência da Alemanha. Forças militares francesas e italianas chegaram a conversar sobre uma cooperação militar em uma possível guerra com a Alemanha caso a Áustria fosse invadida. Ainda em maio de 1935, Mussolini falou de seu desejo de destruir Hitler.[20]

A recuperação das relações entre Alemanha e Itália deu-se durante a invasão italiana à Etiópia em 1935. Enquanto os outros países condenavam e defendiam a criação de sanções contra a Itália, a Alemanha de Hitler prontificou-se a ajudar e dar todo o apoio necessário para os italianos.

A aliança Alemanha–Itália–Japão[editar | editar código-fonte]

Bons amigos em três países (1938): Pôster de propaganda japonês celebrando a participação da Itália no Pacto Anticomintern em 6 de novembro de 1937. No topo, Hitler, Konoe e Mussolini

O interesse para a formação de uma aliança entre a Alemanha e o Japão começou quando o diplomata japonês Hiroshi Oshima visitou o ministro das Relações Exteriores alemão Joachim von Ribbentrop em Berlim, em 1935.[21] Oshima informou von Ribbentrop sobre o interesse do Japão em formar uma aliança germano-japonesa contra a União Soviética.[21] Von Ribbentrop acatou a proposta de Oshima e defendeu que a aliança deveria basear-se em um contexto político para opor-se à Internacional Comunista.[21] O pacto proposto foi recebido com reações divididas no Japão. Uma facção de ultranacionalistas dentro do governo apoiou, enquanto a marinha japonesa e o Ministério das Relações Exteriores fizeram firme oposição ao pacto.[22] Havia uma grande preocupação no governo japonês de que um pacto com a Alemanha poderia acabar com as relações do Japão com a Inglaterra, pondo em risco anos de acordos benéficos com os ingleses.[23] Na Alemanha, a proposta de pacto causou uma divisão de opiniões semelhante, pois enquanto os altos escalões do partido nazista achavam uma boa ideia, muitos membros do Ministério das Relações Exteriores, do exército e da comunidade empresarial não gostaram, pois tinham negócios e interesses financeiros na China, país ao qual o Japão era hostil.

Após tomar conhecimento das negociações entre alemães e japoneses, a Itália manifestou interesse em também formar uma aliança com o Japão.[21] A Itália acreditava que devido ao longo histórico de relações entre o Japão e a Inglaterra, uma aliança ítalo-japonesa poderia pressionar os ingleses a adotar uma postura mais flexível com a Itália no Mediterrâneo.[21] No verão de 1936, Galeazzo Ciano comentou com o embaixador japonês na Itália, Sugimura Yotaro, que estava interessado em um acordo com o Japão nos mesmos moldes do que estava sendo feito com os alemães.[21] Inicialmente a proposta foi desconsiderada, pois uma aliança com a Itália contra a União Soviética não parecia ter a mesma importância do que uma com a Alemanha. Além disso, uma aliança com a Itália poderia abalar as relações com a Inglaterra, que não concordava com a invasão italiana na Etiópia.[21] O Império Japonês manteve-se longe da Itália até 1937, quando a Liga das Nações condenou o Japão ao isolamento internacional pelas suas ações na China, enquanto somente a Itália colocou-se favorável aos japoneses.[24]

As "Potências do Eixo" aderiram ao nome formalmente após a assinatura do Pacto Tripartite, assinado pela Alemanha, Itália e Japão em 27 de setembro de 1940 na cidade de Berlim. Posteriormente juntaram-se também a Hungria (20 de novembro de 1940), Romênia (23 de novembro de 1940), Eslováquia (24 de novembro de 1940) e Bulgária (1 de março de 1941).[25]

Ideologia[editar | editar código-fonte]

O principal objetivo das potências do Eixo era a expansão territorial em detrimento dos seus vizinhos.[26] Em termos ideológicos, o Eixo descreveu os seus objetivos como "romper a hegemonia das potências ocidentais plutocráticas" e "defender a civilização do comunismo". O Eixo defendia uma série de variantes sobre o fascismo, o militarismo, e a autarquia.[27]

Recursos econômicos[editar | editar código-fonte]

A população total das nações da Aliança do Eixo era de 258,9 milhões em 1938, enquanto a dos Aliados (sem contar a União Soviética e os Estados Unidos que entraram depois) era de 689,7 milhões.[28] Sendo assim, os Aliados tinham uma vantagem em termos populacionais de 2,7 para 1.[29] Os líderes do Eixo tinham os seguintes números populacionais: Alemanha 75,5 milhões (incluindo os 6,8 milhões da Áustria que foi anexada), Japão 71,9 milhões (sem contar as colônias) e Itália 43,4 milhões (sem contar as colônias). Enquanto isso, a Grã-Bretanha possuía 47,5 milhões de habitantes e a França 42 milhões, sem contar suas respectivas colônias.[28]

Durante a guerra, o produto interno bruto (PIB) de todas as nações do Eixo combinadas era de $ 911 bilhões em 1941 (medida em dólar internacional com preços do ano 1990). O PIB total das potências aliadas em 1941 era $ 1,798 trilhões – com os Estados Unidos sozinho proporcionando $ 1,094 trilhões, mais do que o PIB de todos os países do Eixo juntos.[30]

O impacto da guerra sobre a economia dos países participantes pode ser medida através da porcentagem do produto nacional bruto (PNB) dedicado a gastos militares. Em 1939, quase 1/4 do PIB da Alemanha estava sendo usado em esforços de guerra. Esse número subiu mais 3/4 em 1944, antes do colapso da economia. Em 1939, o Japão comprometia 22% de seu PIB em esforços na guerra na China, o que aumentou para 75% em 1944.[31] Já a Itália não mobilizou sua economia, seu PIB comprometido com esforços de guerra continuou exatamente o mesmo que antes dos conflitos.[31]

A Itália e o Japão não tinham uma boa capacidade industrial; suas economias eram pequenas, dependentes de trocas internacionais, de fontes externas de combustível e outros recursos industriais.[31] Por isso a mobilização industrial dos dois países continuou baixa mesmo durante a guerra total.[31]

Entre as três principais potências do Eixo – Alemanha, Itália e Japão – o Japão tinha a menor renda per capita, enquanto Alemanha e Itália tinham um nível de renda comparável ao do Reino Unido.[32]

Principais nações constituintes da aliança do Eixo[editar | editar código-fonte]

Alemanha[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Alemanha Nazi e Governo Flensburg

Justificativas para a guerra[editar | editar código-fonte]

Desfile da cavalaria alemã em Łódź durante a invasão da Polônia, setembro de 1939

O Führer Adolf Hitler declarou em 1941 que a eclosão da Segunda Guerra Mundial foi resultado da intervenção indevida das potências ocidentais durante a guerra entre Alemanha e Polônia. Hitler negava as acusações dos Aliados de que queria uma guerra em nível mundial e alegou que a guerra era desejada e foi provocada por políticos judeus ou associados aos interesses judeus.[33] No entanto, Hitler claramente tinha projetos para transformar a Alemanha em um Estado com liderança no mundo, tal como sua intenção de transformar Berlim em Welthauptstadt (Capital do Mundo), reconstruí-la e renomeá-la para Germania.[34] A expansão era justificada como uma necessidade inevitável para proporcionar o Lebensraum ("espaço vital") que pretendia solucionar o problema de superpopulação alemã fornecendo os recursos necessários para o bem-estar do povo dentro de seus territórios.[35] Hitler sempre queixou-se da falta de recursos do país comparado aos seus elevados índices populacionais e usava esse fator como justificava para corroborar seu plano de aumentar o tamanho da Alemanha.[35] Desde 1920, o Partido Nazista promoveu publicamente a ideia de expansão da Alemanha para territórios mantidos pela União Soviética.[36]

Polônia e Inglaterra[editar | editar código-fonte]

Sobre a guerra contra a Polônia, que provocou a intervenção dos Aliados contra a Alemanha, os alemães alegaram que tinham procurado resolver sua disputa com os poloneses a respeito das minorias alemãs presentes no chamado "corredor polonês" por meio de um acordo feito em 1934 no qual a Polônia supostamente se comprometeria em acabar com sua política assimilacionista em relação à população alemã naquele país. No entanto, a Alemanha queixou-se mais tarde de que a Polônia não cumpriu esse acordo.[37] Em 1937, a Alemanha condenou a Polônia por violar o direito das minorias, mas propôs um acordo para aceitar os pedidos de parar a assimilação da população polonesa em território alemão se a Polônia fizesse o mesmo com a população alemã no seu território.[37] A proposta da Alemanha foi recebida com relutância pela Polônia, principalmente pela União Ocidental Polonesa (PZZ) e pelo Partido Nacional Democrático, levando o país a aceitar somente uma versão diluída da Declaração Conjunta sobre Minorias,[37] em 5 de novembro de 1937. No mesmo dia, Hitler declarou sua intenção de preparar-se para uma guerra contra a Polônia.[37] A Alemanha invocou precedentes jurídicos para justificar sua intervenção contra a Polônia e anexação da Cidade Livre de Danzigue, que tinha maioria alemã e era liderada por um governo nazista que procurava incorporação com a Alemanha. Em 1939, a justificativa encontrada foi a constante violação da soberania de Danzig pela Polônia.[38] A Alemanha condenou a Polônia por enviar tropas adicionais para a cidade em 1933, violando o limite de tropas polonesas admissíveis em Danzig.[38]

Depois de a Polônia ter aceitado apenas em termos o tratado que garantiria que as minorias alemãs não seriam assimiladas, Hitler decidiu que era chegada a hora de começar os preparativos para entrar em guerra contra o país. Destruindo-a, implantaria o Lebensraum e iniciaria a colonização alemã em seus territórios.[37]

Bombardeiros Heinkel He 111 da Luftwaffe durante a Batalha da Grã-Bretanha

Embora a Alemanha tenha se preparado para a guerra com a Polônia já em 1939, Hitler ainda usou de meios diplomáticos combinados com ameaças de intervenção militar para pressionar a Polônia e conseguir concessões para a Alemanha, pressionando para tentar a anexação de Danzig sem oposição polaca. Hitler acreditava que poderia obter vantagens sobre a Polônia sem precisar provocar uma guerra com a Grã-Bretanha ou França.[39] Mesmo existindo uma garantia de apoio militar dos britânicos para a proteção da Polônia, ele acreditava que isso seria apenas um blefe britânico para tentar manter a Alemanha longe. Hitler apoiava-se principalmente num acordo germano-soviético em que ambos os países reconheciam os seus interesses mútuos envolvendo a Polônia.[39] A União Soviética desentendia-se diplomaticamente com a Polônia desde a Guerra Polaco-Soviética de 1919–1921, em que os soviéticos foram pressionados a ceder a Bielorrússia ocidental e a Ucrânia ocidental à Polônia após intensos e demorados combates sobre esses territórios, que a União Soviética sempre quis reaver.[40] Hitler acreditava que uma guerra com a Polônia seria apenas um conflito isolado, pois a Grã-Bretanha com certeza não gostaria de envolver-se em uma guerra com a Alemanha e União Soviética.[39]

