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Abdalá I de Córdova

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Abdalá I
7.º Emir de Córdova
Reinado 888-912
Consorte Onneca Fortúnez
Antecessor(a) Almondir I
Sucessor(a) Abderramão III
Nascimento 11 de janeiro de 844, em Córdova
Morte 15 de outubro de 912 (68 anos)
Dinastia Omíadas
Pai Maomé I
Mãe Uxar
Filho(s) Maomé ibne Abedalá ibne Maomé

Abdalá ibne Maomé (em árabe: عبد الله بن محمد; romaniz.: ʿAbd Allāh ibn Muḥammad; 844-15 de outubro de 912),[1] mais conhecido como Abdalá I, descendente dos Omíadas, foi o sétimo emir de Córdova, no Alandalus, entre 888 e 912.

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Abdalá ibne Maomé foi sucessor do seu irmão Almondir I,[2] morto en 888 quando assediava Omar ibne Hafeçune em Bobastro. Ele estava no acampamento e, segundo alguns historiadores, foi por iniciativa sua que o médico da corte utilizou uma lanceta envenenada para sangrar Almondir. A luta contra ibne Hafeçune, que já dominava a Cora de Rayya (incluindo Bobastro), Elvira (incluindo Granada) e Xaém, e tinha se aliado com as cidades de Archidona, Baeza, Úbeda e Priego foi o maior desafio enfrentado por Abdalá. Em 891, ibne Hafeçune foi derrotado próximo ao castelo de Polei e perdeu o controle de diversas cidades. Após a vitória, Abdalá massacrou todos os cristãos e perdoou todos os muçulmanos. Contudo, já recuperado no ano seguinte, ibne Hafeçune conquistou novamente todos os territórios perdidos.

Em 901, o emir assinou um tratado de paz com ibne Hafeçune (que tinha se aliado com a família muladi Banu Cassi, que controlava o vale do Ebro, e com o Reino das Astúrias). Porém, a guerra recomeçou no ano seguinte, apenas para ser novamente interrompida pela morte de Abdalá, aos 68 anos em Córdova, justamente quando ele melhorava sua situação.

Sucessão[editar | editar código-fonte]

Uma de suas esposas foi Onneca Fortúnez, também chamada Íñiga ou Onega, filha de Fortunio Garcês, rei de Pamplona[2] e último soberano da Dinastia Iñiga. Com ela, que tomou o nome árabe Durr (Pérola),[3] Abdalá teve o único filho documentado nas fontes chamado Muhammad nascido em 864.[4][5][6] O emir nomeou-o seu herdeiro, mas mais tarde ele foi assassinado por seu meio irmão Almotarrife em 28 de janeiro de 891.[4] Depois de executar o filho assassino, Abdalá, nomeou como seu sucessor o seu neto - filho de Muhammad com uma basca de nome Muzna - e futuro califa Abderramão III, nascido em 7 de janeiro de 891, vinte e um dias antes da morte de seu pai.[7] Onneca foi repudiada por Abdalá cerca de 880 e nesse ano retornou ao Reino de Pamplona com seu pai e depois casou-se com seu primo Aznar Sanches de Larraun, tendo desse matrimônio nascido Toda Aznarez, a esposa do rei Sancho Garcés I de Pamplona.[2][a] Assim, a rainha Toda era a tia de Abderramão III.

Precedido por
Almondir I
Emir de Córdova
888 — 912
Sucedido por
Abderramão III

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Supostamente teve outro filho com Onneca, Zaíde ibne Abedalá, nascido em Córdova entre 882 e 890 e falecido cerca de 950,[8] o pai de Zidane ibne Zaíde, o "Zidane Zada" (Córdova, 915-c. 970) dos livros de linhagens. Embora, este filho, Zaíde ibne Abedalá não é mencionado no Códice de Roda ou nas crónicas árabes, as únicas fontes fiáveis para as genealogias dessa época.

Referências

  1. Lévi-Provençal 1953, p. 18 e 21.
  2. a b c Martínez Díez 2005, p. 314.
  3. Lévi-Provençal 1953, p. 18.
  4. a b Martínez Díez 2005, p. 314-315.
  5. Lacarra de Miguel 1945, p. 231.
  6. Lévi-Provençal 1953, p. 19 e 21.
  7. Martínez Díez 2005, p. 315.
  8. Ascendências Reais de SAR D. Isabel de Herédia, António de Sousa Lara, Vasco de Bettencourt Faria Machado e Universitária Editora, 1ª Edição, Lisboa, 1999, pg. 110

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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