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Atlas (mitologia)

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(Redirecionado de Atlante (mitologia))
Atlas
divindade dos céus e da astronomia

Atlas na fachada do Palácio de Linderhof
Morada Montanhas do Atlas
Símbolo Esfera celestial
Cônjuge(s) Pleione
Pais Jápeto e Ásia
Irmão(s) Prometeu, Epimeteu e Menoécio
Filho(s) Plêiades e hespérides

Atlas (em grego: Άτλας), também chamado Atlante, na mitologia grega, é um dos titãs condenado por Zeus a sustentar os céus para sempre.[1]

Era casado com Pleione, com a qual teve sete filhas conhecidas como Plêiades, bem como sete filhas que eram ninfas, as hespérides.[2]

Embora associado com vários lugares, ele tornou-se comumente identificado com a cordilheira do Atlas, no noroeste da África (atual Marrocos, Argélia e Tunísia).[3]

Atlas era filho do titã Jápeto e da oceânide Ásia.[4][5][nota 1] Atlas é filho de Jápeto, filho de Urano e Gaia[8] e irmão de Prometeu, Epimeteu e Menoécio.[9] Segundo Pseudo-Apolodoro, a sua mãe era Ásia,[9] filha de Oceano e Tétis.[10]

"Atlas", Museu Arqueológico Nacional de Nápoles

A etimologia do nome Atlas é incerta. Virgílio traduzia a etimologia de nomes gregos, combinando-os com adjetivos que os explicavam: para Atlas, o adjetivo é durus ("duro"),[11] o que sugeriu a George Doig[12] que Virgílio tinha ciência que o termo grego τλῆναι significa "endurecer"; Doig oferece a possibilidade adicional que Virgílio conhecesse a citação de Estrabão de que o nome nativo norte-africano da cordilheira do Atlas era Duris. Uma vez que os montes Atlas estão na região habitada pelos berberes, foi sugerido que o nome tenha sido tomado de uma das línguas berberes, especificamente ádrār "mountanha".[13]

Tradicionalmente, linguistas históricos consideram a etimologia da palavra grega Ἄτλας (genitivo: Ἄτλαντος) como a junção de α- e a raiz proto-indo-europeia *telh₂- ("suportar") (também τλῆναι), e que formatado como um nt-stem.[14] Porém Robert Beekes argumenta que não pode esperar-se que esse antigo titã carregue um nome indo-europeu, e que a palavra é de origem pré-grega, e que tais palavras frequentemente terminam em -ant.[14]

Juntando-se a outros titãs, forças do caos e da desordem pretendiam alcançar o poder supremo e atacaram o monte Olimpo, combatendo ferozmente Zeus e seus aliados, que eram as energias do espírito, da ordem e do Cosmos. Zeus triunfou e castigou seus inimigos - que eram escravos da matéria e dos sentidos, inimigos da espiritualização, lançando-os ao Tártaro.

Porém, para Atlas, deu-lhe o castigo de sustentar para sempre nos ombros o céu. Seu nome passou a significar "portador" ou "sofredor". Assim punido, passou a morar no país das hespérides, as três ninfas do Poente: Eagle, Eritia, Hesperatetusa.

Nas terras das hespérides, ninfas do poente, estavam plantadas as maçãs de ouro, que tinham sido o presente de casamento oferecido pela Terra nas bodas de Zeus e Hera. A deusa as plantara no jardim dos deuses e, para proteger a árvore e os frutos, deixara sob a guarda de um dragão de cem cabeças e das três ninfas do poente.

Héracles em seus doze trabalhos fora incumbido de trazer as maçãs de ouro, porém soube que somente Atlas conseguiria colhê-las. Héracles se propôs a segurar o céu enquanto Atlas colhia as maçãs, porém sem o peso em seus ombros, buscava entregar pessoalmente a Euristeu e deixar Héracles eternamente segurando os céus. Porém, Héracles suspeita, pedindo-lhe para voltar a segurar o céu rapidamente para ajeitar sua capa aos ombros, enquanto atlas deixava as maçãs de lado, assim, conseguindo. Tempos futuros, foram construídos os pilares de Héracles, assim libertando Atlas de seu fardo, assim como libertou Prometeu de sua condenação.

Atlas passou a ser o guardião dos Pilares de Héracles, sobre os quais os céus foram colocados, e que também eram a passagem para o lar oceânico de Atlântida - o estreito de Gibraltar, e por isso toda a cordilheira do norte da África recebeu o nome de Cordilheira de Atlas. Tornou-se o primeiro rei de Atlântida, e por ser o senhor das águas distantes, além do mar Mediterrâneo, seu nome foi utilizado para designar o oceano Atlântico.

Casou-se com Pleione, tendo sete filhas, as Plêiades: Alcíone, Maia, Electra, Mérope, Taigete, Celeno e Astérope. Por conhecer o caminho das terras distantes, na cartografia passou a representar a coleção de mapas da Terra. E por ter sustentado o céu, deu-se o nome de Atlas à primeira vértebra da coluna cervical - uma referência ao peso gigantesco a que fora condenado a suportar.

O mito de Atlas representa o peso das dificuldades cotidianas que pesam sobre nossos ombros e, embora possamos considerar que sejam pesados demais, o que está sobre Atlas, a primeira vértebra da coluna cervical, é apenas a nossa cabeça, que guarda a nossa mente.

O mito está relacionado ao excesso de incumbências, obrigações, tarefas que aceitamos e não obedecemos a um limite, e nem resguardamos um espaço para atividades relaxantes. Cremos que podemos carregar o mundo nas costas, o que pode causar danos físicos e psicológicos. O complexo de Atlas é uma das doenças relacionadas ao estresse da vida moderna.

Notas

  1. Como irmã de Tétis, Hesíodo lhe chama como Clímene [6] mas a Biblioteca em vez disso lhe dá o nome Ásia,[7] assim como Lycophron (1411). É possível que o nome Ásia tenha se tornado preferido em relação ao Clímene de Hesíodo para evitar confusão como o que deve ser uma outra oceânide chamada Climene, que era mãe de Faetonte por Hélios em alguns relatos.

Referências

  1. «Os Principais Deuses Gregos - Deuses Gregos - Mundo Educação». Mundo Educação 
  2. William Smith, A Dictionary of Greek and Roman biography and mythology "Atlas"
  3. Smith. «Atlas». Consultado em 26 de fevereiro de 2013 
  4. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca i.2.3.
  5. Hesíodo (Teogonia 359
  6. Hesíodo (Teogonia 507
  7. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca 1.8
  8. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.1.3 [em linha]
  9. a b Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.2.3
  10. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.2.23
  11. Eneida iv.247: "Atlantis duri" e outros; ver Robert W. Cruttwell, "Virgil, Aeneid, iv. 247: 'Atlantis Duri'" The Classical Review 59.1 (May 1945), p. 11.
  12. George Doig, "Vergil's Art and the Greek Language" The Classical Journal 64.1 (October 1968, pp. 1-6) p. 2.
  13. Estrabão, 17.3;
  14. a b Beekes, Robert; van Beek, Lucien (2010). «Etymological Dictionary of Greek». Brill. 1: 163 

Ligações externas

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