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Assassinato de Daniel Henrique Mariotti

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Assassinato de Daniel Henrique Moriotti
Local do crime Linha Amarela, altura do viaduto da Avenida dos Democráticos, Rio de Janeiro
Data 5 de janeiro de 2019
Tipo de crime assassinato
Arma(s) arma de fogo
Vítimas Daniel Henrique Moriotti
Réu(s) William Sousa Guedes e Diego Silva de Jesus Carlos

O policial militar Daniel Henrique Mariotti foi morto em 5 de janeiro de 2019 após seu batalhão tentar reagir ao assalto de uma van na Linha Amarela, Rio de Janeiro. Seu assassinato gerou repercussões políticas e as polícias do Rio lançaram uma operação em diversas favelas, onde foi apreendido mais de uma tonelada de drogas. Diego Silva de Jesus Carlos e William Sousa Guedes, acusados do assassinato, foram presos em 2019 e em 2024, respectivamente.

Em 5 de janeiro de 2019, o 22º Batalhão da Polícia Militar estava se deslocando pela Linha Amarela, altura do viaduto da Avenida dos Democráticos, quando se depararam com criminosos armados roubando uma van. Os criminosos atiraram contra os policiais, atingindo Daniel Henrique Mariotti, de 30 anos. A van foi encontrada insinerada em Manguinhos.[1] Poucas horas antes de ser baleado, Mariotti sentiu-se nostálgico por estar ouvindo uma canção religiosa e enviou uma mensagem para o pai agradecendo por sua criação.[2]

Mariotti foi levado ao Hospital Geral de Bonsucesso e passou por cirurgia, mas não resistiu. Ele foi enterrado no dia 6 no Cemitério Jardim da Saudade, Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Ele foi o primeiro policial assassinado no Brasil em 2019.[3][4] O Governo do Rio de Janeiro confirmou que o hospital não tinha nenhum neurocirurgião quando Mariotti foi internado. A informação foi negada pela instituição, porém funcionários entrevistados pela TV Globo confirmaram que não havia neurocirurgiões durante os fins de semana há alguns anos.[5]

Em seu enterro, estavam o governador Wilson Witzel, o senador Flávio Bolsonaro, o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, e o vice-governador Cláudio Castro. Na ocasião, Witzel prometeu "aniquilar e asfixiar" o crime organizado.[3] O presidente Jair Bolsonaro prestou condolências pela morte pelo Twitter.[6] Camila Mariotti, viuva de Daniel, postou em seu Facebook um relato da saudade que seu filho de 2 anos sentia do pai.[7]

Operações e prisões

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Um dia após sua morte, as polícias do Rio deflagaram operações nas favelas do Arará, Mandela, Manguinhos, Morar Carioca, Bandeira 2 e CCPL, que contaram com apoio de helicóptero e carro blindado. Os policiais foram recebidos com rajadas de tiros.[8][9] Participaram o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, que conta com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), Batalhão de Ações com Cães (BAC), Grupamento Aeromóvel (GAM), 3º BPM (Méier), 16º BPM (Olaria), 22º BPM (Maré), a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil e delegacias especializadas. Quatro pessoas foram presas, foram recuperadas uma carga de duas caixas de medicamentos, duas caixas contendo cerca de mil cartões de operadora de telefonia, 18 purificadores de água e 30 caixas contendo frascos de cloreto de sódio e uma moto roubada e foram apreendidos mais de uma tonelada de drogas.[10][11]

No dia 7, a Polícia Civil identificou os dois homens responsáveis pela morte como William Sousa Guedes e Diego Silva de Jesus Carlos, ambos sendo parte do tráfico de drogas na Favela de Manguinhos. O Portal dos Procurados divulgou um cartaz com recompensa de R$ 5 mil por informações de ambos.[6]

Em 19 de janeiro, a Polícia Militar prendeu um homem em Realengo suspeito de ser o motorista da dupla de assaltantes. Ele foi ouvido e liberado logo em seguida.[12] Em 4 de novembro, uma ação da Coordenadoria de Polícia Pacificadora com o Grupamento de Intervenções Táticas e as Unidades de Polícia Pacificadora locais prendeu Diego Silva junto com outras duas pessoas.[13] Guedes foi preso em 3 de junho de 2024, em operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).[14]

Referências

  1. «Morre PM baleado ao tentar impedir assaltos na Linha Amarela». G1 Rio. 5 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  2. Sara Alves (6 de janeiro de 2019). «PM enviou mensagem para o pai horas antes de morrer no RJ: "Te amo"». Metrópoles. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  3. a b Marco Antônio Martins (6 de janeiro de 2019). «Em enterro de PM, Witzel promete 'aniquilar e asfixiar' o crime organizado». G1 Rio. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  4. «Corpo de PM morto na Linha Amarela é velado em Sulacap, na Zona Oeste do Rio». O Dia. 6 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  5. «Hospital para onde soldado foi socorrido não tinha neurocirurgião, diz Governo do RJ; unidade nega». TV Globo. 6 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 – via G1 
  6. a b «Polícia Civil identifica dupla suspeita de matar policial militar na Linha Amarela». G1 Rio. 8 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  7. «Viúva de PM morto posta recado do agente para o filho e faz desabafo sobre o caso». G1 Rio. 7 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  8. «Polícia faz operação no Rio para prender responsáveis por morte de PM». Metrópoles. 6 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 – via Agência Brasil 
  9. Henrique Coelho (6 de janeiro de 2019). «Quatro são presos em operação conjunta para localizar assassinos de PM; há confronto». G1 Rio. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  10. «Polícias Militar e Civil fazem operação para encontrar assassino de PM». O Dia. 6 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  11. «Polícia apreende mais de uma tonelada de drogas em operação na comunidade de Manguinhos». O Dia. 6 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 
  12. «Suspeito de ser o motorista dos traficantes que mataram o PM Daniel Henrique Mariotti é preso e liberado em seguida». O Globo. 19 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 30 de janeiro de 2019 
  13. «RJ: Suspeito de matar PM, 'Problemático de Manguinhos' é preso». IstoÉ. 4 de novembro de 2019. Consultado em 8 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2024 – via O Dia 
  14. «Chefe do tráfico no Morro São João, no Engenho Novo, é preso pela polícia no Jacarezinho». O Globo. 3 de julho de 2024. Consultado em 11 de julho de 2024. Cópia arquivada em 11 de julho de 2024