A Polônia rejeitou todas as exigências alemãs e não aceitou negociar sobre a questão da anexação de Danzig. Em resposta, a Alemanha preparou uma mobilização geral na manhã de 30 de agosto de 1939.[41] Hitler esperava que os britânicos reconhecessem as exigências da Alemanha e pressionassem a Polônia para concordar com elas.[41] Na noite de 30 de agosto, o ministro das Relações Exteriores Joachim von Ribbentrop esperava a visita do embaixador britânico Nevile Henderson e do plenipotenciário polonês para negociar os termos de um acordo com a Alemanha. Apenas Henderson compareceu, o que deixou Ribbentrop extremamente irritado, já que a Alemanha considerava aquele encontro de extrema importância.[41] Ribbentrop então leu para o embaixador as demandas alemãs sobre a Polônia, que eram: anexação de Danzig, concessão do direito de construir estradas de ferro e rodovias extraterritoriais passando pelo Corredor Polonês para interligar o território principal da Alemanha com a Prússia Oriental, bem como a realização de um plebiscito para determinar se o Corredor Polonês deveria permanecer como território polonês ou ser transferido para a Alemanha.[41]

Polônia e Inglaterra consideraram a proposta inaceitável por violar a soberania polonesa. Contrariada e já em negociação com a União Soviética, a Alemanha invadiu o país em setembro de 1939, causando a declaração de guerra por parte da Inglaterra e França e iniciando a Segunda Guerra Mundial.

Países Baixos e região[editar | editar código-fonte]
Centro de Roterdã completamente destruído por um bombardeio alemão. Em maio de 1940, a Alemanha invadiu uma série de países neutros

Em maio de 1940, a Alemanha invadiu os Países Baixos da Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos[42] sob a justificativa de que os britânicos e franceses poderiam usar a região como ponto estratégico para invadir a zona industrial de Ruhr.[43] Em meados de 1939, quando a guerra entre Alemanha, Inglaterra e França parecia cada vez mais próxima, Hitler declarou: "As bases aéreas holandesas e belgas devem ser ocupadas! Todas as declarações de neutralidade devem ser ignoradas".[43] Em uma conferência com líderes militares da Alemanha em 23 de novembro de 1939, Hitler declarou que Ruhr era o "calcanhar de Aquiles" alemão e "se a Inglaterra e França chegarem a partir da Bélgica e Países Baixos à região do Ruhr, estaremos em grande perigo". Sendo assim, afirmou que, independentemente da neutralidade declarada por esses países, toda aquela região precisaria ser ocupada para evitar uma ofensiva anglo-francesa.[43]

União Soviética[editar | editar código-fonte]

A Alemanha invadiu a União Soviética em 1941 por questões relacionadas ao Lebensraum e anticomunismo. Em seus primeiros anos como líder nazista, Hitler disse que aceitaria manter relações amistosas com os soviéticos sob a condição de que a Rússia recuasse suas fronteiras de acordo com o Tratado de Brest-Litovski, assinado em 1918 por Vladimir Lenin a respeito da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, que dava grandes territórios até então detidos pela Rússia aos alemães em troca de paz durante a Primeira Guerra.[36] Em 1921, Hitler elogiou esse Tratado e declarou que confiava nas relações de paz entre as duas nações.[36] No entanto, Hitler queria uma Rússia territorialmente reduzida e apoiava a ideia de que o povo russo deveria revoltar-se contra o governo bolchevique e estabelecer um novo governo.[36] Em 1922, contrariando seu pensamento anterior, ele apoiou a possibilidade de a Alemanha fazer uma aliança com a Inglaterra contra os soviéticos.[36] Mais tarde, Hitler declarou o quanto além do território russo ele planejava expandir a Alemanha:

"A segurança da Europa não estará assegurada até levarmos a Ásia para trás dos Urais. Nenhum estado russo organizado poderá existir a oeste dessa fronteira."
— Adolf Hitler[44]

A política de Lebensraum incluía uma grande expansão da Alemanha para o leste dos montes Urais.[44][45] Hitler desejava que o "excedente" da população russa que vivia ao oeste dos Urais fosse deportado para o leste.[46] Depois que a Alemanha invadiu a União Soviética, o desejo dos nazistas por uma Rússia independente e territorialmente reduzida foi influenciado por uma pressão do Deutsches Heer em 1942 para Hitler endossar a criação do Exército de Libertação Nacional da Rússia, que seria comandado por Andrey Vlasov, militar russo capturado em combate que solicitara apoio para tentar derrubar Josef Stalin e estabelecer um novo Estado russo.[47] Inicialmente a proposta de apoiar um exército russo anti-comunista foi recebida com rejeição por Hitler. No entanto, em 1944, a Alemanha enfrentou perdas significativas na Frente Ocidental, o que aumentou o apoio a Vlasov em seu plano, após ganhar a confiança do Reichsführer-SS Heinrich Himmler.[48]

Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

Depois do ataque japonês a Pearl Harbor e a eclosão subsequente da guerra entre Japão e Estados Unidos, a Alemanha apoiou os seus aliados e também declarou guerra contra os americanos. Durante os conflitos, a Alemanha denunciou a Carta do Atlântico e o Lend-Lease — políticas que teriam beneficiado Inglaterra e França antes mesmo da entrada dos EUA na aliança contra a Alemanha — como manobras imperialistas dirigidas para dominar e explorar países fora das Américas.[49] Hitler criticou ainda o termo "liberdade" usado pelo presidente Roosevelt para descrever os objetivos dos EUA na guerra. Segundo Hitler, o significado americano de "liberdade" era usar a democracia para explorar o mundo e dar liberdade aos plutocratas para manipular as massas por meio de tal democracia.[49]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Os cidadãos alemães sentiam que seu país havia sido humilhado pelo Tratado de Versalhes que pôs fim à Primeira Guerra Mundial e forçava a Alemanha a pagar enormes custos de guerra, perder territórios de população alemã e todas as suas colônias. Por causa dessas indenizações de grande porte, as reparações econômicas levaram a República de Weimar à hiperinflação durante o início da década de 1920. Em 1923, a Alemanha não se mostrava capaz de pagar as exigências de reparação aos Aliados, o que resultou na ocupação da região do Ruhr pelos franceses. No fim da década de 1920, a Alemanha começou a melhorar economicamente, porém a Grande Depressão criou mais dificuldades e um consequente aumento de forças políticas que advogavam soluções radicais para os infortúnios do país. Os nazistas, já como um grupo nacionalista organizado, difundiam a lenda da punhalada pelas costas afirmando que a Alemanha havia sido traída por judeus e comunistas. O partido prometia reconstruir a Alemanha como uma grande potência e criar a Grande Alemanha, que incluiria a Alsácia-Lorena, a Áustria, os Sudetos e outros territórios de população alemã na Europa (cf. Grande Alemanha e pangermanismo). Os nazistas também almejavam ocupar e colonizar territórios não alemães na Polônia, Países Bálticos e União Soviética, como parte de seu plano de conseguir o Lebensraum ("espaço vital") na Europa Oriental.

Soldados alemães na Rússia durante a Batalha de Stalingrado na Frente Oriental

Em 1935, a Alemanha retomou o alistamento militar e anunciou ao mundo que já detinha uma força aérea. Em março de 1936, renunciou ao Tratado de Versalhes e remilitarizou a Renânia. Em 1938, anexou a Áustria e ocupou a região tcheca dos Sudetos e em 1939 o Território de Memel da Lituânia. Em seguida invadiu o restante da Tchecoslováquia, criando o Protetorado da Boêmia e Morávia e a República Eslovaca.

Em 23 de agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, que continha uma cláusula secreta dividindo a Europa Oriental em esferas de influência (cf. negociações sobre a adesão da União Soviética ao Eixo).[50] Oito dias depois, a Alemanha invadiu a sua parte da Polônia conforme decidido no pacto, fato que deu início à Segunda Guerra Mundial.[51] No final de 1941, a Alemanha já detinha grande parte da Europa e rompeu seu pacto com os soviéticos invadindo o território russo e quase capturando Moscou. No entanto, as esmagadoras derrotas nas Batalha de Stalingrado e de Kursk devastaram as forças armadas alemãs. Tudo isso combinado com o desembarque dos Aliados ocidentais na França e na região da Sicília na Itália, levou a uma desgastante e suicida guerra em três frentes que resultou no esgotamento de forças por parte da Alemanha e finalmente a sua derrota em 1945.

Movimentos alemães contrários ao regime[editar | editar código-fonte]

Havia uma substancial oposição interna dentro dos setores militares alemães em relação à estratégia excessivamente agressiva de rearmamento e política externa que o regime nazista adotou na década de 1930.[52] Entre 1936 e 1938, quatro principais líderes militares da Alemanha, Ludwig Beck, Werner von Blomberg, Werner von Fritsch e Walther von Reichenau, opunham-se à estratégia agressiva nazista.[53] Eles criticavam a natureza apressada do rearmamento, a falta de planejamento, a insuficiência de recursos da Alemanha para entrar numa guerra, as implicações perigosas da política externa de Hitler e os grandes níveis de subordinação do exército em relação as regras do Partido Nazista.[53] Essa oposição dos quatro até então era exposta publicamente sem repressão.[53] No entanto, o Partido Nazista rebatia tudo com desprezo e para pressioná-los a renunciar de seus cargos e desqualificá-los, membros nazistas fabricaram um falso escândalo alegando que os dois principais líderes do exército, von Blomberg e von Fritsch, mantinham um caso homossexual.[53] Embora a notícia tenha sido plantada por membros de escalões inferiores do partido sem o consentimento de Hitler, o mesmo acabou aproveitando-se do burburinho causado pela notícia e pressionou os dois oficiais a demitirem-se, substituindo-os por oficiais leais a ele.[53] Pouco depois, em 4 de fevereiro de 1938, Hitler anunciou que ele mesmo assumiria o cargo de líder do Comando das Forças Armadas da Alemanha.[53]

A oposição ao modo de ação dos nazistas tornou-se tão forte entre 1936 e 1938 que a possibilidade de tentar derrubar o regime foi discutida até mesmo dentro dos escalões superiores do exército e membros não nazistas presentes no governo.[54] O ministro da Economia, Hjalmar Schacht, reuniu-se com Beck e declarou que apoiava uma investida para derrubar Hitler e sugeriu a participação do exército.[54] Beck disse que se um golpe contra o regime nazista começasse pela população civil, o exército não iria se opor mas também não se envolveria.[54] Schacht considerou a resposta de Beck inadequada, pois sabia que sem o apoio do exército qualquer tentativa de golpe seria completamente esmagada pela Gestapo.[55] No entanto, em 1938, Beck tornou-se um firme opositor do regime nazista após Hitler declarar seus planos de anexação da Áustria e Tchecoslováquia e admitir que isso poderia ocasionar uma guerra em nível mundial.[55]

Aos poucos a oposição foi sendo substancialmente sufocada com a ocupação de todos os cargos de importância do governo por parte dos nazistas. Pequenos grupos secretos do chamado movimento de resistência alemã conspiravam contra Hitler e articulavam planos para matá-lo, já que seria impossível tirá-lo do poder por outros meios. No entanto, os nazistas mostraram-se eficientes em deter os planos da resistência e sufocaram qualquer tipo de oposição e grupos conspiratórios, impedindo o crescimento de ideias de golpe e questionamentos aos interesses do regime.

