Catedral de São Carlos
Catedral Diocesana São Carlos Borromeu Catedral de São Carlos | |
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Catedral de São Carlos, no dia dos 149 anos da cidade. | |
Tipo | catedral |
Estilo dominante | Ecleticismo |
Arquiteto(a) | Emanuel Gianni (projeto) Ernfrid Frick (maquete) Lorenz Heilmair (vitrais) |
Engenheiro(a) | Lafael Petroni (estrutural) |
Início da construção | 4 de novembro de 1946 (atual) |
Fim da construção | 4 de novembro de 1956 (parte entregue) |
Inauguração | 1856 (antiga) 4 de abril de 1962 (capela-mor) 27 de maio de 1965 (altar-mor) 8 de dezembro de 1970 (sagração) 5 de novembro de 2006 (iluminação externa) |
Religião | Catolicismo Romano |
Diocese | Diocese de São Carlos |
Página oficial | catedralsaocarlos.com.br/ |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Carlos, SP |
Coordenadas | 22° 01′ 04″ S, 47° 53′ 27″ O |
Localização em mapa dinâmico |
A Catedral de São Carlos ou Catedral São Carlos Borromeu está localizada na Praça Dom José Marcondes Homem de Melo, em São Carlos (São Paulo). O prédio é considerado o marco zero da cidade.[1] Com uma cúpula com mais de 70 metros de altura e 30 metros de diâmetro, é uma réplica arquitetônica da Basílica de São Pedro no Vaticano.[2]
História
[editar | editar código-fonte]A primeira capela, em madeira, foi erguida durante o ano de 1856,[3] antes mesmo da autorização escrita do bispo Dom Antônio Joaquim de Melo (a qual chegou somente em 4 de fevereiro de 1857). Certamente os construtores já contavam a autorização oral do bispo, pois naquele tempo a correspondência era muito demorada. Era uma construção bem rústica, constituída principalmente de madeira. Foi consagrada a São Carlos Borromeu por ser o santo de devoção da família Arruda Botelho, dona das terras onde a capela estava sendo construída. A família viria fundar a cidade de São Carlos em 4 de novembro de 1857, doando parte de suas terras (incluindo a capela) para tal feito.[4]
No dia 27 de dezembro de 1857, o padre Joaquim Cipriano de Camargo (que era vigário de Araraquara) inaugurou a capela de São Carlos, celebrando a primeira missa.
Aos 2 de fevereiro de 1858, o Bispo de São Paulo, Dom Antônio Joaquim de Melo, elevou a Capela à categoria de Paróquia de São Carlos. Devido à precariedade do templo, o pároco (padre Joaquim Botelho da Fonseca) foi enviado somente dois anos depois.
Em 1868 foi realizada a primeira reforma do templo, e contou com a ajuda da Câmara Municipal, além da participação de Aurelio Civatti.[5][6] Foi edificado de modo a abranger em seu recinto a capela primitiva, que foi sendo desmanchada à medida que ia sendo erguida a nova.
Em 1873, um novo templo, ainda de madeira, substituiu a primeira capela.[7]
Uma visita do imperador Dom Pedro II a São Carlos, em 1886, motivou a reforma da pequena matriz, agora em tijolos. Também ergueu-se uma torre, cuja cúpula era arredondada e na qual, em 21/03/1910,[8] foi inaugurado um relógio, produzido pela fábrica de Relógios Michelini. Em 1918, uma reforma na fachada alteraria também a torre, que passaria a ser de base quadrada, encimada por pirâmide oitavada.[9]
Com a criação da Diocese de São Carlos em 7 de junho de 1908, a matriz de São Carlos foi elevada à categoria de Catedral.
Durante o episcopado de Dom Gastão, segundo bispo da diocese de São Carlos, que durou de 1937 a 1945, iniciaram-se as discussões sobre uma grande reforma da catedral. Dom Gastão desejava construir uma nova catedral, em um local diferente (onde hoje se encontra a Praça da XV), mantendo a antiga catedral intacta. Porém, a população são-carlense queria que a nova catedral fosse levantada no mesmo local da antiga. O problema só foi resolvido em 1946, durante o episcopado de Dom Ruy Serra. O novo bispo decidiu conservar a catedral no mesmo lugar, e no dia 4 de novembro de 1946 deu a bênção à pedra fundamental da nova catedral.
A nova catedral
[editar | editar código-fonte]Em 13 de novembro de 1948, foi assinada em Roma a autorização da demolição da Catedral velha e que permitia o uso da capela do Seminário Diocesano de São Carlos como catedral provisória.
A catedral está construída no local onde se ergueu a primeira capela, entre as ruas Conde do Pinhal e Treze de Maio, na área central. O projeto foi realizado pelo engenheiro Emanuel Gianni,[10] com maquete do professor Ernfrid Frick[11] e projeto estrutural do engenheiro Lafael Petroni. Conta com vitrais de Lorenz Heilmair, os altares são em mármore carrara e a Via Sacra foi executada pela artista local Almira Ragonesi Bruno. A imagem de São Carlos Borromeu, da época de fundação da cidade, com a cabeça e mãos esculpidas em madeira, está na Catedral.[4]
A nova Catedral começou a ser erguida em volta da antiga. As obras de construção começaram em 4 de novembro de 1946, enquanto a demolição da antiga catedral se deu em 9 de julho de 1949. O antigo relógio foi desmontado e doado à Paróquia Santo Antônio de Pádua (São Carlos) em 1955, onde permanece até hoje.
