Caetés (romance)
Caetés | |||||
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Capa da 1a edição por Tomás Santa Rosa. | |||||
Autor(es) | Graciliano Ramos | ||||
Idioma | pt-br | ||||
País | Brasil | ||||
Gênero | Romance | ||||
Ilustrador | Poty | ||||
Arte de capa | Tomás Santa Rosa[1] | ||||
Editora | Livraria Schmidt Editora | ||||
Formato | Brochura | ||||
Lançamento | 1933 (1a. edição) | ||||
Páginas | 303 | ||||
ISBN | 9788577992935 | ||||
Cronologia | |||||
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Caetés é o primeiro romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos publicado em 1933 pela Livraria Schmidt Editora. A história desenvolve-se em Palmeira dos índios, cidade em que viveu Graciliano Ramos.[2]
Sinopse
[editar | editar código-fonte]João Valério, o personagem principal, introvertido e fantasioso, apaixona-se por Luisa, mulher de Adrião, dono da firma comercial em que trabalha. O caso amoroso é denunciado por uma carta anônima, levando o marido traído ao suicídio. Arrependido, João Valério, afasta-se de Luisa, continuando, porém, como sócio da firma.[3]
Neste romance em primeira pessoa, aparecem duas instâncias de narração, diferentes entre si: o livro que o narrador-personagem João Valério escreve (cujo título é também Caetés) não se assemelha ao romance Caetés que Graciliano está escrevendo, entretanto, o narrador personagem acaba por se inscrever entre essas duas linhas, colocando-se ele próprio e toda a sociedade de Palmeira dos índios analogicamente como índios caetés.[2] No romance homônimo escrito pelo personagem, o tema principal é a deglutição do bispo Sardinha pelos índios, episódio presente no Manifesto antropófago de Oswald de Andrade enquanto no romance de Gracialiano, o índio deixa de ser um ícone do processo constitutivo da nação, para se transformar em um personagem.[4] Benjamin Abdala Júnior diz que "na interação dos caracteres, como ocorrem em relação ao João Valério, de Caetés, afirmam-se as marcas do autor implícito."[5]
Crítica
[editar | editar código-fonte]Os críticos não acolheram bem Caetés e os detratores chegam a dizer que, em Caetés, temos mais de Eça de Queirós do que Graciliano Ramos.[6] Antonio Candido foi um desses críticos ao afirmar que o romance é um "exercício de técnica literária mediante o qual [o autor] pode aparelhar-se para os grandes livros posteriores."[7][8]
Já Osman Lins exprimiu seu apreço por Caetés indicando o excesso de rigor com que a crítica o teria apreciado: "críticos exigentes fazem certas restrições à obra, entretanto límpida, arguta e equilibrada".[8][9]
Referências
- ↑ Folha Online, 'Caetés', de Graciliano Ramos, completa 80 anos e ganha edição comemorativa, 15/07/2013
- ↑ a b Benjamin Abdala Júnior. Ecos do Brasil: Eça de Queirós : leituras brasileiras e portuguesas. Senac; 2000. ISBN 978-85-7359-161-3. p. 104.
- ↑ Graciliano - site oficial, Caetés
- ↑ Luciana Nascimento et al, Mosaicos da Cultura Brasileira. Letra Capital Editora LTDA; ISBN 978-85-7785-148-5. p. 48.
- ↑ Benjamin Abdala Júnior. Literatura Comparada e Relações Comunitárias, Hoje. Atelie Editorial; 2012. ISBN 978-85-7480-627-3. p. 125.
- ↑ Carlos Alberto Abel. Graciliano Ramos: Cidadão e artista. Editora UnB; 1999. ISBN 978-85-230-0543-6. p. 271.
- ↑ Antônio Cândido. Ficção e confissão: ensaios sobre Graciliano Ramos. Editora 34; 1992. ISBN 978-85-85490-05-8.
- ↑ a b Luís Bueno. Uma história do romance de 30. EdUSP; 2006. ISBN 978-85-314-0965-3. p. 597.
- ↑ Osman Lins, Graciliano e seu mundo, p.180