Japão[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Império do Japão e Fascismo japonês

Justificativas para a guerra[editar | editar código-fonte]

7 de dezembro de 1941: caças japoneses a bordo do porta-aviões Shokaku preparando-se para decolagem rumo à missão de ataque a Pearl Harbor
Encouraçado Yamato sendo atacado por aviões americanos durante a Batalha do Golfo de Leyte

O governo japonês justificou suas ações sob o argumento de que estaria tentando unir a Ásia por meio de uma Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental, liderada pelo Japão. Ainda segundo o governo, isso ajudaria o país a livrar-se do imperialismo ocidental, em especial o imperialismo americano.[56] Os japoneses resgatavam temas do pan-asianismo e difundiam a ideia de que o povo asiático precisava se livrar completamente de qualquer influência anglo-americana.[57]

Os Estados Unidos opuseram-se à guerra que o Japão começou contra a China e declararam que reconheciam apenas o governo nacionalista de Chiang Kai-shek como o único e autêntico governo chinês. Sendo assim, os americanos procuraram deter as atitudes do Japão impondo um embargo comercial entre os dois países — que por sua vez acabou causando grande crise econômica e militar em território japonês, já que 80% do petróleo utilizando no Japão vinha dos Estados Unidos — impedindo-os assim de continuar a investida contra o chineses.[58]

Para não parar sua guerra, o Japão voltou-se para o Sudeste Asiático, que tinha grandes fontes naturais de petróleo.[59] Essa reação ao embargo total dos Estados Unidos era esperada pelo governo americano, que convocou o Secretário de Estado Cordell Hull para negociar com os japoneses a fim de tentar evitar uma guerra, já que existia a possibilidade desse impasse antecipar um ataque japonês contra as Índias Orientais Holandesas.[60]

Os japoneses identificaram que o principal risco aos seus planos de invadir e capturar o Sudeste Asiático estava na frota naval americana do Pacífico, cuja base era Pearl Harbor.[59] Após um trabalho de espionagem e planejamento, o Japão atacou a base em 7 de dezembro de 1941, como forma de tentar inibir a inevitável resposta americana em relação ao desejo japonês de dominar o Sudeste e a Ásia Oriental. Com o ataque, esperavam ganhar tempo para consolidar os recursos da região e encontrar-se-iam em condições de entrar em uma guerra total contra os Estados Unidos. Batendo de frente com os americanos, o Japão esperava que aceitassem suas exigências a respeito do território asiático que pretendia dominar e manteria sua guerra contra a China.[59]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Em 1941, com o fim da cooperação Sino-Germânica, o Japão tornou-se o principal representante das Forças do Eixo na Ásia e no Pacífico. O Império do Japão, comumente chamado de Japão Imperial, era uma monarquia constitucional regida pelo imperador Hirohito. A constituição japonesa prescrevia que:

"O imperador é o chefe do Império, combinando a si mesmo os direitos de soberania e a exercê-los de acordo com as disposições da presente constituição" (Artigo 4) e "O imperador possui o total controle sobre o Exército e a Marinha." (Artigo 11).

Sob o comando do imperador havia um gabinete político e o quartel-general imperial, com dois chefes de gabinete.

No seu auge, a Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental japonesa incluía a Manchúria, Mongólia Interior, grandes partes da China, Malásia, Indochina Francesa, Índias Orientais Neerlandesas, Filipinas, Birmânia, algumas regiões da Índia, e várias ilhas do Pacífico - especificamente no Pacífico central.

Como resultado de discordâncias internas e da crise econômica da década de 1920, uma tendência militarista levou o Japão para um caminho de expansionismo. O Japão tinha planos para estabelecer uma hegemonia na Ásia e tornar-se autossuficiente. Como as ilhas japonesas não possuíam recursos necessários para isso, seria necessário dominar áreas com recursos naturais abundantes. As políticas expansionistas japonesas acabaram por afastá-los dos membros da Liga das Nações e, em meados dos anos 1930, aproxima-los da Alemanha e Itália, que tinham políticas de expansionismo similares. Os primeiros passos de um alinhamento militar com a Alemanha se deu com o Pacto Anticomintern, em que ambos concordavam em unir-se caso a União Soviética atacasse um dos dois países.

A primeira grande intervenção japonesa foi contra a China em 1937. A invasão e ocupação subsequente de partes da China pelos japoneses resultou em inúmeras atrocidades contra civis, como o Massacre de Nanquim e a Política dos Três Tudos. Os japoneses também lutaram contra forças mongóis-soviéticas em Manchukuo entre 1938 e 1939. Porém, o Japão decidiu evitar uma guerra direta com a União Soviética assinando o Pacto de Neutralidade nipônico-soviético em 1941.

Territórios controlados pelo Japão durante a Guerra

A opinião dos líderes militares japoneses em relação as ações do Japão foi dividida antes e no início da guerra. Enquanto o Exército Imperial Japonês mostrou-se favorável à guerra contra os Estados Unidos, a Marinha Imperial se opôs. No entanto, quando o Primeiro Ministro Hideki Tojo recusou as exigências americanas para que o Japão retirasse suas tropas da China, um confronto pareceu mais provável e passou a ser mais considerado.[61] A possibilidade de entrar em guerra contra os Estados Unidos foi discutida inicialmente em 1940 dentro do governo japonês.[62] Em 14 de outubro do mesmo ano, o Almirante Comandante-chefe da Esquadra Combinada da Marinha Imperial Japonesa Isoroku Yamamoto, foi sincero sobre sua opinião: "Lutar contra os Estados Unidos é como lutar contra o mundo inteiro. Mas foi decidido, então darei o melhor que posso. Sem dúvida vou morrer a bordo do Nagato [sua capitânia]. Enquanto isso, Tóquio será queimada até o chão três vezes. Muito provavelmente Konoe e outros serão despedaçados por pessoas com desejo de vingança".[62]

Com as potências coloniais europeias focadas na guerra na Europa, o Japão tentou dominar suas colônias. Em 1940, o Japão aproveitou o colapso francês perante a Alemanha e dominou a Indochina Francesa. O estabelecido regime da França de Vichy, aliados de facto da Alemanha, aceitaram a aquisição japonesa de Indochina. A resposta dos Aliados não se deu com confrontos militares, mas com embargos para cortar os esforços de guerra do Japão.

Para isolar as forças americanas nas Filipinas e prejudicar o poderio naval dos Estados Unidos, o Quartel-General Imperial ordenou que a Marinha Imperial Japonesa atacasse a base americana de Pearl Harbor, no Havaí em 7 de dezembro de 1941. Depois disso, as forças japonesas invadiram a Malásia e Hong Kong. Em 1943, após um número significativo de vitórias, o Japão finalmente entrou em declínio e começou a recuar. A Guerra do Pacífico terminou com os Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki em 1945. Os soviéticos só declararam guerra oficialmente em agosto do mesmo ano, ocupando a Manchúria e o nordeste da China, no evento que ficou conhecido como Operação Tempestade de Agosto.

Itália[editar | editar código-fonte]

Justificativas para a guerra[editar | editar código-fonte]

Soldados italianos na Campanha Norte-Africana em 1941
Tanques italianos Fiat M13/40 na mesma operação

Em junho de 1940, o Duce Benito Mussolini comentou a declaração de guerra contra os Aliados da seguinte maneira: "Nós estamos indo para a guerra contra as democracias plutocráticas e reacionárias do Ocidente que invariavelmente impediram o progresso e muitas vezes ameaçaram a existência do povo italiano".[63] A Itália condenou as sanções ocidentais de 1935 decretadas em resposta às ações italianas na Segunda Guerra Ítalo-Etíope. Mussolini justificou a guerra contra a Etiópia apoiando-se no episódio conhecido como Incidente de Walwal, situação em que uma guarnição de somalis sob o comando italiano e uma tropa etíope se desentenderam e atacaram-se na Eritreia Italiana.[64]

Em 1938, Mussolini e o ministro das Relações Exteriores Galeazzo Ciano, emitiram exigências de concessões por parte da França, em especial em relação às colônias em Djibouti, Tunísia e gerenciamento do Canal de Suez no Egito.[65] A Itália exigia um representante no conselho de administração do canal, pois era contrária ao monopólio francês que obrigava os italianos a pagarem taxas pelo tráfego mercantil para a África Oriental Italiana.[66] Assim como a Alemanha, a Itália também se utilizou da justificava de expansão territorial para fornecer o spazio vitale ("espaço vital") à nação italiana.[67]

A Itália justificou a invasão da Grécia em outubro de 1940 alegando que o país balcânico estava sendo usado pela Grã-Bretanha contra os italianos. Mussolini considerava o território grego um dos principais pontos estratégicos da Marinha Real no Mediterrâneo.[68]

Sobre a invasão da Iugoslávia, a Itália apelou para reivindicações irredentistas e ao fato de que Albânia, Croácia e Macedônia tinham tendências separatistas e não queriam fazer parte do território iugoslavo.[69] Os separatistas da Croácia ganharam força ainda em 1928, após o assassinato de líderes políticos croatas no parlamentos iugoslavo, episódio que vitimou Stjepan Radić. Em 1941, a Itália apoiou a ascensão ao poder de Ante Pavelić, líder do Ustaše, um movimento separatista inspirado e treinado pelo fascismo italiano.[69]

História[editar | editar código-fonte]

Depois da unificação da Itália no final do século XIX, um movimento nacionalista cresceu em torno do conceito de Italia irredenta, que nada mais era do que o desejo de incorporar terras até então sob o domínio estrangeiro, mas que tinham população nativa e falante italiana. Havia um anseio para anexar os territórios da Dalmácia, que anteriormente haviam sido governados pelos venezianos e, consequentemente, tinham elites de língua italiana. A intenção dos fascistas era criar um "Novo Império Romano", em que a Itália dominaria grande parte Mediterrâneo. Em 1935–36, a Itália invadiu e anexou a Etiópia e o governo fascista proclamou a criação do "Império Italiano" (ou "Grande Itália").[70] Apesar de numerosos protestos na Liga das Nações, vindos principalmente dos britânicos que tinham negócios e interesses naquela área, nenhuma providência séria foi tomada em um primeiro momento, embora mais tarde a Itália viesse a sofrer isolamento diplomático de vários países. Em 1937, a Itália saiu da Liga das Nações e no mesmo ano aderiu ao Pacto Anticomintern, juntando-se a Alemanha e Japão. Entre março e abril de 1939, as tropas italianas invadiram e anexaram a Albânia. Em 22 de maio, Alemanha e Itália assinaram o Pacto de Aço.

