Usuário:DAR7/Testes/História de Curitiba/História do Prado Velho

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Em 1874 já aparecia nos documentos das reuniões da Câmara a venda de terras na então região do Prado Velho, para as alojamentos do Clube de Corridas, criado um ano antes. Em seguida, no desfecho dos anos de 1890 o mencionado Clube foi mudado para as adjacências do rio Belém. O antigo local começou a ser chamado de Prado Curitibano, por se situar em local aplainado. Com isso, em 1947 tornou-se oficializado o bairro Prado. Em 1955 foi aberto pela primeira vez o Hipódromo do Tarumã e a região do então Prado começou a se denominar Prado Velho, motivando para em seguida, em 1975, acolher oficialmente esse nome para o bairro. Também na década de 1970, no mesmo lugar onde se localizava o Prado Velho, deu-se início às aparelhagens da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. O bairro também ficou notório pelo então paiol de pólvora, remontado do início do século XX, que mais tarde foi substituído pelo Teatro Paiol.[1]

1693[editar | editar código-fonte]

No momento da criação oficial da Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus, a região do Prado Velho era uma pradaria. Esta, às beiras do então Caminho do Arraial, acolheria no decorrer do século XVIII os seus primeiros moradores.[2]

1874[editar | editar código-fonte]

Algumas novidades na região, entretanto, o ano de 1874 apresentava indícios de transformações. Em 1.º de abril, a Câmara Municipal acolhia a solicitação de venda de terras para a edificação do Prado de Corridas. Em junho de 1895, um terreno de 170 metros, onde atualmente se encontra o Asilo Nossa Senhora da Luz, era reservado ao erguimento do Prado. Posteriormente, o Clube concedeu esse terreno à Irmandade da Santa Casa em permuta do lugar. Neste, às beiras do rio Belém, se construiu o Prado Curitiba ou do Guabirotuba.[3]

1906[editar | editar código-fonte]

A periferia já era conhecida por suas comunicativas corridas de cavalos e o começo do século XX e grandiosas edificações e caracterizariam o passado e o panorama do Prado Velho. Em 1899, era aberta primordialmente a mais antiga matriz do Prado do Guabirotuba, um pouco depois era erguido o Hospital Nossa Senhora da Luz. E, em 1906, o "Inflamável" já aterrorizava a proximidade.[4]

1913[editar | editar código-fonte]

Os trabalhos de turfe, esporte e cultura, promovidas no Jóquei Clube eram destino correto no roteiro social da antiga Coritiba. Em 19 de outubro de 1913, arquibancada cheia para a Festa da Primavera. Conforme o jornal Diário da Tarde, o torneio congregou mais de três mil indivíduos que presenciaram às meninas vestidas à grega entoar o Hino da Primavera acompanhando-se de corrida de velocidade, jogo de futebol entre Coritiba e Internacional, jogo do disco e corrida de archotes. Para o desalento dos coxas brancas o jogo acabou de 4 a 1 para o Internacional. Anos mais tarde, o Internacional se fundiria ao América surgindo da união o Club Athlético Paranaense.[5]

1914[editar | editar código-fonte]

Alguns se deslocaram de charrete. Outros pegaram o bondes no começo da Marechal Floriano e acompanharam o embarrado caminho a pé pela Rua Comendador Roseira até vir ao Prado. Enfim, não havia quem pudesse deixar de tomar a primeira decolagem e a primeira aterrisagem de um avião em Curitiba. O feito fora do destemido Cícero Marques e seu cenário o antigo prado do Guabirotuba. Como congratulação pela intrepidez, mil réis como oferta do então prefeito Cândido de Abreu.[2]

1935[editar | editar código-fonte]

Dona Elza Cunico já foi uma das donas de casa do bairro e, nas memórias de sua lembrança, o Prado Velho abrigava sete locais importantes: o Prado, a Vila Bordignon, o Armazém, a Sociedade Beneficente Universal, o Antigo Paiol de Pólvora, o Asilo e o Bonde. A Sociedade Beneficente Operária Universal, na Rua Comendador Roseira, abrilhantava as noites com importantes bailes, o mugir das boiadas se misturava com barulho do bonde que corria a Conselheiro Dantas e nos debates de esquina, o melhor assunto foi a "história" de um imigrante polonês cognominado Brasílio que, intrepidamente, não havia permitido que o paiol de pólvora estourasse o bairro inteiro.[6]

1947[editar | editar código-fonte]

Grande Prêmio Carlos Dietzsch. Dez mil cruzeiros de congratulação e competição de mil e duzentos metros. Ary Giannini cavalgava sobre sua égua Azupira e ultrapassava os cinquenta metros de mais uma conquista.[7]

1949[editar | editar código-fonte]

Pouco a pouco, a lama foi sendo sucedida pelo macadame e o mesmo pela pavimentação. Em 1949, foi a vez da Rua Chile, na esquina com a Rua Iapó, ser submetida às obras de infraestrutura. A água e o esgoto haviam vindo em 1946 e Ico Zonardi (morador da Conselheiro Dantas) então jóquei do Prado, se banhava e capturava peixes com anzol no rio Belém.[8]

1955[editar | editar código-fonte]

Dois séculos após a criação do Colégio dos Jesuítas na então Vila de Paranaguá, o mesmo hábito começaria a se formar em Curitiba. Em 1955, de automóvel Romiseta, os clérigos Valério Alberton e Lino Londeron administravam os trabalhos de edificação do vindoiro Colégio Nossa Senhora Medianeira que, em 24 de fevereiro de 1957, seria aberto pela primeira vez para os seus primeiros 188 discentes.[9]

1957[editar | editar código-fonte]

Os melhoramentos não vinham e as inundações continuavam a preocupar os residentes do velho Prado. Em 1957, chegou a vez do rio Água Verde causar mais corrosão nas imediações da rua Imaculada Conceição. Para boa parte dos habitantes o Prado de antigamente foi um bairro em que não se conhecia a relação entre a rua e o rio.[10]

1971[editar | editar código-fonte]

Em 1971, duas amostras de reciclagem urbana fizeram o bairro se transformar em notícia na cidade. Em 24 de setembro, abriram as portas no Prado Velho os edifícios do Anfiteatro, da Biblioteca e da Administração da Universidade Católica do Paraná com a participação do Arcebispo de Braga, Dom Francisco Maria da Silva. Três meses após, a algumas quadras dali, o antigo paiol de pólvora era convertido em teatro com apresentação especial de abertura protagonizada por Toquinho, Vinicius de Moraes e Maria Medalha.[11]

Referências

  1. «NOSSO BAIRRO/PRADO VELHO» (PDF). ippuc.org.br. Consultado em 11 de setembro de 2023. Arquivado do original (PDF) em 3 de fevereiro de 2022 
  2. a b Fenianos 1995, p. 17.
  3. Fenianos 1995, p. 18.
  4. Fenianos 1995, p. 19.
  5. Fenianos 1995, p. 20.
  6. Fenianos 1995, p. 22.
  7. Fenianos 1995, p. 23.
  8. Fenianos 1995, p. 24.
  9. Fenianos 1995, p. 25.
  10. Fenianos 1995, p. 26.
  11. Fenianos 1995, p. 27.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fenianos, Eduardo Emílio (1995). Prado Velho: O campus da universalidade. Curitiba: UniverCidade