Parque Estadual do Guartelá
Parque Estadual do Guartelá | |
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Fotografia do cânion Guartelá. | |
Localização | |
País | Brasil |
Estado | Paraná |
Mesorregião | Centro Oriental Paranaense |
Municípios | Tibagi |
Dados | |
Área | 798,97 hectares (8,0 km2) |
Criação | 27 de março de 1992 (32 anos) |
Gestão | IAP |
Coordenadas | |
O Parque Estadual do Guartelá é uma unidade de conservação brasileira, situada no município de Tibagi, na região dos Campos Gerais, na porção centro-leste do estado do Paraná. Foi criado em 27 de março de 1992 por decreto estadual e possui 798,97 hectares de área.[1][2][3]
História
[editar | editar código-fonte]A região do atual Parque foi inicialmente ocupada por grupos indígenas das etnias tupi-guarani e, posteriormente, por índios caingangues.[4] Já em outros momentos recebeu jesuítas, bandeirantes, desbravadores e colonos que contribuíram para antropizar a área e estabelecer a pecuária e a agricultura.[4] Antes da criação da unidade de conservação a área recebeu visitas desordenadas e pressão de caça e pesca predatória, impactando áreas de interesse arqueológico, histórico-cultural e ecológico.[4][5]
A partir da iniciativa de se criar uma área de proteção na região do referido cânion, foi criado o Parque Estadual inicialmente através do Decreto Estadual nº 1229 de 27 de março de 1992, com área de 4.389,8865 hectares.[4] Já com o Decreto Estadual nº 2329 de 24 de setembro de 1996, a área do Parque foi reduzida para a 798,9748 hectares.[4]
Características
[editar | editar código-fonte]O Parque Estadual do Guartelá, está localizado no canyon Guartelá, na Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana, e é considerado o 6.º maior cânion do mundo em extensão, além de ser o único com vegetação nativa.[6][4] O Parque está localizado no Bairro Guartelá de Cima, a cerca de 19 km da cidade de Tibagi e 40 km da cidade de Castro. Tibagi está a cerca de 200 km de Curitiba e está na Região Geográfica Imediata de Telêmaco Borba.[7]
A unidade tem como objetivo proteger a biodiversidade regional, preservando as espécies de fauna e flora, buscando erradicações de espécies exóticas e invasoras, controlar erosões, conservar os mananciais de águas e os demais recursos ambientais,[8] além de realizar atividades educacionais, recreativas, científicas, com parcerias com voluntários, escolas, universidades e outros institutos de pesquisa.[6]
São muitos os atrativos naturais presentes no decorrer do parque. É possível contemplar exemplares de patrimônios espeleológico, devido a importante ocorrência de cavernas. Além do mais, o parque tem também cachoeiras, pinturas rupestres e um ecossistema típico da região. O cânion é cortado pelo rio Iapó, que deságua no rio Tibagi, portanto, está integrado a bacia hidrográfica do rio Tibagi.[6]
Vegetação e fauna
[editar | editar código-fonte]A maior parte da vegetação presente na unidade de conservação é composta por campos, remanescentes de cerrado e florestas com araucárias.[6][8] Os campos formam a vegetação predominante no Parque, intercalando-se com manchas de vegetação arbórea com afloramentos rochosos e ocasionais arvoretas de aspecto retorcido.[8] Os campos limpos ocorrem nos topos das encostas e os campos úmidos desenvolvem-se onde há acumulo de água, próximo a córregos.[8] Onde se acumula água, areia e matéria orgânica desenvolvem-se liquens e uma diversidade de bromélias.[8]
Entre as espécies arbóreas pode ser encontrado desde exemplares endêmicos a raros como, por exemplo, Annona coriacea (araticum-do-campo, marolo), Duguetia furfuracea (imbireira), Acosmium subelegans (amendoim-falso), Croton floribundus (capixingui), Machaerium aculeatum (jacarandá-bico-de-pato), Guatteria australis (cortiça), Annona cacans (cortição, araticum-cagão), Ilex paraguariensis (erva-mate), Syagrus romanzoffiana (jerivá), Jacaranda puberula (caroba), Tabebuia alba (ipê-amarelo), Copaifera langsdorffii (copaíba), Caryocar brasiliense (pequi), Austroplenckia populnea (marmeleiro-de-campo, mangabarana), Erythroxylum campestre (fruta-de-pomba), Byrsonima intermedia (muricizeiro), Campomanesia sp. (guabiroba).[9][10]
Em relação a fauna que ocorre dentro da unidade, há algumas espécies ameaçadas de extinção, como tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), bugio (Alouata fusca), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), irara (Eira barbara), jaguatirica (Felis pardalis), gato-maracajá (Felis tigrinus), lontra (Lontra longicaudis), urubu-rei (Sarcoramphus papa), gavião-pombo-grande (Leucopternis polionota), papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), dentre outras.[8]