A Itália entrou na Segunda Guerra Mundial em 10 de junho de 1940. Em setembro do mesmo ano, Alemanha, Japão e Itália assinaram o Pacto Tripartite.

Apesar de ter participado de conflitos desde 1935, contra a Etiópia e na Guerra Civil Espanhola, a Itália não era devidamente preparada para guerras.[71] O planejamento militar era deficiente, já que o governo italiano não tinha definido uma prioridade e planos de ação concretos. O poder de Mussolini sobre as forças armadas era total; ele mesmo se comprometeu a comandar o Ministério da Guerra, a marinha e força aérea. Como a Marinha Italiana não dispunha de um porta-aviões, os fascistas depositavam sua confiança nas bases aéreas terrestres da península Itálica para fornecer apoio aéreo em eventuais conflitos navais no Mediterrâneo.[72] O exército dispunha de uma artilharia ultrapassada e as unidades blindadas usavam formações desatualizadas, inadequadas para uma guerra moderna.[73] A maioria dos fundos para as forças armadas visavam futuras grandes operações no exterior, por isso acabaram direcionados principalmente para a força aérea e marinha. Isso acabou desamparando o exército, que possuía como principal arma um rifle projetado em 1891.[74] Ainda na Guerra Civil Espanhola, o despreparo militar e o desamparo por parte do governo causou uma vergonhosa derrota italiana durante a Batalha de Guadalajara. Em agosto de 1939, o rei Vitório Emmanuel III mostrou-se incomodado ao assistir um exercício de guerra do exército italiano.[73] Ainda em 1939, Mussolini se irritou com o despreparo militar italiano e tirou o general Alberto Pariani do cargo de Chefe do Estado Maior do exército.[75]

Caças Macchi C.200 no Norte da África

O único recurso natural estratégico que a Itália possuía em abundância era o alumínio. Petróleo, ferro, cobre, níquel, crômio e borracha tinham que ser importados.[73] A política econômica autárquica do governo fascista que procurava recorrer a materiais sintéticos não foi suficiente para atender a demanda.[71] Antes de entrar na guerra, o governo fascista ainda procurou ganhar o controle sobre os recursos naturais dos Bálcãs, em particular o petróleo da Romênia.[76] O acordo feito entre Alemanha e União Soviética para repartir a Polônia, faria com que a Hungria passasse a fazer fronteira com território soviético, abrindo a possibilidade de uma possível investida da URSS contra os húngaros.[75] A Romênia também considerava o perigo de ser invadida pela União Soviética como iminente, o que fez com que húngaros e romenos procurassem amparo com a Itália.[75] Até então oficialmente neutra, a Itália ouviu os apelos da Romênia e Hungria e propôs a criação de um "bloco dos neutros".[75] A proposta serviria para aumentar a influência italiana nos Bálcãs e encontrou resistências da França, Alemanha e União Soviética, que não queriam perder suas influências na mesma região. A Grã-Bretanha, no entanto, ainda não contava que a Itália entraria na guerra ao lado da Alemanha, por isso não se opôs ao bloco.[75] A ideia da criação do bloco falhou em novembro de 1939, depois que a Turquia fez um acordo com os Aliados para proteger territórios no Mediterrâneo, o que já incluía a Romênia e também a Grécia.[75]

Mussolini se recusou a dar ouvidos às advertências do Ministro da Moeda Felice Guarneri, que alertava que as ações italianas na Etiópia e Espanha estavam levando o país à beira da falência.[74] Os gastos militares excediam em muito o que a Itália podia pagar.[74]

Em 1940, logo depois da Itália entrar na guerra, os italianos esperavam receber uma série de territórios franceses que Hitler havia acordado com o Ministro Ciano. O acordo incluiria anexação de territórios reivindicados no sudeste da França, ocupação militar acima do rio Ródano e colônias na Tunísia e Djibouti.[77] No entanto, em 22 de junho de 1940, Mussolini anunciou que a Itália abandonaria suas reivindicações do "Ródano, Córsega, Tunísia e Djibouti" e em vez disso solicitava uma zona desmilitarizada na fronteira com a França. Em 24 de junho, a Itália concordou em fazer um armistício com a França de Vichy para selar esse acordo.[77] Mais tarde, em 7 julho de 1940, o governo italiano mudou sua decisão e Ciano tentou fazer um acordo com a Alemanha para ter Nice, Córsega, Tunísia e Djibouti. Hitler rejeitou veemente qualquer outro acordo envolvendo França e Itália naquele momento, pois preferia esperar a derrota da Inglaterra para voltar a discutir questões de repartição de território.[77] No entanto, a Itália continuou a pressionar a Alemanha para incorporar Nice, Córsega e Tunísia ao território italiano. Em outubro de 1940, Mussolini enviou uma carta a Hitler informando-lhe que 850 mil italianos viviam na região estrangeira da fronteira França-Itália, formando uma grande comunidade de minorias. Segundo o Duce, ceder esse território para a Itália seria benéfico para a Alemanha, pois reduziria a população da França de 35 para 34 milhões (considerando os italianos que passariam para a Itália e franceses que seriam assimilados) e impediria qualquer ambição francesa de retomar sua expansão.[77] A Alemanha considerava a possibilidade de invadir e ocupar territórios ainda não ocupados da França de Vichy e capturar frotas marítimas francesas para uso da Alemanha, em um plano chamado de Operação Attila.[78]

Soldados italianos a bordo de blindados Autoblinda 41 nos Bálcãs, 1942

Em meados de 1940, tanto Mussolini quanto Stalin se irritaram com a Alemanha após Hitler fechar um acordo com o Conducător Ion Antonescu para que "tropas de treinamento" fossem enviadas à Romênia, sem avisar com antecedência a União Soviética e Itália e ignorando os acordos que ambos mantinham na época.[68] Irritado, Mussolini decidiu que invadiria a Grécia sem consultar Hitler, porém voltou atrás e comunicou a Alemanha.[68] Hitler se mostrou preocupado ao ouvir os planos italianos, pois considerava os gregos bons combatentes e achava que a Itália não conseguiria segurar uma guerra contra a Grécia, além de não querer ter que se envolver em um conflito nos Bálcãs.[68]

Em 1941, a Itália já acumulava derrotas na Grécia, Norte da África e África Oriental e mostrou-se incapaz de manter-se sozinha em uma guerra, passando a depender fortemente da Alemanha. Com os alemães assumindo o controle da situação, Grécia e Iugoslávia foram derrotadas, porém a Itália foi forçada a aceitar o domínio alemão nos dois países.[79] Além disso, em 1941, as forças alemãs comandadas por Erwin Rommel no Norte da África expulsaram os Aliados das colônias italianas na Líbia e forças alemãs foram estacionadas na Sicília.[80] Em resposta às falhas militares dos italianos e a dependência que criaram com a Alemanha, o governo alemão começou a enxerga-la como um aliado pouco confiável e começou a desconsiderar seus interesses.[81] A Alemanha chegou até a pressionar a Itália para enviar 350 mil "trabalhadores convidados" para fazer trabalho escravo em território alemão, tamanha a desconsideração e desprezo com os italianos.[81] No entanto, enquanto Hitler se mostrava profundamente desapontado com o desempenho militar italiano, continuava a manter relações favoráveis com a Itália em consideração a sua amizade e admiração por Mussolini.[82]

Em meados de 1941, Mussolini reconheceu que a Itália tinha fracassado em seus objetivos e estava completamente subordinada e submissa aos alemães. Sem escolha, sua esperança era a vitória alemã.[79] Após a invasão da União Soviética, a Alemanha incentivou a propaganda italiana para fomentar a criação do "bloco latino", que incluiria a união de Itália, França de Vichy, Espanha e Portugal para juntarem-se com a Alemanha contra a ameaça do comunismo.[83] Entre 1940 e 1941, Francisco Franco endossou a criação do bloco, mas as negociações entre os quatro países não avançaram.[84]

Após a invasão e ocupação da Iugoslávia, a Itália anexou várias ilhas do Adriático e uma parte da Dalmácia, onde estabeleceu a Governadoria da Dalmácia, que incluía o território das províncias de Split, Zadar e Kotor.[85] Embora a Itália tenha inicialmente almejado grandes quantidades de terra que se estendiam dos montes Velebit até os Alpes Prokletije, Mussolini decidiu que não anexaria mais territórios. Sua decisão se baseou no fato de que a costa norte do Adriático não possuía grandes estradas e ferrovias, além de considerar que uma anexação maior poderia colocar dentro das fronteiras da Itália eslavos hostis à causa.[85] Em abril de 1941, Alemanha e Itália repartiram a Eslovênia, com os italianos ficando com a parte ocidental e os alemães com a oriental.[86]

A oposição interna ao regime fascista e presença italiana na guerra cresceu em 1942, embora já existisse desde o início de 1940.[87] Em 1942, um grande número de jornais clandestinos de opositores de todos os tipos, como católicos e comunistas, circulavam pelo país.[88] Em janeiro de 1943, Duque de Acquarone, o então Ministro da Casa Real, convenceu o Rei Victor Emmanuel III de que Mussolini deveria ser retirado de seu cargo.[89]

Império Italiano durante sua extensão máxima, 1941

Em 25 de julho de 1943, o rei destituiu Mussolini e o colocou na prisão. Além disso, começou uma negociação secreta com os Aliados. Um armistício foi assinado em 8 de setembro de 1943 e a Itália juntou-se aos Aliados como co-beligerante. Em setembro de 1943, Mussolini foi resgatado pelos alemães na chamada Operação Carvalho. Hitler o colocou como encarregado do estado fantoche da República Social Italiana, localizado no norte da Itália. Ele foi assassinado por guerrilheiros comunistas em 28 de abril de 1945.[90]

Colônias[editar | editar código-fonte]

Na Europa[editar | editar código-fonte]

Apesar da proteção e acordos de longa data com a Itália, tropas italianas invadiram a Albânia em 7 de abril de 1939, cinco meses antes do início da Segunda Guerra Mundial. A Albânia foi um protetorado e dependência italiana entre 1939 e 1943. Tropas albanesas sob controle italiano foram enviadas para participar da invasão da Grécia e da ocupação da Iugoslávia pelo Eixo. Após a derrota da Iugoslávia, Kosovo foi anexada à Albânia pelos italianos. Quando o regime fascista caiu em setembro de 1943, a Albânia passou para o controle da Alemanha.

