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Cãibra

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As cãibras (português europeu) ou câimbras (português brasileiro) são contrações involuntárias de um músculo esquelético. São frequentes durante a noite, ou em exercícios físicos extenuantes, em pessoas que não possuem condicionamento físico adequado.

Podem aparecer em diversas condições clínicas, por exemplo: hipocalcemia (baixos níveis de cálcio no sangue), hipopotassemia (baixos níveis de potássio no sangue) e baixa oxigenação.

Uma das principais causas da cãibra é a acumulação de lactato no tecido, devido a degradação da glicose na ausência de oxigênio (glicólise). Havendo oxigênio suficiente, o lactato é convertido de volta para piruvato e transformado em acetil-CoA e dióxido de carbono, numa reação catalisada por enzimas.

A cãibra ainda é objeto de estudo, mas é certo que o espasmo é de origem nervosa ou neuromuscular. Experimentos de laboratórios têm mostrado que um músculo isolado, levado a "hiperencurtamento", permanece no estado de contração por algum tempo, a menos que seja forçado a se estender novamente. Esta situação está intimamente relacionada à cãibra.

O excesso de eletricidade estática do corpo provoca o desencadeamento das cãibras. O médico e pesquisador italiano Luigi Galvany (1737-1798) em coxas de rã descobriu que músculos e células nervosas eram capazes de produzir eletricidade, que ficou conhecida como então como a electricidade galvânica. Ele demonstrou que a eletricidade estática pode causar contrações musculares involuntárias. No entanto, por definição, uma cãibra é uma contração muscular involuntária.

Prevenção[editar | editar código-fonte]

A cãibra está relacionada à carência de nutrientes no organismo, principalmente o magnésio, encontrado nos vegetais de folhas verdes escuras, como a couve, a rúcula, a escarola, o espinafre, o agrião, nos grãos de feijão, como lentilha, grão-de-bico e o próprio feijão e nos cereais integrais.

São necessárias boas condições de oxigenação para evitar as cãibras. Uma vez sentindo-as, é necessário parar a atividade e respirar profundamente, massageando a área. Existem condições clínicas específicas que levam a cãibras e que devem ser tratadas especificamente por profissionais de saúde, como anemias.

Comer alimentos ricos em potássio, como banana e batata não-descascada, podem ajudar a prevenir as cãibras musculares.[1] Também é recomendável uma boa hidratação com água rica em sais minerais.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Na literatura científica existem, medicamentos[2], suplementos[3], dispositivos [4]e exercícios[5][6] para se evitar e/ou tratar câibras, eliminando carga eletrostática por meios elétricos e/ou metabólicos.

Referências

  1. Ohio State University Extension: News Chow Line: Potassium-rich foods deter muscle cramps
  2. Desforges, Allison D.; Hebert, Chance M.; Spence, Allyson L.; Reid, Bailey; Dhaibar, Hemangini A.; Cruz-Topete, Diana; Cornett, Elyse M.; Kaye, Alan David; Urits, Ivan (março de 2022). «Treatment and diagnosis of chemotherapy-induced peripheral neuropathy: An update». Biomedicine & Pharmacotherapy (em inglês). 112671 páginas. PMID 35104697. doi:10.1016/j.biopha.2022.112671. Consultado em 19 de junho de 2024 
  3. Miwa, Takao; Hanai, Tatsunori; Morino, Kotaro; Katsumura, Naoki; Shimizu, Masahito (março de 2020). «Effect of l-carnitine supplementation on muscle cramps induced by stroke: A case report». Nutrition (em inglês). 110638 páginas. doi:10.1016/j.nut.2019.110638. Consultado em 19 de junho de 2024 
  4. Neto, Sodré Gonçalves de Brito; Siman, Hector Lutero Honorato de Brito; Queiroz, Geraldo Silva (2024). «Evaluation of the Efficiency of the Magicramp<sup>&#174;</sup> Device for Reducing Cramps Resulting from Oncological Treatments: &#8220;Double-Blind, Randomized Clinical Trial&#8221;». Open Journal of Preventive Medicine (05): 110–130. ISSN 2162-2477. doi:10.4236/ojpm.2024.145009. Consultado em 19 de junho de 2024 
  5. Bergeron, Michael F. (julho de 2008). «Muscle Cramps during Exercise-Is It Fatigue or Electrolyte Deficit?:». Current Sports Medicine Reports (em inglês) (Suppl. 1): S50–S55. ISSN 1537-890X. doi:10.1249/JSR.0b013e31817f476a. Consultado em 19 de junho de 2024 
  6. Bordoni, Bruno; Varacallo, Matt; Morabito, Bruno; Simonelli, Marta (3 de junho de 2019). «Biotensegrity or Fascintegrity?». Cureus. ISSN 2168-8184. doi:10.7759/cureus.4819. Consultado em 19 de junho de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]