Paço de Sobre-Ribas
Palácio de Sobre-Ribas | |
---|---|
Vista do Palácio de Sobre-Ribas | |
Tipo | palácio, património cultural, torre |
Estilo dominante | Manuelino |
Construção | 1514 |
Património de Portugal | |
Classificação | Monumento Nacional |
DGPC | 70531 |
SIPA | 2787 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Almedina |
Coordenadas | 40° 12′ 34″ N, 8° 25′ 42″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Palácio de Sobre-Ribas, também referido como Paço de Sub-Ripas e Casa de Sub-Ripas, localiza-se na freguesia de Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu), município de Coimbra, distrito de Coimbra, em Portugal.[1]
Destaca-se por ser um raro e curioso exemplar de moradia manuelina no Distrito.
O Palácio de Sobre-Ribas está classificado como Monumento Nacional desde 1910.[2]
História
[editar | editar código-fonte]A Casa de Sobre-Ribas foi construída, como o primitivo nome indica, na vertente escarpada de uma ribeira, "sobre a riba". A sua edificação aproveitou uma das torres da antiga cerca medieval da cidade, aproximadamente a meia altura da sua encosta mais extensa, voltada para o curso do rio Mondego.
É constituído por dois corpos distintos: a Casa de Cima, ou Casa do Arco, voltada a Leste da rua, e a Casa de Baixo ou Casa da Torre.
Encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 136, de 23 de Junho de 1910.
Nos nossos dias, a Casa de Baixo pertence ao Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e a Casa de Cima é propriedade privada[3].
Características
[editar | editar código-fonte]A Casa de Cima é a mais antiga e apresenta estilo manuelino, tendo sido edificada em 1514 por João Vaz. Foi estendida ao lado oposto, com ligação por arco passadiço em 1542–1547, em estilo renascentista.
A fachada principal da Casa de Baixo é valorizada por um portal com uma rica decoração naturalista (torcidos, calabre com nós, corrente com anéis decrescentes) que se inscreve no manuelino naturalista de Marcos Pires, cujo expoente máximo é o portal manuelino da Capela de São Miguel da Universidade de Coimbra.
Para além da porta manuelina e janelas da mesma tipologia, as paredes dos edifícios encontram-se decoradas com dezenas de baixos-relevos renascentistas com bustos de guerreiros, fidalgos, damas, figuras míticas e bíblicas, procedentes da oficina do escultor João de Ruão, que se situava na rua do Colégio Novo. Destaca-se ainda, no interior da casa, o pátio à italiana.
Construída na vertente escarpada de uma ribeira é o resultado de sucessivas remodelações quinhentistas. Divide-se em dois blocos: a chamada Casa de Cima ou Casa do Arco de arquitetura manuelina e renascentista, e a Casa de Baixo ou Casa da Torre, de arquitetura militar, civil, gótica e manuelina. Este conjunto habitacional é considerado monumento nacional desde 1910. A Casa de Cima é a mais antiga e apresenta estilo manuelino, tendo sido edificado em 1514 por João Vaz. Foi estendida ao lado oposto, com ligação por arco passadiço em 1542–1547, em estilo renascentista[4].
A construção fez-se aproveitando provavelmente edifícios ou paredes existentes, dispondo-se irregularmente por vários pisos numa superfície trapezoidal no sentido aproximado de nascente para poente[4]. A fachada principal da Casa de Baixo é valorizada por um portal com decoração naturalista (torcidos, calabre com nós, corrente com anéis decrescentes) que se inscreve no manuelino naturalista. Para além da porta manuelina e janelas da mesma tipologia, as paredes dos edifícios encontram-se decoradas com dezenas de baixo-relevos renascentistas com bustos de guerreiros, fidalgos, damas, figuras míticas e bíblicas, procedentes da oficina do escultor João de Ruão.[4]
Nos anos 80, a Casa de Baixo foi intervencionada pela antiga Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), tendo estes trabalhos incluído a picagem e remoção do revestimento e a execução de novos rebocos[5] Os revestimentos exteriores dos panos da fachada da Casa Sub-Ripas são em fingidos de pedra, sobretudo os da Casa de Cima. O fingimento da estereotomia da alvenaria de pedra apresenta um padrão retangular com 80 a 120 cm de largura por 40 cm de altura e a simulação das juntas é conseguida através de um barramento de cal aplicado sobreposto ao reboco.[5]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Ficha na base de dados SIPA
- ↑ Ficha na base de dados da DGPC
- ↑ «Universidade de Coimbra - Instituto de Arqueologia - História». www.uc.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2023
- ↑ a b c DGPC,s.d. a; Oliveira, 2003
- ↑ a b Oliveira,2003; Providência et al., 2012a)
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Oliveira, L., 2003; Bonifácio, H., 1991, Casa de Sub-Ripas/Paço de Sub-Ripas/ Paço de Sobre-Ribas. Inventário de Património Arquitectónico, SIPA [Base de dados] disponivel em http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA. aspx?id=2787
- DGPC, s.d. a, Paço de Sub-Ripas. Património Cultural, DGPC [Base de dados] Disponível em http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio--imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/ view/70531 [consulta 10-12-2014]