Montenegro também foi protetorado e dependência italiana entre 1941 e 1943.

As ilhas Dodecaneso, dependência italiana desde 1912, foram perdidas para a Grã-Bretanha em 1943.

Na África[editar | editar código-fonte]

A África Oriental Italiana foi um conjunto de colônias existente entre 1936 e 1943.

Antes da invasão e anexação da Etiópia em 1936, a Itália já mantinha duas colônias naquela região desde 1880: Eritreia e Somália. A Líbia Italiana foi uma colônia existente entre 1912 e 1943.

Guarda Nacional Croata desfilando em Zagred, 1942

Domínios com governo próprio ou protetorados[editar | editar código-fonte]

Estado Independente da Croácia[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Estado Independente da Croácia
 Nota: Não confundir com República Socialista da Croácia.

O Estado Independente da Croácia (NDH, na sigla em croata), criado em 1941, era oficialmente um protetorado soberano regido pelo rei Tomislav II, um monarca italiano da Casa de Saboia da Itália. O NDH também tinha forte influência alemã e quando a Itália capitulou em 1943, NDH já não era mais uma monarquia, tornando-se um estado cliente alemão.

Nações com contribuições menores[editar | editar código-fonte]

Hungria[editar | editar código-fonte]

Tanque húngaro Toldi I durante a invasão da União Soviética, 1941
Soldados húngaros nos Cárpatos, 1944

Governada pelo almirante regente Miklós Horthy, a Hungria foi o primeiro país depois de Alemanha, Japão e Itália a aderir ao Pacto Tripartite, assinando-o em 20 de novembro de 1940.

A instabilidade política atormentava o país quando Miklós Horthy, um nobre húngaro e oficial da marinha austro-húngara, tornou-se regente em 1920. Nessa mesma época, nacionalistas húngaros desejavam recuperar territórios perdidos através do Tratado de Trianon. Com isso, o país se aproximava cada vez mais da Alemanha e Itália, principalmente apoiado num desejo comum entre as três nações de rever os acordos de paz fixados durante a Primeira Guerra Mundial.[91] Muitos políticos húngaros também simpatizavam com as ações antissemitas do regime nazista. Devido à sua postura pró-Alemanha, em 1938 a Hungria recebeu assentamentos territoriais quando os alemães anexaram a Tchecoslováquia e também ganhou a posse do norte da Transilvânia, como resultado das Arbitragens de Viena em 1940. A Hungria permitiu que tropas alemãs transitassem pelo seu território e forneceu tropas próprias para ajudar na invasão da Iugoslávia. Logo após a invasão, a Hungria anexou partes do território iugoslavo. Após isso, em resposta, o Reino Unido imediatamente rompeu todas as relações diplomáticas com a Hungria.

Embora a Hungria não tenha participado de imediato da invasão da União Soviética, o país declarou guerra aos soviéticos em 27 de junho de 1941. Cerca de 500 mil soldados serviram na Frente Oriental, mobilizando todas as cinco unidades de exército da Hungria.

Em 25 de novembro de 1941, a Hungria foi um dos treze signatários que renovaram o Pacto Anticomintern. Assim como todo o Eixo, tropas húngaras estavam envolvidas em diversos processos contra os soviéticos.

No final de 1943, a Alemanha já estava recuando. Unidades húngaras inteiras foram destruídas em combate nas margens do rio Don. Em 1944, quando as tropas soviéticas avançavam em direção a Hungria, Horthy tentou propor um armistício com os Aliados. No entanto, os alemães mobilizaram-se para substituir o governo rendido por um novo, na chamada Operação Panzerfaust. Após violentos combates, Budapeste foi tomada pelos soviéticos. Alguns húngaros pró-Eixo acabaram por recuar para a Itália e Alemanha, onde eles lutaram até o final da guerra.

Romênia[editar | editar código-fonte]

Soldados romenos nos arredores de Stalingrado durante a Batalha de Stalingrado, em 1942
Caças romenos IAR 80

Em 1939, quando a guerra irrompeu na Europa, o Reino da Romênia era pró-britânico e aliado dos poloneses. Após a invasão da Polônia pela Alemanha e União Soviética e a conquista alemã da França e Países Baixos da Bélgica, a Romênia viu-se cada vez mais isolada e, enquanto isso, movimentos pró-alemães e pró-fascismo começaram a crescer.

O Pacto Molotov-Ribbentrop, firmado entre União Soviética e Alemanha em 1939, continha uma cláusula secreta que cedia a Bessarábia, que pertencia ao Norte da Romênia, para os soviéticos.[50] Em 28 de junho de 1940, a União Soviética invadiu a anexou a Bessarábia, bem como o norte da Bucovina e a região de Herța. Em 30 de agosto de 1940, a Alemanha obrigou a Romênia a ceder o norte da Transilvânia como parte das Arbitragens de Viena. A Dobruja do Sul foi cedida à Bulgária em setembro de 1940. Em um esforço para apaziguar os elementos fascistas dentro do país e obter proteção alemã, o rei Carlos II da Romênia nomeou o general Ion Antonescu como primeiro-ministro em 6 de setembro de 1940.

Dois dias depois, Antonescu forçou o rei a abdicar e o filho mais novo do monarca, Miguel I, assumiu o trono. Antonescu então deu a si mesmo o cargo de Conducător ("Líder") que o dava poderes ditatoriais. Com Antonescu, a Romênia assinou o Pacto Tripartite em 23 de novembro de 1940. As tropas alemãs entraram no país em 1941 e usaram o território como plataforma para as invasões da Iugoslávia e União Soviética. A Romênia foi um dos principais fornecedores de recursos aos alemães, especialmente de petróleo e grãos. Os romenos aderiram à invasão da União Soviética em 22 de junho de 1941 e cerca de 800 mil soldados romenos lutaram na Frente Oriental. Logo depois, as áreas anexadas pelos soviéticos foram reincorporadas à Romênia.

Depois de sofrer perdas devastadoras em Stalingrado, as autoridades romenas iniciaram negociações secretas de paz com os Aliados. Prevendo a queda da Alemanha, a Romênia trocou de lado após o Golpe de Estado de 23 de agosto de 1944. Após isso, as tropas romenas lutaram ao lado dos soviéticos até o final da guerra, chegando até a Tchecoslováquia e Áustria.

Bulgária[editar | editar código-fonte]

Soldados búlgaros no sudeste da Iugoslávia durante a Campanha dos Bálcãs, 1941

O Reino da Bulgária, governado pelo Czar Bóris III, assinou o Pacto Tripartite em 1 de março de 1941. A Bulgária, que tinha ficado do lado perdedor na Primeira Guerra Mundial, procurava reaver antigos territórios etnicamente históricos, em especial a Macedônia e Trácia. Durante os anos 1930, impulsionados pela semelhança ideológica, a Bulgária aproximou-se da Alemanha Nazi. Em 1940, a Romênia assinou o Tratado de Craiova, que devolveu para a Bulgária a região de Dobruja do Sul, que havia sido perdida em 1913. Caso a Bulgária aderisse ao Eixo, a Alemanha prometeu a ampliação do território búlgaro até as fronteiras definidas no Tratado de Santo Estêvão.

A Bulgária participou da invasão da Iugoslávia e Grécia, deixando os soldados alemães transitarem por seu território e enviando tropas para a Grécia em 20 de abril. Como recompensa, o Eixo permitiu que a Bulgária ocupasse partes dos dois países — sul e sudeste da Iugoslávia (Vardar Banovina) e nordeste da Grécia (partes da Macedônia Grega e Trácia Ocidental). Nos anos seguintes, as tropas búlgaras ocuparam-se lutando contra vários grupos nacionalistas e movimentos de resistência existentes nessas áreas. Apesar da pressão da Alemanha, a Bulgária não tomou parte a respeito da invasão da União Soviética e não declarou guerra aos soviéticos. No entanto, a Marinha da Bulgária envolveu-se numa série de pequenos conflitos com a Frota do Mar Negro, que inicialmente atacou um navio de transporte búlgaro.

Em dezembro de 1941, logo após o episódio em Pearl Harbor, o governo búlgaro declarou guerra aos Aliados ocidentais. Essa ação permaneceu em grande parte simbólica (do ponto de vista búlgaro) até agosto de 1943, quando a Força Aérea da Bulgária atacou bombardeiros dos Aliados, em uma missão sobre refinarias de petróleo na Romênia. O ocorrido teve graves consequências para os civis e autoridades búlgaras, pois desencadeou uma série de ataques e bombardeios em Sófia e outras importantes cidades da Bulgária durante o inverno de 1943-1944.

Em 2 de setembro de 1944, quando o Exército Vermelho estava próximo da fronteira da Bulgária, um novo governo subiu ao poder e demonstrou interesse em negociar a paz com os Aliados. Depois disso, expulsou os poucos soldados alemães remanescentes em seu território e declarou neutralidade. Seguiu-se então o Golpe de Estado de 9 de setembro de 1944, trazendo um governo pró soviético ao poder. Depois disso, o exército búlgaro (como parte da Terceira Frente Ucraniana do Exército Vermelho) combateu os alemães na Iugoslávia e na Hungria. Apesar disso, a Bulgária foi colocada ao lado do Eixo no Tratado de Paris, sendo autorizada a manter a Dobruja do Sul, porém tendo que devolver e desistir de todas as reivindicações sobre territórios gregos e iugoslavos. 150 mil búlgaros étnicos foram expulsos da Trácia Ocidental.

Iugoslávia[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 1941, Hitler manifestou interesse na adesão da Iugoslávia ao Pacto Tripartite, com o exército alemão chegando na fronteira do país em março do mesmo ano. Em 25 de março, temendo uma invasão nazista, o governo assinou uma versão diluída do Pacto. Ao contrário de outras potências do Eixo, a Iugoslávia não foi obrigada a fornecer assistência militar e nem permitir livre acesso dos exércitos alemães em seu território. No entanto, menos de dois dias depois, o Príncipe Paulo sofreu um golpe de Estado após intensas manifestações em Belgrado. O novo governo, liderado pelo General Dušan Simović, recusou-se a ratificar a assinatura do Pacto Tripartite e começou a negociar com a Grã-Bretanha e União Soviética, levando Churchill a declarar que a Iugoslávia havia "encontrado sua alma". Irritados com o acontecido, os alemães invadiram o país em abril e venceram as forças iugoslavas em apenas um mês, criando o estado fantoche da Croácia Independente em uma parte do território do país e mantendo ocupação militar e controle total sobre o restante.