Atrações
[editar | editar código-fonte]- Cânion Guartelá;[7]
- Cachoeira da Ponte de Pedra;[11]
- Arroio Pedregulho;[7]
- Mirante do Cânion;[7]
- Rio Iapó;
- Trilhas;[7]
- Gruta da Pedra Ume;[12][13]
- Lapa Floriano;[14]
- Lapa Ponciano;[14]
- Pinturas Rupestres;[7]
- Panelões do Sumidouro;[7]
Cachoeira da ponte de pedra
[editar | editar código-fonte]A cachoeira da Ponte de Pedra é uma queda d'água no arroio Pedregulho, localizada dentro do parque estadual do Guartelá.[7][14] A cachoeira possui aproximadamente 200 metros de altura e é um dos grandes atrativos locais.[11][15][16] A formação natural remete a de uma ponte cortando a cachoeira e sob a qual corre a água.[2]
Visitação
[editar | editar código-fonte]O acesso pode ser realizado pela rodovia PR-340, na altura do quilômetro 42. O Parque funciona de quarta a domingo e feriados nacionais das 9h às 18 horas e não é cobrado taxa de entrada. Na entrada do parque há um Centro de Visitantes, onde o visitante é cadastrado e recebe algumas informações sobre a unidade.[7] Neste espaço há ainda materiais educativos, informativos, recursos audiovisuais, estacionamento para veículos, sanitários e água potável.[7]
Para a visita nas pinturas rupestres é necessário a disponibilidade de um condutor local (guia), contratado em uma operadora de turismo na cidade de Tibagi.[6][7] A trilha básica tem um percurso de aproximadamente 5 mil metros de extensão e dá acesso ao Mirante do Canyon, à cachoeira Ponte de Pedra e aos panelões do Arroio Pedregulho, onde o local é permitido para banho.[6]
A trilha das pinturas rupestres possui um percurso aproximado de 7,5 mil metros, sendo possível observar no sítio arqueológico as pinturas rupestres com cerca de 7 mil anos.[6] Para a preservação local, ficou determinado que no percurso haja limite de público diário, bem como limite máximo de pessoas por grupos, sempre com guia de turismo credenciado. É estabelecido também horários pré-fixados para a visitação.[6]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Prefeitura Municipal de Tibagi (2013). «Parque Estadual do Guartelá». Site da prefeitura. Consultado em 20 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ a b «Tibagi». Paraná Turismo. 2019. Consultado em 23 de setembro de 2019
- ↑ «Plano de Manejo - Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana». Instituto Ambiental do Paraná. Junho de 2004. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ a b c d e f «III - INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO» (PDF). Instituto Ambiental do Paraná. 2002. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ «V - Análise da Unidade da Conservação» (PDF). Instituto Ambiental do Paraná. 2002. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ a b c d e f g h «Visitantes podem escolher entre duas trilhas no Parque Estadual do Guartelá». G1 Paraná. 27 de janeiro de 2015. Consultado em 27 de dezembro de 2018
- ↑ a b c d e f g h i j k «Parque Estadual do Guartelá - Atrativos e Atividades». Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Consultado em 23 de setembro de 2019
- ↑ a b c d e f «Parque Estadual do Guartelá - Biodiversidade». Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ «Anexo 2 - Aspectos fitossociológicos da vegetação ocorrente no Parque Estadual do Guartelá» (PDF). Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ «Anexo 3 - Lista de espécies da flora ocorrentes no Parque Estadual do Guartelá» (PDF). Instituto Ambiental do Paraná - IAP. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ a b «Aspectos característicos do município de Tibagi». Docplayer. 2015. Consultado em 23 de setembro de 2019
- ↑ «A comercialização do produto turístico associado à infra-estrutura e desenvolvimento: uma análise do produto turístico Rota dos Tropeiros/PR». Docplayer. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ Henrique Simões Pontes; Gilson Burigo Guimarães (junho de 2017). «Patrimônio Espeleológico do município de Tibagi, Campos Gerais do Paraná» (PDF). ANAIS do 34º Congresso Brasileiro de Espeleologia. Sociedade Brasileira de Espeleologia. Consultado em 25 de setembro de 2019
- ↑ a b c «APA da Escarpa Devoniana - Mapa de Patrimônio Natural» (PDF). Governo do Paraná. Junho de 2004. Consultado em 24 de setembro de 2019
- ↑ «Tibagi é cercado por belezas naturais». Folha de Londrina. 31 de outubro de 1999. Consultado em 23 de setembro de 2019
- ↑ «Tibagi oferece diversas opções de turismo de aventura». Prefeitura Municipal de Tibagi. 8 de fevereiro de 2019. Consultado em 23 de setembro de 2019