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Der Blaue Reiter

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Der Blaue Reiter ("O Cavaleiro Azul") foi um grupo de artistas da Neue Künstlervereinigung München, em Munique, Alemanha. De inspiração expressionista, o grupo formou-se em 1911, a partir de emigrantes russos e alemães. Dele, os principais integrantes foram Wassily Kandinsky, Alexej von Jawlensky, Franz Marc, August Macke, Paul Klee e Marianne von Werefkin. O movimento expressionista Der Blaue Reiter ocorreu em 1911 até 1914, juntamente com Die Brücke (A Ponte), fundado no ano de 1905, em Dresden.[1] Ambos foram os mais importantes movimentos do expressionismo alemão.

Características

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Cavalos vermelho e azul, de Franz Marc (1912).

Opunha-se ao cubismo, do qual reconhece a ação renovadora mas contesta o fundamento racionalista e implicitamente realista.

Pretendia ver a Natureza e o Ser Humano a partir das experiências, sensações e sentimentos individuais, mas com um sentido universal, para a construção de uma arte pessoal, fundada na meditação que, tal como disse Kandinsky (fundador e idealizador do grupo), nascesse da necessidade interior.

Sem um programa preciso, mas com uma orientação decididamente espiritualista, Der Blaue Reiter editou uma revista, Almanach der Blaue Reiter, datada de 1912, e organizou diversas exposições. O almanaque foi uma importante afirmação da intenção artística do grupo, que aspirava criar uma nova imagem da história da arte. Incluía ensaios sobre várias linguagens, como um sobre música e texto escritos por David Burliuk, além de pinturas de artistas de Der Blaue Reiter. O material também mostrava o interesse do grupo pelo misticismo. Em suma, os trabalhos de Kandinksy, Mac e Macke, expoente do grupo, declaravam uma crença na eficácia simbólica e psicológica da arte abstrata.[2]

A primeira exposição, entre dezembro de 1911 e janeiro de 1912, ocorreu na galeria Thannhauser, em Munique. Depois ela inaugurou a Sturm-Galeria, em Berlim, e foi vista em Colônia, Hagen e Frankfurt. As obras dos artistas de O Cavaleiro Azul foram complementadas pelas de vários outros, incluindo Heinrich Campendonk, Elizabeth Epstein, J. B. Niestlé, Eugen Kahler, Albert Bloch, os russos David e Vladímir Burliuk, o francês Robert Delaunay e Henry Rousseau, além de trabalhos do austro-húngaro Schönberg.[2]

A segunda exposição, ocorrida entre fevereiro a abril de 1912, na galeria Goltz, em Munique, foi ainda mais destemida e ambiciosa. Lá estavam reunidos 315 trabalhos — aquarelas, desenhos e gravuras — de autoria de 31 artistas alemães, franceses e russos, incluindo Nolde, Max Pechstein, Ernst Ludwig Kirchner, Heckel, Paul Klee, Alfred Kubin, Hans Arp, Picasso, Georges Braque, Robert Delaunay, Maliêvitch, Michial Lariônov e Natalia Gontcharova.[2]

Essas exposições foram bem recebidas pela classe de artistas, mas foram mal compreendidas por críticos e o público. No prefácio da segunda edição do almanaque, lançado em 1914 (ano de dissolução do grupo), a decepção de Kandinsky fica clara:[2]

Um dos nossos objetivos - na minha opinião, um dos principais - dificilmente foi atingido. Consistia em demonstrar, por meio de exemplos, da justaposição prática e da demonstração teórica, que a questão da forma na arte é secundária, que na arte a questão é algo que diz respeito predominantemente ao conteúdo [...]. Talvez os tempos ainda não estejam maduros para “ouvir” e “ver” neste sentido.[2]

Seu grande objectivo era reunir nestas exposições a vanguarda da arte europeia - artistas alemães, russos, franceses, italianos e outros, superando fronteiras e barreiras nacionais. Era o elemento artístico que deveria preponderar. De qualquer modo seus integrantes sofreram influências dos pintores franceses Cézanne e Matisse.

Almanaque Der Blaue Reiter de 1912, capa de autoria de Wassily Kandinsky.

Como pontos comuns aos principais elementos do grupo, destacam-se: a cor, luminosidade, textura, sentimento, entre muitos outros

  • A dimensão lírica da cor, a claridade e luminosidade, pura e límpida, podendo ser dura/macia, quente/fria, doce/amarga;
  • O dinamismo da forma, sobretudo a sua capacidade de fascinar, a sua magia interna, a sua emoção;
  • A reconquista da pureza da natureza, com tendência emotiva e abstracta da superfície.

O nome Der Blaue Reiter teve origem na paixão de Marc pelos cavalos e no amor de Kandinsky pela cor azul. Para Kandinsky, o azul é a cor da espiritualidade e quanto mais escuro, mais desperta o desejo humano pelo eterno, conforme escreve em seu livro On the Spiritual in Art, (1911). Além disso Kandinsky havia criado uma obra com o mesmo nome (Der Blaue Reiter), em 1903.

Kandinsky relatou em 1930 como o nome do grupo foi escolhido:

Franz Marc e eu escolhemos esse nome enquanto tomávamos café certo dia à sombra no terraço do Sindelsdorf. Nós dois gostávamos do azul, Marc no que dizia respeito aos cavalos, e eu, no que se referia aos cavaleiros. Assim, o nome se impôs naturalmente.

O grupo dissolveu-se com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Franz Marc e August Macke morreram em combate. Kandinsky e Marianne von Werefkin foram obrigados a voltar para a Rússia, em razão da nacionalidade. Também Alexej von Jawlensky teve que fugir e, como alguns outros artistas alemães, refugiou-se em Ascona, Suíça até fim da guerra , quando retornou a Munique. Em 1923 Kandinsky, Feininger, Klee e Alexej von Jawlensky formaram o grupo Die Blaue Vier ("Os Quatro Azuis"), e palestraram juntos nos Estados Unidos em 1924.

Franz Marc, Kandisky, Paul Klee, August Macke, Alexej von Jawlensky, Arnold Schönberg, David Burliuk e Natalia Goncharova.

Referências

  1. Art History, Volume II: 1400-present (em inglês). [S.l.]: Boundless. 2013. ISBN 1940464269. Arquivado do original em 9 de abril de 2014 
  2. a b c d e Dempsey, Amy (2008). Estilos, escolas e movimentos. Guia Enciclopédico da arte moderna. [S.l.]: Cosac Naify. ISBN 978-85-7503-200-8 
  • Argan, Giulio Carlo. "Arte Moderna". 2006, Editora Schwarcz LTDA. São Paulo - SP
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