Tangara cyanocephala

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(Tangara cyanocephala)
Fotografia de uma saíra-militar (Tangara cyanocephala) macho.
Fotografia de uma saíra-militar (Tangara cyanocephala) macho.
Ilustração do macho da saíra-militar (Tangara cyanocephala), retirada da obra A selection of the birds of Brazil and Mexico: the drawings (1841), por William John Swainson.
Ilustração do macho da saíra-militar (Tangara cyanocephala), retirada da obra A selection of the birds of Brazil and Mexico: the drawings (1841), por William John Swainson.
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Sub-reino: Metazoa
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Aves
Subclasse: Neognathae
Ordem: Passeriformes
Família: Thraupidae
Género: Tangara
Espécie: T. cyanocephala
Nome binomial
Tangara cyanocephala
(Müller, 1776)[1]
Distribuição geográfica
As florestas costeiras da Mata Atlântica, no leste da América do Sul, são o habitat da saíra-militar (Tangara cyanocephala), algumas em áreas fragmentadas da região nordeste do Brasil.[1]
As florestas costeiras da Mata Atlântica, no leste da América do Sul, são o habitat da saíra-militar (Tangara cyanocephala), algumas em áreas fragmentadas da região nordeste do Brasil.[1]
Sinónimos
Saí-militar
Saí-de-bando
Saíra-de-lenço
Saíra-lenço
Saíra-de-coleira-vermelha
Saíra-de-pescoço-vermelho
Saíra-de-cabeça-azul
Saíra-de-gola
Gaturamo
Gaturamo-fim-fim
Fim-fim
Soldadinho
Verdelim

Tangara cyanocephala (nomeada, em inglês, red-necked tanager; em castelhano, tangará verde y roja (Arg.)[2]; em português e na língua indígena, denominada pelo povo: saíra-militar, saí-militar, saí-de-bando, saíra-de-lenço, saíra-lenço, saíra-de-coleira-vermelha, saíra-de-pescoço-vermelho, saíra-de-cabeça-azul, saíra-de-gola, gaturamo, gaturamo-fim-fim, fim-fim, soldadinho e verdelim)[1][3][4] é uma espécie de ave da família Thraupidae (na taxonomia de Sibley-Ahlquist colocada entre os Fringillidae); um pássaro endêmico de florestas de Mata Atlântica, restingas e capoeiras da região oriental do Brasil, do estado do Ceará até o Rio Grande do Sul e em Misiones, na Argentina, ao Paraguai; mais frequente em áreas costeiras arborizadas até altitudes de 1.000 metros, em associação com a saíra-sete-cores, a saíra-dourada e outros pássaros.[1][5][6] Foi classificada em 1776, por Philipp Ludwig Statius Müller[1][3]; considerada a ave símbolo das cidades de Brusque, em Santa Catarina, no ano de 2009[7], e de Morretes, no Paraná, no ano de 2021[8]; também listada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie pouco preocupante.[4] Ela mede entre 10 e 13 centímetros de comprimento e pesa entre 16 e 21 gramas. Sua denominação binomial, Tangara cyanocephala, significa "dançarino com cabeça azul-escura".[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Este pássaro apresenta leve dimorfismo sexual. No macho ocorre a predominância de penas de cor negra no dorso, sendo inconfundível pela área em vermelho nas laterais da cabeça e nuca. Apresenta uma pequena faixa amarelada nas asas e regiões de um verde-brilhante nas asas, ventre e retrizes. Olhos com bordas e faixa anterior de um azul mais claro que o presente no restante de sua fronte e garganta.[5][6][9]

Na fêmea ocorre a predominância de penas estriadas de verde no dorso e com a faixa vermelha mais apagada, tendendo à tonalidade da canela.[1][2][6][10]

Vocalização[editar | editar código-fonte]

Sua vocalização de chamada é constituída por sons como um fino "bst", ou um agudo "zit-zit-zit" e um chilrear rápido.[6]

Nidificação e reprodução[editar | editar código-fonte]

Macho e fêmea cuidam dos filhotes em um ninho em formato de taça, composto por fibras de bromélias e outras epífitas, com 3 a 4 ovos.[1]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Nos bosques tropicais onde habita, a saíra-militar se alimenta de frutos, insetos e suas larvas, néctar ou pólen das flores; frequentando pomares ou comedouros e também vistas se alimentando em pequenos arbustos e até mesmo sobre a vegetação rente ao solo.[1][5]

Subespécies[editar | editar código-fonte]

T. cyanocephala possui três subespécies:

  • Tangara cyanocephala cyanocephala (Statius Muller, 1776) - ocorrendo desde o sul do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul, o Paraguai e o norte da Argentina.[1]
  • Tangara cyanocephala corallina (Berlepsch, 1903)[1] / saíra-militar-da-Bahia[3] - ocorrendo do litoral de Pernambuco até o Espírito Santo; distinguindo-se da subespécie nominal por ser, em média, um pouco menor, com a faixa no pescoço de um vermelho um pouco mais pálido, com a barra amarela na asa mais estreita e partes ventrais mais amareladas.[1]
  • Tangara cyanocephala cearensis (Cory, 1916)[1] / saíra-militar-do-Ceará[3] - ocorrendo na serra de Baturité, no Ceará, e criticamente ameaçada neste habitat; distinguindo-se da subespécie nominal e de corallina por ter sua coroa frontal de um azul-arroxeado, penas negras no alto da garganta, entre a faixa vermelha e o azul do final da garganta e, principalmente, por possuir penas de cor azul celeste na superfície das retrizes, em sua cauda.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n «Saíra-militar». WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil. 1 páginas. Consultado em 29 de abril de 2019 
  2. a b FRISCH, Johan Dalgas (1981). Aves Brasileiras. Volume 1. 2ª ed. São Paulo, Brasil: Dalgas - Ecoltec Ecologia Técnica e Comércio Ltda. p. 252. 354 páginas. ISBN 85-85015-02-0 
  3. a b c d ANDRADE, Gabriel Augusto de (1985). Nomes Populares das Aves do Brasil. Belo Horizonte: Editerra Editorial. p. 211. 258 páginas 
  4. a b IUCN. «Red-necked Tanager Tangara cyanocephala» (em inglês). IUCN. 1 páginas. Consultado em 29 de abril de 2019 
  5. a b c RIDGELY, Robert S.; GWYNNE, John A.; TUDOR, Guy; ARGEL, Martha (2015). Aves do Brasil. Mata Atlântica do Sudeste 1ª ed. São Paulo: Editora Horizonte. p. 350-351. 418 páginas 
  6. a b c d SICK, Helmut (1997). Ornitologia Brasileira 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 747. 912 páginas 
  7. «Município recebe quadro da Saíra-militar, ave símbolo da cidade». Prefeitura de Brusque. 1 páginas. Consultado em 29 de abril de 2019 
  8. Valêncio, Brayan (1 de setembro de 2021). «Ave-símbolo de Morretes é escolhida». JB Litoral. 1 páginas. Consultado em 19 de novembro de 2021 
  9. Lameiras, Marcus Vinicius (6 de julho de 2013). «Saíra-militar (Tangara cyanocephala) - Red-necked Tanager - macho». Flickr. 1 páginas. Consultado em 29 de abril de 2019. Jardim Botanico, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 
  10. Parigini, Javier (5 de junho de 2016). «Saíra de Lenço ou Saíra-militar (Tangara cyanocephala) - fêmea». Flickr. 1 páginas. Consultado em 29 de abril de 2019. Ubatuba, São Paulo, Brasil. 
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