Le città invisibili
Le città invisibil | |
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As cidades invisíveis | |
Autor(es) | Italo Calvino |
Idioma | italiano |
País | Itália |
Género | Romance |
Lançamento | 1972 |
Páginas | 176 |
ISBN | 978-858-08-6302-4 |
Edição portuguesa | |
Tradução | José Colaço Barreiros |
Editora | D.Quixote |
Lançamento | 1993 |
Páginas | 174 |
ISBN | 972-695-171-2 |
Edição brasileira | |
Tradução | Diogo Mainardi |
Editora | Companhia das Letras |
Lançamento | 1990 |
Páginas | 150 |
As cidades invisíveis é um romance do escritor italiano Italo Calvino, publicado em 1972. Em suas 150 páginas, o autor usa linguagem estudada, que é moldada em um jogo combinatório.[1]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Nesta obra, o autor apresenta as cidades e a memória, as cidades e o desejo, as cidades e as cidades delgadas, as cidades e as trocas e outras cidades. Apresentado em 150 páginas de magia, geometria, conceitos geográficos que se tornam símbolo complexo e inesgotável da existência humana. Cidades únicas por serem abordadas com leveza, multiplicidade, exatidão.
A analogia entre as viagens de Marco Polo ao Oriente e seus diálogos com o imperador Kublai Khan criam uma ficção de interpretações atuais e vibrantes. As surpresas e ideias contidas nas entrelinhas fascinam a leitura, caracterizada por uma visão não apenas geométrica e racional do espaço urbano mas intensamente subjetiva e reflexiva. As diversas cidades de nomenclatura feminina são assistidas por sua essência e indagações pertinentes às várias funções urbanas para a existência humana.
Estrutura
[editar | editar código-fonte]Ao longo de nove capítulos, Marco Polo descreve um total de 55 cidades,[2] todas elas possuem nomes femininos. As cidades estão divididas em 11 grupos temáticos, cada um contendo 5 cidades.
Sob o olhar da área da Arquitetura e do Urbanismo, segundo o arquiteto Evandro Ziggiatti Monteiro, "para cada um dos onze grupos de cidades espalhadas pelo livro há uma questão central que liga e permeia a descrição das cidades de cada grupo, e há, ao mesmo tempo, uma senda individual para cada cidade, que é a forma como ela lida com aquela questão": [3]
- “As cidades e o nome”: identidade e sentido de lugar
- “As cidades e a memória”: a presença do sítio e a influência do passado
- “As cidades e o desejo”: a motivação inconsciente e a ação sobre a memória
- “As cidades e os símbolos”: a linguagem da subconsciência coletiva e a imagem da cidade
- “As cidades delgadas”: a busca pelo desprender da terra, a negação da imobilidade
- “As cidades e as trocas”: as relações entre os habitantes
- “As cidades e os olhos”: a visão individual e os engodos
- “As cidades e os mortos”: engessamento, ciclo, fim de ciclo
- “As cidades ocultas”: a natureza humana e sua dualidade
- “As cidades contínuas”: antropofagia, destruição do meio
- “As Cidades e o Céu”: o ideal de perfeição e o cosmos
Há um rigor matemático na maneira em que os grupos temáticos são percorridos ao longo do livro[4][5][6] (a mesma matriz é vista em outro arranjo na página 52 desta dissertação de mestrado).[7] A matriz a seguir mostra a ordem de aparição das cidades bem como o grupo a qual cada cidade pertence.
