Bubaque (sector)
Nome local |
Bubaque |
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País | |
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Província |
Província Sul (en) |
Região | |
Coordenadas |
Gentílico |
bubaquense |
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Estatuto |
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Bubaque é uma cidade e sector da região administrativa de Bolama na Guiné-Bissau. Localiza-se na ilha de Bubaque.
Segundo o censo demográfico de 2009 o sector possuía uma população de 11 204 habitantes,[1] sendo que 4 299 habitantes somente na zona urbana da cidade de Bubaque, distribuídos numa área territorial de 1 013,3 km².[2][3]
A cidade de Bubaque é um dos principais centros turísticos guinéu-bissauenses, sendo servida por porto e aeroporto, além de serviços de balsas que permite o acesso rodoviário ao resto da nação.
História
[editar | editar código-fonte]O sector de Bubaque esteve sempre sob a alçada do mais poderoso dos reinos do arquipélago dos Bijagós, o reino de Canhabaque, com capital no vilarejo de Bine, na ilha vizinha de Canhabaque-Roxa.[4]
A primeira vez em que um europeu esteve na ilha foi durante a visita de Vasco da Gama às Bijagós em 1498, sem contudo estabelecer povoamento ou relações comerciais.[4]
Os europeus mantiveram fraca presença na região até 1847, quando os britânicos atacam os vilarejos-tabancas do reino de Canhabaque, inclusive os de Bubaque, forçando o rei António a assinar um documento pelo qual os portugueses ficariam impedidos de negociar no arquipélago dos Bijagós. Em 1853 Bubaque e todas as ilhas do reino de Canhabaque são ocupadas militarmente pelos britânicos, anexando-as à colónia da Gâmbia. A anexação foi perene e, no mesmo ano, as ilhas estão livres novamente. Porém, até o fim da Guiné Britânica (1870), as ilhas estiveram sob influência desta colónia.[4]
O reino permaneceria em paz até 1889, quando Portugal começa a cobiçar as ilhas, promovendo bombardeamentos navais, sem ocupação; em 1900, novamente as ilhas são bombardeadas por canhoneiras, igualmente sem sucesso.[4]
Porém em 1917 houve uma tentativa de invasão para ocupação das ilhas, tomando-se Bubaque porém sendo malfadada justamente na ilha principal, Canhabaque, forçando a retirada lusitana. Os portugueses encontraram resistência armada tenaz dos habitantes bijagós na capital, Bine.[4]
Em 1925 uma enorme expedição militar de lusitanos e nativos é enviada ao território do reino, não conseguindo novamente tomar as ilhas. O objetivo era forçar os habitantes ao pagamento do imposto de palhota.[4]
Somente em 1935 é que o reino e suas ilhas são finalmente subjugados e anexados a Guiné Portuguesa,[4] com os portugueses preferindo construir o posto militar e administrativo em Bubaque, temendo revoltas dos bijagós de Canhabaque. Embora tal precaução, a derrota do reino nativo foi tamanha que o mesmo jamais se reergueu.
Geografia
[editar | editar código-fonte]Bubaque é uma cidade e sector insular que tem como principal e mais povoada ilha a de Bubaque, localizada no arquipélago dos Bijagós; enquanto que Bolama é a capital regional política, dada a sua localização, é Bubaque que responde pela centralização mais geográfica do arquipélago e da região.
Ilhas do sector
[editar | editar código-fonte]O sector de Bubaque compõe-se das seguintes ilhas:
Ilhas | km² | Hab.
(2009)[5] |
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Ilha Bubaque | 6.427 | |
Ilha de Canhabaque/Roxa | 2.478 | |
Ilha de Soga | 842 | |
Ilha de Orangozinho | 706 | |
Ilha de Ganogo | 458 | |
Ilha de Rubane | 165 | |
Ilha de Menegue | 122 | |
Ilha de João Vieira | 6 | |
Total | a) 1.013,3[2] | 11.204 |
a) Superficie do Sector ,antes da criação do Setor de Uno.
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Transportes
[editar | editar código-fonte]A cidade dispõe de um porto de calado mediano com uma ponte-cais[6] e é ligada por balsa a Bissau e a Bolama. A ligação com Bissau por barco demora cerca de 4 horas.[7]
Bubaque possui um dos três aeroportos em funcionamento da nação (os demais são os de Gabu e Bissau), o Aeródromo de Bubaque, recebendo voos esporádicos somente de Bissau.[7]
A cidade de Bubaque é conectada por rodovia à praia do Bruce pela Estrada Local nº 38 (L38). Esta é a principal e mais relevante rodovia do sector.
Comunicações
[editar | editar código-fonte]Entre as operadoras de rádio, há transmissões da Rádio Djan-Djan e da Radio Comunitária dos Bijagós. Os serviços postais, de encomendas e de cargas da cidade e do sector são geridos pelos Correios da Guiné-Bissau.[8]
Educação
[editar | editar código-fonte]A cidade possui um campus-polo da Escola Normal Superior Tchico Té (ENSTT). A ENSTT oferta basicamente licenciaturas.[9]
Cultura e lazer
[editar | editar código-fonte]A cidade dispõe de muitos atrativos naturais e edificados, mas com destaque para as obras arquitetónicas da era colonial, tais como:
- Mercado de Bubaque;
- Caso do Administrador de Bubaque;
- Museu de Bubaque.
Referências
- ↑ «Guinea Bissau Census Data, 2009 - Série Temporal de População Total Residente - Sector de Bubaque». Instituto Nacional de Estatística. 15 de janeiro de 2016. Consultado em 19 de outubro de 2020
- ↑ a b Estudo: Guiné-Bissau. Lisboa: ANEME, 2018.
- ↑ «Boletim Estatístico da Guiné-Bissau: Guiné-Bissau em Números 2015» (PDF). Instituto Nacional de Estatística. 2015
- ↑ a b c d e f g Gomes, Américo. (2012). «História da Guiné-Bissau em datas.» (PDF). Lisboa
- ↑ «Recenseamento geral da população e habitação da Guiné-Bissau: 2009» (PDF). Instituto Nacional de Estatística. 2010
- ↑ «Trilhas Ecoturisticas ,Arquipelagos dos Bijagos». IBAP ,Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas. 2018. Consultado em 21 maio 2018
- ↑ a b Taveira, Helder (31 de março de 2018). «Guiné-Bissau: a beleza do arquipélago dos Bijagós». Jornal Público
- ↑ Lopes, António Soares. (Agosto de 2015). Os media na Guiné-Bissau (PDF). Bissau: Europress / Edições Corubal
- ↑ Onde Estamos: Guiné-Bissau. Instituto Camões. 2020.