Voo Aerosucre 157

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Voo Aerosucre 157
Acidente aéreo
Voo Aerosucre 157
HK-4544, a aeronave envolvida no acidente em outubro de 2008
Sumário
Data 20 de dezembro de 2016 (7 anos)
Causa Saída da pista por excesso de peso na decolagem, resultando numa perda de controle.
Local Aeroporto Germán Olano, Puerto Carreño, Colômbia
Coordenadas 6° 11′ 14,4″ N, 67° 34′ 00,4″ O
Origem Aeroporto Germán Olano
Destino Aeroporto Internacional El Dorado
Tripulantes 5
Mortos 4
Sobreviventes 1
Aeronave
Modelo Estados Unidos Boeing 727-2J0F
Operador Colômbia Aerosucre
Prefixo HK-4544
Primeiro voo 22 de agosto de 1975

O Voo Aerosucre 157 (ICAO: KRE 157) foi um voo doméstico de carga operado pela companhia aérea colombiana Aerosucre usando um Boeing 727-200. Em 20 de dezembro de 2016, a aeronave caiu logo após decolar do Aeroporto Germán Olano em Puerto Carreño, Colômbia, em um voo para Bogotá. O jato invadiu o final da pista, atingiu a cerca do perímetro e outros obstáculos antes de decolar, mas perdeu o controle e caiu cerca de dois minutos depois e 4 milhas náuticas (4,6 mi; 7,4 km) do aeroporto. Das seis pessoas a bordo, apenas uma sobreviveu.[1][2]

A investigação subsequente descobriu que vários fatores, incluindo um peso de decolagem superior ao máximo permitido, uma técnica de decolagem incorreta e um leve vento de cauda resultaram na falha da aeronave em decolar dentro do comprimento de pista disponível.[3]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Empresa[editar | editar código-fonte]

A Aerosucre foi fundada por Juan Carlos Salano Recio em Barranquilla em 1969 e iniciou suas operações de voo como uma empresa de táxi aéreo na primavera de 1970 com um Piper PA-28.

Na primavera de 1975, a empresa estava focada principalmente no transporte de mercadorias, embora ainda pudesse transportar um máximo de cinco passageiros nos voos. Inicialmente, a empresa voou para a ilha colombiana de Santo André, bem como internacionalmente para as ilhas de Aruba e Curaçau.

Em 1981, a Aerosucre adquiriu dois Handley Page Heralds da British Air Ferries. Seu primeiro jato, um Sud Aviation Caravelle, foi adquirido em agosto de 1982 da empresa espanhola Transeuropa.

Aeronave e tripulação[editar | editar código-fonte]

A aeronave envolvida no acidente em 1994 com as cores da Air Jamaica

A aeronave envolvida no acidente era um Boeing 727-200, número de série 21105, registrada na Colômbia como HK-4544, equipada com 2 motores Pratt & Whitney JT8D-15.[4] Ela entrou em serviço em 1975, operando como avião de passageiros da Air Jamaica até 1997. Foi então convertido em um avião de carga.[5] A aeronave começou a operar para a Aerosucre em 2008.[4]

O voo estava sob comando do capitão Jaime Cantillo, 58 anos de idade e ele tinha 8 708 horas de voo, sendo 6 822 horas no modelo Boeing 727 e do copiloto Mauricio Guzmán, 39 anos de idade e tinha 3 285 horas todas no Boeing 727. O engenheiro de voo era Pedro Duarte, 72 anos de idade e tinha 1 612 horas de voo sendo as horas de voo no Boeing 727 desconhecidas.[6][7][8]

Acidente[editar | editar código-fonte]

O Boeing 727 chegou a Puerto Carreño no dia do acidente às 14h48min, horário local, após um voo de carga de Bogotá. A tripulação descarregou 9.264 kg (20.423 lb) de carga. Embora o manifesto de peso e balanceamento do voo do acidente não tenha sido encontrado, os investigadores presumiram que um pouco menos de 9.100 kg (20.000 lb) de carga distribuída em nove paletes foi carregado para o retorno a Bogotá. O Boeing 727 então taxiou na cabeceira da pista 25; a tripulação ajustou os flaps em 30 graus, o avião foi ajustado para a decolagem e o avião começou a decolagem às 17h18min.

