Religiões indianas

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Símbolos das maiores religiões indianas

As religiões indianas, às vezes também denominadas religiões dármicas ou religiões índicas, são as religiões que se originaram no subcontinente indiano. Essas religiões, que incluem hinduísmo, jainismo, budismo e siquismo,[1] também são classificadas como religiões orientais. Embora as religiões indianas estejam conectadas ao longo da história da Índia, elas constituem uma ampla gama de comunidades religiosas e não estão confinadas ao subcontinente indiano.[1]

Religiões indianas por número de adeptos (2020)[2][3][4][5]
Religião População
Hinduísmo () 1,2 bilhão
Budismo () 520 milhões
Siquismo () 30 milhões
Jainismo () 6 milhões
Outros 4 milhões
Total 1,76 bilhão

Evidências que atestam a religião pré-histórica no subcontinente indiano derivam de pinturas rupestres mesolíticas espalhadas. O povo harapano da civilização do Vale do Indo, que durou de 3300 a.C. a 1300 a.C. (auge entre 2600–1900 a.C.), teve uma cultura urbanizada primitiva que antecede a religião védica.[6]

A história documentada das religiões indianas começa com a religião védica histórica, as práticas religiosas dos primeiros indo-iranianos, que foram coletadas e posteriormente redigidas nos Vedas, bem como nos Ágamas de origem dravídica. O período de composição, redação e comentários desses textos é conhecido como período védico, que durou aproximadamente de 1750 a.C. a 500 a.C.[7] As porções filosóficas dos Vedas foram resumidas nos Upanixades, que são comumente referidos como Vedānta, interpretados de várias maneiras como os "últimos capítulos, partes do Veda" ou "o objeto, o propósito mais elevado do Veda.[8] Os primeiros Upanixades são todos anteriores à Era Comum, cinco[9] dos onze principais Upanixades foram compostos com toda a probabilidade antes do século VI a.C.,[9][10] e contêm as primeiras menções de Yoga e Moksha.[11]

O período xrâmana entre 800 a.C. e 200 a.C. marca um "ponto de virada entre o hinduísmo védico e o hinduísmo purânico".[12] O movimento xrâmana, um antigo movimento religioso indiano paralelo, mas separado da tradição védica, muitas vezes desafiou muitos dos conceitos védicos e dos Upanixades de alma (Atman) e a realidade última (Brahman). No século VI a.C., o movimento xrâmana amadureceu no jainismo[13] e no budismo[14] e foi responsável pelo cisma das religiões indianas em dois principais ramos filosóficos de ástika, que venera Veda (por exemplo, seis escolas ortodoxas do hinduísmo) e nástika (por exemplo, budismo, jainismo, charvaka, etc.). No entanto, ambos os ramos compartilham os conceitos relacionados de Yoga, saṃsāra (o ciclo de nascimento e morte) e moksha (liberação desse ciclo).[15]

O Período Purânico (200 aC – 500 dC) e o período medieval inicial (500–1100 dC) deram origem a novas configurações do hinduísmo, especialmente bhakti e xivaísmo, shaktismo, vixenuísmo, smarta e grupos menores como o conservador Shrauta.

O início do período islâmico (1100-1500 d.C.) também deu origem a novos movimentos. O siquismo foi fundado no século XV sobre os ensinamentos do Guru Nanak e dos nove gurus siques sucessivos no norte da Índia.[16] A grande maioria de seus adeptos é originária da região de Panjabe. Durante o período do domínio britânico na Índia, surgiu uma reinterpretação e síntese do hinduísmo, que ajudou o movimento de independência da Índia.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Adams, C. J., "Classification of religions: Geographical" Arquivado em 2015-07-07 no Wayback Machine, Encyclopædia Britannica, 2007. Acessado em 15 de julho de 2010
  2. «Központi Statisztikai Hivatal». Nepszamlalas.hu. Consultado em 2 de outubro de 2013. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2019 
  3. «Christianity 2015: Religious Diversity and Personal Contact» (PDF). gordonconwell.edu. Janeiro de 2015. Consultado em 29 de maio de 2015. Arquivado do original (PDF) em 25 de maio de 2017 
  4. «Viewpoint: Why Sikhs celebrate kindness – BBC News». BBC News. 15 de julho de 2021 
  5. «Countries With The Largest Jain Populations – WorldAtlas». 11 de junho de 2020 
  6. Vir Sanghvi. «Rude Travel: Down The Sages». Hindustan Times 
  7. Michaels 2004, p. 33.
  8. Max Muller, The Upanishads, Part 1, Oxford University Press, page LXXXVI footnote 1
  9. a b Olivelle 2014, pp. 12–14.
  10. King 1995, p. 52.
  11. Olivelle 1998, p. xxiii.
  12. Michaels 2004, p. 38.
  13. Jain 2008, p. 210.
  14. Svarghese 2008, p. 259-60.
  15. Olivelle 1998, pp. xx–xxiv.
  16. Adherents.com. «Religions by adherents» (PHP). Consultado em 9 de fevereiro de 2007. Cópia arquivada em 29 de dezembro de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Flood, Gavin; Olivelle, Patrick (2003), The Blackwell Companion to Hinduism, Malden: Blackwell 
  • Jain, Champat Rai (2008), Risabha Deva, ISBN 9788177720228 2nd ed. , India: Bhagwan Rishabhdeo Granth Mala 
  • King, Richard (1995). Early Advaita Vedānta and Buddhism: The Mahāyāna Context of the Gauḍapādīya-kārikā. [S.l.]: SUNY Press 
  • King, Richard (1999), Orientalism and Religion: Post-Colonial Theory, India and "The Mystic East", Routledge 
  • Michaels, Axel (2004), Hinduism. Past and present, Princeton, New Jersey: Princeton University Press 
  • Olivelle, Patrick (1998), Upanis̥ads, ISBN 978-0-19-283576-5, Oxford University Press 
  • Olivelle, Patrick (2014), The Early Upanishads, ISBN 978-0-19-512435-4, Oxford University Press 
  • Svarghese, Alexander P. (2008), India : History, Religion, Vision And Contribution To The World 
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