A nova Catedral de São Carlos foi sendo inaugurada em partes. Em 4 de novembro de 1956 a nova Catedral foi aberta ao culto público, mesmo inacabada. As missas eram celebradas no salão térreo, enquanto a nave principal ainda estava em construção.
A inauguração da capela-mor deu-se no dia 4 de abril de 1962, um Domingo de Ramos, por Dom Ruy Serra. Este dia também foi marcado por nele ter sido realizada a primeira missa versus populum (de frente para o povo) em São Carlos, de acordo com as novas normas litúrgicas do Concílio Vaticano II. As missas até então eram celebradas versus Deum (com o padre voltado a Deus, de costas para o povo).
O piso de toda a igreja foi colocado em 1963 (1700 m² de arenito polido). O altar-mor foi sagrado no dia 27 de maio de 1965; o altar do Santíssimo Sacramento foi sagrado no dia 20 de julho do mesmo ano; os 200 bancos foram inaugurados em 1969.
Finalmente, no dia 8 de dezembro de 1970, foi solenemente sagrada a catedral de São Carlos. O ato litúrgico foi presidido por Dom Ruy Serra e por Dom José de Aquino Pereira, bispo de São José do Rio Preto.
Curiosidades
[editar | editar código-fonte]- No dia 5 de novembro de 2006, foi inaugurada a nova iluminação exterior da Catedral, com mais de 270 pontos de luz, dando mais vida à catedral, e transformando-a em uma bela atração turística agora também à noite. É possível contemplar o novo visual da catedral até mesmo da rodovia Washington Luís, que passa por São Carlos.
- Há uma série de edifícios vizinhos da Catedral que são bastante representativos da arquitetura e da história do município de São Carlos: Palacete Conde do Pinhal, a Farmácia Natureza, o prédio dos Correios, a Biblioteca Municipal, o Fórum etc. [12]
- Desde dezembro de 2008, a Catedral integra o Circuito Turístico Religioso "Caminho da Fé".[13]
- Em 2012, a população local elegeu a catedral como uma das Sete Maravilhas da Cidade.[12]
Galeria
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Vista da cúpula
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Fachada alta
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Altar-mór ao centro
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Ao pé do portal
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Vista noturna
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Vista noturna da lateral
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Fachada da Catedral
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Vista lateral frontal
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Catedral ao crepúsculo
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Paróquias da Diocese de São Carlos
- Arquitetura de São Carlos (São Paulo)
- Lista de bens históricos de São Carlos
- Catedral de São Carlos no Facebook
- Catedral de São Carlos no Instagram
Referências
- ↑ Fundação Pró-Memória de São Carlos. Percursos. volume 1. São Carlos: FPMSC, 2009. (Série de cartões postais)
- ↑ http://catedralsaocarlos.com.br/padroeiro
- ↑ NEVES, Ary Pinto das. São Carlos na esteira do tempo: 1884-1984. Júlio Bruno (Ilust.). s.l.: s.n., [c. 1984]. 104 p. [Cf. p. 7.]
- ↑ a b «Nossa História – Catedral São Carlos». Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ BALESTRINI FILHO, p. 105-106.
- ↑ Aurelio Civatti (Firenze, 1837 - Itápolis, 1917) foi um entalhador, arquiteto, político e cafeicultor. Além da igreja matriz e a de São Sebastião (em São Carlos), edificou a igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção (em Limeira). Era proprietário da Fazenda Floresta, em São Carlos. [Cf.: ROSADA, M.; BORTOLUCCI, M. A igreja da Boa Morte de Limeira: uma amálgama de conhecimentos forâneos. In: 9º Encontro de História da Arte, Campinas: UNICAMP, 2013. p. 279-286. link; STEPHENSON, B. P. My trip to Brazil. The Illustrated American, v. 1, 1890, p. 177-178. link.]
- ↑ NEVES, s.d., p. 61.
- ↑ «O Estado de S. Paulo - Acervo Estadão». Acervo. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ Ary Pinto das Neves, O jardim público de São Carlos do Pinhal, São Carlos, 1983
- ↑ BALESTRINI FILHO, Jorge. Memória Histórica da Igreja de São Carlos [p. 54-161], seguida de estudo feito por Maria Cecília Botelho Ferraz sobre S. Carlos do Pinhal [p. 162], em cujo discorrer é figura de relevo Cincinato da Silva Braga [p. 163-203]. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, n. 236, p. 54-203. link. [cf. p. 152.]
- ↑ «A história do escultor da Catedral da Sé é despertada em Joinville, onde moram sua filha e netas | ND Mais». ndmais.com.br. 9 de setembro de 2014. Consultado em 2 de novembro de 2022
- ↑ a b Fundação Pró-Memória de São Carlos. Percursos. volume 4. São Carlos: FPMSC, 2012. (Série de cartões postais)
- ↑ Prefeitura Municipal de São Carlos. Atrativos histórico-culturais. Disponível em: https://186.233.80.56/wp-sc/cidade/turismo-cidade/atrativos-historico-culturais/ Acesso em: 02-11-2022. Cópia de segurança em: https://web.archive.org/web/20221102201430/https://186.233.80.56/wp-sc/cidade/turismo-cidade/atrativos-historico-culturais/
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página da Catedral». www.catedralsaocarlos.com.br
- «Vista 360º do interior da Catedral». www.google.com.br/maps