Nações coligadas[editar | editar código-fonte]

Vários países apoiaram ativamente o Eixo, porém não eram signatários do Pacto Tripartite, portanto, não faziam parte oficialmente da aliança.

Tailândia[editar | editar código-fonte]

Território da Tailândia em sua extensão máxima durante a Segunda Guerra

A Tailândia tornou-se aliada do Japão em 1942, um ano após o final da Guerra Franco-Tailandesa pelo território da Indochina Francesa.

As forças japonesas invadiram o território tailandês na manhã de 8 de dezembro de 1941, um dia após o ataque a Pearl Harbor. Apenas algumas horas depois da invasão, o primeiro-ministro marechal Plaek Pibulsonggram ordenou que as forças tailandesas não resistissem à entrada dos japoneses. Em 21 de dezembro de 1941, a Tailândia selou uma aliança militar com os japoneses. Em 25 de janeiro de 1942, o assessor do primeiro-ministro, Sang Phathanothai, leu na rádio em rede nacional a declaração formal de guerra da Tailândia contra os Estados Unidos da América e Grã-Bretanha. No entanto, o embaixador tailandês nos Estados Unidos, Seni Pramoj, não entregou a cópia da declaração de guerra para as autoridades americanas, o que fez com que o país não tomasse conhecimento da declaração e não declarasse guerra de volta. O Reino Unido, no entanto, recebeu a declaração e passou a considerar o país hostil.

Em 21 de março de 1942, Tailândia e Japão entraram em acordo para que e Caiá passassem para o controle tailandês, enquanto o resto da Birmânia ficaria sob o controle japonês. Em 10 de maio de 1942, forças tailandesas entraram pelo leste de Xã, que era reivindicado por reinos siameses. Para repelir a 93ª divisão chinesa, a Tailândia mobilizou três divisões de infantaria e uma de cavalaria, lideradas por grupos de blindados de reconhecimento e apoio aéreo. A cidade de Kengtung, que era o objetivo principal, foi capturada em 27 de maio. As ofensivas continuaram entre junho e novembro até a expulsão dos chineses de Iunã.[92] Os territórios de Xã e Caiá foram anexados pela Tailândia ainda em 1942 e só seriam cedidos de volta para a Birmânia após a guerra em 1946.

Durante os primeiros meses de 1942, foi criado o Movimento Tailândia Livre (Seri Thai) contrário ao governo e suas ações. A rainha Ramphaiphanni de Sião, exilada no Reino Unido, era uma das líderes da resistência. O regente Pridi Banomyong reuniu um grande contingente que atuava dentro da Tailândia. Ajudados por alguns membros das forças armadas, aeroportos e campos de treinamento secretos foram estabelecidos para a resistência, contando ainda com ajuda de mais de 136 agentes da Escritório de Serviços Estratégicos e Special Operations Executive.

Enquanto a guerra acontecia, a população tailandesa começou a mostrar-se insatisfeita com a massiva presença japonesa nos país. Em junho de 1944, Phibun sofreu um golpe de Estado. O novo governo civil de Khuang Aphaiwong tentou ajudar a resistência, mas preservou a cordialidade com os japoneses. Após a guerra, os Estados Unidos defenderam a Tailândia para que o país não fosse julgado como um país do Eixo, mas os britânicos exigiram que o governo tailandês pagasse 3 milhões de toneladas de arroz como forma de reparação e ordenou a devolução das áreas que haviam anexado durante os conflitos. A Tailândia foi obrigada a devolver as áreas que havia tomado da Malásia, Birmânia Britânica e Indochina Francesa. Phibun foi levado a julgamento por crimes de guerra e colaboração com o Eixo, mas acabou inocentado.

Finlândia[editar | editar código-fonte]

Recém saída da Guerra de Inverno contra a União Soviética, a Finlândia não havia assinado o Pacto Tripartite, e portanto não fazia parte do Eixo de jure, mas contribuiu com a aliança em sua luta contra a União Soviética.[93] Em 1941, a Finlândia assinou uma nova versão do Pacto Anticomintern.[94]

Soldados finlandeses caminhando próximos a um tanque T-34 soviético destruído durante a Batalha de Tali-Ihantala
Mannerheim (direita) e Hitler (esquerda) em 1942

O Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado entre a União Soviética e Alemanha Nazi antes dos países tornarem-se inimigos, continha uma cláusula secreta dividindo a Europa Oriental em esferas de influência entre os dois países.[50][95] No pacto, a Finlândia ficou para a União Soviética. Depois de tentar forçar concessões e insistir sem sucesso para dominar territórios finlandeses, o Estado soviético tentou invadir o país nórdico em pleno decorrer da guerra, em novembro de 1939, com o objetivo de estabelecer um governo fantoche comunista.[96] O conflito que se seguiu, a Guerra de Inverno, ameaçava os suprimentos de minério e ferro da Alemanha e dava margem para uma possível interferência dos Aliados na região.[97] Apesar da excelente resistência da Finlândia, um tratado de paz que incluía a anexação de alguns territórios finlandeses aos soviéticos, como o Istmo da Carélia, Vyborg (a segunda maior cidade da Finlândia na época) e a estrutura defensiva da Linha Mannerheim, foi assinado em março de 1940. Após o término do conflito com os soviéticos, a Finlândia, temendo outros ataques, procurou pedir ajuda aos ingleses[98][99] e aos suecos,[100] mas manobras diplomáticas alemãs e soviéticas impediram que acordos se concretizassem. Por isso, a Finlândia acabou sendo persuadida para o lado da Alemanha, primeiramente para conseguir um contrapeso em relação as constantes pressões soviéticas e, mais tarde, para tentar recuperar os territórios perdidos.

Nos primeiros dias da Operação Barbarossa, a Finlândia permitiu que os aviões alemães que participavam de bombardeios na região do rio Neva e Kronstadt reabastecessem em seus territórios antes de voltar para as bases na Prússia Oriental. Em retaliação, a União Soviética lançou uma grande ofensiva aérea contra aeroportos e vilas localizados na Finlândia. Em 25 de junho de 1941, a Finlândia declarou guerra aos soviéticos mais uma vez e o conflito que se seguiu ficou conhecido como Guerra da Continuação.

O objetivo principal da Finlândia era recuperar os territórios perdidos para a União Soviética, no entanto, o marechal Carl Gustaf Emil Mannerheim também demonstrou interesse na Carélia russa.

As relações diplomáticas com o Reino Unido foram cortadas em 1 de agosto de 1941, depois que os ingleses bombardearam forças alemãs que estavam instaladas no porto de Pechenga, Finlândia. Os ingleses insistiram diversas vezes sem sucesso para a Finlândia cessar-fogo e desfazer suas relações com os alemães até que finalmente declararam guerra aos finlandeses em 6 de dezembro de 1941. No entanto, o Reino Unido não chegou a participar de nenhuma operação militar nos confrontos da região. Estados Unidos e Finlândia não chegaram a declarar guerra oficialmente, embora a relação diplomática dos dois países tenha sido cortada em 1944 após o Acordo Ryti-Ribbentrop.

A Finlândia organizava-se militarmente e perseguia seus objetivos de guerra independentemente da Alemanha, no entanto os dois países trabalharam em conjunto algumas vezes, como na Operação Raposa de Prata. A Finlândia recusou alguns pedidos alemães, como a requisição para participar ativamente de bombardeios no Cerco a Leningrado. Os finlandeses também não aderiram ao antissemitismo, permitindo judeus em suas forças armadas e concedendo asilo a refugiados.

Finlândia e Alemanha ficaram mais próximos nas seis semanas que se seguiram após o Acordo Ryti-Ribbentrop, que continha condições para ajuda militar alemã a fim de impedir uma grande ofensiva soviética que poderia levar a uma ocupação completa do território finlandês. Apesar de ser redigido pelo presidente, o acordo não tinha caráter formal de aliança para evitar que precisasse ser ratificado pelo parlamento.

Algumas semanas depois, o presidente Ryti renunciou ao cargo e foi substituído pelo marechal Mannerheim, que iniciou negociações secretas com os soviéticos que resultaram num cessar-fogo em 4 de setembro de 1944. Em 18 de setembro, ambos os países assinaram o Armistício de Moscou. Uma vez em paz com os soviéticos, os finlandeses se viram obrigados a expulsar as forças nazistas presentes em seu território, o que causou o início da Guerra da Lapônia. Em 1947, a Finlândia finalmente assinou um tratado de paz com os Aliados.

Iraque[editar | editar código-fonte]

Soldado britânico analisando uma antiquada peça de artilharia iraquiana destruída durante os confrontos de maio de 1941

O Reino do Iraque foi por um breve período aliado do Eixo, lutando contra o Reino Unido na Guerra Anglo-Iraquiana em maio de 1941.

Sentimentos antibritânicos cresciam na população iraquiana já há alguns anos até 1941. Com a subida ao poder de Rashid Ali al-Gaylani, o governo iraquiano passou a rejeitar o Acordo Anglo-Iraquiano de 1930 e exigiu que o governo britânico retirasse suas tropas acomodadas em instalações militares no país. Como o Iraque não conseguiria agir sozinho, Ali pediu ajuda dos alemães e italianos para retirar as forças britânicas do país. Em 9 de maio de 1941, o mufti de Jerusalém, Amin al-Husayni, associado de Ali, declarou guerra santa contra o Reino Unido e exortou todos os árabes do Oriente Médio para lutarem contra o domínio britânico.[101]

Em 23 de maio de 1941, Hitler emitiu uma ordem oficial declarando o seguinte: "O Movimento de Libertação Árabe no Oriente Médio é nosso aliado natural contra a Inglaterra, e, neste contexto, há uma especial importância a respeito da libertação do Iraque. Portanto, nos moveremos para o Oriente Médio para ajudar o Iraque". Já no dia 25 de maio, os alemães intensificaram as operações ofensivas na região.

As hostilidades entre as forças iraquianas e britânicas começaram em 2 de maio de 1941, com intensos combates na região de Habbaniyah, onde estava instalada uma base aérea da RAF. Alemães e italianos deram suporte despachando aeronaves para o Iraque utilizando bases da França de Vichy na Síria, o que acabaria desencadeando um combate entre a França de Vichy e Aliados na região.

