Bule-Bule
Bule-Bule | |
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Nascimento | 22 de outubro de 1947 Antônio Cardoso |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | escritor, poeta |
Distinções | |
Antônio Ribeiro da Conceição, conhecido por seu pseudônimo/nome artístico Bule-Bule (Antônio Cardoso, 22 de outubro de 1947), é um músico, repentista, escritor e poeta brasileiro.
Autor de obras de cordel, Bule-Bule é considerado um mantenedor das tradições musicais sertanejas da Bahia, tais como o samba sertanejo, o coco e outros ritmos típicos que sua ascendência africana fizeram desde cedo conviver.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Seu pai era Manoel Muniz, dançarino da tirana e sambador (falecido em 1996 aos 81 anos de idade),[1] apelidado "Manoel Jararaca", e de Isabel Ribeiro da Conceição que era doceira, louceira, benzedeira e parteira.[2]
Bule-Bule mudou-se para Salvador, onde passou a apresentar-se em shows e praças públicas. Veio a gravar a primeira vez somente no ano de 1979, num LP coletivo.[1]
Diabético, Bule-Bule exercia a gerência de cultura na cidade de Camaçari quando em 2008 sofreu um acidente com o moto-táxi que o levava ao trabalho, forçando-o a ficar muito tempo em repouso. Mesmo assim o artista planejava o lançamento do próximo CD, uma homenagem a seu pai, e com trabalhos de outros artistas e compositores, intitulado Recordando Manoel Muniz.[3]
Casado com Gina, mora na cidade de Camaçari; sua saúde fragilizada o levou à insuficiência renal com sessões de hemodiálise até 2017, quando fez um transplante de rim.[2]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]No ano de 1993 recebeu o título de cidadão honorário da capital baiana, pela então prefeita Lídice da Mata.[1]
Em 2008 recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural.[2]
Em 2017, ao lado do histórico cordelista Leandro Gomes de Barros e de Geraldo Amâncio, foi homenageado pela Bienal Internacional do Livro do Ceará.[2]
Trabalhos
[editar | editar código-fonte]Tem músicas suas gravadas por outros cantores populares baianos, como Gereba.[4]
Seus repentes e cordéis muitas vezes passam pelo lirismo, mas não abandonam a crítica às injustiças sociais e ao sistema, como em obras que publicou nos anos 1970, durante a ditadura militar, em que clamava por liberdade.[1] Eclético, fez show com a banda BaianaSystem e seu vocalista Russo Passapusso declarou: “Bule Bule representa o processo de incorporação da música na própria pessoa. Ele é a própria arte. Quando você o vê, enxerga regiões e épocas. Está tudo dentro de sua fala. E quando você tem uma participação como essa no palco, é esse o legado: um entendimento de raiz”.[2]
Excertos
[editar | editar código-fonte]Samba que não tem viola
Não tem pandeiro e cachaça
Não é samba
É reunião de crente– Bule Bule in: Samba que não tem viola[1]
Ao contrário da imagem quase generalizada do sertão como uma terra árida, a realidade vivida pelo artista foi diferente, e foi isso que registrou:
O inverno tá maneiro
Tem riacho dando nado
cartoze vacas das minhas
Dero cria mês passado
A fartura tá matando
Sertanejo impanzinado– Bule Bule[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g «Bule-Bule: o cantador do samba rural baiano». Facom Ufba. Consultado em 6 de maio de 2010. Cópia arquivada em 6 de março de 2001
- ↑ a b c d e Eron Rezende (1 de maio de 2017). «Vida de Rima». A Tarde. Consultado em 23 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2020
- ↑ Lessa, Claudia (26 de maio de 2008). «Bule-Bule se recupera para o São João». A Tarde. Consultado em 6 de maio de 2010
- ↑ «verbete "Gereba"». Dicionário Cravo Albin de MPB. Consultado em 6 de maio de 2010
Ligações externas
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