Capítulo | Memórias | Desejos | Símbolos | Delgadas | Trocas | Olhos | Nomes | Mortos | Céu | Contínuas | Ocultas |
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1 | Diomira | ||||||||||
Isidora | |||||||||||
Doroteia | |||||||||||
Zaíra | |||||||||||
Anastácia | |||||||||||
Tamara | |||||||||||
Zora | |||||||||||
Despina | |||||||||||
Zirma | |||||||||||
Isaura | |||||||||||
2 | Maurília | ||||||||||
Fedora | |||||||||||
Zoé | |||||||||||
Zenóbia | |||||||||||
Eufêmia | |||||||||||
3 | Zobeide | ||||||||||
Ipásia | |||||||||||
Armila | |||||||||||
Cloé | |||||||||||
Valdrada | |||||||||||
4 | Olívia | ||||||||||
Sofrônia | |||||||||||
Eutrópia | |||||||||||
Zemrude | |||||||||||
Aglaura | |||||||||||
5 | Otávia | ||||||||||
Ercília | |||||||||||
Bauci | |||||||||||
Leandra | |||||||||||
Melânia | |||||||||||
6 | Esmeraldina | ||||||||||
Fílide | |||||||||||
Pirra | |||||||||||
Adelma | |||||||||||
Eudóxia | |||||||||||
7 | Moriana | ||||||||||
Clarisse | |||||||||||
Eusápia | |||||||||||
Bersabeia | |||||||||||
Leônia | |||||||||||
8 | Irene | ||||||||||
Argia | |||||||||||
Tecla | |||||||||||
Trude | |||||||||||
Olinda | |||||||||||
9 | Laudômia | ||||||||||
Perínzia | |||||||||||
Procópia | |||||||||||
Raíssa | |||||||||||
Ândria | |||||||||||
Cecília | |||||||||||
Marósia | |||||||||||
Pentesileia | |||||||||||
Teodora | |||||||||||
Berenice |
Em cada capítulo há uma seção de introdução e encerramento marcada por diálogos entre Khan e Marco e que funcionam como uma espécia de moldura. As descrições das cidades ocorrem entre essas seções.
Prêmios
[editar | editar código-fonte]O livro "As cidades invisíveis" recebeu do prêmio Jabuti na categoria de Melhor "Produção Editorial Obra Coleção", no ano de 1993.[8]
Ilustração
[editar | editar código-fonte]Existem projetos de vários artistas ao redor do mundo que buscam ilustrar em imagens as cidades imaginadas por Ítalo Calvino e descritas em palavras no livro. Um deles é o da arquiteta Karina Puente, que pode ser visto no site ArchDaily;[9] e outro, do também arquiteto Evandro Ziggiatti Monteiro, disponível no site Vitruvius.[3]
Referências
- ↑ Alves, Luiz Roberto (2015). «A cidade invisível, de Calvino: os modos de organizar e visibilizar o vivível». Estudos Avançados: 327–340. ISSN 0103-4014. doi:10.1590/S0103-40142015008500022. Consultado em 1 de abril de 2023
- ↑ «As Cidades Invisíveis». vestibular.uol.com.br. Consultado em 1 de abril de 2023
- ↑ a b «resenhasonline 085.02: Cidades invisíveis visitadas. Uma leitura de Ítalo Calvino para compreender a paisagem urbana | vitruvius». vitruvius.com.br. Consultado em 1 de abril de 2023
- ↑ FUX, Jacques. A matemática de Calvino, Roubaud, Borges e Perec. Rev. Let., São Paulo, v.50, n.2, p.285-306, jul./dez. 2010.
- ↑ FINO, Francisco Saraiva. ARAÚJO, João. As Cidades, Os Castelos e a Onda – Imagens, Diagramas e Metáforas entre Calvino, Escher e Bohr. Lisboa: Fim de Século, 2010, 152 pp. ISBN – 978-972-754-274-1. Niterói, n. 33, p. 341-346, 2. sem. 2012.
- ↑ Elias, Alice (20 de janeiro de 2023). «"As Cidades Invisíveis", de Ítalo Calvino, é publicado». FFLCH. Consultado em 1 de abril de 2023
- ↑ Disponível em: http://portal.unemat.br/media/files/Dissertacao_final-Luana%20Raquel%20da%20Silva%20Coimbra.pdf. Acesso em: 01-04-2023.
- ↑ «As cidades invisíveis - Italo Calvino - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 1 de abril de 2023
- ↑ AD Editorial Team. "As Cidades Invisíveis" de Italo Calvino ilustradas por Karina Puente. ArchDaily. Trad. Romullo Baratto. Publicado em 11 de Julho de 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/805800/as-cidades-invisiveis-de-italo-calvino-ilustradas-por-karina-puente. Acesso em: 01-04-2023.