Os alemães planejavam coordenar uma ofensiva conjunta contra os britânicos no Egito, Palestina e Iraque. No entanto, a resistência militar iraquiana sucumbiu já no dia 31 de maio de 1941. Rashid Ali e Mohammad Amin fugiram para o Irã, depois Turquia e Itália, até finalmente irem para a Alemanha, onde Ali foi recebido em Berlim por Hitler como governante no exílio legítimo do Iraque. Na Alemanha, o mufti usava anúncios na rádio e jornais para convocar os árabes para uma revolta contra os britânicos e incentivava para que todos ajudassem alemães e italianos contra o Reino Unido. Ele também ajudou a recrutar voluntários muçulmanos para a Waffen-SS nos Bálcãs.

Casos controversos[editar | editar código-fonte]

As nações listadas nesta seção não eram membros oficiais do Eixo, mas cooperaram com um ou mais membros da aliança, o que torna as suas declarações de neutralidade discutíveis.

Dinamarca[editar | editar código-fonte]

A Dinamarca foi ocupada pela Alemanha após abril de 1940, mas nunca fez parte oficialmente do Eixo. Em 31 de maio de 1939, Dinamarca e Alemanha assinaram um pacto de não agressão que não continha quaisquer obrigações militares para ambas as partes.[102] Em 9 de abril de 1940, a Alemanha atacou a Escandinávia. A velocidade do ataque alemão impediu que os membros do governo e o rei Cristiano X fossem para o exílio. Eles tiveram que aceitar a "proteção do Eixo" e a colocação de tropas alemãs no território dinamarquês em troca de independência nominal. A Dinamarca coordenou sua política externa juntamente com a Alemanha, dando reconhecimento diplomático aos colaboradores e regimes fantoches do Eixo e rompendo relações diplomáticas com governos no exílio alinhados aos Aliados. Pouco depois, em 1941, o país também rompeu relações com a União Soviética e assinou o Pacto Anticomintern.[103] No Entanto, Estados Unidos e Inglaterra ignoraram as ações políticas da Dinamarca e continuaram a negociar com embaixadores dinamarqueses formas de usar a Islândia, Groenlândia e a frota mercante do país contra a Alemanha.[104][105]

Em 1941, membros do Partido Nazista da Dinamarca criaram uma organização paramilitar chamada Frikorps Danmark e milhares de voluntários lutaram junto com os alemães na Frente Oriental. A Dinamarca vendeu produtos agrícolas e industriais para a Alemanha e fez empréstimos de armamentos e fortificações. O país também ajudou com recursos para a construção da Muralha do Atlântico. Essa ajuda não foi retribuída, nem durante e nem depois da guerra.

Em março de 1943, a Dinamarca, que mesmo colaborando para o Eixo até então não tinha deixado de ser um país democrático em sua estrutura, passou por eleições para as cadeiras do Folketing. A população aproveitou a oportunidade para demonstrar sua insatisfação com o nazismo. Os principais partidos votados foram: Partido Social-Democrata da Dinamarca (44%), Partido Conservador Popular (21%), Venstre (Partido Conservador-Liberal, 18%) e Partido Social-Liberal da Dinamarca (8%). O Partido Nazista da Dinamarca angariou apenas 43 mil votos, ou 2% dos eleitores, conseguindo apenas 3 cadeiras no parlamento. Sem o apoio da população e com a Alemanha pressionando cada vez mais para a adoção de medidas repreensivas contra os próprios dinamarqueses, o governo alinhado aos nazistas acabou renunciando em 23 de agosto de 1943, dando fim ao protetorado. Insatisfeita com o ocorrido, a Alemanha, que na prática dominava o território da Dinamarca, impôs lei marcial no país. Com isso, a colaboração dinamarquesa continuou na esfera administrativa, com todo o aparato burocrático do país dominado por alemães.

A Alemanha apreendeu 64 navios da Marinha Real Dinamarquesa e recuperou 15 dos 32 navios afundados durante a guerra.[106][107] Militares dinamarqueses conseguiram fugir com 13 navios de guerra para a Suécia, onde formaram uma flotilha naval dinamarquesa no exílio. A Suécia também permitiu a formação de uma brigada militar em exílio em seu país, que acabou nunca entrando em combate.[108] Dentro da Dinamarca, o movimento de resistência era ativo e trabalhava na sabotagem do governo nazista e na elaboração e emissão de jornais clandestinos e listas negras de colaboradores do Eixo dentro da sociedade dinamarquesa.[109]

União Soviética[editar | editar código-fonte]

Os interesses da União Soviética e nações do Eixo eram geralmente diferentes até 1938. Na Guerra Civil Espanhola a União Soviética ajudou militarmente a Segunda República Espanhola contra as Forças Nacionalistas, que por sua vez foram ajudadas por Alemanha e Itália. Nessa guerra, os nacionalistas saíram vencedores. Os soviéticos sofreram outra derrota política quando a sua aliada Tchecoslováquia foi repartida e dominada pela Alemanha em 1938-39. Também entre 1938 e 1939, a União Soviética entrou em guerra e derrotou o Japão em dois conflitos separados: a Batalha do Lago Khasan e Batalha de Khalkhin Gol. Essas batalhas levaram o Japão a frear seu expansionismo ao sul e evitar novos conflitos com os soviéticos.

Em 1939, a União Soviética considerava tanto formar uma aliança com a Inglaterra e França quanto com a Alemanha.[110][111] Quando as negociação com a Inglaterra e França não foram adiante, eles se voltaram para a Alemanha e as duas nações assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop em agosto de 1939. Libertada do risco de uma guerra com os soviéticos, a Alemanha podia se tranquilizar quanto ao fornecimento de petróleo para seu país. Uma característica marcante do pacto era a cláusula secreta que dividia partes da Europa em esferas de influência entre os dois signatários. Sem que os próprios países soubessem, União Soviética e Alemanha planejavam dividir entre si as nações até então independentes da Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia.

Soldados alemães e soviéticos reunidos durante a transferência oficial de Brest para o controle da União Soviética logo após a invasão da Polônia e sua partilha entre soviéticos e nazistas em 1939

A União Soviética tinha sido forçada a ceder a porção oeste da Bielorrússia e Ucrânia para a Polônia depois de perder a Guerra Polaco-Soviética de 1921-22, o que causava grande ressentimento por parte dos soviéticos, que planejam reaver esses territórios.[40] Em 1 de setembro de 1939, apenas uma semana após o pacto ter sido assinado, a Alemanha invadiu a Polônia pelo oeste. Em 17 de setembro, a União Soviética também invadiu a Polônia pelo leste. Em 28 de setembro, soviéticos e alemães assinaram um tratado secreto que continha táticas coordenadas para desarticular a resistência polonesa. Com isso, os soviéticos passaram a perseguir qualquer membro da sociedade polonesa com alguma influência: intelectuais, cientistas, artistas, empresários, policiais, agentes do governo e cidadãos comuns que resistissem. A repressão resultou na relocação em massa de poloneses para o gulag da Sibéria e no Massacre de Katyn, onde 22 mil pessoas foram executadas.[112]

Mais tarde, a União Soviética ocupou as nações bálticas da Estônia, Letônia e Lituânia e anexou a Bessarábia e a Bucovina da Romênia.[113] Seguindo seu processo de expansão, os soviéticos atacaram a Finlândia em 30 de novembro de 1939, iniciando a Guerra de Inverno. Os finlandeses conseguiram impedir uma invasão total e uma paz temporária se seguiu, mas a Finlândia foi obrigada a ceder áreas fronteiriças de importância estratégica perto de Leningrado.

Os soviéticos forneceram apoio material aos alemães em seus esforços de guerra na Europa Ocidental através de dois acordos comerciais: o primeiro em 1939 e o segundo em 1940, que envolvia a exportação de matérias-primas como fosfatos, cromo e minério de ferro, óleo mineral, grãos, algodão e borracha. As mercadorias negociadas entre os países eram transportadas através do território soviético e das regiões ocupadas da Polônia, contornando o bloqueio naval britânico.

Entre os meses de outubro e novembro de 1940, houve negociações germano-soviéticas em Berlim para a adesão da União Soviética ao Eixo.[114][115] Ainda em novembro, Joseph Stalin enviou uma carta contendo outra proposta de união e diversos tratados secretos, o que incluía a área ao sul de Batumi e Baku e todo o Golfo Pérsico "reconhecida como centro das aspirações da União Soviética", referindo-se a uma área da Bulgária reivindicada pelos soviéticos e ao território onde atualmente se localiza partes do Iraque e Irã.[115] Hitler nunca respondeu a carta de Stalin. Logo depois, Hitler emitiu uma diretiva secreta descrevendo uma possível tentativa de invadir a União Soviética.[116] [117]

A Alemanha quebrou o Pacto Molotov-Ribbentrop ao invadir a União Soviética em 22 de junho de 1941.[51] Com isso, os soviéticos tornaram-se um dos principais membros das Forças Aliadas. Logo após isso, os alemães reviveram o Pacto Anticomintern, recrutando vários países europeus e asiáticos em oposição à União Soviética. Era o fim definitivo da cooperação germano-soviética.

O Japão, mesmo membro do Eixo, se manteve neutro em relação aos soviéticos por grande parte da Segunda Guerra devido ao Pacto nipônico-soviético de 1941. A União Soviética quebrou esse pacto quando invadiu a Manchúria em 8 de agosto de 1945, após os acordos da Conferência de Ialta com Roosevelt e Churchill.

Espanha[editar | editar código-fonte]

Fileira da frente, da esquerda para a direita: Karl Wolff, Heinrich Himmler, Francisco Franco e o ministro espanhol Serrano Súñer em Madrid, outubro de 1940

O Estado Espanhol do Caudilho Francisco Franco forneceu assistência moral, econômica e militar para as potências do Eixo e era signatário do Pacto Anticomintern, embora a Espanha tenha mantido oficialmente a neutralidade durante toda a Segunda Guerra.

Franco já havia vencido a Guerra Civil Espanhola com a ajuda da Alemanha e Itália, que estavam interessados na manutenção de outro regime fascista amigável na Europa.

