Sultanato de Socoto

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A entrada para o palácio do sultão, Socoto, Nigéria

O Sultanato de Socoto[1][2] (Sokoto) é um estado tradicional no norte da Nigéria, com sede na cidade de Socoto, capital do moderno estado de Socoto. Precedido pelo califado de Socoto, o Conselho foi formado em 1903 após a pacificação britânica do califado.

O sultão de Socoto serve como o líder espiritual supremo dos muçulmanos na Nigéria e o grande xeique da ordem sufi Qadiriyya naquele país.[3][4] Em 2006, Saadu Abubacar foi coroado sultão.[5]

História[editar | editar código-fonte]

Após a pacificação do norte da Nigéria, os britânicos estabeleceram o protetorado do norte da Nigéria para governar a região, que incluía a maior parte do Califado de Socoto e seus emirados mais importantes. Sob Luggard, os vários emires receberam significativa autonomia local, mantendo assim grande parte da organização política do califado.[6] A área de Socoto foi tratada como apenas mais um emirado dentro do protetorado nigeriano. Por nunca ter sido conectada à rede ferroviária, tornou-se econômica e politicamente marginal.[7]

O sultão continuou sendo considerado um importante detentor espiritual e religioso muçulmano. Até os presidentes da Nigéria buscaram seu apoio.[8] A conexão de linhagem com dan Fodio continuou a ser reconhecida. Um dos sultões mais significativos foi Sidique Abubacar III, que ocupou o cargo por 50 anos, de 1938 a 1988. Ele era conhecido como uma força estabilizadora na política da Nigéria, particularmente em 1966, após o assassinato de Ahmadu Bello, o primeiro-ministro do norte da Nigéria.[9]

Após a morte de Sidique Abubacar em 1988, o ditador nigeriano Ibrahim Babangida interferiu na sucessão, nomeando Ibraim Daçuqui, um de seus parceiros de negócios, como o sultão. Grande parte do norte da Nigéria explodiu em violentos protestos contra os negócios de Daçuqui. Em 1996, o ditador nigeriano Sani Abacha o depôs, nomeando Muamadu Macido, que governou até morrer em um acidente de avião em 2006.[9]

Devido ao seu impacto, o califado de Socoto também é reverenciado pelos islâmicos na Nigéria moderna. Por exemplo, o grupo militante jiadista Ansaru prometeu reviver o califado de Socoto para restaurar a "dignidade perdida dos muçulmanos na África negra".[10]

Notas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Verbete do VOLP
  2. Ki-Zerbo, Joseph (2010). História Geral da África – Vol. I – Metodologia e pré‐história da África. [S.l.]: UNESCO. p. 33. ISBN 8576521237 
  3. Kotun, Ajiroba Yemi (23 de maio de 2013). «ROAD TO AZARE» 
  4. https://allafrica.com/stories/201411281799.html
  5. «Muhammadu Sa'adu Abubakar III» (em inglês) 
  6. Hirshfield, C. (30 de junho de 1979). The Diplomacy of Partition: Britain, France and the Creation of Nigeria, 1890-1898 (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media 
  7. Swindell, Kenneth (1986). "Population and Agriculture in the Sokoto-Rima Basin of North-West Nigeria: A Study of Political Intervention, Adaptation and Change, 1800-1980". Cahiers d'Études Africaines. 26: 75–111. doi:10.3406/cea.1986.2167.
  8. Comolli, Virginia (2015). Boko Haram: Nigeria's Islamist Insurgency (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. p. 15 
  9. a b Falola, Toyin (2009). Historical Dictionary of Nigeria. Lanham, Md: Scarecrow Press.
  10. Comolli, Virginia (2015). Boko Haram: Nigeria's Islamist Insurgency (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. p. 103