O Boeing 727 usou toda a pista de 1.800 metros (5.900 pés), mas ainda não estava no ar. Ele viajou mais 95 m (310 pés) sobre grama e atingiu uma cerca de perímetro. Em seguida, atravessou uma estrada no perímetro do aeroporto, onde vários motociclistas e pedestres evitaram por pouco ser atropelados pela aeronave. Depois de atravessar a estrada, o 727 colidiu com um galpão, depois com uma árvore, antes de finalmente decolar. Devido ao impacto, o trem de pouso principal direito se soltou da aeronave, a asa direita interna foi danificada, o motor número 3 perdeu potência e um sistema hidráulico foi danificado e tinha começado a vazar. A aeronave alcançou uma altitude de 790 pés (240 m), entrou em uma ligeira curva descendente à direita que completou um arco de quase 270 graus e depois impactou em terreno plano, explodindo em chamas.[1]

O acidente foi capturado em vídeo por alguns dos motociclistas na estrada perimetral que a aeronave atravessou.[9]

Vítimas[editar | editar código-fonte]

O plano de voo indicava cinco pessoas a bordo, mas havia uma sexta pessoa indocumentada no voo. Quatro morreram imediatamente e dois sobreviveram ao impacto, mas um dos sobreviventes morreu mais tarde devido aos ferimentos.[4] O único sobrevivente foi o técnico de voo Diego Armando Vargas Bravo.[10]

Investigação[editar | editar código-fonte]

O Grupo de Investigación de Accidentes Aéreos concluiu que três fatores contribuíram ao acidente sendo:

A tripulação calculou incorretamente uma velocidade de rotação que era 5 nós (9 km/h; 6 mph) acima do necessário.

A pista de decolagem escolhida estava sujeita a um vento de cauda de 4 nós (7 km/h; 5 mph).

O piloto girou a aeronave muito lentamente, cerca de 1° por segundo em vez de 2°, 3°.

Além disso, embora os cálculos iniciais sugerissem que a aeronave estava operando dentro de seus limites de peso, os investigadores acreditam, com base nas velocidades de decolagem usadas pela tripulação, que a aeronave estava quase uma tonelada acima de seu peso máximo de decolagem permitido de 74,7 toneladas (74.700 kg; 165.000 lb).[1][3]

A investigação também determinou que, após a perda de pressão em ambos os sistemas hidráulicos principais causada pelo impacto com estruturas terrestres, a tripulação não acionou o sistema hidráulico de reserva, o que permitiria manter o controle da aeronave.[1]

A operadora Aerosucre foi considerada inadimplente, já que o aeroporto de Puerto Carreño não foi aprovado para operações com o Boeing 727-200, e tal violação foi permitida por anos devido à falta de supervisão da autoridade de aviação civil colombiana.[1][6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e «Crash: Aerosucre B722 at Puerto Carreno on Dec 20th 2016, overran runway on takeoff». avherald.com. Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  2. Staff, Editorial (21 de dezembro de 2016). «Colombian Cargo B727 Crashes, Five Dead». AVweb (em inglês). Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  3. a b Kaminski-Morrow, David (2018). Aerosucre crash followed flawed speed decision. [S.l.]: Flight International. p. 18 
  4. a b c «ASN Aircraft accident Boeing 727-2J0 (F) Advanced HK-4544 Puerto Carreño» 
  5. «Aerosucre 727 freighter crashes in Colombia». Flight Global (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2022 
  6. a b «Informe Final Accidente HK4544.pdf» (PDF). www.aerocivil.gov.co. pp. 12–14. Consultado em 11 de fevereiro de 2022 
  7. «Five crew dead after Aerosucre cargo plane crashes in Colombia». UPI (em inglês). Consultado em 11 de fevereiro de 2022 
  8. Caracol, Noticias (21 de dezembro de 2016). «Impactantes imágenes del siniestro aéreo ocurrido en Puerto Carreño». Noticias Caracol (em spanish). Consultado em 11 de fevereiro de 2022 
  9. Martinez, Claudia (22 de dezembro de 2016). «The Cause Of This Colombian Plane Crash Is Unknown, But The Incident Happened To Be Captured On Video» 
  10. «El destino de dos hermanos que abordaron el mismo avión que se cayó». Universidad de Bogotá Jorge Tadeo Lozano (em espanhol). Consultado em 11 de fevereiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]