É sabido que os membros da Falange Espanhola disseminavam interesses irredentistas em Gibraltar, território britânico.[118] Além disso, a Espanha possuía interesses coloniais em Tânger, no Protetorado do Marrocos e Argélia francesa,[119] bem como manifestava ambições para expandir sua influência sobre ex-colônias na América Latina.[120] Franco via uma parceria com a Alemanha como essencial para atingir esses objetivos. Na metade de 1940 o governo espanhol propôs uma aliança com os alemães em troca de reconhecimento dos seguintes objetivos territoriais da Espanha: anexar Orã na Argélia, incorporar todo o Marrocos, expandir o Saara Espanhol para o Sul até o Paralelo 20 e incorporar os Camarões Franceses à Guiné Espanhola.[121] Ainda em 1940 a Espanha invadiu e o ocupou Tânger e só sairia de lá em 1945. A situação causou uma tensão com a Inglaterra, mas a Espanha prometeu assegurar o direito dos britânicos na África e se comprometeu a não fortificar a região,[121] o que poderia causar uma crise política. Em 26 de maio 1942, Franco emitiu um comunicado informando a Alemanha sobre seu desejo de anexar Portugal à Espanha.[122]

Entre 1940 e 1941, ocorreram negociações para a criação do chamado "bloco latino" entre Itália, França de Vichy, Espanha e Portugal com o objetivo de equilibrar os poderes juntamente com a Alemanha[84] e se opor à União Soviética. Franco negociou em Bordighera a criação do bloco com Philippe Pétain em Montpellier e com Mussolini. No entanto, a aliança entre os países acabou não ocorrendo.[84]

Quando a Alemanha invadiu a União Soviética em 1941, Franco imediatamente sugeriu a formação de uma unidade militar voluntária para se juntar à invasão. A proposta foi aceita por Hitler e em duas semanas já havia voluntários suficientes para a criação da chamada Divisão Azul, comandada pelo general Agustín Muñoz Grandes.

A possibilidade de entrada da Espanha na guerra foi motivo de muita preocupação para os Estados Unidos, que passou a investigar a influência da Falange na América Latina, sobretudo em Porto Rico, onde ideais pró-Franco eram elevados entre diversas classes sociais.[123] Os falangistas latinos costumavam promover discursos antiamericanos e a reaproximação de ex-colônias com a Espanha.[120] Antes da eclosão da guerra, o apoio à Franco era consideravelmente alto também nas Filipinas.[124] A Falange Exterior, o departamento internacional da Falange, inclusive colaborou taticamente com as forças japonesas em investidas contra os americanos.[125]

França de Vichy[editar | editar código-fonte]

A França depois da invasão: as zonas ocupadas pela Alemanha aparecem em vermelho, as zonas ocupadas pela Itália aparecem em verde e a "zona livre" do governo com sede em Vichy e subordinado dos alemães aparece em azul
Ver artigo principal: França de Vichy

Embora oficialmente neutro, o regime de Philippe Pétain contribuiu ativamente com o Eixo desde 1940. Ele manteve o controle total da região não ocupada pelos nazistas após a capitulação das forças francesas e também de grande parte do império colonial francês até as colônias irem caindo gradativamente para o controle da França Livre.

O exército alemão entrou e dominou Paris em 14 de junho de 1940, após a Batalha da França, e Pétain tornou-se o último primeiro-ministro da Terceira República Francesa em 16 de junho de 1940. Ele propôs um acordo de paz com a Alemanha e já no dia 22 de junho o governo de Vichy assinou um armistício com Hitler. Nos termos do acordo a Alemanha ocuparia dois terços da França, incluindo Paris. Pétain foi autorizado a manter um "exército de armistício" de 100 mil homens dentro da zona sul desocupada.[126] Esse número não incluía o exército colonial e a frota marítima. Na África a França de Vichy foi autorizada a manter 127 mil soldados. Os franceses também mantiveram forças na Síria, Grande Líbano, Madagascar e Somalilândia Francesa. No entanto, Hitler jamais aceitou que a França de Vichy se tornasse um parceiro militar real e trabalhou para impedir o acúmulo de forças militares dos franceses.

A capitulação para os alemães acabou deteriorando as relações entre o Reino Unido e França. Temerosos com a possibilidade de a poderosa frota naval francesa cair em mãos alemãs, os britânicos lançaram uma série de ataques contra a marinha francesa, sendo o mais famoso deles o episódio que ficou conhecido como Batalha de Mers-el-Kébir, na Argélia em 3 de julho de 1940. Embora Churchill tenha defendido fortemente sua decisão controversa de atacar tropas francesas com a justificativa dita anteriormente, esses episódios acabaram piorando ainda mais as relações com os franceses. A Alemanha se aproveitou disso com seu aparato de propaganda, espalhando a ideia de que os britânicos eram traidores absolutos da nação francesa.

Em 10 de julho de 1940, a Assembleia Nacional Francesa por 569 votos a 80, deu a Pétain "plenos poderes" em caráter de emergência. No dia seguinte a Assembleia aprovou a nova constituição que efetivamente criava o Estado Francês (l'État Français) em substituição à Terceira República. Esse governo era chamado extraoficialmente de "França de Vichy", pois a cidade turística de Vichy fora colocada como capital. Os Estados Unidos reconheceram esse governo como o legítimo da França até 1942, enquanto o Reino Unido nunca o aceitou desde sua instauração, considerando o governo no exílio de Charles de Gaulle como verdadeiro governo da França. Como parceira da Alemanha, a França de Vichy introduziu leis raciais em seus territórios e muitos judeus acabaram deportados para território nazista. Albert Lebrun, último presidente da República, não se demitiu do cargo presidencial mesmo tendo mudado para Vizille em 10 de julho de 1940. Em 25 de abril de 1945, durante o julgamento de Pétain, Lebrun disse que acreditava poder voltar ao cargo de presidente após a queda da Alemanha, pois eles jamais se demitiu.[127]

Philippe Pétain (esquerda) cumprimentando Hitler em outubro de 1940

Em setembro de 1940, a França de Vichy foi forçada a aceitar a invasão da Indochina Francesa, território que abrangia uma série de protetorados e posses coloniais da França no local em que hoje estão localizados o Vietnã, Laos e Camboja. O regime de Vichy continuou a administrá-los, apesar de terem passado para o domínio japonês. Após a ocupação, a Indochina Francesa serviu de base para as invasões japonesas da Tailândia, Malásia e Índias Orientais Holandesas. Em 1945, com o apoio do Japão, instaurou-se o Império do Vietnã e o Reino de Kampuchea, que nada mais eram do que governos fantoche pró-Tóquio estabelecidos em territórios outrora administrados pela França.

Em 26 de setembro de 1940, Charles de Gaulle, da França Livre, conduziu um ataque aliado ao porto de Dakar na África Ocidental Francesa. Em dois dias de pesados confrontos, forças leais a Pétain conseguiram repelir as forças de Gaulle, num episódio que acabou aproximando mais o governo de Vichy com os alemães.

Durante a Guerra Anglo-Iraquiana em 1940, a França de Vichy permitiu que Alemanha e Itália usassem bases aéreas no Mandato Francês da Síria para apoiar a revolta iraquiana. Em junho de 1941, britânicos e forças da França Livre atacaram a Síria e o Líbano. Em 1942, os aliados invadiram o território francês de Madagascar. Gradativamente mais colônias abandonaram o governo de Vichy e se juntaram à França Livre, como África Equatorial Francesa, Polinésia Francesa, Nova Caledónia, dentre outros que já haviam se juntado desde o começo.

Em novembro de 1942, as tropas de Vichy resistiram por alguns dias às investidas dos aliados no Norte da África, até o almirante François Darlan negociar um cessar-fogo. Em resposta, os alemães invadiram a zona não ocupada no sul da França e acabaram com o resto de autonomia da França de Vichy, que se tornou definitivamente um governo fantoche nos territórios ocupados.

Em junho de 1943, forças francesas no Norte da África lideradas por Henri Giraud e que outrora apoiavam a França de Vichy, negociaram com a França Livre a instauração de um regime provisório em conjunto com o Comitê Nacional Francês (Comité Français National, CFN) para formar um governo em Argel, que seria chamado de Comitê Francês de Libertação Nacional (Comité Français de la Libération Nationale, CFLN). A essa altura De Gaulle surgiu como um líder político incontestável e trabalhou arduamente no reagrupamento, treinamento e restauração da moral francesa entre os militares da França Livre em cooperação com os Aliados para futuras investidas contra a Itália e barreira alemã no Atlântico.

Ainda em 1943, a Milice, uma força paramilitar criada em Vichy e subordinada aos interesses do Eixo, ajudava a Alemanha a capturar oponentes judeus e lutar contra La Résistance. Os alemães também recrutavam franceses independentemente de Vichy, em parte devido à grande animosidade de franceses da extrema-direita contra movimentos de esquerda na França antes da guerra e para ajudar na cruzada anticomunista alemã contra a URSS. Formou-se então a Légion des volontaires français contre le bolchévisme (Legião de Voluntários Franceses contra o Bolchevismo) que contou com 7 mil homens entre 1941 e 1944. Em 1944, formou-se o Regimento Charlemagne em que colaboradores franceses lutavam junto com a Waffen-SS e que contou com mais de 7,5 mil homens em sua força máxima. Tanto a Legião de Voluntários quanto o Regimento Charlmagne lutaram junto com os nazistas na Frente Oriental.

Privados de qualquer patrimônio ou recursos militares, os membros do governo de Vichy continuaram a desempenhar o papel de marionetes dos alemães. Com a reconquista aliada de Paris em 1944, os membros de Vichy foram colocados pela Alemanha como governo em exílio (que na verdade era um regime de semi-prisão) em um castelo em Baden-Württemberg até o final da guerra.

Grupos Chetniks (Serbia)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Chetniks
Bandeira chetnik

Crimes[editar | editar código-fonte]

A Segunda Guerra Mundial é também conhecida pelas numerosas atrocidades contra civis cometidas pelos combatentes em plena era moderna. Um dos pilares da ideologia nazista era o antissemitismo, que culminou com o genocídio de cerca de 6 milhões de judeus[128] que antes disso tiveram seus bens confiscados e foram aprisionados para desempenhar trabalho escravo em campos de concentração. Além disso, eslavos, prisioneiros de guerra, cidadãos poloneses, deficientes, homossexuais e ciganos também foram escravizados e executados. Estima-se que cerca de onze milhões de civis (em sua maioria eslavos) tenham sido intencionalmente assassinados pelos nazistas.[129][130] O primeiro grande campo de extermínio alemão comandado pela SS foi descoberto em 1944 por tropas soviéticas[131] e desde então foram sendo gradativamente descobertos e tendo seus prisioneiros libertados por tropas americanas,[132] britânicas[133] e soviéticas entre 1944 e 1945. Após a Guerra, abriu-se um tribunal militar onde membros influentes do nazismo foram julgados por diversos crimes, inclusive os contra a humanidade e de guerra, no evento que ficou conhecido como Julgamento de Nuremberg.

Na Ásia, o Japão Imperial também foi responsável por uma série de crimes, principalmente contra chineses, como o Massacre de Nanquim e experiências secretas com seres humanos.

Nações principais[editar | editar código-fonte]

Outras nações[editar | editar código-fonte]

Países em coligação ativa com o Eixo[editar | editar código-fonte]

Colaboradores ativos[editar | editar código-fonte]

Colaboradores passivos[editar | editar código-fonte]

Grupos nacionalistas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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Fontes online

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