Aires Jácome Correia
Aires Jácome Correia | |
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Nascimento | 9 de agosto de 1882 Lisboa |
Morte | 21 de outubro de 1937 Genebra |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | latifundiário |
Aires Jácome Correia (Lisboa, 9 de agosto de 1882 — Genebra, 21 de outubro de 1937), 2.º conde e primeiro e único marquês de Jácome Correia, foi um rico proprietário da cidade de Ponta Delgada, nos Açores. Destacou-se também como historiador e homem de múltiplos interesses, sempre ao serviço da comunidade onde tinha raízes sua família paterna.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de Pedro Jácome Correia, 1.º conde de Jácome Correia, e de Libânia Amélia Ferreira, descendia por parte de pai de ilustres famílias micaelenses. Casou nas Furnas, aos 15 de novembro de 1917, com Joana de Chaves Cymbron Borges de Sousa (Espinho, 7 de setembro de 1894 – Ponta Delgada, 24 de maio de 1990). Tiveram duas filhas: Margarida Vitória e Maria Josefa Gabriela.
Herdeiro de uma grande fortuna e um dos maiores proprietários fundiários da ilha de São Miguel, notabilizou-se pela sua acção de mecenas e historiador. Profundamente culto, abordou nos seus escritos os mais diversos temas relacionados com a vida do arquipélago, empenhando-se a par com o seu primo José do Canto, outro importante vulto da ilha de São Miguel, no desenvolvimento cultural e económico da sua terra.
Também teve destacado envolvimento na vida política açoriana, tendo, na tradição familiar, tentado liderar o Partido Regenerador do Distrito de Ponta Delgada na fase final do regime monárquico, embora sem grande êxito.[1]
Apaixonado pelas artes foi grande protector de diversos artistas açorianos, nomeadamente na decoração do seu palácio em Ponta Delgada, o Palácio de Santana, hoje sede da Presidência do Governo dos Açores, feita à feição regionalista, movimento intelectual e político a que pertenceu na década de 1920.[1]
Herdou o título de conde de Jácome Correia, por verificação de segunda vida, sendo elevado a marquês, com o título de Marquês de Jácome Correia criado em 31 de Outubro de 1901 por D. Carlos I, rei de Portugal, a seu favor.[1] O título foi concedido na sequência da visita da família real portuguesa às ilhas, realizada em julho de 1901, durante a qual o casal real foi hospedado por Aires Jácome Correia durante a sua permanência em Ponta Delgada.
Fundou e dirigiu a Revista Michaelense, que se publicou entre 1918 e 1921, na qual incluiu numerosa colaboração pessoal, da qual se destaca o estudo sobre a revolução liberal de Ponta Delgada (de 1821). Apoiou financeiramente a publicação do Arquivo dos Açores, nomeadamente a impressão dos volumes XIII e XIV (1920-1927) e foi o delegado em Lisboa da Comissão Distrital da polémica Comemoração do V Centenário do Descobrimento dos Açores (1932).[1]
Publicações
[editar | editar código-fonte]Deixou publicada uma vasta obra sobre a história dos Açores, que inclui:
- (1920-21), "História Documental da Revolução de 1821 na Ilha de S. Miguel para a separação do governo da Capitania-Geral da ilha Terceira". Revista Michaelense, III-IV, 1920-1921.
- A Ilha da Madeira, Impressões e Notas. Coimbra, Imp. da Universidade, 1922.
- Leituras sobre a História do Vale das Furnas. Ponta Delgada, Artes Gráficas, 1924.
- História da Descoberta das Ilhas. Coimbra, Imp. da Universidade, 1926.
- Discussão Historica das Medidas Geographicas no século XVI. Lisboa, 1930.
- No V Centenário do Descobrimento dos Açores. Ponta Delgada, Artes Gráficas, 1932.