Sofia de França

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Sofia
Princesa de França
Duquesa de Louvois
Sofia de França
Retrato por Jean-Marc Nattier, 1748
Nascimento 27 de julho de 1734
  Palácio de Versalhes, Versalhes, França
Morte 2 de março de 1782 (47 anos)
  Palácio de Versalhes, Versalhes, França
Sepultado em Basílica de Saint-Denis, Seine-Saint-Denis, França
Nome completo Sofia Filipina Isabel Justina
Casa Bourbon
Pai Luís XV de França
Mãe Maria Leszczyńska
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Sofia

Sofia Filipina Isabel Justina[1] (Sophie Philippine Élisabeth Justine; Versalhes, 27 de julho de 1734 — Versalhes, 2 de março de 1782) foi a oitava criança e a sexta filha do rei Luís XV de França e da rainha Maria Leszczyńska. Era duquesa de Louvois juntamente com a irmã Adelaide.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida em Versalhes, foi criada na Abadia de Fontevraud, juntamente com as irmãs Vitória e Luísa Maria.[2] Sofia retornou a Versalhes quando já tinha completado doze anos de idade, a novembro de 1750.[3]

Sofia era conhecida na corte francesa por sua falta de beleza e timidez, assim como relatado por Madame Campan:

«Madame Sofia era notavelmente feia; nunca vi uma pessoa com uma aparência tão pouco atraente; ela andava com a maior rapidez; e, para reconhecer as pessoas que se colocavam em seu caminho sem olhar para elas, adquiriu o hábito de olhar de lado, como uma lebre. Esta princesa era tão extremamente tímida que uma pessoa poderia estar com ela diariamente por anos sem ouvi-la pronunciar uma única palavra. Foi afirmado, no entanto, que ela demonstrava talento e até amabilidade em a companhia de algumas damas favoritas. Ela aprendeu muito sozinha, mas estudou sozinha; a presença de um leitor a teria desconcertado muito. Houve, no entanto, ocasiões em que a princesa, geralmente tão intratável, tornou-se de uma só vez afável e condescendente, e manifestou a mais comunicativa boa índole; isso aconteceria durante uma tempestade; tão grande era seu alarme em tal ocasião que ela então se aproximava dos mais humildes e lhes pedia mil e perguntas obrigatórias; um relâmpago a fez apertar suas mãos; um trovão a levaria a abraçá-los, mas com a volta da calmaria, a princesa retomou sua rigidez, sua reserva e seu ar repulsivo, e passou sem prestar atenção em ninguém, até que uma nova tempestade restaurou-lhe ao mesmo tempo seu pavor e sua afabilidade.[4]»

Ela e suas irmãs compartilhavam indignação moral perante os casos extraconjugais de seu pai e sempre se opuseram as favoritas reais, como Madame de Pompadour e Madame du Barry, Sofia muitas vezes interferia na política. Seu pai o rei Luís XV de França lhe deu as residências de Bellevue e Louvois.

Madame Sofia como uma virgem vestal, por Jean-Marc Nattier

Em 1777, Sofia e sua irmã Adelaide receberam o título de "Duquesa de Louvois" do seu sobrinho, o rei Luís XVI, depois de terem adquirido conjuntamente uma propriedade com esse nome.[3]

Com a subida ao poder da rainha Maria Antonieta, a influência de Madame Sofia na corte caiu totalmente já que ela e suas irmãs não teriam influencia sobre a rainha, pela recente aparição da Princesa de Lamballe e mais tarde de Yolande de Polastron, mais conhecida como "Duquesa de Polignac". A perda de influência fez com que sua morte passasse despercebida a 2 de março de 1782.

Como todos os membros da Casa de Bourbon, Sofia foi enterrada na Basílica de Saint-Denis, contudo seu túmulo foi profanado durante a Revolução Francesa[5], que eclodiu sete anos após a sua morte.

A famosa frase "Se as pessoas têm fome e não tem pão, que elas comam brioche", amplamente atribuída a rainha Maria Antonieta, outrora fora atribuída a Sofia, que teria a pronunciado após manisfestantes abordarem o seu irmão, o delfim Luís, aos gritos de "Pão, Pão."[6]

Também é bastante evidenciado que tanto Sofia quanto as irmãs, conhecidas na corte como Mesdames, eram ferranhas partidárias do partido anti-austríaco. Quando a rainha Maria Antonieta, nascida uma arquiduquesa austríaca, introduziu o novo costume de jantares informais em família à noite, bem como outros hábitos informais que minaram a etiqueta formal da corte, resultou-se num êxodo da antiga nobreza da corte em oposição às reformas da rainha, que se reuniam nos salões de Sofia e suas irmãs[7]; tais salões eram frequentados regularmente pelo Ministro Maurepas, que a princesa Adelaide havia elevado ao poder por meio do Príncipe de Condé e Príncipe de Conti - ambos membros do partido anti-austríaco. Pierre Beaumarchais também era um convidado frequente, que lia em voz alta suas sátiras da Áustria e suas figuras de poder.[8] O embaixador austríaco, Conde Florimond Claude de Mercy-Argenteau, relatou que seu salão era um centro de intrigas contra Maria Antonieta, onde as Mesdames teciam declamavam poemas satirizando a rainha.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ancestrais[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

Notas

Referências

  1. Achaintre, Nicolas Louis, Histoire généalogique et chronologique de la maison royale de Bourbon, Vol. 2, (Publisher Mansut Fils, 4 Rue de l'École de Médecine, Paris, 1825), 155.
  2. Simone Poignant, L'Abbaye de Fontevrault et les filles de Louis XV, Paris, Nouvelles éditions latines, 1966, p. 186.
  3. a b Latour, Louis Therese (1927). Kegan Paul, Trench, Trubner & Co., ed. Princesses Ladies and Salonnières of the Reign of Louis XV. Traduzido por Clegg, Ivy E. [S.l.: s.n.] 
  4. Madame Campan, Memoirs of the Court of Marie Antoinette, Queen of France, Projeto Gutenberg
  5. Francine Demichel (1993). Saint-Denis ou le Jugement dernier des rois. Éditions PSD, p. 243
  6. Fraser, Antonia. Marie Antoinette, Doubleday, 2001, página 155.
  7. Joan Haslip (1991). Marie Antoinette. Stockholm: Norstedts Förlag AB. ISBN 91-1-893802-7
  8. a b Joan Haslip (1991). Marie Antoinette. pp. 79–80. ISBN.
  9. Frederic Guillaume Birnstiel, ed. (1768). Genealogie ascendante jusqu'au quatrieme degre inclusivement de tous les Rois et Princes de maisons souveraines de l'Europe actuellement vivans (em francês). Bourdeaux: [s.n.] p. 12 
  10. Żychliński, Teodor (1882). Jarosław Leitgeber, ed. Złota księga szlachty polskiéj: Rocznik IVty (em polaco). [S.l.: s.n.] p. 1 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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  • Zieliński, Ryszard (1978). Polka na francuskim tronie. Czytelnik.