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Adalberão de Laon

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(Redirecionado de Adalberon, Bishop of Laon)
Adalberão de Laon
Função
Bispo
-
Biografia
Nascimento
Morte
Nome nativo
Adalbéron de Laon
Nome no idioma nativo
Adalbéron de Laon
Atividades
poeta
sacerdote
escritor
bispo católico
Família
casa de Ardenas (en)
Pai
Régnier de Bastogne (d)
Outras informações
Religão
estudante
Superior
Helgaud (en)

Adalberão de Laon (em francês: Adalbéron de Laon; também chamado Ascelin (c. 947 — abadia de Saint-Vincent de Laon, 27 de janeiro de 1030) foi um bispo e poeta francês. Foi bispo de Laon de 977 a 1030, pertenceu à casa de Ardenas e era filho de Régnier, conde de Bastogne, e sobrinho de Godofredo I, conde de Verdun e Adalberão, arcebispo de Reims.

Em seus Poemas ao Rei Roberto, ele é considerado o primeiro a formular a regra habitual da separação dos três poderes, ou tripartição, embora Dominique Iogna-Prat e Edmond Ortigues tenham encontrado textos anteriores. Esses são os dos monges beneditinos Haymon e seu aluno Heyric d'Auxerre em sua obra Miracula Sancta Germani.

Adalberão iniciou seus estudos em Gorze, e de 969 a 974 foi aluno, em Reims, de Gerbert d'Aurillac, o futuro Papa Silvestre II[1] e esteve no capítulo da catedral de Metz.[2]

Sociedade medieval: um padre, um cavaleiro, um trabalhador. Essa miniatura ilustra a ideologia das três ordens sociais (aqueles que rezam, aqueles que lutam, aqueles que trabalham)

Lotário, o rei carolíngio da França, nomeou-o bispo de Laon em 16 de janeiro de 977, após a morte de Roricon, morto em 20 de dezembro de 976. Em 1 de abril de 977, seu tio, o arcebispo Adalberão de Reims, consagrou-o como bispo na catedral de Laon.

Logo após sua ascensão à sede episcopal, circularam rumores de que ele estava tendo um caso com a rainha Ema da Itália, esposa de Lotário.[3] Para descobrir a verdade, seu tio, o arcebispo de Reims, convocou um sínodo, que finalmente inocentou a rainha e o bispo Ascelin. O irmão do rei Lotário, Carlos da Baixa Lorena, que havia incentivado esses rumores, foi exilado.[1]

Apoio de Hugo Capeto

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Entretanto, após a morte de Lotário e de seu filho Luís V, ele ficou do lado de seu tio, o arcebispo Adalberão de Reims, como um dos arquitetos da mudança de dinastia. No Domingo de Ramos,[4] 29 de março ou na Quinta-feira Santa,[5] 2 de abril de 991, ele entregou Carlos de Lorena, o último representante e herdeiro legítimo da dinastia carolíngia, a Hugo Capeto, rei dos francos.[6]

Na primavera de 993, o conde Eudo I de Blois, decepcionado por Hugo Capeto e seu filho terem se recusado a conferir-lhe o título de duque dos francos, imaginou, em parceria com Adalberão de Laon, capturá-los durante uma reunião planejada em Metz com o imperador Otão III III e colocar Luís, filho de Carlos da Baixa Lorena, no trono.[7] Eudo I de Blois se tornaria duque dos francos e Adalberão bispo de Reims. Hugo Capeto e seu filho alertados frustraram essa tentativa e Adalberão foi deposto no Sínodo de Pavia em 998.

Todas as suas ações lhe renderam a reputação de Vetulus Traditor (velho traidor).

Os Poemas para o rei Roberto e a tripartição

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Três níveis de organização social

Ele foi o autor dos Poemas ao Rei Roberto, escrito entre 1027 e 1030,[8] no qual atacou o monasticismo cluniacense e, um dos primeiros antes de Gérard de Cambrai, formulou o antigo princípio político da separação dos três poderes, ou tripartição, à imagem da Cidade de Deus de Santo Agostinho. A teoria das ordines dividia a sociedade conforme as funções de cada um: os oratores (aqueles que rezam, monges, padres), os pugnatores ou bellatores (aqueles que lutam, apenas 1 a 2% da população) e os laboratores (aqueles que trabalham ou, mais precisamente, que cultivam a terra, a grande maioria dos camponeses).

A data de sua morte é incerta, mas segundo o obituário de Saint-Vincent de Laon, ele morreu em 27 de janeiro de 1030[9] (ou 1031).[1] Foi enterrado na igreja da abadia de Saint-Vincent de Laon.

Referências

  1. a b c Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público. Este cita:
    • Richer, Historiarum Libri III. et IV., que aparece no Monumenta Germaniae historica. Scriptores. volume 3 (Hanôver e Berlim, 1826–1892)
    • A. Olleris, OEuvres de Gerbert pape sous le nom de Sylvestre II. (Paris, 1867)
    • Histoire litteraire de la France, volume 7 (Paris, 1865–1869).
  2. Heinrich Fichtenau, Patrick J. Geary, Living in the Tenth Century: Mentalities and Social Orders (1991), p. 187.
  3. Jason Glenn, Politics and History in the Tenth Century: The Work and World of Richer of Reims (2004), p. 147.
  4. Edmond Pognon, Hugues Capet, roi de France, Albin Michel, 1966, p. 148.
  5. Boulainvilliers, Henri comte de (1727). Histoire de l'ancien gouvernement de la France: Avec XIV. lettres historiques sur les parlemens ou etats-generaux (em francês). [S.l.]: Aux dépends de la compagnie. p. 147 
  6. Patrick J. Geary, Phantoms of Remembrance: Memory and Oblivion at the End of the First Millennium (1994), p. 151.
  7. Laurent Theis, Robert le Pieux, Librairie Acédémique Perrin, 1999, p. 76.
  8. Adalberão de Laon. Poème au roi Robert. [S.l.: s.n.] 
  9. Wyard, Robert (1858). Histoire de l'Abbaye de Saint-Vincent de Laon ... publieé, annotée et continuée par l'abbé Cardon, et l'abbé A. Mathieu (em francês). [S.l.: s.n.] 

Ligações externas

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